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Orquídea Oncidium sphacelatum


Orquídea Oncidium sphacelatum
| Oncidium sphacelatum |

Existe um interessante grupo de espécies e híbridos de orquídeas, com hastes repletas de pequenas flores amarelas, que costuma ser conhecido genericamente como orquídea chuva de ouro. Embora os representantes deste agrupamento informal, em sua maioria pertencentes ao gênero botânico Oncidium, sejam todos muito parecidos entre si, cada espécie guarda características únicas e surpreendentes, como é o caso do Oncidium sphacelatum, estrela do artigo de hoje.

Ainda que o apelido chuva de ouro seja o mais utilizado, no Brasil, diversas espécies e híbridos de Oncidium podem ser frequentemente encontrados como orquídeas bailarinas, ou dancing ladies, em países de língua inglesa. Basta um olhar mais atento sobre cada flor individual do Oncidium sphacelatum, como mostrado na foto de abertura deste artigo, para entender a razão deste apelido, que eu considero tão lúdico e romântico.


Existem várias outras orquídeas comumente chamadas de chuvas de ouro, dançarinas ou bailarinas. O híbrido mais comumente encontrado no mercado é o Oncidium Aloha 'Iwanaga', desenvolvido no Havaí. Trata-se de uma orquídea resultante de cruzamentos complexos envolvendo as espécies Oncidium sphacelatum, Oncidium flexuosum e Oncidium varicosum. De maneira geral, as orquídeas híbridas ostentam flores maiores, com um colorido mais intenso e vibrante, quando comparadas às espécies nativas que as originaram. Este é um resultado de décadas de melhoramento genético e cruzamentos seletivos, até que a forma ideal seja obtida. A partir de então, a orquídea selecionada passa a ser multiplicada através da cultura de meristemas, in vitro, de forma assexuada.

A espécie Oncidium sphacelatum é originária do México e diversos países da América Central, como Nicarágua, Costa Rica, Honduras e El Salvador, entre outros, ocorrendo também na Venezuela. Trata-se de uma orquídea de hábito predominantemente epífito, podendo ocasionalmente ser encontrada como rupícola, vegetando sobre rochas. Em seu habitat, o Oncidium sphacelatum encontra-se exposto a uma luminosidade abundante, porém indireta, com os raios solares filtrados pelas copas das árvores de úmidas e quentes florestas tropicais.

Esta orquídea bailarina é conhecida pelo porte avantajado que suas touceiras de pseudobulbos atingem, bem como pelas longas hastes florais que costuma produzir. As florações do Oncidium sphacelatum costumam surgir durante a primavera e sempre dão um espetáculo. Infelizmente, seu perfume não é muito pronunciado.


As pétalas e sépalas do Oncidium sphacelatum possuem uma textura mais firme, de aparência cerosa. O charme desta espécie reside no efeito animal print causado pelas manchas arredondadas em tons de castanho sobre um fundo amarelo vivo. O labelo é mais discreto, quando comparado a muitos híbridos, apresentando um tom pastel de amarelo, com textura de papel. O calo central, que é a marca registrada do gênero Oncidium, sobressai-se por ser mais claro, com pintas amarronzadas mais discretas. Esta estrutura serviu de inspiração para a nomenclatura botânica, uma vez que trata-se de uma latinização da palavra grega onkos, que significa intumescimento, inchaço.

As orquídeas epífitas de modo geral, e particularmente aquelas pertencentes ao gênero Oncidium, possuem raízes extremamente sensíveis ao excesso de umidade. Completamente expostas ao meio ambiente, aderidas aos troncos das árvores, no habitat de origem, estas estruturas costumam secar rapidamente, após uma chuva, por exemplo. No cultivo doméstico, esta situação nem sempre acontece, o que pode favorecer o desenvolvimento de bactérias nocivas que causam o apodrecimento das raízes.

Neste sentido, a melhor forma de cultivo do Oncidium sphacelatum é em troncos de árvores, pedaços de madeira, cachepots vazados ou cascas de peroba, entre muitas outras opções de suporte. O importante é que as raízes tenham uma superfície rugosa para se aderirem, ao mesmo tempo em que são expostas a um ambiente com boa ventilação e níveis corretos de umidade relativa do ar, acima de 60%.


Dentro de casas e apartamentos, esta condição ideal de cultivo é difícil de ser atingida. Como uma forma de contornar o ambiente mais seco, e por uma questão de praticidade, os cultivadores recorrem aos vasos. Neste caso, é importante que o substrato seja muito bem escolhido, de modo a permitir a correta aeração das raízes, evitando o acúmulo de água das regas. A melhor opção é recorrer a substratos próprios para o cultivo de orquídeas epífitas, geralmente compostos por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Existem misturas já prontas para o uso, à venda em lojas de jardinagem. É importante certificar-se que o material tenha sido previamente tratado, com o objetivo de retirar o excesso de tanino presente na madeira que entra na composição destes substratos.

Outra excelente alternativa para o cultivo da orquídea Oncidium sphacelatum, em vasos, é a casca de macadâmia. Este material fornece a umidade necessária às raízes, ao mesmo tempo que proporciona uma generosa aeração a estas estruturas.

O vaso mais comumente utilizado para o cultivo de orquídeas epífitas é o de barro, com furos nas laterais. Por ser bastante poroso, permite uma rápida secagem do substrato, entre uma rega e outra. Por outro lado, este tipo de recipiente apresenta a desvantagem de ser mais pesado. Para grandes coleções, principalmente em apartamentos, pode ser mais interessante optar pelo vaso de plástico, que é mais leve. Neste caso, o material tende a reter a umidade por mais tempo, o que demanda um maior espaçamento entre as regas.


O principal parâmetro para definir a frequência das regas é o teor de umidade do substrato. Ele somente deve receber uma nova irrigação quando estiver bem seco, independentemente da periodicidade. Com o tempo, percebemos que os intervalos entre as regas são maiores nos meses mais frios do ano. Para evitar o acúmulo de água em torno das raízes, é essencial evitar o uso do pratinho sob o vaso. Em ambientes muito secos, uma bandeja umidificadora pode ser utilizada. Basta colocar qualquer recipiente com uma camada de areia, brita ou pedrisco, e uma lâmina de água ao fundo, sob os vasos com as orquídeas, sem que estes tenham contato direto com a água.

A luminosidade ideal para o cultivo do Oncidium sphacelatum é aquela abundante, porém indireta. Esta orquídea pode se beneficiar do sol pleno no início da manhã ou final da tarde, mas deve ser protegido por uma tela de sombreamento 50% durante as horas mais quentes do dia. Em ambientes internos, o vaso deve ser posicionado próximo a uma janela bem iluminada, de preferência voltada ao norte. Em situações de baixa luminosidade, o mais provável é que a orquídea não floresça.

Outro fator importante para garantir uma boa floração do Oncidium sphacelatum é a adubação. Esta pode ser orgânica, do tipo boksahi, torta de mamona ou farinha de osso, ou inorgânica, do tipo NPK, com macro e micronutrientes. Eu costumo dar preferência à adubação inorgânica devido à praticidade. Além disso, é possível alternar fórmulas de manutenção e floração, com níveis diferentes de nitrogênio, fósforo e potássio, de acordo com cada etapa de desenvolvimento da orquídea.

Para os colecionadores que apreciam a beleza discreta das espécies, em oposição à exuberância dos híbridos, a orquídea Oncidium sphacelatum é uma excelente aquisição. O principal cuidado é ter um amplo espaço de cultivo para esta belíssima planta de grande porte e florações abundantes.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil