| Dracaena reflexa | |
As dracenas eram plantas às quais eu costumava prestar pouca atenção. Por
outro lado, sempre fui fascinado pelas pleomeles, com suas vibrantes folhas
variegatas, mesclando tons vivos de verde e amarelo. Pois, para minha
surpresa, descobri que ambas são a mesma planta. O nome científico da pleomele
é Dracaena reflexa. As diferentes espécies de dracenas são plantas
frequentemente utilizadas na decoração de interiores, dada a sua
adaptabilidade a ambientes mais sombreados.
O exemplar de pleomele apresentado na foto de abertura deste artigo, no
entanto, não é cultivado aqui no apartamento. Ele cresce frondoso, sob sol
pleno, no jardim do casal Hiroko e Takashi Matsumoto, onde o fotografei.
Idealmente, eu não deveria ter feito a imagem em um dia tão ensolarado, já que
costumo usar uma luz mais difusa, típica de dias nublados, para obter fotos
mais suavemente iluminadas. No entanto, não houve meio de o sol dar uma
trégua, de modo que foi como deu para ser.
O fato é que a espécie botânica Dracaena reflexa é bastante versátil,
podendo ser cultivada em jardins, sob sol pleno, ou em interiores, desde que
receba bastante luminosidade filtrada. A pleomele faz parte da grande família
Asparagaceae, famosa por abrigar diversos gêneros frequentemente
utilizados no paisagismo de áreas internas e externas. Também fazem parte
desta família botânica a
planta suculenta
conhecida popularmente como pata de elefante, Beaucarnea recurvata, e,
claro, o aspargo, do gênero Asparagus.
O
clorofito,
Chlorophytum comosum, e a
lumina,
Chlorophytum orchidastrum, embora pertençam a uma outra família, Agavaceae, costumam ser
incluídos na mesma família das dracenas. Os taxonomistas não sossegam enquanto
não complicarem bem as coisas. Houve uma época, inclusive, que os gêneros
botânicos Pleomele e Dracaena eram utilizados para se
referir à mesma planta, razão pela qual a Dracaena reflexa é conhecida,
até hoje, como pleomele.
A espécie Dracaena reflexa é originária de Moçambique, podendo também
ser encontrada nativamente na ilha de Madagascar, ilhas Maurício, e alguns
outros arquipélagos do Oceano Índico. No exterior, a forma tipo, com as folhas
totalmente verdes, também é conhecida como pleomele. Já a variedade com folhas
variegatas, que mesclam listas verdes e amarelas, como o exemplar da
foto de abertura deste artigo, é conhecida como song of India. Existe,
ainda uma forma variegata com listas brancas e verdes, conhecida como
song of Jamaica.
O cultivo destes cultivares de pleomele varia em função da luminosidade que
cada um necessita para se desenvolver bem. A
Dracaena reflexa totalmente verde se adapta melhor a interiores,
tolerando ambientes mais sombreados, com luminosidade difusa. Já as variedades
song of India e son of Jamaica, que apresentam variegações em
suas folhas, precisam de uma luminosidade mais intensa. Estas são formas mais
apropriadas para áreas externas, ficando grandes e exuberantes em jardins
ensolarados. Dentro de casas e apartamentos, as pleomeles
variegatas precisam ficar em um local bem próximo a janelas
ensolaradas. Além disso, varandas bem iluminadas são perfeitas para o cultivo
destas variedades de Dracaena reflexa.
De qualquer forma, é sempre bom evitar colocar uma pleomele acostumada à vida em ambientes internos sob sol pleno, repentinamente. Esta alteração abrupta na luminosidade pode causar queimaduras em suas folhas. O ideal é que a mudança seja gradual. O inverso também é verdadeiro, sob o risco de a pleomele sofrer um processo de estiolamento, quando repentinamente transferida para ambientes muito sombreados. Neste caso, as folhas e caules crescem aceleradamente, em busca de luz, ficando finos, frágeis e compridos. Quanto melhor for a luminosidade fornecida à Dracaena reflexa, mais compacto e ornamental será seu aspecto vegetativo.
Outra diferença importante, em relação à aparência da pleomele, em resposta a diferentes ambientes de cultivo, está no seu porte. Em jardins ensolarados, esta planta pode atingir grandes proporções, chegando a cinco metros de altura. No entanto, quando cultivada em vasos, principalmente dentro de casas e apartamentos, a Dracaena reflexa mantém um porte mais arbustivo e compacto.
A pleomele é uma planta ornamental de baixa manutenção, bastante resistente e de fácil cultivo. Devido à sua origem tropical, aprecia climas quentes, úmidos e solos ricos em matéria orgânica. Dentro de casas e apartamentos, os vasos precisam ser de grandes dimensões, com furos no fundo e uma boa camada de drenagem, composta por brita, argila expandida ou qualquer material particulado, que impeça a terra de obstruir os drenos. Uma manta geotêxtil pode ser colocada por cima deste material, a fim de evitar que a terra escoe pelos furos, durante as regas.
O solo ideal para o cultivo da Dracaena reflexa é aquele mais rico em compostos orgânicos, tais como compostagem, húmus de minhoca ou esterco curtido. Pode-se comprar uma terra vegetal já preparada e adubada, em casas que vendem material para jardinagem. Para aumentar a aeração do substrato e facilitar sua drenagem, pode-se misturar uma parte de areia grossa.
As regas da pleomele podem ser frequentes, de modo a manter o solo sempre levemente úmido, sem encharcamento. Não é necessário esperar que o substrato seque completamente, como se costuma fazer com cactos e suculentas. Caso as pontas das folhas da pleomele comecem a secar, pode ser um indício de que os níveis de umidade estão muito baixos, ou que as regas precisam ser mais frequentes. O excesso de adubação, principalmente química, do tipo NPK, também pode causar estas queimaduras nas pontas das folhas. O ideal é adubar esporadicamente, até porque as flores da Dracaena reflexa são bastante discretas e possuem importância ornamental secundária. Qualquer formulação básica de manutenção é mais que suficiente para garantir um bom desenvolvimento da pleomele.
Quando cultivada em áreas externas, a pleomele precisa ser protegida do frio intenso e das geadas, uma vez que esta planta tropical não está adaptada às baixas temperaturas. Esta é uma planta que se desenvolve bem em temperaturas amenas, com as quais estamos acostumados, dentro de nossas casas e apartamentos.
Juntamente com outras plantas bastante comuns, frequentemente utilizadas na decoração de interiores, tais como o lírio da paz, antúrio e jiboia, a pleomele ajuda a absorver poluentes do ambiente, atuando como um filtro natural. Por esta razão, ao contrário da crença popular, que diz que faz mal ter plantas dentro do quarto, a Dracaena reflexa é uma excelente adição a este tipo de ambiente, ajudando a livrá-lo destes poluentes comumente encontrados no ar das grandes cidades.
De qualquer forma, é sempre bom evitar colocar uma pleomele acostumada à vida em ambientes internos sob sol pleno, repentinamente. Esta alteração abrupta na luminosidade pode causar queimaduras em suas folhas. O ideal é que a mudança seja gradual. O inverso também é verdadeiro, sob o risco de a pleomele sofrer um processo de estiolamento, quando repentinamente transferida para ambientes muito sombreados. Neste caso, as folhas e caules crescem aceleradamente, em busca de luz, ficando finos, frágeis e compridos. Quanto melhor for a luminosidade fornecida à Dracaena reflexa, mais compacto e ornamental será seu aspecto vegetativo.
Outra diferença importante, em relação à aparência da pleomele, em resposta a diferentes ambientes de cultivo, está no seu porte. Em jardins ensolarados, esta planta pode atingir grandes proporções, chegando a cinco metros de altura. No entanto, quando cultivada em vasos, principalmente dentro de casas e apartamentos, a Dracaena reflexa mantém um porte mais arbustivo e compacto.
A pleomele é uma planta ornamental de baixa manutenção, bastante resistente e de fácil cultivo. Devido à sua origem tropical, aprecia climas quentes, úmidos e solos ricos em matéria orgânica. Dentro de casas e apartamentos, os vasos precisam ser de grandes dimensões, com furos no fundo e uma boa camada de drenagem, composta por brita, argila expandida ou qualquer material particulado, que impeça a terra de obstruir os drenos. Uma manta geotêxtil pode ser colocada por cima deste material, a fim de evitar que a terra escoe pelos furos, durante as regas.
O solo ideal para o cultivo da Dracaena reflexa é aquele mais rico em compostos orgânicos, tais como compostagem, húmus de minhoca ou esterco curtido. Pode-se comprar uma terra vegetal já preparada e adubada, em casas que vendem material para jardinagem. Para aumentar a aeração do substrato e facilitar sua drenagem, pode-se misturar uma parte de areia grossa.
As regas da pleomele podem ser frequentes, de modo a manter o solo sempre levemente úmido, sem encharcamento. Não é necessário esperar que o substrato seque completamente, como se costuma fazer com cactos e suculentas. Caso as pontas das folhas da pleomele comecem a secar, pode ser um indício de que os níveis de umidade estão muito baixos, ou que as regas precisam ser mais frequentes. O excesso de adubação, principalmente química, do tipo NPK, também pode causar estas queimaduras nas pontas das folhas. O ideal é adubar esporadicamente, até porque as flores da Dracaena reflexa são bastante discretas e possuem importância ornamental secundária. Qualquer formulação básica de manutenção é mais que suficiente para garantir um bom desenvolvimento da pleomele.
Quando cultivada em áreas externas, a pleomele precisa ser protegida do frio intenso e das geadas, uma vez que esta planta tropical não está adaptada às baixas temperaturas. Esta é uma planta que se desenvolve bem em temperaturas amenas, com as quais estamos acostumados, dentro de nossas casas e apartamentos.
Juntamente com outras plantas bastante comuns, frequentemente utilizadas na decoração de interiores, tais como o lírio da paz, antúrio e jiboia, a pleomele ajuda a absorver poluentes do ambiente, atuando como um filtro natural. Por esta razão, ao contrário da crença popular, que diz que faz mal ter plantas dentro do quarto, a Dracaena reflexa é uma excelente adição a este tipo de ambiente, ajudando a livrá-lo destes poluentes comumente encontrados no ar das grandes cidades.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil