| Disocactus flagelliformis | |
Os cactos
pendentes, particularmente aqueles que se assemelham a caudas de animais, estão
bastante em voga e fazem sucesso junto aos apreciadores de plantas. O cacto
rabo de rato, cujo nome científico é Disocactus flagelliformis,
apresenta a vantagem de requerer pouca manutenção, ser bastante resistente, de
fácil cultivo e se desenvolver rapidamente. Além disso, ainda que aprecie
ambientes com luminosidade em abundância, esta é uma cactácea que pode ser
cultivada dentro de casas e apartamentos, não requerendo muitas horas diárias
de sol direto para um bom crescimento.
Aqui no blog, já apresentamos o
cacto rabo de macaco,
Hildewintera colademononis, e o
cacto rabo de gato,
Cleistocactus winteri, espécies colunares, que se tornam pendentes com o tempo, adquirindo uma
aparência exótica e bastante ornamental. Além de esculturais, todas estas
cactáceas produzem belíssimas florações, em toda a extensão de seus caules
cilíndricos e alongados, que variam de cor conforme o gênero e espécie.
As diferenças entre os cactos rabos de macaco, gato e rato estão na espessura
do caule, bem como no tamanho, densidade e coloração dos espinhos, com
aparência de pelos. O cacto rabo de macaco é aquele que apresenta o caule mais
espesso e peludo. Os espinhos são brancos, longos e bastante densos,
conferindo um aspecto felpudo à planta. Já o cacto rabo de gato apresenta
espinhos mais curtos, na coloração amarela, que resulta no belo colorido
dourado característico desta cactácea. Por fim, o cacto rabo de rato é o mais
delgado dentre os três. Seus espinhos são mais curtos, acinzentados, e ocorrem
de forma mais rala, espaçada.
Outra diferença importante é que, no caso do cacto rabo de rato, os espinhos
são mais agressivos e podem machucar. Portanto, é importante que ele seja
cultivado em vasos suspensos, fora do alcance de crianças e animais de
estimação. Já os espinhos dos demais rabos, de macaco e gato, são mais
maleáveis e não oferecem tanto perigo.
Esta é uma cactácea originária do México, tendo como habitat natural os
estados de Hidalgo e Oaxaca, de onde também são provenientes várias outras
espécies de plantas suculentas cultivadas com fins ornamentais. A espécie
Disocactus flagelliformis também pode ser encontrada como
Aporocactus flagelliformis. Em países de língua inglesa, o apelido é o
mesmo, rat tail cactus. O nome do cacto rabo de rato, em italiano, é
uma graça: cactus a coda di topo. Em latim, o nome científico desta
espécie, flagelliformis, significa 'em forma de flagelo'.
Ao contrário dos cactos colunares ou globulares tradicionais, que vivem sob
sol pleno intenso, no solo de regiões de clima árido, o rabo de rato apresenta
um hábito epífito ou litófito, rupícola. Isso significa que ele pode se
desenvolver aderido aos troncos das árvores ou sobre rochas, em meio a
florestas de clima mais seco. Por esta razão, esta é uma espécie que aprecia a
meia sombra, estando habituada à proteção que as copas das árvores lhe
conferem contra os raios solares diretos.
Sendo assim, o cacto rabo de rato pode ser cultivado em um local próximo a uma
janela bem iluminada, em ambientes internos. A planta pode receber algumas
horas de sol direto, no início da manhã ou final da tarde. Em áreas externas,
é importante que ela seja protegida do sol pleno, nas horas mais quentes do
dia. Também nesta situação, é aconselhável que o
Disocactus flagelliformis seja poupado da exposição a temperaturas
muito baixas ou geadas, já que se trata de uma espécie proveniente de regiões
de clima quente.
O solo ideal para o cultivo do cacto rabo de rato difere um pouco da
tradicional mistura arenosa comercializada para suculentas, de maneira geral.
Como se trata de uma espécie epífita ou rupícola, é interessante adicionar um
material mais particulado, comumente utilizado no cultivo de orquídeas, como
casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Este substrato para epífitas
pode ser misturado a um solo para cactos e suculentas, em partes iguais. A
mistura final deve ser bem aerada, não compactada e rapidamente drenável.
É importante que o vaso, seja ele de plástico ou barro, tenha furos no fundo e
uma camada de drenagem, composta por pedrisco, brita ou argila expandida. Para
evitar que a porção arenosa do substrato escape pelo fundo, uma manta
geotêxtil pode ser posicionada sobre o material particulado na parte inferior
do vaso. Para que a água das regas não se acumule embaixo, é sempre
recomendável evitar o uso do pratinho sob o vaso. O excesso de umidade junto
às raízes do cacto rabo de rato é um fator que pode causar o apodrecimento
destas estruturas, que se alastra por toda a planta.
Portanto, as regas devem ser espaçadas, ocorrendo somente quando o substrato
estiver bem seco. Pode-se perceber que o momento de irrigar chegou quando o
vaso estiver mais leve, e o solo seco ao toque com a ponta do dedo. Também é
importante lembrar que a frequência das irrigações deve ser reduzida nos meses
mais frios do ano, durante o outono e inverno.
O período de floração do cacto rabo de rato costuma ser a primavera. Sendo
assim, para que este processo seja estimulado, convém fornecer uma adubação
mais rica em fósforo, a letra P do NPK. Existem formulações próprias para
estimular o surgimento de flores, à venda em lojas de jardinagem e
garden centers. Esta composição pode ser alternada com uma fórmula de
manutenção, com níveis equilibrados de nitrogênio, fósforo e potássio. No
inverno, quando o metabolismo estiver mais lento, não é necessário adubar.
A multiplicação do cacto rabo de rato é bastante tranquila, ocorrendo mais
facilmente através de estacas. Basta cortar um pedaço do caule e deixá-lo em
um local sombreado e bem arejado, durante alguns dias, até que o ferimento
seja cicatrizado. Depois disso, basta plantá-lo em um vaso separado. Para que
a planta não fique feia, deformada com o corte, convém aproveitar o momento em
que os caules mais antigos tornam-se pouco estéticos e cortá-los rente à base,
removendo-os completamente. Desta forma, a aparência da touceira é
revitalizada e os segmentos cortados podem ser utilizados para propagar a
planta.
Também existe a possibilidade de plantar o cacto rabo de rato a partir de
sementes, mas este é um processo mais delicado e demorado. Com seu aspecto
exótico e escultural, facilidade de cultivo e adaptabilidade a interiores, o
Disocactus flagelliformis é uma interessante aquisição para quem
aprecia cactos e suculentas. Trata-se de uma espécie botânica capaz de se
tornar o foco das atenções, em qualquer ambiente.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil