| Senecio serpens | |
Sendo o azul uma cor mais rara de ser observada nos seres vivos, é
impressionante a diversidade de plantas
suculentas
capazes de ostentar este matiz em suas estruturas. Recentemente, destacamos
o
cacto azul, em um artigo, aqui no blog. Hoje, apresentamos o senécio azul, cujo nome
científico é Senecio serpens, uma belíssima suculenta azulada,
bastante apreciada pelos colecionadores. Devido ao aspecto fosco de suas
folhas alongadas e cilíndricas, este senécio é conhecido como
blue chalk sticks, bastões de giz azuis, nos países de língua
inglesa.
O senécio azul pertence à família botânica Asteraceae, a mesma de
plantas suculentas famosas, tais como o
colar de pérolas,
Senecio rowleyanus, e
colar de rubi,
Othonna capensis. Aqui no blog, também já apresentamos o
Senecio barbertonicus
e
Senecio crassissimus, ambos pertencentes ao mesmo gênero do Senecio serpens.
Esta espécie costuma ser confundida com o Senecio mandraliscae,
também conhecido como Senecio talinoides, que apresenta uma
coloração igualmente azulada, podendo receber os mesmos apelidos, tais como
senécio azul ou blue chalk sticks. Como um diferencial, o
Senecio serpens apresenta folhas menores e um crescimento menos
vigoroso.
Além de serem parecidas, estas espécies de senécio azul são originárias da
mesma região, ao sul do continente africano. O
Senecio serpens apresenta o porte de um pequeno arbusto, com
ramificações, sendo frequentemente utilizado como forração, em jardins
rochosos, de inspiração desértica.
O aspecto roliço e empoeirado das folhas suculentas do senécio azul é
resultado da deposição de uma camada de pruína sobre estas estruturas,
substância cerosa com a aparência de um fino pó translúcido. Quando
removido, este material revela uma superfície mais brilhante e esverdeada.
Como a pruína retirada não é reposta pelo senécio azul, é sempre bom
manipular a planta com cuidado, para que sua aparência fosca e azulada não
seja prejudicada.
Por ser uma suculenta que aprecia bastante luminosidade, o
Senecio serpens costuma ser cultivado em áreas externas. Esta é uma
planta que se desenvolve melhor sob sol pleno, condição que lhe confere um
colorido extra, com as pontas das folhas azuladas adquirindo uma nuance
púrpura.
Muito embora possa florescer, o senécio azul costuma ser mais cultivado em razão do belo colorido de sua parte vegetativa. As flores desta suculenta são bem pequenas e discretas, na coloração creme, surgindo predominantemente durante o verão. Muitos cultivadores cortam as hastes florais, tão logo elas comecem a despontar, com o intuito de priorizar o desenvolvimento das folhas do senécio azul. Durante a floração, é comum observarmos um estiolamento da planta, que se torna menos compacta.
Outro fator que pode levar a um crescimento acelerado do senécio azul, fazendo com que a planta fique mais frágil, fina e comprida, é a falta de luminosidade. O Senecio serpens não é a espécie mais indicada para ser cultivada dentro de casas e apartamentos, por necessitar de uma luminosidade intensa, com sol direto, para adquirir uma boa aparência.
Ainda assim, é possível cultivar o senécio azul em apartamentos, desde que ele seja mantido em coberturas e varandas ensolaradas. As jardineiras na parte externa das janelas, que recebem sol pleno, também são bons locais de cultivo para o Senecio serpens. Dentro de casas e apartamentos, é importante que o vaso fique bem próximo a uma janela que receba o maior número possível de horas de sol direto por dia.
Caso a suculenta senécio azul fique muito pescoçuda, é possível consertar sua aparência, através da realização de uma poda drástica, popularmente conhecida como decapitação. Para tanto, basta cortar a porção superior da planta, de modo a encurtar seu caule. As folhas próximas à base podem ser retiradas. É importante que este segmento fique descansando, por algumas horas ou dias, em um local sombreado e ventilado, para que o corte seja cicatrizado. Depois disso, ele pode ser plantado separadamente, gerando uma nova planta, mais compacta.
O segmento remanescente, no vaso, continuará seu desenvolvimento normal, produzindo novas mudas de suculentas. Esta é a forma mais rápida e tranquila de se fazer a multiplicação do senécio azul. Trata-se de uma espécie que não costuma ser propagada através de suas folhas, colocadas em um berçário de suculentas, como geralmente é feito com as rosas de pedra, por exemplo.
Os demais cuidados com o senécio azul são semelhantes aos adotados no cultivo de suculentas, de modo geral. O solo ideal é aquele mais arenoso, semelhante ao encontrado no habitat de origem do Senecio serpens. Uma mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais, é adequada para o cultivo desta suculenta. É importante que a areia seja de construção, uma vez que a areia da praia apresenta uma salinidade elevada, que é prejudicial ao desenvolvimento da planta. Para quem gosta de praticidade, basta comprar um substrato próprio para o cultivo de suculentas, à venda em lojas de jardinagem e garden centers.
O senécio azul está habituado à vida sobre solos pobres em matéria orgânica, de modo que não é necessário acrescentar elementos como esterco curtido ou húmus de minhoca ao substrato. Neste sentido, a adubação é bastante básica, apenas de manutenção, contendo níveis equilibrados de NPK. Aqui no apartamento, faço aplicações semanais, com metade da dose recomendada pelo fabricante, para evitar o acúmulo de sais minerais no substrato.
É importante ter em mente que, ao contrário da maioria das suculentas, o senécio azul apresenta um crescimento mais intenso durante os meses mais frios do ano, tornando-se dormente durante o verão.
O vaso para o cultivo do Senecio serpens pode ser de plástico ou de barro, desde que tenha furos no fundo. A frequência das regas deve ser bem espaçada e ajustada de acordo com o material escolhido para o vaso. Recipientes de terracota permitem que o solo seque mais rapidamente. Já os vasos de plástico tendem a reter a umidade por mais tempo, de modo que as regas devem ser reduzidas, nestas condições.
Independentemente da periodicidade, devemos regar somente quando o solo estiver completamente seco. A verificação é muito simples, com a ponta do dedo. Se o material estiver úmido, a rega deve ser adiada para uma outra ocasião. Eu costumo decidir quando é hora de regar através do peso do vaso e a aparência do substrato. Quanto mais leve estiver o vaso, e quando mais clara estiver a terra, maiores são os indícios de que o solo em seu interior já secou o suficiente.
Para quem não resiste a uma coleção de suculentas coloridas, o Senecio serpens é uma aquisição valiosíssima. Dentre as espécies popularmente chamadas de senécio azul, esta é a de maior efeito ornamental. Além disso, é compacta, podendo ser cultivada em qualquer local, desde que haja bastante luminosidade.
Muito embora possa florescer, o senécio azul costuma ser mais cultivado em razão do belo colorido de sua parte vegetativa. As flores desta suculenta são bem pequenas e discretas, na coloração creme, surgindo predominantemente durante o verão. Muitos cultivadores cortam as hastes florais, tão logo elas comecem a despontar, com o intuito de priorizar o desenvolvimento das folhas do senécio azul. Durante a floração, é comum observarmos um estiolamento da planta, que se torna menos compacta.
Outro fator que pode levar a um crescimento acelerado do senécio azul, fazendo com que a planta fique mais frágil, fina e comprida, é a falta de luminosidade. O Senecio serpens não é a espécie mais indicada para ser cultivada dentro de casas e apartamentos, por necessitar de uma luminosidade intensa, com sol direto, para adquirir uma boa aparência.
Ainda assim, é possível cultivar o senécio azul em apartamentos, desde que ele seja mantido em coberturas e varandas ensolaradas. As jardineiras na parte externa das janelas, que recebem sol pleno, também são bons locais de cultivo para o Senecio serpens. Dentro de casas e apartamentos, é importante que o vaso fique bem próximo a uma janela que receba o maior número possível de horas de sol direto por dia.
Caso a suculenta senécio azul fique muito pescoçuda, é possível consertar sua aparência, através da realização de uma poda drástica, popularmente conhecida como decapitação. Para tanto, basta cortar a porção superior da planta, de modo a encurtar seu caule. As folhas próximas à base podem ser retiradas. É importante que este segmento fique descansando, por algumas horas ou dias, em um local sombreado e ventilado, para que o corte seja cicatrizado. Depois disso, ele pode ser plantado separadamente, gerando uma nova planta, mais compacta.
O segmento remanescente, no vaso, continuará seu desenvolvimento normal, produzindo novas mudas de suculentas. Esta é a forma mais rápida e tranquila de se fazer a multiplicação do senécio azul. Trata-se de uma espécie que não costuma ser propagada através de suas folhas, colocadas em um berçário de suculentas, como geralmente é feito com as rosas de pedra, por exemplo.
Os demais cuidados com o senécio azul são semelhantes aos adotados no cultivo de suculentas, de modo geral. O solo ideal é aquele mais arenoso, semelhante ao encontrado no habitat de origem do Senecio serpens. Uma mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais, é adequada para o cultivo desta suculenta. É importante que a areia seja de construção, uma vez que a areia da praia apresenta uma salinidade elevada, que é prejudicial ao desenvolvimento da planta. Para quem gosta de praticidade, basta comprar um substrato próprio para o cultivo de suculentas, à venda em lojas de jardinagem e garden centers.
O senécio azul está habituado à vida sobre solos pobres em matéria orgânica, de modo que não é necessário acrescentar elementos como esterco curtido ou húmus de minhoca ao substrato. Neste sentido, a adubação é bastante básica, apenas de manutenção, contendo níveis equilibrados de NPK. Aqui no apartamento, faço aplicações semanais, com metade da dose recomendada pelo fabricante, para evitar o acúmulo de sais minerais no substrato.
É importante ter em mente que, ao contrário da maioria das suculentas, o senécio azul apresenta um crescimento mais intenso durante os meses mais frios do ano, tornando-se dormente durante o verão.
O vaso para o cultivo do Senecio serpens pode ser de plástico ou de barro, desde que tenha furos no fundo. A frequência das regas deve ser bem espaçada e ajustada de acordo com o material escolhido para o vaso. Recipientes de terracota permitem que o solo seque mais rapidamente. Já os vasos de plástico tendem a reter a umidade por mais tempo, de modo que as regas devem ser reduzidas, nestas condições.
Independentemente da periodicidade, devemos regar somente quando o solo estiver completamente seco. A verificação é muito simples, com a ponta do dedo. Se o material estiver úmido, a rega deve ser adiada para uma outra ocasião. Eu costumo decidir quando é hora de regar através do peso do vaso e a aparência do substrato. Quanto mais leve estiver o vaso, e quando mais clara estiver a terra, maiores são os indícios de que o solo em seu interior já secou o suficiente.
Para quem não resiste a uma coleção de suculentas coloridas, o Senecio serpens é uma aquisição valiosíssima. Dentre as espécies popularmente chamadas de senécio azul, esta é a de maior efeito ornamental. Além disso, é compacta, podendo ser cultivada em qualquer local, desde que haja bastante luminosidade.
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Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil