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Cacto San Pedro - Echinopsis pachanoi


Cacto Echinopsis pachanoi
Echinopsis pachanoi |

Este belíssimo e imponente cacto colunar, de aspecto minimalista, tem uma importância que vai muito além da questão ornamental. O cacto San Pedro, também conhecido como cacto São Pedro ou wachuma, é tradicionalmente consumido com fins medicinais, há milhares de anos, em diversas culturas, principalmente no continente sul americano. Além disso, em alguns países, o cacto San Pedro tem um papel religioso, sendo considerado sagrado.

Os cactos sagrados, como o Echinopsis pachanoi, ou Trichocereus pachanoi, são assim conhecidos por produzirem substâncias com propriedades alucinógenas, do tipo alcaloides, dentre os quais a mais conhecida é a mescalina. Consumido em rituais religiosos, feitos pelos os antigos povos indígenas que habitavam a América do Sul, o wachuma é considerado um meio de elevar o estado de consciência.


O cacto San Pedro ocorre nativamente em uma vasta região ocupada pelos Andes, em países como Argentina, Bolívia, Chile, Equador e Peru. A espécie Echinopsis pachanoi está adaptada à vida em regiões de altitudes elevadas, em localidades situadas a 2.000 metros acima do nível do mar.

Diversas espécies do gênero Echinopsis são largamente cultivadas e comercializadas como plantas ornamentais. Aqui no blog, já apresentamos o simpático cacto amendoim, Echinopsis chamaecereus, e o globoso cacto ouriço, Echinopsis werdermannii. Em diversos países da América Latina, a espécie botânica Echinopsis pachanoi é conhecida por diferentes nomes populares, tais como sanpedrillo, huachuma, achuma, wachuma ou cactus de San Pedro. Em países de língua inglesa, esta cactácea é popularmente chamada de San Pedro cactus, assim como no Brasil.

É importante não confundir o cacto San Pedro, Echinopsis pachanoi, com a tocha peruana, Echinopsis peruvianus, uma vez que são espécies distintas, mas com morfologias muito semelhantes.

Esta é uma planta de porte colunar, que apresenta um crescimento rápido, podendo atingir seis metros de altura, quando cultivado em áreas externas e ensolaradas. Diversos ramos laterais podem ser produzidos, a partir da base da planta principal. As flores do cacto San Pedro são brancas, com múltiplas pétalas, desabrochando apenas durante a noite. A floração é extremamente curta e não passa de dois dias. No entanto, grandes touceiras bem formadas de Echinopsis pachanoi podem produzir diversas flores ao longo de semanas.


Quando comparado à maioria das outras cactáceas, que requerem elevadas temperaturas para se desenvolverem bem, o cacto San Pedro é mais tolerante ao frio, por ser de origem andina, habituado às temperaturas mais baixas das regiões de altitudes mais elevadas.

O cacto San Pedro cresce ativamente e aceleradamente durante os meses mais quentes do ano, na primavera e verão. Neste período, as regas podem ser mais frequentes, mas o solo não pode ficar encharcado por muito tempo. Também é durante esta fase de metabolismo mais ativo que o Echinopsis pachanoi deve ser fertilizado.

A adubação pode ser administrada mensalmente, com uma fórmula NPK, própria para a manutenção de cactos e suculentas. Durante o inverno, quando o crescimento do cacto San Pedro é mais lento, a adubação pode ser suspensa e as regas reduzidas. Além da fertilização inorgânica, através do fornecimento de sais minerais, este é um cacto que se beneficia de solos mais férteis.


Neste contexto, um bom substrato para o cultivo do cacto San Pedro deve conter uma parte de terra vegetal, uma parte de composto orgânico, que pode ser esterco curtido ou húmus de minhoca, e uma parte de areia grossa de construção, um terço de cada material. É sempre bom evitar o uso da areia da praia, que contém elevados níveis de salinidade, prejudiciais ao desenvolvimento das raízes.

O vaso ideal para o cultivo do Echinopsis pachanoi é aquele que tenha um peso suficiente para evitar o tombamento da planta, cujo centro de gravidade é muito elevado. Geralmente, vasos de barro, cerâmica ou cimento são boas opções, desde que tenham furos no fundo e uma camada de drenagem. É importante que o vaso não seja muito grande, em relação ao tamanho da planta. Ele deve ser proporcional, evitando o uso de uma grande quantidade de substrato, que demora mais para secar e pode causar o apodrecimento das raízes.

Para que o substrato arenoso não escape pelos furos, durante as regas, uma manta geotêxtil pode ser posicionada sobre os pedriscos da camada de drenagem. Muitos cultivadores têm reaproveitado os filtros de café usados, para esta finalidade. O importante é que o material deixe a água escoar livremente, ao mesmo tempo em que retém o substrato e as raízes do cacto San Pedro.


Existem diversas variedades desta cactácea, que podem apresentar espinhos mais ou menos agressivos. Há, inclusive, exemplares que quase não apresentam espinhos. Este detalhe é importante de ser observado, caso o cacto San Pedro fique em um local de passagem de pessoas, ou em ambientes visitados por crianças e pets.

Ainda neste sentido, deve-se evitar que estes pequenos curiosos façam a ingestão acidental do Echinopsis pachanoi. Como bem sabemos, trata-se de um cacto rico em substâncias alucinógenas, que não podem ser consumidas indiscriminadamente.

Ainda que prefira o sol direto dos ambientes externos, o cacto San Pedro pode sofrer queimaduras, caso exposto a uma radiação solar muito intensa, nas horas mais quentes do dia. É aconselhável protegê-lo desta situação, principalmente no verão, em localidades onde as temperaturas costumam ser muito elevadas. Sempre lembrando que o Echinopsis pachanoi é uma espécie andina.


Por este motivo, o cacto São Pedro pode ser uma boa opção para o paisagismo de ambientes internos. Caso seja cultivada em vasos, dentro de casas e apartamentos, é importante que esta cactácea receba bastante claridade, com o maior número possível de horas de sol diárias. Esta é uma excelente opção para jardins de inverno, varandas e coberturas. Caso falte luminosidade durante o desenvolvimento do cacto San Pedro, a planta tenderá a se tornar estiolada, crescendo de forma mais acelerada, porém, ficando com o caule mais fino e frágil. O excesso de nitrogênio na adubação também tende a provocar o estiolamento do Echinopsis pachanoi.

A multiplicação do cacto San Pedro pode ocorrer através de sementes, que são supreendentemente consideradas de fácil germinação e cultivo, ou através de estacas retiradas da planta principal. Neste caso, é importante deixar o segmento cortado descansando, em um local fresco e sombreado, por alguns dias, até que o ferimento cicatrize.

Ainda que possa ser um pouco controverso, devido aos elementos químicos nele contidos, o cacto San Pedro, ou cacto São Pedro, é uma magnífica planta ornamental. Suas majestosas colunas tornam-se o ponto focal em qualquer ambiente, seja uma sala ensolarada ou um jardim de inspiração desértica.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil