| Wilsonara híbrida | |
Esta é uma
orquídea
que impressiona pelo seu porte avantajado e pela imponência de suas hastes
florais, capazes de apresentar diversas tonalidades de um colorido sempre
quente e vibrante. Por ser híbrida, não costuma ser muito apreciada pelos
colecionadores. No entanto, a Wilsonara é ideal para presentear entes
queridos, em datas comemorativas, sempre causando uma excelente impressão.
Além disso, esta é uma orquídea menos conhecida do público em geral, sendo uma
alternativa às clássicas
Phalaenopsis, mais comumente encontradas no mercado.
A orquídea Wilsonara pertence à grande e diversificada
categoria de híbridos complexos, denominados intergenéricos, envolvendo
múltiplos cruzamentos entre diferentes gêneros da subtribo Oncidiinae,
da qual fazem parte
orquídeas
como o
Oncidium, Miltonia (Miltonia moreliana
e
Miltonia colombiana), Gomesa (Gomesa crispa
e
Gomesa recurva) e Rodriguezia (Rodriguezia venusta), entre outros.
A criação de híbridos resultantes do cruzamento entre orquídeas de diversos gêneros é possível graças à grande semelhança genética existente entre elas. A orquídea Wilsonara, por exemplo, é fruto da miscigenação entre os gêneros Cochlioda, Odontoglossum e Oncidium.
Aqui no blog, já apresentamos o híbrido intergenérico Colmanara, que é, provavelmente, o mais conhecido do público em geral. Trata-se do resultado do cruzamento entre os gêneros Oncidium, Miltonia e Odontoglossum. A marca registrada das orquídeas Colmanara é a estampa no estilo animal print, que frequentemente lembra as pelagens de tigres e onças. Já a orquídea Beallara, conhecida por sua flores pintalgadas, em tons pastel, é descendente dos gêneros Brassia, Cochlioda, Miltonia e Odontoglossum. Este é o híbrido mais complexo, por possuir quatro gêneros diferentes em sua genealogia. Por fim, temos a orquídea Odontocidium, fruto do cruzamento entre Odontoglossum e Oncidium, apenas.
Embora existam Wilsonaras com flores tigradas e pintalgadas, são aquelas apresentando um intenso colorido avermelhado, como o da foto de abertura deste artigo, que fazem mais sucesso junto aos consumidores. Aqui no Brasil, podemos encontrar a Wilsonara Blazing Lustre, cujas flores exibem um tom bem fechado de vermelho, tendendo ao vinho, e a Wilsonara Pacific Panache 'Red Heaven', também avermelhada, com o labelo amarelo. O exemplar da foto que ilustra esta matéria, mais alaranjado, é uma Wilsonara Tom Cat B.
Sim, os nomes das orquídeas híbridas são todos estrambólicos, uma vez que cada produtor registra sua criação no banco de dados da Royal Horticultural Society, com sede em Londres, de acordo com aquilo que lhes vem à cabeça, no momento. É o que aconteceu com as orquídeas Wilsonara acima mencionadas.
Em contraste com as estampas gritantes e extravagantes de muitas Colmanaras, Beallaras e Wilsonaras, este meu exemplar vermelho alaranjado é bastante discreto, quase monocromático. É um dos meus preferidos, uma vez que suas flores mais minimalistas organizam-se em imponentes hastes florais, compondo arranjos bem sóbrios e elegantes.
Uma característica interessante dos híbridos resultantes destes complexos cruzamentos, como é o caso da Wilsonara, consiste na heterose, também chamada de vigor híbrido. A miscigenação destas orquídeas costuma resultar em indivíduos mais resistentes, de crescimento mais vigoroso. Além disso, os produtores planejam os cruzamentos de modo a produzirem orquídeas capazes de se desenvolver em ambientes internos, com luminosidade indireta, em condições nas quais estamos acostumados a viver, em nosso cotidiano.
Neste contexto, os cuidados a serem tomados com a orquídea Wilsonara são bastante simples. Como um híbrido descendente de orquídeas epífitas, ela necessita de um substrato bem arejado e drenável. Existem misturas próprias para o cultivo de orquídeas, compostas por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Elas já são vendidas prontas em lojas especializadas e garden centers. Costumo dar preferência a este material comercial, uma vez que ele já vem tratado, para a remoção do excesso de tanino da madeira nele contida.
Outro método comum para o cultivo de orquídeas epífitas é afixando-as em pedaços de madeira ou troncos cortados. Cascas de peroba, por serem mais rugosas, também são bastante populares. O problema, no caso da Wilsonara, é que trata-se de uma orquídea de grande porte, com pseudobulbos robustos, que formam densas touceiras. Muito rapidamente, o suporte se tornará pequeno demais para a orquídea, necessitando ser substituído. Neste sentido, o cultivo desta orquídea em vasos é mais prático e recomendável.
Eles podem ser de barro ou de plástico, sem maiores problemas. Apenas é bom ter em mente que a terracota é mais porosa, permitindo que o substrato seque mais rapidamente. Existem vasos de barro próprios para o cultivo de orquídeas epífitas, com furos nas laterais. Caso o vaso de plástico seja escolhido (este é o material utilizado pelos produtores), ele apresenta a característica de reter a umidade por mais tempo. Sendo assim, as regas devem ser ajustadas de acordo.
O esquema de irrigação da orquídea Wilsonara é o mesmo aplicado à maioria das orquídeas epífitas cultivadas em vasos. Independentemente da periodicidade, deve-se aguardar que o substrato seque completamente, antes de efetuarmos uma nova rega. Para isto, basta colocar o dedo sobre o material e afundar levemente. Se estiver úmido, devemos postergar a irrigação para um outro dia.
A Wilsonara não necessita de uma luminosidade muito intensa, para se desenvolver bem e florescer. Sendo assim, trata-se de uma orquídea que pode ser cultivada dentro de casas e apartamentos, desde que próxima a uma janela bem iluminada. Alternativamente, uma varanda que receba bastante luz é um excelente local para o cultivo da Wilsonara. Devemos apenas evitar o sol direto, principalmente durante as horas mais quentes do dia. O excesso de luminosidade causa um grande aumento no número de pintas nas folhas desta orquídea. Além disso, o sol direto pode queimá-las, abrindo portas para a infecção do tecido vegetal por fungos e bactérias.
A adubação da orquídea Wilsonara é aquela básica, contendo os macro e micronutrientes necessários ao desenvolvimento e floração de todas as orquídeas. Eu costumo utilizar fórmulas do tipo NPK, de manutenção e floração, alternadamente. Para evitar o acúmulo de sais minerais no substrato, utilizo metade da dose recomendada pelos fabricantes. Além disso, a cada quinze dias, rego cada vaso em abundância, de modo que a água escoe bastante pelos furos no fundo, de modo a eliminar o excesso de sais do substrato.
Tomando-se estes pequenos cuidados básicos, a orquídea Wilsonara irá viver e florescer por anos a fio. Por ser híbrida, ela não possui uma época definida de floração, processo que pode ocorrer ao longo de todo o ano. Trata-se de uma orquídea resistente, de fácil cultivo e muito ornamental.
A criação de híbridos resultantes do cruzamento entre orquídeas de diversos gêneros é possível graças à grande semelhança genética existente entre elas. A orquídea Wilsonara, por exemplo, é fruto da miscigenação entre os gêneros Cochlioda, Odontoglossum e Oncidium.
Aqui no blog, já apresentamos o híbrido intergenérico Colmanara, que é, provavelmente, o mais conhecido do público em geral. Trata-se do resultado do cruzamento entre os gêneros Oncidium, Miltonia e Odontoglossum. A marca registrada das orquídeas Colmanara é a estampa no estilo animal print, que frequentemente lembra as pelagens de tigres e onças. Já a orquídea Beallara, conhecida por sua flores pintalgadas, em tons pastel, é descendente dos gêneros Brassia, Cochlioda, Miltonia e Odontoglossum. Este é o híbrido mais complexo, por possuir quatro gêneros diferentes em sua genealogia. Por fim, temos a orquídea Odontocidium, fruto do cruzamento entre Odontoglossum e Oncidium, apenas.
Embora existam Wilsonaras com flores tigradas e pintalgadas, são aquelas apresentando um intenso colorido avermelhado, como o da foto de abertura deste artigo, que fazem mais sucesso junto aos consumidores. Aqui no Brasil, podemos encontrar a Wilsonara Blazing Lustre, cujas flores exibem um tom bem fechado de vermelho, tendendo ao vinho, e a Wilsonara Pacific Panache 'Red Heaven', também avermelhada, com o labelo amarelo. O exemplar da foto que ilustra esta matéria, mais alaranjado, é uma Wilsonara Tom Cat B.
Sim, os nomes das orquídeas híbridas são todos estrambólicos, uma vez que cada produtor registra sua criação no banco de dados da Royal Horticultural Society, com sede em Londres, de acordo com aquilo que lhes vem à cabeça, no momento. É o que aconteceu com as orquídeas Wilsonara acima mencionadas.
Em contraste com as estampas gritantes e extravagantes de muitas Colmanaras, Beallaras e Wilsonaras, este meu exemplar vermelho alaranjado é bastante discreto, quase monocromático. É um dos meus preferidos, uma vez que suas flores mais minimalistas organizam-se em imponentes hastes florais, compondo arranjos bem sóbrios e elegantes.
Uma característica interessante dos híbridos resultantes destes complexos cruzamentos, como é o caso da Wilsonara, consiste na heterose, também chamada de vigor híbrido. A miscigenação destas orquídeas costuma resultar em indivíduos mais resistentes, de crescimento mais vigoroso. Além disso, os produtores planejam os cruzamentos de modo a produzirem orquídeas capazes de se desenvolver em ambientes internos, com luminosidade indireta, em condições nas quais estamos acostumados a viver, em nosso cotidiano.
Neste contexto, os cuidados a serem tomados com a orquídea Wilsonara são bastante simples. Como um híbrido descendente de orquídeas epífitas, ela necessita de um substrato bem arejado e drenável. Existem misturas próprias para o cultivo de orquídeas, compostas por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Elas já são vendidas prontas em lojas especializadas e garden centers. Costumo dar preferência a este material comercial, uma vez que ele já vem tratado, para a remoção do excesso de tanino da madeira nele contida.
Outro método comum para o cultivo de orquídeas epífitas é afixando-as em pedaços de madeira ou troncos cortados. Cascas de peroba, por serem mais rugosas, também são bastante populares. O problema, no caso da Wilsonara, é que trata-se de uma orquídea de grande porte, com pseudobulbos robustos, que formam densas touceiras. Muito rapidamente, o suporte se tornará pequeno demais para a orquídea, necessitando ser substituído. Neste sentido, o cultivo desta orquídea em vasos é mais prático e recomendável.
Eles podem ser de barro ou de plástico, sem maiores problemas. Apenas é bom ter em mente que a terracota é mais porosa, permitindo que o substrato seque mais rapidamente. Existem vasos de barro próprios para o cultivo de orquídeas epífitas, com furos nas laterais. Caso o vaso de plástico seja escolhido (este é o material utilizado pelos produtores), ele apresenta a característica de reter a umidade por mais tempo. Sendo assim, as regas devem ser ajustadas de acordo.
O esquema de irrigação da orquídea Wilsonara é o mesmo aplicado à maioria das orquídeas epífitas cultivadas em vasos. Independentemente da periodicidade, deve-se aguardar que o substrato seque completamente, antes de efetuarmos uma nova rega. Para isto, basta colocar o dedo sobre o material e afundar levemente. Se estiver úmido, devemos postergar a irrigação para um outro dia.
A Wilsonara não necessita de uma luminosidade muito intensa, para se desenvolver bem e florescer. Sendo assim, trata-se de uma orquídea que pode ser cultivada dentro de casas e apartamentos, desde que próxima a uma janela bem iluminada. Alternativamente, uma varanda que receba bastante luz é um excelente local para o cultivo da Wilsonara. Devemos apenas evitar o sol direto, principalmente durante as horas mais quentes do dia. O excesso de luminosidade causa um grande aumento no número de pintas nas folhas desta orquídea. Além disso, o sol direto pode queimá-las, abrindo portas para a infecção do tecido vegetal por fungos e bactérias.
A adubação da orquídea Wilsonara é aquela básica, contendo os macro e micronutrientes necessários ao desenvolvimento e floração de todas as orquídeas. Eu costumo utilizar fórmulas do tipo NPK, de manutenção e floração, alternadamente. Para evitar o acúmulo de sais minerais no substrato, utilizo metade da dose recomendada pelos fabricantes. Além disso, a cada quinze dias, rego cada vaso em abundância, de modo que a água escoe bastante pelos furos no fundo, de modo a eliminar o excesso de sais do substrato.
Tomando-se estes pequenos cuidados básicos, a orquídea Wilsonara irá viver e florescer por anos a fio. Por ser híbrida, ela não possui uma época definida de floração, processo que pode ocorrer ao longo de todo o ano. Trata-se de uma orquídea resistente, de fácil cultivo e muito ornamental.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil