| Echinocactus grusonii | |
Esta é outra cactácea repleta de apelidos engraçadinhos. Almofada, assento,
poltrona ou cadeira de sogra estão entre os mais populares. Seu nome
científico, contudo, é Echinocactus grusonii. Trata-se de uma planta
belíssima, de forma globular ou globosa, repleta de espinhos. Por este
motivo, a espécie também é conhecida como cacto bola. E, devido à coloração
amarelada de seus espinhos, o cacto cadeira de sogra costuma ser chamado de
golden ball ou golden barrel cactus, no exterior, cuja
tradução é cacto bola dourada ou cacto barril dourado.
No entanto, mesmo em países de língua inglesa, há quem chame o
Echinocactus grusonii da mesma forma que aqui, usando a
expressão mother in law's cushion, almofada de sogra. É
importante não confundir este apelido com mother in law's tongue,
língua de sogra, que é a maneira como se referem à suculenta espada de São Jorge, Sansevieria trifasciata, no exterior. Como podemos constatar,
as sogras costumam ser constantemente lembradas e homenageadas, no mundo dos
cactos
e
suculentas.
Como sabemos, os diversos representantes da família botânica
Cactaceae podem apresentar as mais variadas morfologias. O cacto
cadeira de sogra, Echinocactus grusonii, é um exemplo típico de cacto
globular, também chamado de cacto de forma globosa, assim como o famoso
cacto coroa de frade,
Melocactus zehntneri, já apresentado aqui no blog. No entanto, também são bastante conhecidos
os cactos do tipo palma, como as opúncias (Opuntia monacantha,
Opuntia subulata
e
Opuntia microdasys), além dos cactos de aspecto colunar, como o
cacto azul,
Pilosocereus pachycladus, e
cacto cabeça de velho,
Cephalocereus senilis, apenas para citarmos alguns já mencionados neste blog.
A espécie Echinocactus grusonii é nativa do México, sendo encontrada
naturalmente em uma região que compreende os estados de Hidalgo e Querétaro.
Em seu habitat de origem, o cacto cadeira de sogra cresce sobre pedras
vulcânicas, em localidades de altitudes elevadas. Infelizmente, esta é uma
espécie rara de ser encontrada na natureza, correndo o risco de extinção,
graças a diversas intervenções humanas em seu ambiente original. Também é
originária desta região mexicana a
suculenta diamante,
Pachyphytum compactum, e o cacto cabeça de velho, Cephalocereus senilis, mencionado
anteriormente.
Além do cacto cadeira de sogra, Echinocactus grusonii, várias outras
espécies, pertencentes aos gêneros Echinocactus e Ferocactus,
são popularmente conhecidas como cactos bola ou barrel cacti, devido
ao seu característico formato esférico. Particularmente, o cacto cadeira de
sogra foi descrito pelo jardineiro alemão Heinrich Hildmann, em 1891.
O cacto cadeira de sogra pode atingir grandes proporções, chegando a um metro de altura, após muitas décadas de vida. Exemplares deste quilate costumam ser encontrados na natureza ou em coleções de jardins botânicos, mundo afora. A poltrona de sogra comumente encontrada no cultivo doméstico costuma apresentar dimensões bem mais modestas. O curioso é que apenas os exemplares bem maduros de Echinocactus grusonii, com vinte anos ou mais, são capazes de produzir flores. Assim como ocorre em outros cactos globulares, as florações ocorrem na região da coroa do globo. No caso do assento de sogra, são pequenas flores amareladas, que surgem durante o verão.
Por necessitar de bastante luminosidade para seu bom desenvolvimento, o cacto cadeira de sogra costuma ser cultivado em áreas externas, em jardins com o paisagismo inspirado em áreas desérticas, com solo arenoso e rochas, fazendo a composição com outras suculentas e cactáceas. No entanto, por apresentar longos espinhos, de natureza bastante agressiva, é importante que o Echinocactus grusonii seja colocado em um local fora do alcance de crianças e animais de estimação.
Ainda assim, é possível manter exemplares jovens de cadeiras de sogra dentro de casas e apartamentos, desde que em locais próximos a janelas bastante ensolaradas. Quanto mais sol direto esta cactácea receber, melhor será seu desenvolvimento. Além disso, o cacto poltrona de sogra também vai muito bem em coberturas e sacadas com boa luminosidade direta. Outros locais adequados, para quem mora em apartamentos, são as jardineiras localizadas na parte externa das janelas. Há, inclusive, quem utilize o cacto cadeira de sogra como um sistema adicional de defesa, neste tipo de localização, em janelas de andares mais baixos.
Tanto em vasos como em jardineiras, é importante que o recipiente tenha furos no fundo e uma boa camada de drenagem, composta por pedaços de isopor, cacos de telha ou argila expandida. Como todo cacto, a cadeira de sogra ressente-se do excesso de umidade no solo. Portanto, este substrato precisa ser de natureza arenosa, podendo ser comprado pronto. Alternativamente, pode-se preparar uma versão caseira a partir da mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. O cacto cadeira de sogra não necessita de muito adubo orgânico, uma vez que está habituado à vida em solos pobres em nutrientes.
Também não é necessário realizar uma adubação química muito elaborada, do tipo NPK, visto que dificilmente este cacto cadeira de sogra florescerá, em interiores. Uma rotina básica, de manutenção, pode ser implementada, juntamente com todas as outras plantas.
O principal cuidado a ser tomado, no cultivo do cacto cadeira de sogra, é quanto à frequência das regas. Elas devem ser bem espaçadas, de modo a permitirem que o solo seque completamente, antes que uma nova irrigação seja efetuada. Para saber o melhor momento de regar, basta fazer a aferição com a ponta do dedo, afundando levemente. Por este motivo, costumo evitar colocar aquela finalização de pedrisco branco sobre a terra, cuja função é meramente decorativa. Além de se tornar encardida, com o tempo, esta camada extra dificulta a verificação do nível de umidade do substrato.
Com o passar dos anos, exemplares maduros de Echinocactus grusonii podem, eventualmente, produzir novos brotos, a partir da base da planta mãe. Esta é uma forma de se multiplicar o cacto cadeira de sogra. Adicionalmente, pode-se tentar a propagação através de sementes, mas este é um processo mais complicado e muito demorado.
Ainda que dificilmente tenhamos a oportunidade de cultivar um daqueles enormes exemplares de poltronas de sogra, comumente vistos em estufas comerciais e jardins botânicos, é sempre um deleite ter um pequeno representante desta belíssima espécie de cactácea, em nossas coleções, graças ao seu formato esférico característico, repleto de espinhos, que podem ser dourados, brancos, longos ou curtos.
O cacto cadeira de sogra pode atingir grandes proporções, chegando a um metro de altura, após muitas décadas de vida. Exemplares deste quilate costumam ser encontrados na natureza ou em coleções de jardins botânicos, mundo afora. A poltrona de sogra comumente encontrada no cultivo doméstico costuma apresentar dimensões bem mais modestas. O curioso é que apenas os exemplares bem maduros de Echinocactus grusonii, com vinte anos ou mais, são capazes de produzir flores. Assim como ocorre em outros cactos globulares, as florações ocorrem na região da coroa do globo. No caso do assento de sogra, são pequenas flores amareladas, que surgem durante o verão.
Por necessitar de bastante luminosidade para seu bom desenvolvimento, o cacto cadeira de sogra costuma ser cultivado em áreas externas, em jardins com o paisagismo inspirado em áreas desérticas, com solo arenoso e rochas, fazendo a composição com outras suculentas e cactáceas. No entanto, por apresentar longos espinhos, de natureza bastante agressiva, é importante que o Echinocactus grusonii seja colocado em um local fora do alcance de crianças e animais de estimação.
Ainda assim, é possível manter exemplares jovens de cadeiras de sogra dentro de casas e apartamentos, desde que em locais próximos a janelas bastante ensolaradas. Quanto mais sol direto esta cactácea receber, melhor será seu desenvolvimento. Além disso, o cacto poltrona de sogra também vai muito bem em coberturas e sacadas com boa luminosidade direta. Outros locais adequados, para quem mora em apartamentos, são as jardineiras localizadas na parte externa das janelas. Há, inclusive, quem utilize o cacto cadeira de sogra como um sistema adicional de defesa, neste tipo de localização, em janelas de andares mais baixos.
Tanto em vasos como em jardineiras, é importante que o recipiente tenha furos no fundo e uma boa camada de drenagem, composta por pedaços de isopor, cacos de telha ou argila expandida. Como todo cacto, a cadeira de sogra ressente-se do excesso de umidade no solo. Portanto, este substrato precisa ser de natureza arenosa, podendo ser comprado pronto. Alternativamente, pode-se preparar uma versão caseira a partir da mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. O cacto cadeira de sogra não necessita de muito adubo orgânico, uma vez que está habituado à vida em solos pobres em nutrientes.
Também não é necessário realizar uma adubação química muito elaborada, do tipo NPK, visto que dificilmente este cacto cadeira de sogra florescerá, em interiores. Uma rotina básica, de manutenção, pode ser implementada, juntamente com todas as outras plantas.
O principal cuidado a ser tomado, no cultivo do cacto cadeira de sogra, é quanto à frequência das regas. Elas devem ser bem espaçadas, de modo a permitirem que o solo seque completamente, antes que uma nova irrigação seja efetuada. Para saber o melhor momento de regar, basta fazer a aferição com a ponta do dedo, afundando levemente. Por este motivo, costumo evitar colocar aquela finalização de pedrisco branco sobre a terra, cuja função é meramente decorativa. Além de se tornar encardida, com o tempo, esta camada extra dificulta a verificação do nível de umidade do substrato.
Com o passar dos anos, exemplares maduros de Echinocactus grusonii podem, eventualmente, produzir novos brotos, a partir da base da planta mãe. Esta é uma forma de se multiplicar o cacto cadeira de sogra. Adicionalmente, pode-se tentar a propagação através de sementes, mas este é um processo mais complicado e muito demorado.
Ainda que dificilmente tenhamos a oportunidade de cultivar um daqueles enormes exemplares de poltronas de sogra, comumente vistos em estufas comerciais e jardins botânicos, é sempre um deleite ter um pequeno representante desta belíssima espécie de cactácea, em nossas coleções, graças ao seu formato esférico característico, repleto de espinhos, que podem ser dourados, brancos, longos ou curtos.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil