| Cereus peruvianus tortuosus | |
Ao contrário do que muitos costumam imaginar, não existem diferentes
espécies botânicas para todos os cactos de formato exótico, encontrados na
natureza. Em sua grande maioria, tratam-se de diferentes variedades que uma
mesma espécie pode assumir, a partir de uma forma anômala de crescimento. É
o caso do cacto parafuso, que nada mais é do que uma variação da espécie
Cereus repandus, popularmente conhecida como cacto do Peru. Neste
caso, a forma é denominada tortuosa. Sendo assim, a designação científica do
cacto parafuso é Cereus peruvianus tortuosus.
Um outro mutante, da mesma espécie de cactácea,
Cereus peruvianus monstruosus, é conhecido por suas formas exóticas e
esculturais, completamente diferentes daquela apresentada pela versão do
cacto parafuso. A forma monstruosa do Cereus peruvianus é
popularmente conhecida como
cacto monstro
ou tocha peruana. Aqui no blog, já apresentamos as formas monstruosas de
duas opúncias bastante presentes nas coleções,
Opuntia monacantha
e
Opuntia subulata. Outra planta bastante popular e apreciada pelos colecionadores, cujo
apelido é cacto
castelo de fada, constitui-se em uma versão monstruosa da espécie
Acanthocereus tetragonus.
Outro exemplo de forma monstruosa, bastante famosa, é apresentado pelo
cacto cérebro, que corresponde a uma mutação da espécie
Mammillaria elongata. Em sua versão original, esta planta é conhecida como cacto
dedo de dama.
O cacto parafuso apresenta um aspecto predominantemente colunar, assim como
o
cacto azul,
Pilosocereus pachycladus, e o
cacto cabeça de velho,
Cephalocereus senilis. O curioso é que, no caso do Cereus peruvianus tortuosus, a espiral
pode se desenvolver no sentido horário ou anti-horário, havendo, inclusive,
registros de ambos os padrões de crescimento, em uma mesma planta. Esta
situação é possível porque, a partir da coluna principal, o cacto parafuso
pode emitir diversas outras hastes laterais, a partir da base, formando uma
grande touceira, com o aspecto de candelabro.
Ainda que o nome científico Cereus peruvianus tortuosus seja o mais
utilizado, o cacto parafuso também pode ser encontrado sob a denominação
botânica Cereus forbesii spiralis. Trata-se de uma espécie típica da
América do Sul, estando no Peru a sua mais provável localidade de origem. No
exterior, esta cactácea é conhecida como screw cactus, que tem o
mesmo significado do apelido brasileiro. Também há quem conheça o cacto
parafuso como the spiral cereus.
Muito embora o cacto parafuso desenvolva-se melhor em áreas externas, sob sol pleno, tem sido cada vez mais frequente a sua utilização na decoração de interiores, principalmente em ambientes com bastante luminosidade. Com a moda das urban jungles, florestas urbanas, frequentemente retratadas nas redes sociais, principalmente no Instagram, é cada vez mais comum encontrarmos imensos exemplares de cactos parafuso ornamentando elegantes salas de estar, em meio a uma densa vegetação.
Neste tipo de ambiente, é importante que o cacto parafuso receba o maior número possível de horas de sol por dia. Também é fundamental girar o vaso periodicamente, para que o cacto não cresça torto, em direção a uma única fonte de luz. Os exemplares mais jovens são mais tolerantes aos ambientes internos, desenvolvendo-se bem em uma situação de meia-sombra. Já as formas mais maduras do Cereus peruvianus tortuosus, que podem ultrapassar os cinco metros de altura, na natureza, precisam de um ambiente sob sol pleno, para seu crescimento apropriado.
O cacto parafuso é uma espécie bastante resistente, de fácil cultivo e crescimento acelerado No entanto, obviamente, ele não é tolerante a baixas temperaturas, principalmente geadas. Existe um grande risco de que o cacto parafuso sofra um ataque de fungos ou bactérias, durante os meses mais frios do ano, caso a frequência das regas não seja diminuída, de forma consistente. Durante este período, as adubações podem ser suspensas.
No restante do ano, as regas devem ser espaçadas, de modo a garantirem que o solo seque completamente, entre uma irrigação e outra. Quanto maior for o vaso, maior será o intervalo de tempo entre as regas, já que o solo irá demorar mais para secar.
O desenvolvimento e crescimento do cacto parafuso se dá de forma proporcional ao espaço disponível para o crescimento das raízes. Portanto, quando cultivado em vasos, o Cereus peruvianus tortuosus precisa ser replantado periodicamente, passando para recipientes cada vez maiores, de modo que seu desenvolvimento não seja limitado pelo tamanho do vaso.
A clássica mistura de terra vegetal e areia grossa é ideal para o cultivo do cacto parafuso. Também podem ser utilizados substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas especializadas e garden centers. É importante que o vaso tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por qualquer material particulado, como argila expandida, cacos de telha ou pedrisco. Por cima desta camada, uma manta geotêxtil pode ser posicionada, de modo a segurar o substrato arenoso, que vai ser colocado por cima, impedindo que ele escoa durante as regas. Este procedimento também evita que as raízes do cacto parafuso entupam os furos de drenagem do vaso.
A floração do cacto parafuso é um espetáculo à parte. Ela costuma ocorrer durante os meses da primavera e verão. Como acontece com grande parte das cactáceas, as flores do Cereus peruvianus tortuosus desabrocham durante a noite, apresentando belíssimas pétalas e sépalas em tons de branco e púrpura. São estruturas grandes e chamativas, destinadas à atração dos seus polinizadores, geralmente insetos de hábitos noturnos. No entanto, para que este fenômeno de floração ocorra, é necessário que o cacto parafuso seja cultivado em um ambiente com bastante luz solar direta. Dentro de casas e apartamentos, é mais difícil presenciarmos o surgimento de flores, neste tipo de planta.
Além do aumento da luminosidade, para que a floração do cacto parafuso seja estimulada, podemos adicionar um adubo mais rico em fósforo, a letra P do NPK, no início da primavera. Caso as flores sejam polinizadas, haverá a formação de um fruto de coloração avermelhada, que se assemelha à maçã. Por este motivo, o Cereus peruvianus também é conhecido como peruvian apple cactus.
Confesso que este cacto parafuso é meu sonho de consumo, desde que passei a me interessar mais por suculentas, de um modo geral. No entanto, tenho tido dificuldade para encontrá-lo à venda, nos garden centers que costumo frequentar. Esta é uma planta que pode ser multiplicada a partir de cortes de suas hastes laterais, mas eu duvido muito que alguém tenha a coragem de efetuar tal procedimento, dada a beleza e exotismo desta planta tão especial.
Muito embora o cacto parafuso desenvolva-se melhor em áreas externas, sob sol pleno, tem sido cada vez mais frequente a sua utilização na decoração de interiores, principalmente em ambientes com bastante luminosidade. Com a moda das urban jungles, florestas urbanas, frequentemente retratadas nas redes sociais, principalmente no Instagram, é cada vez mais comum encontrarmos imensos exemplares de cactos parafuso ornamentando elegantes salas de estar, em meio a uma densa vegetação.
Neste tipo de ambiente, é importante que o cacto parafuso receba o maior número possível de horas de sol por dia. Também é fundamental girar o vaso periodicamente, para que o cacto não cresça torto, em direção a uma única fonte de luz. Os exemplares mais jovens são mais tolerantes aos ambientes internos, desenvolvendo-se bem em uma situação de meia-sombra. Já as formas mais maduras do Cereus peruvianus tortuosus, que podem ultrapassar os cinco metros de altura, na natureza, precisam de um ambiente sob sol pleno, para seu crescimento apropriado.
O cacto parafuso é uma espécie bastante resistente, de fácil cultivo e crescimento acelerado No entanto, obviamente, ele não é tolerante a baixas temperaturas, principalmente geadas. Existe um grande risco de que o cacto parafuso sofra um ataque de fungos ou bactérias, durante os meses mais frios do ano, caso a frequência das regas não seja diminuída, de forma consistente. Durante este período, as adubações podem ser suspensas.
No restante do ano, as regas devem ser espaçadas, de modo a garantirem que o solo seque completamente, entre uma irrigação e outra. Quanto maior for o vaso, maior será o intervalo de tempo entre as regas, já que o solo irá demorar mais para secar.
O desenvolvimento e crescimento do cacto parafuso se dá de forma proporcional ao espaço disponível para o crescimento das raízes. Portanto, quando cultivado em vasos, o Cereus peruvianus tortuosus precisa ser replantado periodicamente, passando para recipientes cada vez maiores, de modo que seu desenvolvimento não seja limitado pelo tamanho do vaso.
A clássica mistura de terra vegetal e areia grossa é ideal para o cultivo do cacto parafuso. Também podem ser utilizados substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas especializadas e garden centers. É importante que o vaso tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por qualquer material particulado, como argila expandida, cacos de telha ou pedrisco. Por cima desta camada, uma manta geotêxtil pode ser posicionada, de modo a segurar o substrato arenoso, que vai ser colocado por cima, impedindo que ele escoa durante as regas. Este procedimento também evita que as raízes do cacto parafuso entupam os furos de drenagem do vaso.
A floração do cacto parafuso é um espetáculo à parte. Ela costuma ocorrer durante os meses da primavera e verão. Como acontece com grande parte das cactáceas, as flores do Cereus peruvianus tortuosus desabrocham durante a noite, apresentando belíssimas pétalas e sépalas em tons de branco e púrpura. São estruturas grandes e chamativas, destinadas à atração dos seus polinizadores, geralmente insetos de hábitos noturnos. No entanto, para que este fenômeno de floração ocorra, é necessário que o cacto parafuso seja cultivado em um ambiente com bastante luz solar direta. Dentro de casas e apartamentos, é mais difícil presenciarmos o surgimento de flores, neste tipo de planta.
Além do aumento da luminosidade, para que a floração do cacto parafuso seja estimulada, podemos adicionar um adubo mais rico em fósforo, a letra P do NPK, no início da primavera. Caso as flores sejam polinizadas, haverá a formação de um fruto de coloração avermelhada, que se assemelha à maçã. Por este motivo, o Cereus peruvianus também é conhecido como peruvian apple cactus.
Confesso que este cacto parafuso é meu sonho de consumo, desde que passei a me interessar mais por suculentas, de um modo geral. No entanto, tenho tido dificuldade para encontrá-lo à venda, nos garden centers que costumo frequentar. Esta é uma planta que pode ser multiplicada a partir de cortes de suas hastes laterais, mas eu duvido muito que alguém tenha a coragem de efetuar tal procedimento, dada a beleza e exotismo desta planta tão especial.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil