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Maranta Zebrina - Calathea zebrina


Calathea zebrina
Calathea zebrina |

As folhagens coloridas e ricamente desenhadas das marantas e calatheas brilham na decoração de interiores, acrescentando um luxuoso toque tropical aos ambientes internos de casas e apartamentos. Dentro deste grupo, a maranta zebrina é uma das mais populares e apreciadas pelos cultivadores de plantas de sombra. Seu nome científico, no entanto, é Calathea zebrina, o que geral alguma confusão quanto à classificação deste diversificado grupo de plantas.

Os gêneros Maranta e Calathea, dentre outros, fazem parte da família botânica Marantaceae. Curiosamente, seus nomes populares e científicos costumam se misturar e são, frequentemente, utilizados de forma cruzada. É o caso da Calathea ornata, cujo apelido mais conhecido é maranta riscada. Já a popular maranta tricolor, por sua vez, tem como nome científico Stromanthe thalia 'Triostar'. Por fim, a espécie Calathea zebrina, tema do artigo de hoje, é comumente chamada de maranta zebrina ou planta zebra.


As marantáceas são plantas de sombra por excelência, ocorrendo um diversas regiões tropicais do globo terrestre, com uma grande concentração no continente sul americano. Diversas espécies são exclusivamente brasileiras, como é o caso da Calathea zebrina.

A maranta zebrina pode ser encontrada nativamente habitando o chão de florestas úmidas e tropicais, como a Mata Atlântica no sudeste do Brasil, recebendo apenas a luminosidade indireta, sob as copas das árvores. Assim como os outros membros da família, a Calathea zebrina necessita de elevados níveis de umidade relativa do ar. Suas raízes nutrem-se dos elementos produzidos pela decomposição de folhas e detritos que se acumulam no solo, que é sempre fértil e rico em matéria orgânica.

Neste contexto, a maranta zebrina adapta-se bem às condições climáticas existentes no interior de casas e apartamentos, onde as temperaturas são amenas ao longo de todo o ano, nem muito altas, nem muito baixas, e a luminosidade incidente é sempre difusa, indireta. O sol pleno pode causar queimaduras nas folhas da Calathea zebrina, resultando em sua rápida desidratação. Por este motivo, plantas cultivadas próximas a janelas face oeste, que recebem o sol da tarde, devem ser protegidas por uma cortina fina ou tela de sombreamento.


A maranta zebrina é uma ótima opção de planta para locais mais sombreados, como aqueles ambientes iluminados por janelas face sul, que recebem menos insolação. Esta espécie também costuma ser colocada em banheiros e lavabos, desde que a luminosidade seja suficiente. A grande vantagem deste tipo de ambiente é a elevada umidade do ar. Cozinhas e áreas de serviço também são boas escolhas, por este motivo.

Ao se eleger a Calathea zebrina como planta de interior, o principal cuidado a ser tomado é justamente em relação aos ambientes muito secos. Os cômodos com aparelhos de ar condicionado, por exemplo, costumam ter baixos níveis de umidade relativa do ar, o que prejudica o desenvolvimento desta marantácea. Além disso, sempre que um ambiente tiver muita mobília com tecidos, carpetes, estofados e cortinas, a tendência é que estes materiais absorvam a umidade do ar, tornando o local mais ressecado.

O uso de aparelhos umidificadores de ar, do tipo ultrassônicos, são uma ótima maneira de contornar este problema. Além disso, fontes de água ou aquários podem ajudar a elevar a umidade no ambiente. Por fim, os vasos com a maranta zebrina e outras plantas semelhantes podem ficar apoiados sobre uma bandeja umidificadora, que é composta por um recipiente raso contendo areia ou qualquer tipo de pedrisco, com uma lâmina de água ao fundo. As raízes da planta não ficam em contato direto com a água, beneficiando-se apenas da umidade que sobe através da capilaridade.


É importante ter em mente que o aumento na frequência das regas não supre a baixa umidade relativa do ar. A Calathea zebrina aprecia um solo sempre ligeiramente úmido, porém sem excessos. As regas devem ser frequentes, de modo a manter um bom nível de umidade no solo, sem que este fique encharcado. O acúmulo de água no pratinho sob o vaso também deve ser evitado.

Borrifar as folhas da maranta zebrina com água, de tempos em tempos, ajuda a mantê-las mais limpas e saudáveis. Porém, o acréscimo nos níveis de umidade relativa do ar ocorre por um período muito curto. Os principais sinais de que a planta está sofrendo com o ressecamento do ambiente são as pontas das folhas queimadas e o enrolamento destas estruturas.

As flores da Calathea zebrina são pequenas e discretas, de pouca importância ornamental. Dentro de casas e apartamentos, é comum que a floração nem ocorra. Por este motivo, não é necessário fornecer uma adubação mais rica em fósforo, que visa estimular o surgimento de flores. A maranta zebrina já se beneficia do solo rico em compostos orgânicos e pode ser mantida com aplicações esporádicas de uma formulação inorgânica de manutenção, do tipo NPK. Qualquer fertilizante utilizado para folhagens é suficiente, neste sentido.


O vaso ideal para o cultivo desta planta é o de plástico, que retém a umidade do solo por mais tempo, além de ser leve e prático, podendo ser pendurado, sem maiores problemas. É importante que ele tenha furos no fundo e uma boa camada de drenagem, composta por pedrisco, argila expandida ou cacos de telha.

A maranta zebrina deve ser cultivada em um solo formado por terra vegetal e composto orgânico, em partes iguais. Existem solos adubados, ricos em matéria orgânica, que já são vendidos prontos para o uso, em lojas de jardinagem. O importante é que o substrato seja bem aerado, pouco compactado e rapidamente drenável.

Outro grande atrativo da Calathea zebrina, em relação ao seu cultivo em interiores, é o fato de suas folhas não serem tóxicas, caso ingeridas acidentalmente por crianças ou animais de estimação. Como bem sabemos, muitas folhagens de sombra costumam apresentar substâncias químicas perigosas, quando entram em contato com nossos tecidos e mucosas.

Marantas e calatheas não são consideradas as plantas de mais fácil cultivo do mundo. A fama de plantas geniosas vem da grande exigência que estas espécies apresentam em relação à umidade do ar, em seu habitat. Ainda assim, são plantas de sombra espetaculares, com folhagens que parecem pintadas à mão, individualmente. Seja uma maranta zebrina, Calathea zebrina, ou qualquer outro representante da família, o certo é que teremos um agradável frescor tropical em nossas casas e apartamentos, caso optemos por incluí-las em nossas coleções.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil