| Dendrobium fimbriatum oculatum | |
Dentro da imensa e diversificada família das
orquídeas, o gênero
Dendrobium
é um dos mais populosos e surpreendentes. Existem representantes de todas as
cores, tamanhos e formatos. Uma subcategoria, em particular, chama a atenção
por suas florações em forma de cachos volumosos, tecnicamente chamadas de
inflorescências do tipo racemo. A espécie em destaque, no artigo de hoje, é
o Dendrobium fimbriatum. Esta é uma orquídea conhecida pelo grande
porte que seus pseudobulbos podem atingir, além, é claro, pelas suas
belíssimas flores franjeadas.
O nome desta espécie de Dendrobium, fimbriatum, é derivado da
palavra fimbria, que significa franja, em latim. A parte da flor que
apresenta esta característica é o labelo, a pétala modificada que possui a
importante função de atrair os agentes polinizadores das orquídeas. Outras
espécies que apresentam flores parecidas são o
Dendrobium chrysotoxum e Dendrobim densiflorum. Juntamente com
o
Dendrobium lindleyi
e
Dendrobium thyrsiflorum, já apresentados aqui no blog, estas espécies fazem parte da seção
Callista, dentro do gênero Dendrobium, todas portando
inflorescências semelhantes, entre si. Não por acaso, o nome deste subgrupo
de espécies é derivado da palavra grega kallistos, que significa
muito bonito.
O próprio Dendrobium fimbriatum já foi chamado de
Callista fimbriata, no passado. É importante notar que o nome da
espécie sempre apresenta uma concordância com o gênero. Como a palavra
Dendrobium é masculina, o nome da espécie acompanha,
fimbriatum. Já o termo Callista é feminino, de modo que a
espécie passa a ser fimbriata.
A espécie Dendrobium fimbriatum é originária de diversos países
localizados no continente asiático, tais como China, Índia, Tailândia e
Vietnam, entre outros. Esta é uma orquídea típica de florestas de coníferas,
geralmente localizadas em regiões de altitudes elevadas. Em seu habitat de
origem, o Dendrobium fimbriatum apresenta um modo de vida
predominantemente epífito, característico de todas as espécies do gênero. No
entanto, ao contrário de suas parentes mais conhecidas como plantas
tropicais, esta espécie aprecia climas temperados, com as estações do ano
bem definidas e temperaturas amenas.
Por esta razão, pode ser desafiador fazer o
Dendrobium fimbriatum florescer, em regiões de clima tropical,
principalmente aquelas que apresentam temperaturas elevadas associadas a
baixos níveis de umidade relativa do ar. Como todo Dendrobium, esta
orquídea costuma crescer ativamente durante os meses mais quentes do ano,
entrando em dormência durante o inverno. Ela precisa passar por um período
mais frio e seco, nesta estação, para que possa florescer adequadamente nos
meses subsequentes, durante a primavera.
Sendo assim, é importante que o cultivador doméstico, que não viva nas
localidades de origem desta orquídea, simule as condições climáticas
favoráveis à floração do Dendrobium fimbriatum, aplicando a técnica
denominada stress hídrico. Quando as temperaturas começarem a cair,
já no outono, as
regas
devem ser reduzidas e a
adubação
suspensa. Este procedimento perdura até o final do inverno. Quando os
primeiros sinais de hastes florais surgirem, no início da primavera, as
regas podem ser retomadas. Costuma-se dizer que, no caso do
Dendrobium fimbriatum, este stress hídrico não precisa ser
muito drástico. Basta que as regas sejam mais espaçadas, durante o outono e
inverno, e o fornecimento de adubo suspenso, principalmente aquele contendo
altos níveis de nitrogênio.
Caso a orquídea receba muita água, neste período crítico, o mais provável é que ela produza keikis no lugar de flores. Esta é uma palavra havaiana que significa bebê. Keikis são brotos laterais que surgem ao longo dos pseudobulbos em forma de cana, característicos do gênero Dendrobium.
Caso a orquídea receba muita água, neste período crítico, o mais provável é que ela produza keikis no lugar de flores. Esta é uma palavra havaiana que significa bebê. Keikis são brotos laterais que surgem ao longo dos pseudobulbos em forma de cana, característicos do gênero Dendrobium.
No caso do Dendrobium fimbriatum, o tamanho avantajado dos seus
pseudobulbos pode ser um empecilho para quem
cultiva orquídeas em apartamento. Quando maduras, estas estruturas podem atingir um metro e meio de altura,
formando grandes touceiras. É comum que os pseudobulbos mais antigos percam
completamente suas folhas, que vão amarelando e secando, à medida que eles
se desenvolvem. Este é um processo que antecede a floração.
Além de ocupar bastante espaço, o Dendrobium fimbriatum também necessita de bastante luz para florescer, condição que pode ser outro dificultador, principalmente para quem cuida de orquídeas em ambientes internos. O ideal é que este Dendrobium fique em uma varanda bem ensolarada ou uma cobertura. Ainda que esta espécie possa tolerar o sol pleno, o mais prudente é protegê-la do sol incidente nas horas mais quentes do dia, principalmente nos trópicos.
Sendo uma orquídea tipicamente epífita, esta espécie desenvolve-se bem quando amarrada aos troncos das árvores. Na ausência destas, o cultivador pode valer-se de pedaços de madeira, troncos cortados ou cascas de árvore, para a fixação das raízes do Dendrobium fimbriatum. No entanto, como esta orquídea cresce bastante, logo o suporte se tornará pequeno demais.
O mais prático, embora não ideal, é o cultivo desta orquídea em vasos, que podem ser de barro ou plástico. O recipiente não pode ser muito grande, já que demandará um volume maior de substrato para ser preenchido, demorando mais a secar. De modo geral, misturas próprias para o cultivo de orquídeas epífitas, tais como casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco, são suficientes para o plantio do Dendrobium fimbriatum.
É importante que o material fique bem aerado e seja rapidamente drenável. As raízes desta orquídea não podem ficar compactadas em meio ao substrato, sob o risco de apodrecerem por excesso de umidade e falta de ventilação. Para que estas estruturas não entupam os furos de drenagem do vaso, é importante que uma camada de material particulado, que pode ser brita, argila expandida, ou mesmo isopor, seja colocada no fundo do recipiente. Como o Dendrobium fimbriatum fica muito alto, é importante que ele seja fixado com o auxílio de tutores, de arame ou madeira, para que a orquídea não fique solta, balançando no vaso. Caso a planta não esteja bem firme, suas raízes não conseguirão se desenvolver, prejudicadas pelo atrito constante com o material do substrato.
Ainda que seja uma orquídea temperamental para florescer, o Dendrobium fimbriatum é bastante resistente, apresentando um crescimento acelerado. Neste sentido, ele pode ser considerado de fácil cultivo. Suas belíssimas inflorescências podem apresentar duas formas principais, a tipo, completamente alaranjada, e a oculatum, que ostenta uma mácula no centro da flor. Qualquer que seja a versão, esta é uma floração pontual, que celebra de uma forma belíssima a chegada da primavera.
Além de ocupar bastante espaço, o Dendrobium fimbriatum também necessita de bastante luz para florescer, condição que pode ser outro dificultador, principalmente para quem cuida de orquídeas em ambientes internos. O ideal é que este Dendrobium fique em uma varanda bem ensolarada ou uma cobertura. Ainda que esta espécie possa tolerar o sol pleno, o mais prudente é protegê-la do sol incidente nas horas mais quentes do dia, principalmente nos trópicos.
Sendo uma orquídea tipicamente epífita, esta espécie desenvolve-se bem quando amarrada aos troncos das árvores. Na ausência destas, o cultivador pode valer-se de pedaços de madeira, troncos cortados ou cascas de árvore, para a fixação das raízes do Dendrobium fimbriatum. No entanto, como esta orquídea cresce bastante, logo o suporte se tornará pequeno demais.
O mais prático, embora não ideal, é o cultivo desta orquídea em vasos, que podem ser de barro ou plástico. O recipiente não pode ser muito grande, já que demandará um volume maior de substrato para ser preenchido, demorando mais a secar. De modo geral, misturas próprias para o cultivo de orquídeas epífitas, tais como casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco, são suficientes para o plantio do Dendrobium fimbriatum.
É importante que o material fique bem aerado e seja rapidamente drenável. As raízes desta orquídea não podem ficar compactadas em meio ao substrato, sob o risco de apodrecerem por excesso de umidade e falta de ventilação. Para que estas estruturas não entupam os furos de drenagem do vaso, é importante que uma camada de material particulado, que pode ser brita, argila expandida, ou mesmo isopor, seja colocada no fundo do recipiente. Como o Dendrobium fimbriatum fica muito alto, é importante que ele seja fixado com o auxílio de tutores, de arame ou madeira, para que a orquídea não fique solta, balançando no vaso. Caso a planta não esteja bem firme, suas raízes não conseguirão se desenvolver, prejudicadas pelo atrito constante com o material do substrato.
Ainda que seja uma orquídea temperamental para florescer, o Dendrobium fimbriatum é bastante resistente, apresentando um crescimento acelerado. Neste sentido, ele pode ser considerado de fácil cultivo. Suas belíssimas inflorescências podem apresentar duas formas principais, a tipo, completamente alaranjada, e a oculatum, que ostenta uma mácula no centro da flor. Qualquer que seja a versão, esta é uma floração pontual, que celebra de uma forma belíssima a chegada da primavera.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil