| Phaius tankervilleae | |
Por algum motivo que não consigo compreender, as
orquídeas terrestres
não costumam ser tão valorizadas quanto suas primas epífitas, ainda que
sejam capazes de produzir florações igualmente belas e exóticas. É o caso da
orquídea popularmente conhecida como capuz de freira,
Phaius tankervilleae, em destaque no artigo de hoje. A sépala dorsal
de suas flores costuma ser levemente curvada para frente, apresentando a
parte de trás na coloração branca, características que serviram de
inspiração para a formulação de seu apelido.
Em países de língua inglesa, a orquídea capuz de freira também é conhecida
por este motivo, sendo chamada de nun's cap orchid. Trata-se de uma
espécie de origem asiática, introduzida na Inglaterra em 1778 por John
Fothergill, médico e conhecido colecionador de plantas, naquela época. O
nome da espécie, Phaius tankervilleae, homenageia Lady Emma
Tankerville, proprietária da estufa na qual esta orquídea floresceu pela
primeira vez, em solo inglês.
A orquídea capuz de freira é originária de diversos países asiáticos, tais
como China, Japão, Indonésia, Filipinas, podendo também ser encontrada em
algumas ilhas do Pacífico. Em seu habitat natural, a espécie
Phaius tankervilleae desenvolve suas raízes apoiadas diretamente no
solo alagado de florestas úmidas, razão pela qual ela também pode ser
encontrada sob os nomes populares swamp lily ou
swamp orchid, lírio ou orquídea do pântano.
Tanto a parte vegetativa como a floração da orquídea capuz de freira
apresentam grandes proporções. Entre duas e oito folhas plissadas, em forma
de lança, emergem a partir do ápice de pseudobulbos com a aparência de um
cone. As flores surgem em grande quantidade, ao redor de uma longa
inflorescência, que pode atingir um metro de altura. Cada haste floral pode
portar de 10 a 25 flores em sua região apical.
Atualmente, existem no mercado diferentes variedades e híbridos de
Phaius tankervilleae, de modo que uma ampla paleta de cores pode ser
exibida pelas flores desta orquídea capuz de freira. As versões mais
comumente encontradas são aquelas que apresentam as flores em diferentes
tons de castanho, com o verso branco, e o labelo em magenta. Também existem
formas que apresentam pétalas e sépalas brancas, com o labelo púrpura. A
Phaius tankervilleae alba, ao contrário do que se possa imaginar, não
é completamente branca. Suas pétalas e sépalas são esverdeadas e apenas o
labelo é branco, com um sopro amarelado em sua parte interna.
A orquídea capuz de freira difere de outras espécies terrestres comumente utilizadas no paisagismo de áreas externas, como a orquídea bambu, Arundina graminifolia, e a orquídea grapete, Spathoglottis unguiculata, no sentido de apreciar um ambiente mais sombreado, não gostando muito de sol pleno, como as demais. Por este motivo, a Phaius tankervilleae torna-se uma opção ideal para ser cultivada dentro de casas e apartamentos. É importante que a orquídea fique próxima a uma janela com boa luminosidade indireta. Em áreas externas, convém protegê-la do sol direto com uma tela de sombreamento capaz de reter 70% da radiação incidente.
O único inconveniente apresentado por esta bela orquídea terrestre, em interiores, fica por conta de seu porte avantajado. Ainda assim, é sempre uma tentação preencher o ambiente com uma planta imponente, de grande apelo visual, capaz de florescer apenas com uma iluminação difusa.
Sob condições ideais de luminosidade e umidade relativa do ar, a orquídea capuz de freira costuma produzir suas inflorescências durante os meses mais quentes do ano, na primavera e verão. Ainda que cada flor dure pouco mais de uma semana, os botões florais vão desabrochando de forma sequencial, fazendo com que uma única haste permaneça florida por bastante tempo. O crescimento da Phaius tankervilleae é rápido e vigoroso, o que torna seu cultivo bastante tranquilo.
A orquídea capuz de freira difere de outras espécies terrestres comumente utilizadas no paisagismo de áreas externas, como a orquídea bambu, Arundina graminifolia, e a orquídea grapete, Spathoglottis unguiculata, no sentido de apreciar um ambiente mais sombreado, não gostando muito de sol pleno, como as demais. Por este motivo, a Phaius tankervilleae torna-se uma opção ideal para ser cultivada dentro de casas e apartamentos. É importante que a orquídea fique próxima a uma janela com boa luminosidade indireta. Em áreas externas, convém protegê-la do sol direto com uma tela de sombreamento capaz de reter 70% da radiação incidente.
O único inconveniente apresentado por esta bela orquídea terrestre, em interiores, fica por conta de seu porte avantajado. Ainda assim, é sempre uma tentação preencher o ambiente com uma planta imponente, de grande apelo visual, capaz de florescer apenas com uma iluminação difusa.
Sob condições ideais de luminosidade e umidade relativa do ar, a orquídea capuz de freira costuma produzir suas inflorescências durante os meses mais quentes do ano, na primavera e verão. Ainda que cada flor dure pouco mais de uma semana, os botões florais vão desabrochando de forma sequencial, fazendo com que uma única haste permaneça florida por bastante tempo. O crescimento da Phaius tankervilleae é rápido e vigoroso, o que torna seu cultivo bastante tranquilo.
Ainda que seja terrestre, a orquídea capuz de freira pode ser cultivada em um substrato convencional para orquídeas epífitas, composto por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. A esta mistura pode ser acrescentada uma parte de terra vegetal, em igual proporção. Como esta é uma orquídea originária de regiões pantanosas, há quem adicione musgo sphagnum ao substrato, em função de sua grande capacidade de retenção de água. O importante é que o substrato não fique muito seco ou compactado. Dentro de casas e apartamentos, onde o clima é mais seco, convém regar a orquídea com maior frequência. O solo deve ficar sempre levemente úmido, não encharcado.
Para que a orquídea capuz de freira floresça a contento, é importante reforçar a adubação com uma formulação mais rica em fósforo, a letra P do NPK. Existem fertilizantes próprios para esta finalidade, à venda em lojas de jardinagem e garden centers. Uma boa prática é alternar a administração de adubos de manutenção e floração, ambos próprios para o cultivo de orquídeas, semanalmente. Para evitar o acúmulo de sais minerais no substrato, convém utilizar metade da dose recomendada pelo fabricante. De tempos em tempos, uma rega mais generosa, com bastante água escorrendo pelos furos de drenagem, ajuda a eliminar o excesso de adubo inorgânico presente no solo.
A orquídea capuz de freira pode ser multiplicada com facilidade, através da divisão de touceiras. Outro método bastante utilizado, que costuma trazer bons resultados, é a propagação a partir de segmentos da haste floral. Após o final da floração, a haste pode ser cortada junto à base, uma vez que ela não irá florescer novamente, como costuma ocorrer com a orquídea Phalaenopsis. Após ser separada da planta, a haste floral pode ser cortada em pedaços, de modo que ao menos uma gema (protuberância chamada de nó) fique em cada segmento. Estas secções podem ser colocadas horizontalmente sobre uma bandeja com areia ou musgo sphagnum úmidos, e coberta com um filme plástico. Se tudo correr bem, as gemas irão brotar e produzir novas mudas de Phaius tankervilleae. No entanto, é importante salientar que serão necessários alguns anos de cultivo até que estas brotações atinjam a idade adulta. Por mais demorado que seja, acho uma satisfação acompanhar este processo.
Grande e vistosa, de fácil cultivo e crescimento rápido, pouco exigente quanto à luminosidade, a orquídea capuz de freira é uma escolha ideal para quem tem bastante espaço e pouco tempo para se dedicar ao cultivo de suas meninas. Tudo o que ela necessita é de um ambiente quente e úmido, que receba luz difusa o suficiente para seu bom desenvolvimento e floração. Que, quando ocorre, proporciona um espetáculo aos olhos, tornando-se o centro das atenções em qualquer ambiente.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil