| Echeveria pulvinata | |
Além de adorar
plantas suculentas, sou particularmente apaixonado pelas espécies peludas, que lembram
bichinhos de pelúcia. É o caso da Echeveria pulvinata, que também
chama bastante a atenção devido ao seu colorido único, com folhas
apresentando uma coloração pastel, verde azulada, com as extremidades
avermelhadas. Embora possa ser cultivada dentro de casas e apartamentos, a
Echeveria pulvinata revela todo o seu potencial quando mantida sob
sol pleno, em áreas externas ou varandas ensolaradas.
Aqui no blog, já apresentamos outras suculentas peludas, tais como a
Tradescantia sillamontana, que parece ter as folhas cobertas por teias de aranha. Outra espécie
digna de nota é a
Kalachoe tomentosa, popularmente conhecida como
suculenta orelha de gato.
Tecnicamente, estes pelos que recobrem as folhas suculentas das espécies
acima citadas, juntamente com a Echeveria pulvinata, são chamados de
tricomas. Trata-se de uma das armas encontradas no arsenal das suculentas
para enfrentarem o sol inclemente e o calor característico dos seus habitats
de origem. No lugar dos pelos, outras suculentas apresentam as folhas
recobertas por uma camada de pruína, substância cerosa que possui a
aparência de um pó translúcido. É este acabamento que confere o aspecto
empoeirado da
planta fantasma,
Graptopetalum paraguayense.
Estas são apenas algumas das artimanhas desenvolvidas pelas suculentas, para
se protegerem da perda de água pela ação poderosa dos raios solares diretos.
Outras espécies, mais radicais, perdem completamente as folhas, como é o
caso dos
cactos. Neste sentido, sempre que nos depararmos com tais adaptações, saberemos
que se trata de uma planta acostumada a ambientes expostos a elevados níveis
de luminosidade. É o caso da Echeveria pulvinata, que desenvolve-se
melhor sob sol pleno.
Trata-se de uma espécie originária do estado mexicano de Oaxaca, a mesma
região de onde vem o
Graptopetalum macdougallii. O gênero ao qual pertence a Echeveria pulvinata foi assim nomeado
em homenagem ao artista botânico Atanasio Echeverría y Godoy. São
nativas do México inúmeras espécies do gênero
Echeveria, colecionadas em todo o mundo por suas características peculiares e
ornamentais.
Já passaram pelo apartamento as espécies
Echeveria pulidonis,
Echeveria shaviana e
Echeveria runyonii 'Topsy Turvy', além dos híbridos
Echeveria 'Black Prince',
Echeveria 'Perle von Nürnberg'
e
Echeveria 'Imbricata'. Juntamente com a Echeveria pulvinata, todas estas suculentas
apresentam, em comum, o arranjo de simetria radial das suas folhas, em forma
de roseta, que lhes confere a aparência de
rosas de pedra.
É bem verdade que, no caso da Echeveria pulvinata, em função da
cobertura de tricomas, esta suculenta acaba se parecendo com uma rosa de
pelúcia. No exterior, esta espécie é conhecida como chenille plant, planta de chenille, tecido frequentemente utilizado na decoração
de interiores. Uma outra diferença, característica desta suculenta, é que
seu caule vai ficando cada vez mais elongado, ramificando-se bastante, de
modo que várias rosetas são produzidas simultaneamente, de uma maneira
semelhante à observada no
Aeonium haworthii. Graças a este comportamento, a Echeveria pulvinata vai adquirindo
um aspecto mais arbustivo, com o tempo.
No entanto, caso a planta seja cultivada em ambientes muito sombreados, a tendência é que sofra um processo de estiolamento, no qual o caule cresce de forma acelerada, em busca de mais luminosidade, tornando-se fino e comprido. Neste caso, costuma-se dizer que a suculenta ficou pescoçuda. Tecnicamente, o correto é dizer que a planta ficou estiolada.
Esta situação pode ser consertada através da realização de uma poda drástica. Popularmente conhecido como decapitação, o processo consiste em cortar a roseta superior da Echeveria pulvinata, de forma a diminuir o comprimento do seu caule. É importante que este segmento seccionado descanse por alguns dias, em um local sombreado e bem ventilado, para que o ferimento tenha tempo de ser cauterizado. Caso contrário, o risco de contaminação por fungos e bactérias presentes no solo é grande. Para auxiliar no combate a estes agentes infecciosos, pode-se aplicar canela em pó nas regiões cortadas.
Além de sanar o problema da aparência estiolada da Echeveria pulvinata, esta poda radical pode ser usada para multiplicar a suculenta. O segmento podado, remanescente, continuará a se desenvolver, emitindo novas brotações, que poderão originar várias outras mudas.
Alternativamente, a propagação da Echeveria pulvinata pode se dar através de suas folhas. Basta destacar cuidadosamente algumas folhas, da parte de baixo da roseta, mas que ainda estejam saudáveis, e colocá-las em um berçário de suculentas. Nem todas as folhas irão produzir novas mudas. Além disso, este é um processo bastante demorado, podendo levar anos até que os brotos nascidos a partir das extremidades das folhas tornem-se plantas adultas.
Quando cultivada sob níveis corretos de luminosidade, a Echeveria pulvinata irá produzir belíssimas florações, durante os meses do inverno, sob a forma de delicadas hastes com flores em forma de sino, nas extremidades, apresentando tonalidades mescladas de amarelo e laranja.
A Echeveria pulvinata deve ser cultivada em solos arenosos, de modo semelhante ao encontrado em seu habitat de origem. Pode-se preparar uma mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais, para mimetizar este solo típico de ambientes áridos. Alternativamente, para quem gosta de praticidade, existem substratos prontos, próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas de jardinagem. O importante é que o material seja bem aerado e rapidamente drenável. Não há a necessidade de adicionar grandes quantidades de material orgânico, uma vez que a Echeveria pulvinata está habituada a solos pobres em nutrientes.
As regas devem ser bem espaçadas, de modo a evitar o excesso de água nas raízes desta suculenta. Uma nova irrigação somente deve ocorrer quando toda a água da rega anterior já tiver sido evaporada. Além de verificar a umidade do solo com a ponta do dedo, sentir o peso do vaso ajuda a decidir se é hora de regar ou não. Quanto mais leve estiver o vaso, mais seco estará o substrato em seu interior.
Conhecida em países de língua inglesa como ruby blush ou red velvet, pela sua aparência aveludada e avermelhada, a Echeveria pulvinata é uma preciosa adição às coleções de todos que amam plantas suculentas. Ainda que necessite de um pouco mais de luminosidade, esta é uma espécie que pode ser mantida no parapeito de uma janela bem ensolarada. Além disso, em apartamentos, vai muito bem em varandas bem iluminadas e jardineiras externas, posicionadas do lado de fora das janelas.
No entanto, caso a planta seja cultivada em ambientes muito sombreados, a tendência é que sofra um processo de estiolamento, no qual o caule cresce de forma acelerada, em busca de mais luminosidade, tornando-se fino e comprido. Neste caso, costuma-se dizer que a suculenta ficou pescoçuda. Tecnicamente, o correto é dizer que a planta ficou estiolada.
Esta situação pode ser consertada através da realização de uma poda drástica. Popularmente conhecido como decapitação, o processo consiste em cortar a roseta superior da Echeveria pulvinata, de forma a diminuir o comprimento do seu caule. É importante que este segmento seccionado descanse por alguns dias, em um local sombreado e bem ventilado, para que o ferimento tenha tempo de ser cauterizado. Caso contrário, o risco de contaminação por fungos e bactérias presentes no solo é grande. Para auxiliar no combate a estes agentes infecciosos, pode-se aplicar canela em pó nas regiões cortadas.
Além de sanar o problema da aparência estiolada da Echeveria pulvinata, esta poda radical pode ser usada para multiplicar a suculenta. O segmento podado, remanescente, continuará a se desenvolver, emitindo novas brotações, que poderão originar várias outras mudas.
Alternativamente, a propagação da Echeveria pulvinata pode se dar através de suas folhas. Basta destacar cuidadosamente algumas folhas, da parte de baixo da roseta, mas que ainda estejam saudáveis, e colocá-las em um berçário de suculentas. Nem todas as folhas irão produzir novas mudas. Além disso, este é um processo bastante demorado, podendo levar anos até que os brotos nascidos a partir das extremidades das folhas tornem-se plantas adultas.
Quando cultivada sob níveis corretos de luminosidade, a Echeveria pulvinata irá produzir belíssimas florações, durante os meses do inverno, sob a forma de delicadas hastes com flores em forma de sino, nas extremidades, apresentando tonalidades mescladas de amarelo e laranja.
A Echeveria pulvinata deve ser cultivada em solos arenosos, de modo semelhante ao encontrado em seu habitat de origem. Pode-se preparar uma mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais, para mimetizar este solo típico de ambientes áridos. Alternativamente, para quem gosta de praticidade, existem substratos prontos, próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas de jardinagem. O importante é que o material seja bem aerado e rapidamente drenável. Não há a necessidade de adicionar grandes quantidades de material orgânico, uma vez que a Echeveria pulvinata está habituada a solos pobres em nutrientes.
As regas devem ser bem espaçadas, de modo a evitar o excesso de água nas raízes desta suculenta. Uma nova irrigação somente deve ocorrer quando toda a água da rega anterior já tiver sido evaporada. Além de verificar a umidade do solo com a ponta do dedo, sentir o peso do vaso ajuda a decidir se é hora de regar ou não. Quanto mais leve estiver o vaso, mais seco estará o substrato em seu interior.
Conhecida em países de língua inglesa como ruby blush ou red velvet, pela sua aparência aveludada e avermelhada, a Echeveria pulvinata é uma preciosa adição às coleções de todos que amam plantas suculentas. Ainda que necessite de um pouco mais de luminosidade, esta é uma espécie que pode ser mantida no parapeito de uma janela bem ensolarada. Além disso, em apartamentos, vai muito bem em varandas bem iluminadas e jardineiras externas, posicionadas do lado de fora das janelas.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil