| Kalanchoe luciae | |
Dentre os
cactos
e
suculentas
com a palavra orelha no nome, que já passaram aqui pelo blog, a espécie
botânica Kalanchoe luciae, popularmente conhecida como suculenta
orelha de elefante, muito provavelmente é a mais famosa. Seguramente, é a
planta de maior porte, fazendo jus ao apelido. Suas folhas imbricadas, de
aspecto fosco, empoeirado, apresentam uma belíssima gama de colorações,
incluindo o verde e azulado, que se mesclam a diversos tons amarelos,
alaranjados, e culminam em bordas tingidas de púrpura.
Além da orelha de elefante, constam da nossa seleção de plantas suculentas orelhudas várias espécies de formas curiosas, tais como a popular orelha de Shrek, que é uma variedade mutante da espécie Crassula ovata, a exótica suculenta orelha de gato, com o aspecto de pelúcia, Kalanchoe tomentosa, e o famoso cacto orelha de Mickey, da espécie Opuntia microdasys.
O gênero botânico Kalanchoe, do qual a suculenta orelha de elefante faz parte, pertence à rica e diversificada família Crassulaceae, mundialmente conhecida e apreciada por seus representantes frequentemente colecionados como plantas ornamentais. Aqui no blog, já apresentamos a exuberante e florífera Kalanchoe blossfeldiana, conhecida como flor da fortuna, a resistente e versátil Kalanchoe marnieriana, além do aranto, famoso por suas alegadas propriedades medicinais, cujo nome científico é Kalanchoe daigremontiana, espécie também conhecida como mãe de mil ou mãe de milhares.
Existe uma certa confusão quanto ao nome científico da orelha de elefante. Muito embora seja comum encontrarmos citações que mencionam a espécie Kalanchoe thyrsiflora, os especialistas costumam utilizar a nomenclatura Kalanchoe luciae com mais frequência, quando se referem à suculenta orelha de elefante.
Trata-se de uma espécie nativa de países do continente africano, tais como Moçambique, Zimbábue e África do Sul. No exterior, a suculenta orelha de elefante é conhecida como paddle plant, em função do formato de suas folhas, que lembram as pás dos remos. Também é comum encontrarmos menções que utilizam os termos flapjack ou pancake, em referência ao formato de panqueca das folhas da orelha de elefante.
Embora estas estruturas arredondadas arranjem-se em forma de roseta, elas não adquirem o tradicional aspecto de rosas de pedra, característico de suculentas pertencentes ao gênero Echeveria, entre outros.
Quanto mais luminosidade puder ser fornecida à suculenta orelha de elefante, mais coloridas ficarão suas folhas. Particularmente, as bordas apresentarão uma intensa coloração avermelhada, extremamente ornamental. Infelizmente, a orelha de elefante não é a espécie mais apropriada para ser cultivada dentro de casas e apartamentos, por necessitar de bastante luz, preferencialmente sol pleno. Ainda assim, a Kalanchoe luciae pode ser mantida em varandas bem ensolaradas, coberturas ou floreiras localizadas na parte externa das janelas. Se não houver outra alternativa, em interiores, é importante que a orelha de elefante fiquem bem próxima a uma janela ensolarada, preferencialmente face norte, capaz de receber algumas horas de sol direto por dia.
Em ambientes muito sombreados, a suculenta orelha de elefante tende a ficar estiolada rapidamente. Isto significa que seus caules começam a se tornar mais finos e compridos, em busca de mais luminosidade. Além disso, sob estas condições não ideais, a Kalanchoe lucie tenderá a ficar menos colorida, adquirindo um aspecto predominantemente verde.
Além da questão estética, a luminosidade desempenha um papel importante na floração da suculenta orelha de elefante, que costuma ocorrer no período entre o final do inverno e o início da primavera, sob a forma de longas inflorescências repletas de pequenas flores amareladas, em forma de estrela. Infelizmente, a espécie Kalanchoe luciae é monocárpica, o que significa que a planta morre após o término da floração. Este é um fenômeno comum, ocorrendo em diferentes espécies e gêneros de plantas suculentas. Por este motivo, não é raro que os cultivadores evitem que suas suculentas floresçam, para prolongar seu tempo de vida e valorizar seu aspecto vegetativo.
A suculenta orelha de elefante pode ser multiplicada através de folhas destacadas da planta mãe. Quando colocadas em um berçário de suculentas, estas estruturas irão produzir raízes, a partir de suas extremidades, podendo gerar novas mudas, no decorrer dos próximos anos. No entanto, este é um processo bastante demorado e incerto. Nem sempre as folhas conseguirão produzir novas plantas. A propagação da orelha de elefante através de sementes também é um processo bastante difícil e demorado. O método mais tranquilo de se multiplicar a Kalanchoe luciae é através da separação de brotos laterais, que são formados a partir da base da planta mãe.
O cultivo da orelha de elefante é bastante tranquilo, uma vez que esta é uma suculenta resistente e de crescimento vigoroso. Ela se desenvolve melhor em áreas externas, sob sol pleno, em jardins rochosos de inspiração desértica. Quanto mais quente e seco for o clima, melhor será seu desenvolvimento. Devido à sua origem africana, a suculenta orelha de elefante não se dá bem com temperaturas muito baixas ou geadas.
O excesso de água no solo também deve ser evitado. As regas precisam ser espaçadas, ocorrendo somente quando a terra estiver bem seca. O ideal é utilizar um solo mais arenoso, próprio para o cultivo de cactos e suculentas. Caso a orelha de elefante seja plantada em vaso, é importante que ele tenha furos no fundo e uma boa camada de drenagem, composta por qualquer material particulado, que pode ser obtido com cacos de telha, argila expandida ou brita.
Um fato interessante é que a suculenta orelha de elefante tende a ficar mais colorida, com as folhas mais avermelhadas, quando a planta é submetida a um inverno mais rigoroso. Além disso, como já foi mencionado, o sol pleno é um fator decisivo para que esta suculenta exiba a sua melhor versão, em termos de colorido.
Por esta razão, nem sempre é possível ter belas suculentas orelha de elefante em interiores. Para estes locais, existem excelentes opções de suculentas de sombra, incluindo algumas espécies de Kalanchoe, que podem se adaptar à vida em ambientes com menos luminosidade. Uma espécie que lembra uma orelha de elefante em miniatura, e que vive bem dentro de casas e apartamentos, é a Kalanchoe marnieriana. No entanto, sempre que possível, vale a pena ter um exemplar de Kalanchoe luciae na coleção, em função de seu porte avantajado e sua incrível aparência exótica, de um colorido bastante diversificado, além da resistência e facilidade de manutenção. Dentre as orelhudas, a suculenta orelha de elefante é a que tem maior apelo paisagístico, sendo bastante ornamental em qualquer área externa ensolarada.
Além da orelha de elefante, constam da nossa seleção de plantas suculentas orelhudas várias espécies de formas curiosas, tais como a popular orelha de Shrek, que é uma variedade mutante da espécie Crassula ovata, a exótica suculenta orelha de gato, com o aspecto de pelúcia, Kalanchoe tomentosa, e o famoso cacto orelha de Mickey, da espécie Opuntia microdasys.
O gênero botânico Kalanchoe, do qual a suculenta orelha de elefante faz parte, pertence à rica e diversificada família Crassulaceae, mundialmente conhecida e apreciada por seus representantes frequentemente colecionados como plantas ornamentais. Aqui no blog, já apresentamos a exuberante e florífera Kalanchoe blossfeldiana, conhecida como flor da fortuna, a resistente e versátil Kalanchoe marnieriana, além do aranto, famoso por suas alegadas propriedades medicinais, cujo nome científico é Kalanchoe daigremontiana, espécie também conhecida como mãe de mil ou mãe de milhares.
Existe uma certa confusão quanto ao nome científico da orelha de elefante. Muito embora seja comum encontrarmos citações que mencionam a espécie Kalanchoe thyrsiflora, os especialistas costumam utilizar a nomenclatura Kalanchoe luciae com mais frequência, quando se referem à suculenta orelha de elefante.
Trata-se de uma espécie nativa de países do continente africano, tais como Moçambique, Zimbábue e África do Sul. No exterior, a suculenta orelha de elefante é conhecida como paddle plant, em função do formato de suas folhas, que lembram as pás dos remos. Também é comum encontrarmos menções que utilizam os termos flapjack ou pancake, em referência ao formato de panqueca das folhas da orelha de elefante.
Embora estas estruturas arredondadas arranjem-se em forma de roseta, elas não adquirem o tradicional aspecto de rosas de pedra, característico de suculentas pertencentes ao gênero Echeveria, entre outros.
Quanto mais luminosidade puder ser fornecida à suculenta orelha de elefante, mais coloridas ficarão suas folhas. Particularmente, as bordas apresentarão uma intensa coloração avermelhada, extremamente ornamental. Infelizmente, a orelha de elefante não é a espécie mais apropriada para ser cultivada dentro de casas e apartamentos, por necessitar de bastante luz, preferencialmente sol pleno. Ainda assim, a Kalanchoe luciae pode ser mantida em varandas bem ensolaradas, coberturas ou floreiras localizadas na parte externa das janelas. Se não houver outra alternativa, em interiores, é importante que a orelha de elefante fiquem bem próxima a uma janela ensolarada, preferencialmente face norte, capaz de receber algumas horas de sol direto por dia.
Em ambientes muito sombreados, a suculenta orelha de elefante tende a ficar estiolada rapidamente. Isto significa que seus caules começam a se tornar mais finos e compridos, em busca de mais luminosidade. Além disso, sob estas condições não ideais, a Kalanchoe lucie tenderá a ficar menos colorida, adquirindo um aspecto predominantemente verde.
Além da questão estética, a luminosidade desempenha um papel importante na floração da suculenta orelha de elefante, que costuma ocorrer no período entre o final do inverno e o início da primavera, sob a forma de longas inflorescências repletas de pequenas flores amareladas, em forma de estrela. Infelizmente, a espécie Kalanchoe luciae é monocárpica, o que significa que a planta morre após o término da floração. Este é um fenômeno comum, ocorrendo em diferentes espécies e gêneros de plantas suculentas. Por este motivo, não é raro que os cultivadores evitem que suas suculentas floresçam, para prolongar seu tempo de vida e valorizar seu aspecto vegetativo.
A suculenta orelha de elefante pode ser multiplicada através de folhas destacadas da planta mãe. Quando colocadas em um berçário de suculentas, estas estruturas irão produzir raízes, a partir de suas extremidades, podendo gerar novas mudas, no decorrer dos próximos anos. No entanto, este é um processo bastante demorado e incerto. Nem sempre as folhas conseguirão produzir novas plantas. A propagação da orelha de elefante através de sementes também é um processo bastante difícil e demorado. O método mais tranquilo de se multiplicar a Kalanchoe luciae é através da separação de brotos laterais, que são formados a partir da base da planta mãe.
O cultivo da orelha de elefante é bastante tranquilo, uma vez que esta é uma suculenta resistente e de crescimento vigoroso. Ela se desenvolve melhor em áreas externas, sob sol pleno, em jardins rochosos de inspiração desértica. Quanto mais quente e seco for o clima, melhor será seu desenvolvimento. Devido à sua origem africana, a suculenta orelha de elefante não se dá bem com temperaturas muito baixas ou geadas.
O excesso de água no solo também deve ser evitado. As regas precisam ser espaçadas, ocorrendo somente quando a terra estiver bem seca. O ideal é utilizar um solo mais arenoso, próprio para o cultivo de cactos e suculentas. Caso a orelha de elefante seja plantada em vaso, é importante que ele tenha furos no fundo e uma boa camada de drenagem, composta por qualquer material particulado, que pode ser obtido com cacos de telha, argila expandida ou brita.
Um fato interessante é que a suculenta orelha de elefante tende a ficar mais colorida, com as folhas mais avermelhadas, quando a planta é submetida a um inverno mais rigoroso. Além disso, como já foi mencionado, o sol pleno é um fator decisivo para que esta suculenta exiba a sua melhor versão, em termos de colorido.
Por esta razão, nem sempre é possível ter belas suculentas orelha de elefante em interiores. Para estes locais, existem excelentes opções de suculentas de sombra, incluindo algumas espécies de Kalanchoe, que podem se adaptar à vida em ambientes com menos luminosidade. Uma espécie que lembra uma orelha de elefante em miniatura, e que vive bem dentro de casas e apartamentos, é a Kalanchoe marnieriana. No entanto, sempre que possível, vale a pena ter um exemplar de Kalanchoe luciae na coleção, em função de seu porte avantajado e sua incrível aparência exótica, de um colorido bastante diversificado, além da resistência e facilidade de manutenção. Dentre as orelhudas, a suculenta orelha de elefante é a que tem maior apelo paisagístico, sendo bastante ornamental em qualquer área externa ensolarada.
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Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil