Orquídeas no Apê

Blog sobre o Cultivo de Plantas
dentro de Casas e Apartamentos

Sergio Oyama Junior


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Planta Tapete - Episcia cupreata


Episcia cupreata
| Episcia cupreata |

Não é muito comum que uma mesma planta destaque-se pela beleza de suas folhagens e florações, ao mesmo tempo. No caso da planta tapete, cujo nome científico é Episcia cupreata, esta missão é cumprida com louvor. Além de suas folhas apresentarem estampas de grande efeito ornamental, a planta tapete também é conhecida por produzir delicadas flores avermelhadas, em forma de pequenas trombetas. O mais interessante deste belíssimo conjunto botânico é que ele pode ser cultivado dentro de casas e apartamentos, em ambientes mais sombreados.

A planta tapete é típica de interiores, sendo de fácil cultivo. A espécie Episcia cupreata pertence à família botânica Gesneriaceae, a mesma da violeta africana, Saintpaulia ionantha. Embora bastante diferentes, também fazem parte desta família populares plantas ornamentais pendentes, tais como a columeia peixinho, Nematanthus wettsteinii, e columeia batom, Aeschynanthus radicans.


Devido a este parentesco da planta tapete com a violeta africana, a Episcia cupreata é conhecida no exterior como flame violet ou flame flower. Também por este motivo, aqui no Brasil, é possível encontrá-la sob a alcunha de violeta vermelha. Ainda que suas flores não surjam com a abundância apresentada pela violeta africana, a planta tapete compensa este pormenor com uma folhagem diferenciada, apresentando uma estampa que lembra vagamente aquela encontrada na planta mosaico ou fitônia, Fittonia albivenis.

No entanto, as folhas da planta tapete apresentam uma consistência mais espessa, com uma delicada penugem em sua superfície, assim como as folhas da violeta africana. Seu porte é herbáceo, prostrado, sendo que a Episcia cupreata é frequentemente utilizada no paisagismo como forração, devido a esta característica. A planta tapete é típica da América do Sul, podendo ser encontrada nativamente no Brasil. Seu habitat de origem são as florestas tropicais, onde esta planta é frequentemente vista como uma trepadeira.

No cultivo doméstico, a planta tapete é mais versátil, podendo ser cultivada no chão de jardins, em áreas mais sombreadas, como forração, ou em vasos, na decoração de interiores. Também é possível cultivar a Episcia cupreata sob a forma pendente, em vasos suspensos. Além disso, devido à sua característica de planta trepadeira, esta espécie pode formar belas composições em treliças, inclusive como parte de jardins verticais.


Outra característica interessante da planta tapete é que ela é capaz de florescer ao longo de todo o ano. Ainda que suas flores avermelhadas sejam as mais comumente encontradas no mercado, é possível termos variedades que apresentam estas delicadas flores tubulares em outras colorações, tais como branca, amarela, pink ou lavanda. É durante os meses mais quentes do ano, no verão, que o pico de floração da planta tapete costuma ocorrer.

A coloração da folhagem exuberante apresentada pela Episcia cupreata também varia bastante, de acordo com o cultivar ou híbrido. Podemos encontrar exemplares com folhas em tons metálicos, prateados ou acobreados, outras mais esverdeadas, sempre com venações contrastantes, em tons mais claros. O nome da espécie da planta tapete, cupreata, significa, justamente, da cor do cobre, cúprica, em latim.

Por ser originária de regiões de clima tropical, a planta tapete não se desenvolve bem sob temperaturas muito baixas. Além disso, como está habituada aos níveis de luminosidade filtrada pelas copas das árvores, no solo das florestas úmidas, a Episcia cupreata não tolera o sol direto sobre suas folhagens. É devido a este conjunto de características que a planta tapete adapta-se tão bem ao cultivo em interiores, onde as temperaturas são amenas e constantes, ao longo de todo o ano, e a luminosidade é indireta, geralmente filtrada por cortinas.


No entanto, quando mantida em ambientes muito sombreados, a planta tapete pode recusar-se a florescer. O ideal é que ela seja cultivada em um local próximo a uma janela com bastante luminosidade indireta. Em sacadas mais ensolaradas, pode ser necessário proteger a planta com uma tela de sombreamento ou colocá-la atrás de outras espécies mais resistentes ao sol direto. Neste tipo de ambiente, convém evitar o excesso de vento, que pode prejudicar o desenvolvimento da Episcia cupreata.

O solo ideal para o cultivo da planta tapete é o mesmo utilizado para o plantio de violetas africanas. Existem misturas prontas para esta finalidade, à venda em lojas especializadas. Alternativamente, pode-se preparar uma mistura de terra vegetal e composto orgânico, de modo que o resultado final seja bem aerado, facilmente drenável e rico em nutrientes. O vaso de plástico é o mais recomendável, já que este material possibilita a retenção da umidade no substrato por um período mais prolongado. A planta tapete aprecia um solo sempre levemente úmido, sem encharcamento.

Para tanto, é importante que o vaso tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por qualquer material particulado, como isopor, cacos de telha ou argila expandida. Sob estas condições, as regas podem ser frequentes, sem excessos. É importante que a frequência de irrigações seja reduzida durante o inverno. Também com o intuito de se evitar a umidade excessiva em torno das raízes, costuma-se aconselhar evitar o uso do pratinho sob o vaso. Assim como acontece com as regas da violeta africana, é importante evitar molhar as folhas da planta tapete, durante estes procedimentos.


Ainda que o solo de cultivo da planta tapete seja rico em matéria orgânica, pode-se complementar a adubação com uma formulação mais rica em fósforo, a letra P do NPK, com o intuito de promover a floração da Episcia cupreata. Idealmente, a aplicação deste tipo de adubo é mais eficaz no período que antecede o pico de floração da planta tapete, que costuma acontecer no verão. Durante o inverno, não há a necessidade de adubar a planta.

A propagação da planta tapete é bastante tranquila, graças à particularidade desta espécie de emitir estolões, caules aéreos modificados que produzem novas mudas em suas extremidades. Ao tocarem o solo, estas estruturas enraízam-se com facilidade e garantem a multiplicação da Episcia cupreata. No entanto, quando a planta tapete é cultivada sob a forma pendente, é comum que os cultivadores prefiram manter os estolões intactos, já que eles vão avolumando a touceira, produzindo novos estolões, sequencialmente. Quando o conjunto todo floresce, produz um espetáculo à parte. Outra forma bastante rápida e prática de se obter novas mudas da planta tapete é através da simples divisão de suas touceiras.

Outra característica interessante da planta tapete é que ela não apresenta toxicidade a crianças ou animais de estimação, caso seja inadvertidamente ingerida. Por não ser tão comum quanto a violeta africana, a Episcia cupreata é uma excelente opção para diversificar o rol de plantas ornamentais dentro de nossas casas e apartamentos. Bastante versátil, a planta tapete vai bem em vasos isolados, jardineiras, cestas suspensas, jardins verticais e, até mesmo, terrários.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil