| Aeonium haworthii | |
Esta foi uma das primeiras
plantas suculentas
que cultivei, aqui no apartamento. Ela é, ainda hoje, uma das minhas
favoritas. Além de ser bastante ornamental, o Aeonium haworthii é uma
suculenta resistente, que cresce rapidamente e produz inúmeras novas brotações
laterais, a partir do caule. Como se não bastasse, à medida que envelhece, vai
adquirindo um interessante aspecto de arvoreta, que lembra um bonsai. Trata-se
de uma suculenta ideal para quem está começando o cultivo destas gorduchas.
O gênero Aeonium pertence à grande família
Crassulaceae de plantas suculentas. Também fazem parte desta família as
famosas
rosas de pedra, em sua maioria pertencentes ao gênero
Echeveria. No entanto, as plantas mais proximamente relacionadas ao
Aeonium haworthii são aquelas incluídas no gênero Sempervivum,
conhecidas no exterior como hen and chickens, galinha e pintinhos, em
alusão aos inúmeros brotos que a planta mãe produz. Além disso, as espécies de
Aeonium fazem parte da mesma subtribo à qual pertence o gênero
Sedum.
Aqui no blog, já apresentamos o
Aeonium castello-paivae, em sua versão variegata. Apesar de belíssima, esta suculenta é muito
mais delicada e temperamental, quando comparada ao Aeonium haworthii.
São plantas nativas das ilhas Canárias, o arquipélago espanhol localizado nas
proximidades da região costeira do Marrocos. Outras espécies de
Aeonium podem ser encontradas no arquipélago da Madeira, território
português, bem como em algumas regiões da África oriental.
Outra curiosidade interessante, a respeito do Aeonium haworthii, está
no apelido recebido em países de língua inglesa, pinwheel Aeonium, que
significa Aeonium cata-vento. Isto graças à disposição em rosetas de
suas folhas pontudas. Aqui no Brasil, infelizmente, ele não é conhecido por um
apelido em particular.
O Aeonium haworthii dispõe suas folhas suculentas, em forma de espada,
radialmente em torno de um eixo central, formando rosetas de grande apelo
ornamental. Seu caule vai adquirindo uma aparência lignificada, similar à de
árvores adultas. Por esta razão, muitos cultivam o
Aeonium haworthii como um bonsai. Em locais sombreados, suas folhas
permanecem verdes. Contudo, quanto mais luminosidade receber, mais coloridas
elas se tornam, adquirindo bordas avermelhadas. Existe uma variedade muito
famosa, variegata, denominada Aeonium haworthii 'Kiwi'. Esta
forma apresenta folhas que mesclam tons de verde e creme, com bordas
vermelhas.
Outro detalhe digno de nota, no Aeonium haworthii, consiste em suas
folhas com bordas delicadamente ciliadas, como podemos observar na imagem de
abertura deste artigo. À medida que o caule cresce, as folhas mais antigas,
basais, vão secando e caindo. Trata-se de um processo normal de
desenvolvimento. Cada ponto de inserção das antigas folhas torna-se um
potencial local para novas brotações laterais, que tornam o aspecto da
suculenta ainda mais ramificado e interessante.
Por fim, outro hábito curioso do Aeonium haworthii é que sua fase de
crescimento ocorre predominantemente durante os meses mais frios do ano, no
inverno, quando boa parte das plantas está em dormência.
Por esta razão, é importante tomar cuidado com o excesso de regas,
principalmente durante o verão, quando o Aeonium haworthii está em
dormência, na contramão das outras plantas. De modo geral, ele deve ser regado
com parcimônia, como toda suculenta. O melhor método é sempre verificar o
nível de umidade do solo com a ponta do dedo, afundando levemente. É por este
motivo que evito colocar aquela finalização de pedrisco branco sobre a terra,
que me atrapalha neste aferição diária da umidade. Frequentemente, percebo que
o solo está seco apenas observando sua coloração, mais clara. Uma outra dica
valiosa, para saber quando é hora de regar, está no peso do vaso. Quanto mais
leve, mais seco estará o substrato, o que significa que uma nova irrigação
pode ser efetuada.
O substrato para o cultivo desta suculenta deve ser composto por um solo mais
arenoso, que mimetize o habitat de origem do Aeonium haworthii. Para
não errar, é sempre recomendável comprar misturas prontas, próprias para o
cultivo de cactos e suculentas, em lojas especializadas e
garden centers. No entanto, é fácil preparar uma versão caseira,
bastando misturar terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. Há quem
adicione esterco curtido ou húmus de minhoca a esta mistura, mas eu,
particularmente, prefiro evitar. Como cultivo as plantas dentro do
apartamento, prefiro utilizar adubos químicos, do tipo NPK, que são mais
práticos e inodoros. Além disso, plantas suculentas, de um modo geral, estão
habituadas a solos mais pobres em matéria orgânica.
A montagem do vaso, para o cultivo do Aeonium haworthii, deve obedecer
alguns critérios. De modo geral, os vasos de barro são mais recomendados, já
que o material poroso da terracota permite que o substrato seque mais
rapidamente. Eu, no entanto, costumo manter a planta no vaso de plástico, da
maneira como ela vem do produtor. Como ele retém a umidade por mais tempo,
basta ajustar a frequência das regas de acordo, sempre verificando a umidade e
sentindo o peso do vaso.
Qualquer que seja o material do vaso, o importante é que ele tenha furos no
fundo. Além disso, ele deve ter uma camada de drenagem, composta por brita,
argila expandida ou qualquer outro material particulado. Por cima desta
camada, pode-se posicionar uma manta geotêxtil, que permite o escoamento da
água, mas retém o substrato arenoso, impedindo que ele escape durante as
regas. Como sempre, o uso do pratinho sob o vaso é desaconselhado, uma vez que
ele retém a água das regas e aumenta a umidade em torno das raízes.
O Aeonium haworthii pode ser cultivado dentro de casas e apartamentos, em ambientes de meia sombra. No entanto, quanto mais luminosidade ele puder receber, mais decorativas ficarão suas rosetas. Já cultivei exemplares na varanda do apartamento, que é voltada a oeste, recebendo todo o sol direto da tarde. A planta ficava belíssima, colorida e bastante ramificada. Atualmente, mantenho alguns exemplares dentro do quarto, em um local próximo a uma janela face oeste. As folhas ficam mais verdes, mas as plantas se desenvolvem satisfatoriamente.
Esta versatilidade e resistência fazem do Aeonium haworthii uma escolha perfeita para quem não tem muita intimidade no cultivo de suculentas. Também é ideal para quem não tem tempo para se dedicar à manutenção das plantas. Tudo o que esta espécie precisa é de bastante luz e regas ocasionais. Trata-se de uma suculenta que abrilhanta qualquer coleção, apresentando a vantagem de nunca ficar pescoçuda, como algumas Echeverias, que, volta e meia, requerem uma poda radical. Ao contrário, no caso do Aeonium haworthii, quanto mais o tempo passa, mais envelhecidos e ramificados ficam seus caules, o que torna o conjunto cada vez mais belo.
O Aeonium haworthii pode ser cultivado dentro de casas e apartamentos, em ambientes de meia sombra. No entanto, quanto mais luminosidade ele puder receber, mais decorativas ficarão suas rosetas. Já cultivei exemplares na varanda do apartamento, que é voltada a oeste, recebendo todo o sol direto da tarde. A planta ficava belíssima, colorida e bastante ramificada. Atualmente, mantenho alguns exemplares dentro do quarto, em um local próximo a uma janela face oeste. As folhas ficam mais verdes, mas as plantas se desenvolvem satisfatoriamente.
Esta versatilidade e resistência fazem do Aeonium haworthii uma escolha perfeita para quem não tem muita intimidade no cultivo de suculentas. Também é ideal para quem não tem tempo para se dedicar à manutenção das plantas. Tudo o que esta espécie precisa é de bastante luz e regas ocasionais. Trata-se de uma suculenta que abrilhanta qualquer coleção, apresentando a vantagem de nunca ficar pescoçuda, como algumas Echeverias, que, volta e meia, requerem uma poda radical. Ao contrário, no caso do Aeonium haworthii, quanto mais o tempo passa, mais envelhecidos e ramificados ficam seus caules, o que torna o conjunto cada vez mais belo.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil