| Epiphyllum oxypetalum | |
Sendo este um blog que aborda, majoritariamente, assuntos relacionados a
orquídeas,
suculentas
e
cactos, ele não poderia deixar de destacar a planta popularmente conhecida como
cacto orquídea. Embora este apelido possa causar alguma confusão, as inúmeras
espécies e híbridos do gênero Epiphyllum pertencem à família botânica
Cactaceae, e não Orchidaceae. Ao contrário dos seus parentes que
torram sob sol pleno, em regiões áridas e de solo arenoso, o cacto orquídea
gosta de sombra e água fresca. Seu nome popular deve-se ao fato de o
Epiphyllum oxypetalum, assim como as orquídeas, apresentar um hábito
epífito de vida, vegetando sobre os troncos das árvores.
O cacto orquídea também pode, eventualmente, ser chamado de cacto dama da
noite, devido ao fato de sua floração ser noturna. No entanto, dama da noite é
um apelido mais comumente utilizado para designar uma outra planta, da espécie
Cestrum nocturnum, que exala um perfume bem marcante.
Já a espécie botânica mais comumente associada aos termos cacto orquídea ou
cacto dama da noite é o Epiphyllum oxypetalum. Trata-se do
representante mais comumente encontrado nas coleções, sendo bastante frequente
nos quintais e jardins brasileiros. Há, no entanto, uma série de outros
híbridos do gênero Epiphyllum capazes de produzir flores em
diferentes outras cores, além da branca. Uma variedade bastante comum é a
vermelha, híbrido pertencente ao gênero Disocactus,
equivocadamente chamado de Epiphyllum ackermannii ou Disocactus ackermannii.
O clássico cacto orquídea vermelho, frequentemente encontrado nas coleções, é
um híbrido entre as espécies botânicas Disocactus phyllanthoides e
Disocactus speciosus.
Além destas duas cores clássicas, branca e vermelha, existem cactos orquídea
em diferentes outras tonalidades, como amarelo, salmon e pink,
graças à intensa hibridização entre várias espécies pertencentes aos gêneros
Epiphyllum e Disocactus. No exterior, o cacto orquídea também é
conhecido como orchid cactus. É interessante notar que, em países de
língua inglesa, eles utilizam a forma correta do plural em latim. Neste caso,
o plural de cactus é cacti, da mesma forma que o plural de
campus é campi. Sendo assim, o plural de cacto orquídea, em
inglês, é orchid cacti.
Aqui no blog, já apresentamos várias cactáceas típicas, tais como as opúncias,
Opuntia monacantha,
Opuntia subulata
e
Opuntia microdasys, popularmente conhecida como cacto
orelha de Mickey
ou
orelha de coelho. Outro cacto icônico, de aparência lúdica, é o
Acanthocereus tetragonus, cujo apelido mais famoso é
cacto castelo de fada. Bastante conhecidas também são as mamilárias. Por aqui, já passaram a
Mammillaria gracilis, conhecida como
cacto dedal
e
Mammillaria elongata, cujo apelido é
cacto dedo de dama.
Diferentemente do cacto orquídea, as cactáceas acima citadas são plantas
adaptadas à vida em regiões com pouca disponibilidade de água e incidência
intensa de luz solar. O Epiphyllum oxypetalum, por outro lado, como o
próprio nome do gênero já sugere, apresenta um hábito epífito de vida. Sendo
assim, o cacto orquídea está acostumado a ambientes mais úmidos e sombreados,
tendo suas raízes adaptadas para aderirem aos troncos das árvores.
Neste sentido, o cacto orquídea assemelha-se à clássica
flor de maio,
Schlumbergera truncata, e ao curioso
cacto macarrão,
Rhipsalis baccifera, que também pertencem à família Cactaceae, e são exemplos de cactos
epífitos. Estas são três excelentes opções de cactáceas para o cultivo em
locais mais sombreados, tais como o interior de casas e apartamentos.
O gênero Epiphyllum é relativamente pequeno, abrigando 19 espécies, que
ocorrem nativamente em países da América Central. Como bem sabemos, as
cactáceas são plantas típicas do continente americano. A espécie
Epiphyllum oxypetalum apresenta uma distribuição mais ampla, podendo
ser encontrada desde o sul do México até o norte da América do Sul.
A característica mais icônica do cacto orquídea, Epiphyllum oxypetalum, é sua floração, que ocorre somente uma vez por ano, e dura apenas uma única noite. Por esta razão, em países de língua inglesa, esta espécie também é chamada de queen of the night, rainha da noite, similar ao apelido brasileiro, dama da noite.
O período típico de floração do cacto orquídea é durante os meses mais quentes do ano, entre a primavera e o verão. Além da beleza das grandes pétalas e sépalas brancas, que contrastam com o breu noturno, a flor do Epiphyllum oxypetalum é conhecida por exalar uma intensa fragrância, responsável pela atração de insetos que estão mais ativos durante a noite, sendo eles os responsáveis pela polinização do cacto orquídea.
Frequentemente, torna-se uma saga acompanhar a floração do cacto orquídea. Isto porque não se sabe, exatamente, em qual noite os botões florais irão desabrochar. É preciso estar sempre vigilante, o que se traduz em várias noites mal dormidas. Também é bastante comum que o espetáculo passe despercebido, já que a flor, exuberante durante a madrugada, está fenecendo, nas primeiras horas da manhã. Felizmente, o desabrochar dos botões ocorre de forma sequencial, de forma que sempre é possível vigiar uma próxima floração.
É interessante notar que várias outras espécies e gêneros de cactos, popularmente conhecidos como night blooming cereus, não relacionados à espécie Epiphyllum oxypetalum, também apresentam esta curiosa característica de produzir florações noturnas, frequentemente perfumadas e de curta duração.
O cultivo do cacto orquídea é bastante tranquilo, uma vez que se trata de uma planta resistente e de fácil manutenção. No entanto, alguns cuidados diferem daqueles clássicos recomendados para o cultivo de suculentas, de uma maneira geral.
Neste contexto, o solo para plantar o cacto orquídea não precisa ser tão arenoso. O ideal é utilizar uma mistura apropriada para o cultivo de plantas epífitas, como casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Há quem acrescente musgo sphagnum à mistura, para aumentar a retenção de água no substrato. A este material, também pode ser acrescentada uma parte de terra adubada, rica em matéria orgânica, já que o cacto orquídea aprecia um solo mais rico em nutrientes, com um pH mais ácido. O importante é que o solo seja fértil, bem aerado e facilmente drenável.
As regas devem ser moderadas, de forma a se obter um equilíbrio. O solo não pode secar completamente, entre uma rega e outra. Por outro lado, se ele ficar úmido por muito tempo, poderá causar o apodrecimento das raízes. O ideal é regar mais frequentemente no calor e reduzir o ritmo no inverno.
A luminosidade ideal para o cultivo do cacto orquídea é aquela difusa, indireta. Ele pode tolerar o sol da manhã e do final da tarde, mas deve ser protegido da insolação intensa do meio-dia. Bons níveis de luz são importantes para que o Epiphyllum oxypetalum floresça, na época adequada.
Outro fator importante para estimular a floração do cacto orquídea é a adubação. Durante a fase de crescimento vegetativo, basta aplicar uma formulação de manutenção, do tipo NPK, com níveis equilibrados entre estres macronutrientes. No período anterior à floração, pode-se fornecer uma fórmula mais rica em fósforo, a letra P do NPK, para que este processo seja estimulado.
A multiplicação do cacto orquídea pode ser obtida facilmente por divisão da touceira ou por estaquia. Basta seccionar um segmento do caule e deixá-lo descansando, por alguns dias, para que o ferimento seja cicatrizado. Depois, é só plantar a estaca e aguardar pelo seu enraizamento.
Ainda que existam vários outros híbridos frequentemente chamados de cactos orquídea, é a espécie Epiphyllum oxypetalum a mais icônica e comumente cultivada, principalmente no Brasil. Trata-se de uma planta resistente, de fácil cultivo, que toda mãe ou avó cuida sem a menor dificuldade. Suas florações espetaculares e furtivas fazem com que valha a pena incluir um cacto orquídea na coleção.
A característica mais icônica do cacto orquídea, Epiphyllum oxypetalum, é sua floração, que ocorre somente uma vez por ano, e dura apenas uma única noite. Por esta razão, em países de língua inglesa, esta espécie também é chamada de queen of the night, rainha da noite, similar ao apelido brasileiro, dama da noite.
O período típico de floração do cacto orquídea é durante os meses mais quentes do ano, entre a primavera e o verão. Além da beleza das grandes pétalas e sépalas brancas, que contrastam com o breu noturno, a flor do Epiphyllum oxypetalum é conhecida por exalar uma intensa fragrância, responsável pela atração de insetos que estão mais ativos durante a noite, sendo eles os responsáveis pela polinização do cacto orquídea.
Frequentemente, torna-se uma saga acompanhar a floração do cacto orquídea. Isto porque não se sabe, exatamente, em qual noite os botões florais irão desabrochar. É preciso estar sempre vigilante, o que se traduz em várias noites mal dormidas. Também é bastante comum que o espetáculo passe despercebido, já que a flor, exuberante durante a madrugada, está fenecendo, nas primeiras horas da manhã. Felizmente, o desabrochar dos botões ocorre de forma sequencial, de forma que sempre é possível vigiar uma próxima floração.
É interessante notar que várias outras espécies e gêneros de cactos, popularmente conhecidos como night blooming cereus, não relacionados à espécie Epiphyllum oxypetalum, também apresentam esta curiosa característica de produzir florações noturnas, frequentemente perfumadas e de curta duração.
O cultivo do cacto orquídea é bastante tranquilo, uma vez que se trata de uma planta resistente e de fácil manutenção. No entanto, alguns cuidados diferem daqueles clássicos recomendados para o cultivo de suculentas, de uma maneira geral.
Neste contexto, o solo para plantar o cacto orquídea não precisa ser tão arenoso. O ideal é utilizar uma mistura apropriada para o cultivo de plantas epífitas, como casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Há quem acrescente musgo sphagnum à mistura, para aumentar a retenção de água no substrato. A este material, também pode ser acrescentada uma parte de terra adubada, rica em matéria orgânica, já que o cacto orquídea aprecia um solo mais rico em nutrientes, com um pH mais ácido. O importante é que o solo seja fértil, bem aerado e facilmente drenável.
As regas devem ser moderadas, de forma a se obter um equilíbrio. O solo não pode secar completamente, entre uma rega e outra. Por outro lado, se ele ficar úmido por muito tempo, poderá causar o apodrecimento das raízes. O ideal é regar mais frequentemente no calor e reduzir o ritmo no inverno.
A luminosidade ideal para o cultivo do cacto orquídea é aquela difusa, indireta. Ele pode tolerar o sol da manhã e do final da tarde, mas deve ser protegido da insolação intensa do meio-dia. Bons níveis de luz são importantes para que o Epiphyllum oxypetalum floresça, na época adequada.
Outro fator importante para estimular a floração do cacto orquídea é a adubação. Durante a fase de crescimento vegetativo, basta aplicar uma formulação de manutenção, do tipo NPK, com níveis equilibrados entre estres macronutrientes. No período anterior à floração, pode-se fornecer uma fórmula mais rica em fósforo, a letra P do NPK, para que este processo seja estimulado.
A multiplicação do cacto orquídea pode ser obtida facilmente por divisão da touceira ou por estaquia. Basta seccionar um segmento do caule e deixá-lo descansando, por alguns dias, para que o ferimento seja cicatrizado. Depois, é só plantar a estaca e aguardar pelo seu enraizamento.
Ainda que existam vários outros híbridos frequentemente chamados de cactos orquídea, é a espécie Epiphyllum oxypetalum a mais icônica e comumente cultivada, principalmente no Brasil. Trata-se de uma planta resistente, de fácil cultivo, que toda mãe ou avó cuida sem a menor dificuldade. Suas florações espetaculares e furtivas fazem com que valha a pena incluir um cacto orquídea na coleção.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil