| Melocactus zehntneri | |
As
plantas suculentas
que pertencem à família botânica Cactaceae são genericamente chamadas
de
cactos. Neste contexto, embora todos os cactos sejam suculentas, o inverso não é
obrigatoriamente verdadeiro. As cactáceas podem existir em uma imensa
variedade de formas, cilíndricas, colunares, globulares, achatadas ou
pendentes. O destaque do artigo de hoje, por exemplo, é um típico cacto globoso,
cujo nome científico é Melocactus zehntneri, popularmente conhecido
como cacto coroa de frade ou cabeça de frade.
Aqui no blog, já apresentamos cactos de aparência mais clássica, como as
opúncias (Opuntia monacantha,
Opuntia subulata
e
Opuntia microdasys, conhecida como
cacto orelha de Mickey). Outro grupo de cactáceas bastante apreciadas pelos colecionadores é
formado pelas mamilárias (Mammillaria gracilis, conhecida como
cacto dedal, e
Mammillaria elongata, cujo apelido é
cacto dedo de dama). Existem, ainda, cactos que não apresentam espinhos agressivos e vivem
sob a forma epífita, sobre as árvores, em ambientes úmidos e sombreados,
tais como o
cacto orquídea,
Epiphyllum oxypetalum,
cacto macarrão,
Rhipsalis baccifera, e a
flor de maio,
Schlumbergera truncata.
O gênero Melocactus, ao qual o cacto coroa de frade pertence, é
conhecido no exterior como melon cactus. Pelo mesmo motivo que ele
recebe o apelido de coroa de frade, aqui no Brasil, em países de língua
inglesa ele pode ser chamado de turk's cap cactus, ou gorro turco.
O primeiro registro histórico deste termo ocorreu ainda em 1753, quando Carl
Linnaeus nomeou a espécie Cactus melocactus. Posteriormente, ele se
tornou o nome de um gênero que abriga, atualmente, cerca de 30 a 40
espécies. Os representantes do gênero Melocactus ocorrem ao longo do
continente americano, em uma região que vai desde o México, passando pelas
ilhas do Caribe, América Central, norte da América do Sul, incluindo
espécies andinas, até o nordeste brasileiro, onde existe uma grande
concentração de espécies, incluindo o Melocactus zehntneri, nome
científico do cacto coroa de frade ou cabeça de frade.
A estrutura responsável por todos estes apelidos, gorro turco, coroa de
frade ou cabeça de frade, é denominada cefálio ou cephalium. Trata-se
de uma formação com aspecto lanoso, de cor avermelhada, que surge no ápice
de vários cactos, principalmente aqueles pertencentes ao gênero
Melocactus. Neste sentido, diferentes espécies podem ser popularmente
chamadas de cacto coroa de frade. É a partir do cefálio que surgem as
pequenas e delicadas flores, em tons de pink, que produzem frutos na
mesma coloração, em forma de pimentas em miniatura, quando polinizadas.
Ainda que a floração do cacto coroa de frade possa ocorrer ao longo de todo o ano, é durante os meses mais quentes que este processo atinge seu ápice. Ao contrário de outros cactos e suculentas, que costumam emitir novos brotos laterais, a partir da base da planta mãe, o Melocactus zehntneri somente se reproduz através de sementes. Ao atingir a maturidade, ele para de crescer e concentra o seu desenvolvimento no cefálio, que vai se tornando cada vez mais alto, continuamente produzindo flores, frutos e sementes. No entanto, obter novas mudas de coroa de frade a partir de sementes é um processo bastante demorado.
Ainda que a floração do cacto coroa de frade possa ocorrer ao longo de todo o ano, é durante os meses mais quentes que este processo atinge seu ápice. Ao contrário de outros cactos e suculentas, que costumam emitir novos brotos laterais, a partir da base da planta mãe, o Melocactus zehntneri somente se reproduz através de sementes. Ao atingir a maturidade, ele para de crescer e concentra o seu desenvolvimento no cefálio, que vai se tornando cada vez mais alto, continuamente produzindo flores, frutos e sementes. No entanto, obter novas mudas de coroa de frade a partir de sementes é um processo bastante demorado.
É interessante notar que o cefálio, na espécie Melocactus zehntneri,
apenas surge quando a planta está em sua fase adulta. Nos primeiros anos de
vida, o cacto coroa de frade não apresenta esta estrutura característica,
assemelhando-se a outros cactos de aspecto globular.
Por ser uma espécie originariamente encontrada em vários estados do nordeste
do Brasil, o cacto coroa de frade está habituado a climas quentes e secos.
Neste sentido, ele não tolera temperaturas muito baixas e nem geadas. Outro
fator que pode prejudicar bastante o desenvolvimento do
Melocactus zehntneri é o excesso de umidade em suas raízes.
Por este motivo, o solo ideal para o cultivo do cacto coroa de frade é aquele mais arenoso, semelhante ao encontrado em seu habitat de origem. O mais seguro é comprar substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas de jardinagem e garden centers. Caso o cultivador prefira, pode preparar uma mistura caseira, composta por terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. É importante salientar que a areia precisa ser aquela utilizada em construções. A areia da praia não é própria para o cultivo de plantas, uma vez que apresenta altos níveis de salinidade.
O vaso pode ser de barro ou plástico, sem maiores problemas. O essencial é que ele tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por brita, argila expandida ou qualquer outro tipo de material particulado. Há, inclusive, quem reaproveite o isopor, para esta finalidade. Por cima desta camada, é aconselhável posicionar uma manta geotêxtil, que vai evitar que o solo se perca, durante as regas. Também neste quesito, há quem reutilize o filtro de café, que pode desempenhar a mesma função da manta.
O cacto coroa de frade precisa de bastante luminosidade, para que possa se desenvolver bem e florescer. Ainda que ele possa ser cultivado em ambientes de meia sombra, capazes de receber algumas horas de sol direto por dia, no começo da manhã e no final da tarde, o ideal é que ele seja cultivado em áreas externas, sob sol pleno. Em casas e apartamentos, o cacto cabeça de frade precisa ficar bem próximo a uma janela ensolarada. Varandas e jardineiras externas também são locais ideais para o cultivo do Melocactus zehntineri.
As regas precisam ser bem controladas, somente ocorrendo quando o substrato estiver bem seco, independentemente da periodicidade. Durante o inverno, o cuidado com as irrigações deve ser redobrado. Neste período, as regas são reduzidas ao mínimo necessário. A adubação também pode ser suspensa.
Neste sentido, é bom evitar adubar o cacto coroa de frade com formulações ricas em nitrogênio. Uma formulação do tipo NPK, com níveis equilibrados destes nutrientes, é mais que suficiente para garantir um bom desenvolvimento do Melocactus zehntineri. Para que suas florações sejam estimuladas, além da luminosidade intensa, uma adubação mais rica em fósforo pode ser aplicada, periodicamente.
Sob as condições climáticas adequadas, o cacto coroa de frade é uma planta de facílimo cultivo, requerendo pouca manutenção. Além disso, esta é uma espécie muito resistente, adaptada às condições desfiadoras da caatinga brasileira. Com seu formato arredondado, espinhos esculturais e o chapéu típico, esta cabeça de frade é uma excelente opção para nossos jardins de cactos e suculentas, externos ou internos.
Por este motivo, o solo ideal para o cultivo do cacto coroa de frade é aquele mais arenoso, semelhante ao encontrado em seu habitat de origem. O mais seguro é comprar substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas de jardinagem e garden centers. Caso o cultivador prefira, pode preparar uma mistura caseira, composta por terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. É importante salientar que a areia precisa ser aquela utilizada em construções. A areia da praia não é própria para o cultivo de plantas, uma vez que apresenta altos níveis de salinidade.
O vaso pode ser de barro ou plástico, sem maiores problemas. O essencial é que ele tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por brita, argila expandida ou qualquer outro tipo de material particulado. Há, inclusive, quem reaproveite o isopor, para esta finalidade. Por cima desta camada, é aconselhável posicionar uma manta geotêxtil, que vai evitar que o solo se perca, durante as regas. Também neste quesito, há quem reutilize o filtro de café, que pode desempenhar a mesma função da manta.
O cacto coroa de frade precisa de bastante luminosidade, para que possa se desenvolver bem e florescer. Ainda que ele possa ser cultivado em ambientes de meia sombra, capazes de receber algumas horas de sol direto por dia, no começo da manhã e no final da tarde, o ideal é que ele seja cultivado em áreas externas, sob sol pleno. Em casas e apartamentos, o cacto cabeça de frade precisa ficar bem próximo a uma janela ensolarada. Varandas e jardineiras externas também são locais ideais para o cultivo do Melocactus zehntineri.
As regas precisam ser bem controladas, somente ocorrendo quando o substrato estiver bem seco, independentemente da periodicidade. Durante o inverno, o cuidado com as irrigações deve ser redobrado. Neste período, as regas são reduzidas ao mínimo necessário. A adubação também pode ser suspensa.
Neste sentido, é bom evitar adubar o cacto coroa de frade com formulações ricas em nitrogênio. Uma formulação do tipo NPK, com níveis equilibrados destes nutrientes, é mais que suficiente para garantir um bom desenvolvimento do Melocactus zehntineri. Para que suas florações sejam estimuladas, além da luminosidade intensa, uma adubação mais rica em fósforo pode ser aplicada, periodicamente.
Sob as condições climáticas adequadas, o cacto coroa de frade é uma planta de facílimo cultivo, requerendo pouca manutenção. Além disso, esta é uma espécie muito resistente, adaptada às condições desfiadoras da caatinga brasileira. Com seu formato arredondado, espinhos esculturais e o chapéu típico, esta cabeça de frade é uma excelente opção para nossos jardins de cactos e suculentas, externos ou internos.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil