| Portulacaria afra | |
Sou fascinado por plantas
suculentas
que crescem sob a forma de arvoretas, ao estilo bonsai. É o caso da
Portulacaria afra, que tem folhas pequenas e delicadas, dispostas ao
longo de pequenos caules avermelhados. Muitos cultivadores vão podando e
treinando a planta, para que fique com a aparência de um bonsai. Esta é uma
das suculentas mais apropriadas para este fim. Neste artigo, conheceremos
mais de perto a Portulacaria afra, com dicas para melhor cultivá-la.
Devido à semelhança dos nomes, muitos acreditam que a
Portulacaria afra seja parente da
Portulaca grandiflora, a popular
onze horas, apresentada recentemente aqui no blog. De fato, ambas são plantas
suculentas e pertenciam à mesma família botânica, Portulacaceae. No
entanto, recentemente, estudos de genética molecular revelaram que estas
duas plantas não são tão semelhantes como se imaginava, de tal forma que a
Portulacaria afra acabou sendo transferida para outra família,
Didiereaceae. É aquele clássico vai e vem de nomenclaturas ao qual os
leitores aqui do blog já estão acostumados.
Outra confusão muito comum, envolvendo a Portulacaria afra, é com a famosa planta jade. Devido à sua semelhança no porte e nas folhas suculentas, é comum que alguns acreditem se tratar de uma variedade em miniatura da planta jade. Um dos apelidos da Portulacaria afra é, inclusive, mini jade. No entanto, são plantas pertencentes a famílias botânicas distintas. A planta jade, Crassula ovata, é uma crassulácea, não possuindo parentesco próximo com a Portulacaria afra.
Esta suculenta possui vários apelidos, no exterior. Ela é frequentemente chamada de elephant bush, arbusto de elefante, ou elephant food, comida de elefante. Também há quem apelide a Portulacaria afra de dwarf jade plant, planta jade anã. Trata-se de uma planta nativa da África do Sul, que ganhou o mundo todo graças ao seu aspecto ornamental. Apesar do apelido, a Portulacaria afra também é ingerida por cabras, tartarugas e até humanos, além dos elefantes. Na África do Sul, ela é um ingrediente comum na culinária, sendo acrescida a sopas e saladas.
As principais características que distinguem a Portulacaria afra da Crassula ovata são o crescimento mais compacto, o caule avermelhado e as folhas pequenas e arredondadas. Seu desenvolvimento tende a ser mais na horizontal, se a planta não for podada regularmente. Há, inclusive, quem consiga deixá-la pendente, com o tempo. Embora tenha o aspecto lenhoso, o caule nunca fica completamente lignificado, revelando uma textura mais macia, quando podado. Trata-se de uma suculenta que cresce mais rapidamente, quando comparada à tradicional planta jade.
Há diferentes variedades de Portulacaria afra, como aquela que tende a um crescimento pendente, denominada prostrata, frequentemente utilizada como forração. Há ainda o cultivar aurea, que exibe folhas em um verde mais claro, tendendo ao amarelado. Por fim, há também uma belíssima forma variegata desta suculenta, que vale a pena ter na coleção. A versão em bonsai deste cultivar fica um espetáculo.
O cultivo da Portulacaria afra é semelhante ao aplicado à maioria das plantas suculentas. O vaso pode ser de barro ou plástico, lembrando que este último tende a reter a umidade por mais tempo. Qualquer que seja o material, o importante é que o vaso tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por cacos de telha, brita ou argila expandida. Por cima deste material, pode ser colocada uma manta geotêxtil, para evitar que o substrato escape pelos furos, durante as regas.
O solo para o plantio da Portulacaria afra deve ser mais arenoso, como aquele encontrado em seu habitat de origem, que tem características de um clima árido. Podem ser utilizados substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, que já são vendidos prontos em lojas especializadas e garden centers. Para preparar uma versão caseira, basta misturar terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. Lembrando que a Portulacaria afra está acostumada a solos pobres em matéria orgânica, de tal modo que não é necessário acrescentar muito esterco curtido ou húmus de minhoca à mistura do substrato. O importante é que ele seja bem arejado e drenável.
As regas devem ser espaçadas, de modo a permitirem que o substrato seque completamente, durante os intervalos entre uma irrigação e outra. O principal inimigo da Portulacaria afra, assim como de qualquer cacto ou suculenta, é o excesso de umidade em torno de suas raízes. Para evitar que isto ocorra, é essencial evitar o uso do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e facilitar a proliferação do mosquito da dengue.
O fator crucial para que a Portulacaria afra seja bem cultivada é a luminosidade. Muito embora esta suculenta possa ser mantida dentro de casas e apartamentos, é importante que ela fique posicionada bem próxima a uma janela ensolarada. Quanto mais luz ela receber, melhor será seu desenvolvimento. Em áreas externas, ela precisa de um período de adaptação, para sobreviver ao sol direto, principalmente nas horas mais quentes do dia. O ideal é fornecer uma luz intensa, mas filtrada.
Por ser uma planta capaz de tolerar o cultivo sob meia sombra, em interiores, a Portulacaria afra é uma excelente opção para quem deseja um bonsai para ter dentro de casa. Como são árvores, os verdadeiros bonsai necessitam de várias horas de sol pleno por dia, para sobreviverem. Já a Portulacaria afra, em estilo bonsai ou não, pode ser mantida em locais mais sombreados.
Muito embora a Portulacaria afra possa produzir delicados bouquets de flores em forma de estrelas, em um tom rosado suave, é muito difícil que isto aconteça no cultivo doméstico, principalmente dentro de casas e apartamentos. Caso ela esteja em áreas externas, com bastante luminosidade, pode ser adubada com fórmulas do tipo NPK, mais ricas em fósforo, para que sua floração seja estimulada.
A forma mais rápida e tranquila de fazer a propagação da Portulacaria afra é através do método de estaquia. Com um instrumento afiado e esterilizado, preferencialmente no fogo, pode-se cortar pedaços do caule e deixá-los em um local sombreado, por alguns dias, até que o corte seja cicatrizado. O uso de canela em pó, polvilhada nas áreas cortadas, ajuda a prevenir a infecção por fungos e bactérias. Depois deste período, as estacas podem ser plantadas em novos vasos. O enraizamento é rápido, assim como o desenvolvimento das novas mudas.
Para quem já aprecia a planta jade, a Portulacaria afra é uma interessante diversificação, mantendo o mesmo aspecto de arvoreta, extremamente ornamental. Trata-se de uma suculenta resistente e de fácil cultivo.
Outra confusão muito comum, envolvendo a Portulacaria afra, é com a famosa planta jade. Devido à sua semelhança no porte e nas folhas suculentas, é comum que alguns acreditem se tratar de uma variedade em miniatura da planta jade. Um dos apelidos da Portulacaria afra é, inclusive, mini jade. No entanto, são plantas pertencentes a famílias botânicas distintas. A planta jade, Crassula ovata, é uma crassulácea, não possuindo parentesco próximo com a Portulacaria afra.
Esta suculenta possui vários apelidos, no exterior. Ela é frequentemente chamada de elephant bush, arbusto de elefante, ou elephant food, comida de elefante. Também há quem apelide a Portulacaria afra de dwarf jade plant, planta jade anã. Trata-se de uma planta nativa da África do Sul, que ganhou o mundo todo graças ao seu aspecto ornamental. Apesar do apelido, a Portulacaria afra também é ingerida por cabras, tartarugas e até humanos, além dos elefantes. Na África do Sul, ela é um ingrediente comum na culinária, sendo acrescida a sopas e saladas.
As principais características que distinguem a Portulacaria afra da Crassula ovata são o crescimento mais compacto, o caule avermelhado e as folhas pequenas e arredondadas. Seu desenvolvimento tende a ser mais na horizontal, se a planta não for podada regularmente. Há, inclusive, quem consiga deixá-la pendente, com o tempo. Embora tenha o aspecto lenhoso, o caule nunca fica completamente lignificado, revelando uma textura mais macia, quando podado. Trata-se de uma suculenta que cresce mais rapidamente, quando comparada à tradicional planta jade.
Há diferentes variedades de Portulacaria afra, como aquela que tende a um crescimento pendente, denominada prostrata, frequentemente utilizada como forração. Há ainda o cultivar aurea, que exibe folhas em um verde mais claro, tendendo ao amarelado. Por fim, há também uma belíssima forma variegata desta suculenta, que vale a pena ter na coleção. A versão em bonsai deste cultivar fica um espetáculo.
O cultivo da Portulacaria afra é semelhante ao aplicado à maioria das plantas suculentas. O vaso pode ser de barro ou plástico, lembrando que este último tende a reter a umidade por mais tempo. Qualquer que seja o material, o importante é que o vaso tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por cacos de telha, brita ou argila expandida. Por cima deste material, pode ser colocada uma manta geotêxtil, para evitar que o substrato escape pelos furos, durante as regas.
O solo para o plantio da Portulacaria afra deve ser mais arenoso, como aquele encontrado em seu habitat de origem, que tem características de um clima árido. Podem ser utilizados substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, que já são vendidos prontos em lojas especializadas e garden centers. Para preparar uma versão caseira, basta misturar terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. Lembrando que a Portulacaria afra está acostumada a solos pobres em matéria orgânica, de tal modo que não é necessário acrescentar muito esterco curtido ou húmus de minhoca à mistura do substrato. O importante é que ele seja bem arejado e drenável.
As regas devem ser espaçadas, de modo a permitirem que o substrato seque completamente, durante os intervalos entre uma irrigação e outra. O principal inimigo da Portulacaria afra, assim como de qualquer cacto ou suculenta, é o excesso de umidade em torno de suas raízes. Para evitar que isto ocorra, é essencial evitar o uso do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e facilitar a proliferação do mosquito da dengue.
O fator crucial para que a Portulacaria afra seja bem cultivada é a luminosidade. Muito embora esta suculenta possa ser mantida dentro de casas e apartamentos, é importante que ela fique posicionada bem próxima a uma janela ensolarada. Quanto mais luz ela receber, melhor será seu desenvolvimento. Em áreas externas, ela precisa de um período de adaptação, para sobreviver ao sol direto, principalmente nas horas mais quentes do dia. O ideal é fornecer uma luz intensa, mas filtrada.
Por ser uma planta capaz de tolerar o cultivo sob meia sombra, em interiores, a Portulacaria afra é uma excelente opção para quem deseja um bonsai para ter dentro de casa. Como são árvores, os verdadeiros bonsai necessitam de várias horas de sol pleno por dia, para sobreviverem. Já a Portulacaria afra, em estilo bonsai ou não, pode ser mantida em locais mais sombreados.
Muito embora a Portulacaria afra possa produzir delicados bouquets de flores em forma de estrelas, em um tom rosado suave, é muito difícil que isto aconteça no cultivo doméstico, principalmente dentro de casas e apartamentos. Caso ela esteja em áreas externas, com bastante luminosidade, pode ser adubada com fórmulas do tipo NPK, mais ricas em fósforo, para que sua floração seja estimulada.
A forma mais rápida e tranquila de fazer a propagação da Portulacaria afra é através do método de estaquia. Com um instrumento afiado e esterilizado, preferencialmente no fogo, pode-se cortar pedaços do caule e deixá-los em um local sombreado, por alguns dias, até que o corte seja cicatrizado. O uso de canela em pó, polvilhada nas áreas cortadas, ajuda a prevenir a infecção por fungos e bactérias. Depois deste período, as estacas podem ser plantadas em novos vasos. O enraizamento é rápido, assim como o desenvolvimento das novas mudas.
Para quem já aprecia a planta jade, a Portulacaria afra é uma interessante diversificação, mantendo o mesmo aspecto de arvoreta, extremamente ornamental. Trata-se de uma suculenta resistente e de fácil cultivo.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil