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Marimo Ball - Aegagropila linnaei


Marimo Ball - Aegagropila linnaei
| Aegagropila linnaei |

Esta pequena esfera verde e felpuda talvez seja a criatura que mais se aproxime do conceito de uma planta de estimação. O marimo ball é uma colônia de algas da espécie Aegagropila linnaei, muito embora seja frequentemente confundido com uma bola de musgo. No exterior, costuma-se chamar este vegetal de marimo moss ball, erroneamente. Trata-se de uma forma rara de crescimento, em que um conjunto de algas verdes e filamentosas assume o aspecto de uma esfera aveludada. O marimo ball somente é encontrado naturalmente no fundo de poucos lagos ao redor do mundo, no Japão e Islândia, por exemplo.

A espécie botânica Aegagropila linnaei também pode ser encontrada como Cladophora aegagropila. O marimo ball foi assim nomeado pelo botânico japonês Takiya Kawakami, em 1898. O termo mari refere-se a uma bola de brinquedo, ao passo que mo é uma palavra genérica para designar plantas que crescem na água.


O cultivo do marimo ball é bastante difundido entre os aquaristas. Esta bola de alga é frequentemente utilizada para compor o paisagismo de aquários com os mais diferentes temas, incluindo aqueles que abrigam exclusivamente plantas. No entanto, não é necessário nenhum equipamento sofisticado para se manter um marimo ball vivo, dentro de casas e apartamentos. Esta talvez seja a planta de mais fácil cultivo, uma vez que sobrevive dentro de um simples copo com água limpa. O único trabalho é trocar a água, de tempos em tempos.

Marimo Ball - Aegagropila linnaei
Aegagropila linnaei

Outra característica que torna o marimo ball ideal para quem cultiva plantas em interiores é o fato de este vegetal requerer baixos níveis de luminosidade para se desenvolver. Por ser uma espécie típica de lagos do hemisfério norte, o marimo não tolera altas temperaturas e nem sol direto.

É comum observarmos pequenas bolhas de oxigênio formando-se na superfície do marimo ball. Este é um indicativo de que a colônia de algas está viva, saudável e realizando fotossíntese. O mesmo fenômeno costuma ser observado em outras plantas aquáticas, principalmente em aquários. Em inglês, o termo utilizado para este fenômeno é plant pearling, em alusão à aparência de pequenas pérolas se formando na superfície da planta.

Seu crescimento, no entanto, é extremamente lento. Estima-se que a colônia esférica aumente cerca de cinco milímetros por ano. Em seu habitat natural, o marimo ball pode atingir trinta centímetros de diâmetro. No entanto, no cultivo doméstico, o mais comum é que encontremos exemplares bem menores, com algo em torno de cinco centímetros de diâmetro. Devido a esta lenta velocidade de desenvolvimento, quanto maior a esfera de marimo, mais elevados são seus preços no mercado.


Ainda é relativamente difícil comprar o marimo ball, principalmente no Brasil. No Japão, esta pequena bola felpuda é uma febre. Por aqui, o mais comum é que encontremos o marimo em lojas que vendem material para aquarismo. Também é possível importá-lo, mas é preciso ficar atento para algumas questões. A rigor, por se tratar de um organismo vivo, é necessário ter um certificado fitossanitário para trazer um marimo ball do exterior. Esta exigência tem como objetivo prevenir a entrada de patógenos exóticos no país. Este cuidado é ainda mais importante no caso de o marimo ball ser introduzido em aquários com outros vegetais e animais, que podem ser rapidamente contaminados.

Um outro problema, em relação à importação do marimo ball, é quanto à autenticidade da bola de algas. Frequentemente, vendedores inescrupulosos enviam outras espécies de algas filamentosas, ardilosamente enoveladas em esferas artificiais, de modo a mimetizar a aparência de uma colônia de Aegagropila linnaei.

Também é importante salientar que, por se tratar de uma forma rara de crescimento, o marimo ball encontra-se sob risco de extinção, em seus habitats de origem. Sendo assim, sua coleta é proibida nos lagos em que estas estruturas ocorrem naturalmente.


Ocorre que a espécie Aegagropila linnaei também pode ser encontrada sob outras formas de crescimento, como algas filamentosas avulsas, flutuando sobre a superfície dos mesmos lagos nos quais as formas esféricas estão presentes. Também é possível coletar estas algas da superfície das rochas submersas. Sendo assim, os exemplares de marimo ball que adquirimos no mercado são cultivados a partir destes elementos mais comuns, cuja coleta é permitida. A espécie botânica é a mesma, a única diferença é que estas esferas não foram originadas em seu habitat natural.

Além do sol direto e das altas temperaturas, outro fator que pode destruir o marimo ball é o excesso de nutrientes. A adubação desta bola de algas deve ser feita com cuidado, de forma homeopática, com uma solução bastante diluída. Acredita-se que, em seu habitat de origem, o marimo esteja desaparecendo graças aos fertilizantes que são despejados nos lagos, provenientes das atividades agrícolas no entorno. Além, é claro, da coleta ilegal, uma vez que exemplares naturais, de tamanho avantajado, são bastante cobiçados pelos colecionadores.

Em resumo, tudo de que o marimo ball necessita é, literalmente, sombra e água fresca. Seu cultivo é extremamente simples, bastando algumas trocas de água durante a semana. É importante que o recipiente fique coberto, para se evitar a proliferação do mosquito da dengue. Além disso, as trocas periódicas ajudam a descartar eventuais ovos ou larvas. Também é importante lavar o recipiente de vidro com alguma frequência, já que outras espécies de algas costumam se proliferar no mesmo ambiente, competindo com o marimo ball por nutrientes.


Durante as trocas de água, é aconselhável dar uma leve espremida no marimo ball, de modo a expulsar a água antiga armazenada em seu interior, que pode acumular impurezas. Também pode-se aproveitar este momento para dar uma leve enrolada no marimo, com as palmas das mãos, para que seu formato esférico seja restabelecido. Assim que for recolocado na água, ele assumirá seu formato original. Este procedimento também ajuda a remover algumas algas que crescem sobre o marimo ball, interferindo em sua capacidade de realizar fotossíntese.

Teoricamente, pode-se propagar esta esfera de algas com facilidade. Basta dividir a bola original em pequenos pedaços. A massa inerte de algas no interior do marimo, uma vez exposta à luminosidade, entra em atividade e passa a crescer normalmente. O problema é que são necessários vários anos até que os pequenos segmentos transformem-se em novas esferas. Eu confesso que não tenho coragem de fazer isso com o meu exemplar, de modo que morrerei com apenas um marimo ball.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil