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Alocasias - Exóticas e Elegantes


Alocasia híbrida
| Alocasia híbrida |

Dentre as plantas que cultivo dentro do apartamento, as representantes do gênero botânico Alocasia estão, certamente, entre as minhas top 10 favoritas. Além de conferirem um ar tropical e exuberante a qualquer ambiente, as Alocasias apresentam a grande vantagem de não necessitarem de sol pleno para sobreviverem. São plantas ideais para ambientes internos, mais sombreados. Além disso, podem ser encontradas em uma grande variedade de formas e estampas, graças às inúmeras espécies e híbridos comumente encontrados no mercado. São opções perfeitas para a composição das famosas urban jungles, florestas urbanas, tão em voga na decoração dos lares de millennials.

As Alocasias são conhecidas popularmente por uma infinidade de apelidos curiosos. Aqui no Brasil, é comum encontrá-las como punhal malaio, nome que acho muito bonito. No entanto, também há quem chame a Alocasia de cara de burro ou cara de cavalo, apelidos que não são tão lisonjeiros. No exterior, esta planta costuma ser encontrada como elephant ears, orelha de elefante. Para nós, brasileiros, no entanto, o termo orelha de elefante é comumente utilizado para denominar uma planta suculenta.


Outro apelido comum para as Alocasias é Alocasia amazônica. Em países de língua inglesa, ela também pode ser chamada de african mask. Ambos os nomes populares são engraçados, porque o gênero Alocasia não é originário nem do Brasil e nem da África. Trata-se de uma planta asiática, podendo também ser encontrada na Austrália.

As Alocasias talvez sejam as representantes mais exóticas e elegantes da grande e diversificada família botânica Araceae. São parentes das Alocasias plantas comumente utilizadas na decoração de interiores, tais como o lírio da paz, Spathiphyllum wallisii, e o antúrio, Anthurium andraeanum. Também são exemplos de aráceas as plantas jiboia (Epipremnum aureum), comigo ninguém pode (Dieffenbachia amoena) e zamioculca (Zamioculcas zamiifolia).

As aráceas são plantas típicas de interiores, ideais para serem cultivadas dentro de casas e apartamentos. No entanto, devido à sua origem tropical, não são boas escolhas para ambientes com ar condicionado, como escritórios. Também são conhecidas por serem bastante resistentes e de fácil cultivo. O único defeito desta família botânica, que também se aplica às Alocasias, é a presença de oxalato de cálcio em seus tecidos vegetais, caules, folhas e flores. Trata-se de um composto tóxico, caso seja ingerido inadvertidamente por crianças e animais domésticos. Portanto, é muito importante ter esta informação em mente, ao escolher um local ideal para uma Alocasia, que deve ficar fora do alcance destes pequenos curiosos.

Existem espécies de Alocasia que ficam enormes, sendo mais indicadas para o cultivo em jardins, desde que não recebem luz solar direta. Outras, como o híbrido da foto que ilustra este artigo, apresentam um porte mais compacto, sendo ideais para ambientes internos. Esta variedade de folhas em forma de seta, em um tom bem fechado de verde, com exóticas marcações mais claras, quase prateadas, é a mais comumente encontrada no mercado brasileiro. Frequentemente, observamos este híbrido sendo vendido como Alocasia Polly, ou simplesmente Alocasia amazônica. Também existe um belíssimo cultivar chamado Alocasia Black Velvet.


Uma característica interessante das Alocasias, principalmente do híbrido chamado de Alocasia amazônica, é que suas folhas apresentam uma superfície escura e brilhante, quando nascem. Parecem feitas de plástico. Como o passar do tempo, infelizmente, esta textura vai dando lugar a uma aparência mais clara e fosca, até que a folha amarela e seca, com a idade. Nada muito diferente do que ocorre com a nossa pele.

Trata-se de um processo normal, já que novas folhas continuam a ser produzidas ao longo de todo o ano, a partir do ápice da planta. No entanto, por ser tropical, a Alocasia pode entrar em dormência, caso seja cultivada em locais de climas mais frios, como no sul do país. Neste caso, o surgimento de novas folhas cessa durante o inverno, sendo retomado na primavera. A dormência da planta também pode ser desencadeada por um cultivo em local com luminosidade insuficiente. Mesmo que o caule fique, eventualmente, sem folha alguma, ainda assim é possível que a Alocasia ressurja das cinzas, emitindo novas folhas, caso as condições se tornem mais favoráveis.

Uma praga que ataca a Alocasia com frequência, principalmente quando a planta é cultivada dentro de casas e apartamentos, é chamada pelos americanos de spider mites. São ácaros, de tamanho quase microscópico, cuja principal característica é a construção de finas teias, semelhantes às teias de aranhas. Estes seres raspam a superfície das folhas, causando-lhes danos que podem levar à morte da planta. O melhor remédio é sempre a prevenção, inspecionando a Alocasia regularmente e limpando as folhas que apresentem estas teias. Borrifá-las regularmente com água também ajuda a afastar estes intrusos. Na pior das hipóteses, pode-se cortar todas as folhas afetadas, e aguardar uma nova brotação.

O vaso para o cultivo da Alocasia costuma ser de plástico, já que a planta pode alcançar grandes dimensões. Neste sentido, o vaso de plástico permite um replante mais tranquilo, periodicamente. Em jardins, obviamente, não há esta limitação. O importante é que o vaso tenha furos no fundo e uma boa camada de drenagem, que pode ser composta por brita, cacos de telha ou argila expandida. Uma manta geotêxtil por cima deste material vai ajudar a reter o solo, impedindo que ele se perca durante as regas.


As Alocasias podem ser cultivadas com aquela terra preparada, que já é vendida pronta em lojas que comercializam material para jardinagem. Alternativamente, pode-se misturar este solo com areia grossa e composto orgânico, em partes iguais. Desta forma, obteremos um substrato bem drenável, bastante aerado e rico em nutrientes, características que a planta encontra em seu habitat de origem, que geralmente é tropical ou subtropical.

Sendo assim, as diferentes espécies de Alocasia apreciam ambientes com bons índices de umidade relativa do ar. No entanto, isto não significa que as regas devam ser muito frequentes. O excesso de água em torno das raízes pode levar ao seu apodrecimento. De modo geral, independentemente da periodicidade, somente devemos regar quando o solo estiver seco. Podemos perceber este momento colocando o dedo sobre a terra e afundando levemente. Se estiver úmida, devemos regar em uma outra data, no futuro. Também por esta razão, é sempre aconselhável evitar o uso do pratinho sob o vaso, que pode favorecer a proliferação de fungos e bactérias nas raízes, debilitando a planta e podendo levá-la à morte.

Caso o ambiente interno seja muito seco, ou tenha ar condicionado, deve-se proporcionar algum meio de contrabalançar esta situação. Umidificadores de ar funcionam bem, neste sentido. Além disso, pode-se utilizar uma bandeja umidificadora, com areia ou brita, mantendo-se uma lâmina de água no fundo. O vaso com a Alocasia vai por cima deste material, de modo que o fundo não fique em contato direto com a água. Borrifar levemente as folhas com água, diariamente, também ajuda a manter uma umidade saudável em torno da planta.

Embora pareçam complicados, estes são os cuidados básicos com todas as folhagens ornamentais de origem tropical, principalmente quando cultivadas em interiores. Neste tipo de ambiente, a Alocasia precisa ficar posicionada bem próxima a uma janela bem iluminada, sem que receba sol direto em suas folhas, que podem ficar queimadas com a irradiação solar excessiva. Caso sejam cultivadas em jardins, as Alocasias precisam ficar posicionadas em locais mais sombreados. Neste tipo de ambiente aberto, é importante que o clima da região seja propício, uma vez que este tipo de planta não se dá bem com temperaturas muito baixas.


Em território brasileiro, é muito difícil que as Alocasias floresçam, principalmente quando cultivadas dentro de casas e apartamentos. Por esta razão, a adubação não precisa ser muito elaborada. Qualquer fórmula de manutenção, com níveis proporcionais de NPK, é suficiente para a manutenção desta planta. Além disso, a matéria orgânica presente na terra irá se decompor, fornecendo os nutrientes necessários ao seu bom desenvolvimento.

As Alocásias podem emitir brotos laterais, na base da planta mãe, que podem ser separados e plantados em um outro vaso. Outra forma de propagação consiste na simples divisão da touceira, através da separação do rizoma subterrâneo.

Com tanta beleza, exotismo e diversidade, fica difícil resistir à tentação de montar uma coleção de Alocasias. Cada espécie, híbrido ou variedade oferece um atrativo diferente, do ponto de vista ornamental. Ainda que não seja uma planta muito comum nos pontos de venda, vale a pena procurá-la para incrementar a coleção.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil