| Rhipsalis cereuscula | |
Confesso que costumo me divertir com a expressão de espanto das pessoas,
quando lhes digo que esta simpática e inofensiva planta suculenta,
Rhipsalis cereuscula, apresentada na foto de abertura deste artigo, é,
na realidade, um cacto. Com efeito, seu apelido mais conhecido é cacto coral.
O universo botânico costuma nos trazer estas surpresas. O oposto também
costuma ser verdadeiro, quando diversas plantas repletas de espinhos, muito
parecidas com cactáceas, na verdade, pertencem a outras famílias botânicas.
Para simplificar, todos os cactos são plantas suculentas, mas nem todas as
suculentas são cactos.
O cacto coral pode ser considerado um primo do famoso
cacto macarrão, cujo nome científico é
Rhipsalis baccifera. Ambos pertencem ao mesmo gênero botânico e costumam ser confundidos entre
si. Há, inclusive, quem chame a espécie Rhipsalis cereuscula de cacto
macarrão, equivocadamente. No entanto, a distinção entre estes dois cactos é
bastante simples. Como o próprio nome já sugere, o cacto macarrão possui
caules mais finos, alongados e maleáveis. Esta característica faz com que a
planta adquira um aspecto pendente, bastante ornamental. O cacto coral, por
outro lado, apresenta um porte mais compacto, com caules mais curtos e
densamente ramificados, crescendo predominantemente na vertical. Por esta
razão, ele também é conhecido como a Rhipsalis ereta. Outro nome
popular curioso para o cacto coral, em países de língua inglesa, é
rice cactus, graças ao formato de grãos de arroz dos segmentos de seu
caule.
No entanto, é o seu aspecto semelhante a um coral que mais chama a atenção no
cacto Rhipsalis cereuscula. No exterior, esta planta é bastante
conhecida pelo mesmo apelido, coral cactus. Ao contrário de seus primos
cheios de espinhos, que vivem em regiões áridas, sob sol pleno, o cacto coral
apresenta um hábito epífito de vida. Isto significa que a planta está
habituada à luz filtrada que chega através das copas das árvores, em cujos
troncos esta cactácea se hospeda. Contrariando o que muitos imaginam, o cacto
coral não é um parasita. Ele apenas usa as árvores como um suporte físico para
suas raízes.
O mesmo ocorre com a famosa
flor de maio,
Schlumbergera truncata, que, surpreendentemente, também é um exemplo de cacto epífito. Nesta mesma
categoria de plantas, incluem-se o
cacto orquídea,
Epiphyllum oxypetalum, e o
cacto sianinha,
Selenicereus anthonyanus. Além, é claro, do já mencionado cacto macarrão, que é uma espécie de
Rhipsalis, assim como o cacto coral.
Sendo assim, todas estas cactáceas apresentam requerimentos culturais
semelhantes. Elas não toleram o sol pleno muito intenso e apreciam um ambiente
com bons níveis de umidade relativa do ar. As mesmas condições aplicadas ao
cultivo de orquídeas, em sua maioria, podem ser adotadas nos cuidados do cacto
coral e seus parentes.
Por ser uma planta de porte mais compacto, que ocupa pouco espaço, o cacto coral é ideal para aquelas pessoas que cultivam suas plantas dentro de casas e apartamentos. Outra grande vantagem é que, apesar de ser uma cactácea, a Rhipsalis cereuscula não necessita de muitas horas de sol direto, para que se desenvolva a contento. O cacto coral adapta-se bem ao cultivo em uma localidade próxima a uma janela bem iluminada, preferencialmente não muito distante do parapeito.
Ao contrário do que se costuma recomendar, no caso dos cactos clássicos, o solo para o cultivo do cacto coral não deve ser aquele muito arenoso, pobre em matéria orgânica. O ideal é dar preferência a um substrato mais parecido com aquele utilizado no cultivo de plantas epífitas, contendo cascas de madeira, carvão vegetal e fibra de coco. Este material pode ser misturado a uma terra vegetal bem adubada, em partes iguais. É importante que o resultado final tenha uma consistência bem aerada, que não fique demasiadamente compactada, e seja rapidamente drenável.
Apesar de seu habitat original ser composto pelas florestas tropicais das Américas Central e do Sul, ondem imperam os elevados índices de umidade relativa do ar, o cacto coral não tolera o excesso de umidade em suas raízes. Por isso, é importante controlar a frequência das regas, de modo que o substrato não fique encharcado por muito tempo. Para que isso não ocorra, é importante que o vaso tenha um bom sistema de drenagem, que pode ser conseguido com uma camada de pedrisco, brita ou argila expandida no fundo. Antes de regar, é recomendável sentir o nível de umidade do substrato, com a ponta do dedo ou um palito de madeira. As irrigações somente devem ser feitas quando o material estiver bem seco, independentemente da periodicidade.
Uma vez que o substrato para o cultivo do cacto coral já possui matéria orgânica, não é necessário aplicar fertilizantes do tipo NPK, de forma muito frequente. Caso o intuito seja fazer a planta florescer, uma formulação mais rica em fósforo, especialmente desenvolvida para estimular o desenvolvimento de flores, pode ser aplicada, de tempos em tempos. Em ambientes internos, no entanto, é mais difícil que o cacto coral floresça, dependendo dos níveis de luminosidade em seu ambiente de cultivo.
Quase sempre, é o seu porte vegetativo, que lembra um arbusto podado sob a forma de topiaria, que mais sucesso faz entre os colecionadores. Com o passar dos anos, à medida que seus caules se desenvolvem, o cacto coral pode começar a pender para os lados. Neste momento, pode-se optar por fazer uma poda, de modo a aproveitar os ramos seccionados para multiplicar a planta, ou deixar a natureza seguir seu curso. Caso o objetivo seja manter o aspecto de um arbusto ereto, é importante que o vaso seja rotacionado periodicamente, principalmente se a planta for cultivada em interiores.
A propagação do cacto coral é bastante tranquila. Qualquer segmento do caule poderá originar uma nova muda. No entanto, após o corte, é importante esperar algumas horas ou dias, até que a lesão fique bem cicatrizada, antes de se realizar o plantio. Desta forma, evitamos que fungos e bactérias, presentes na terra, ataquem a estaca, antes que ela possa desenvolver novas raízes.
Para quem tem crianças ou animais de estimação em casa, mas não abre mão de ter um cacto para chamar de seu, as espécies do gênero Rhipsalis são ótimas escolhas. Além de serem inofensivas, por não possuírem espinhos, estas cactáceas não causam toxicidade em caso de ingestão acidental. No caso do cacto coral, Rhipsalis cereuscula, particularmente, existe a vantagem adicional de seu porte compacto, que ocupa pouco espaço e demanda uma baixa manutenção.
Por ser uma planta de porte mais compacto, que ocupa pouco espaço, o cacto coral é ideal para aquelas pessoas que cultivam suas plantas dentro de casas e apartamentos. Outra grande vantagem é que, apesar de ser uma cactácea, a Rhipsalis cereuscula não necessita de muitas horas de sol direto, para que se desenvolva a contento. O cacto coral adapta-se bem ao cultivo em uma localidade próxima a uma janela bem iluminada, preferencialmente não muito distante do parapeito.
Ao contrário do que se costuma recomendar, no caso dos cactos clássicos, o solo para o cultivo do cacto coral não deve ser aquele muito arenoso, pobre em matéria orgânica. O ideal é dar preferência a um substrato mais parecido com aquele utilizado no cultivo de plantas epífitas, contendo cascas de madeira, carvão vegetal e fibra de coco. Este material pode ser misturado a uma terra vegetal bem adubada, em partes iguais. É importante que o resultado final tenha uma consistência bem aerada, que não fique demasiadamente compactada, e seja rapidamente drenável.
Apesar de seu habitat original ser composto pelas florestas tropicais das Américas Central e do Sul, ondem imperam os elevados índices de umidade relativa do ar, o cacto coral não tolera o excesso de umidade em suas raízes. Por isso, é importante controlar a frequência das regas, de modo que o substrato não fique encharcado por muito tempo. Para que isso não ocorra, é importante que o vaso tenha um bom sistema de drenagem, que pode ser conseguido com uma camada de pedrisco, brita ou argila expandida no fundo. Antes de regar, é recomendável sentir o nível de umidade do substrato, com a ponta do dedo ou um palito de madeira. As irrigações somente devem ser feitas quando o material estiver bem seco, independentemente da periodicidade.
Uma vez que o substrato para o cultivo do cacto coral já possui matéria orgânica, não é necessário aplicar fertilizantes do tipo NPK, de forma muito frequente. Caso o intuito seja fazer a planta florescer, uma formulação mais rica em fósforo, especialmente desenvolvida para estimular o desenvolvimento de flores, pode ser aplicada, de tempos em tempos. Em ambientes internos, no entanto, é mais difícil que o cacto coral floresça, dependendo dos níveis de luminosidade em seu ambiente de cultivo.
Quase sempre, é o seu porte vegetativo, que lembra um arbusto podado sob a forma de topiaria, que mais sucesso faz entre os colecionadores. Com o passar dos anos, à medida que seus caules se desenvolvem, o cacto coral pode começar a pender para os lados. Neste momento, pode-se optar por fazer uma poda, de modo a aproveitar os ramos seccionados para multiplicar a planta, ou deixar a natureza seguir seu curso. Caso o objetivo seja manter o aspecto de um arbusto ereto, é importante que o vaso seja rotacionado periodicamente, principalmente se a planta for cultivada em interiores.
A propagação do cacto coral é bastante tranquila. Qualquer segmento do caule poderá originar uma nova muda. No entanto, após o corte, é importante esperar algumas horas ou dias, até que a lesão fique bem cicatrizada, antes de se realizar o plantio. Desta forma, evitamos que fungos e bactérias, presentes na terra, ataquem a estaca, antes que ela possa desenvolver novas raízes.
Para quem tem crianças ou animais de estimação em casa, mas não abre mão de ter um cacto para chamar de seu, as espécies do gênero Rhipsalis são ótimas escolhas. Além de serem inofensivas, por não possuírem espinhos, estas cactáceas não causam toxicidade em caso de ingestão acidental. No caso do cacto coral, Rhipsalis cereuscula, particularmente, existe a vantagem adicional de seu porte compacto, que ocupa pouco espaço e demanda uma baixa manutenção.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil