| Masdevallia Angel Frost | |
As
orquídeas
do gênero Masdevallia são conhecidas pelo porte compacto de sua parte
vegetativa e pelo tamanho comparativamente avantajado de suas flores, que
costumam exibir formas exóticas e esculturais. Ainda assim, é comum que muitos
coloquem os representantes deste gênero na categoria informal de
micro orquídeas. No conjunto geral, são plantas delicadas, bastante diferentes daquelas que
estamos acostumados a encontrar em floriculturas. A seguir, darei informações
e dicas de cultivo das orquídeas Masdevallia que já passaram aqui pelo
apartamento.
O gênero botânico Masdevallia faz parte da subtribo
Pleurothallidinae, da família Orchidaceae. Isto quer dizer que a
orquídea Masdevallia é proximamente relacionada a vários gêneros de
micro orquídeas bastante conhecidas dos colecionadores, tais como
Pleurothallis, Dracula, Barbosella e Restrepia,
entre outros. Apenas como curiosidade, pertence ao gênero Dracula a
interessante espécie popularmente conhecida como
orquídea cara de macaco, Dracula simia.
A orquídea Masdevallia foi assim nomeada em homenagem ao médico e botânico Jose Masdeval, da Espanha, que teve seu sobrenome latinizado e imortalizado. Trata-se de um gênero tipicamente encontrado no novo mundo, em vários países da América tropical. São plantas cujo habitat localiza-se em áreas de elevadas altitudes, tais como a região andina do Equador, Colômbia, Peru e Bolívia. A Masdevallia é típica de ambientes sombreados, que apresentam temperaturas amenas e altos índices de umidade relativa do ar.
A principal característica da parte vegetativa da Masdevallia é a ausência de pseudobulbos. As folhas nascem diretamente a partir dos rizomas, que costumam ser curtos, formando compactas e delicadas touceiras. As flores apresentam uma aparência única, em formato triangular, com extensões tubulares em seus vértices, resultado da fusão das sépalas.
Talvez a orquídea Masdevallia mais conhecida e apreciada pelos colecionadores brasileiros seja a Masdevallia Angel Frost, apresentada na foto de abertura deste artigo. Trata-se de um híbrido primário, registrado em 1982, resultante do cruzamento entre as espécies Masdevallia veitchiana e Masdevallia strobelii. A flor é grande e vistosa, quando comparada à parte vegetativa da orquídea. O formato exótico, o tom amarelo vivo e a superfície aveludada das pétalas são os diferenciais deste híbrido.
Também bastante encontrada nas coleções, a espécie Masdevallia infracta pode apresentar flores em diversas cores, que vão do branco ao castanho, passando por várias nuances intermediárias. A variedade amarela, apresentada na foto abaixo, é a que mais me chama a atenção. Em comparação à Masdevallia Angel Frost, esta espécie apresenta flores menores e mais delgadas. A parte vegetativa é idêntica, ficando impossível diferenciá-las quando não estão floridas.
A Masdevallia infracta foi descrita como tal por John Lindley, em 1833.
Ao longo dos séculos, foi sofrendo várias alterações taxonômicas, até chegar
ao ponto de ser colocada em outro gênero, Alaticaulia. Crises de
identidade à parte, vamos nos ater às informações mais relevantes sobre esta
delicada orquídea.
A orquídea Masdevallia foi assim nomeada em homenagem ao médico e botânico Jose Masdeval, da Espanha, que teve seu sobrenome latinizado e imortalizado. Trata-se de um gênero tipicamente encontrado no novo mundo, em vários países da América tropical. São plantas cujo habitat localiza-se em áreas de elevadas altitudes, tais como a região andina do Equador, Colômbia, Peru e Bolívia. A Masdevallia é típica de ambientes sombreados, que apresentam temperaturas amenas e altos índices de umidade relativa do ar.
A principal característica da parte vegetativa da Masdevallia é a ausência de pseudobulbos. As folhas nascem diretamente a partir dos rizomas, que costumam ser curtos, formando compactas e delicadas touceiras. As flores apresentam uma aparência única, em formato triangular, com extensões tubulares em seus vértices, resultado da fusão das sépalas.
Talvez a orquídea Masdevallia mais conhecida e apreciada pelos colecionadores brasileiros seja a Masdevallia Angel Frost, apresentada na foto de abertura deste artigo. Trata-se de um híbrido primário, registrado em 1982, resultante do cruzamento entre as espécies Masdevallia veitchiana e Masdevallia strobelii. A flor é grande e vistosa, quando comparada à parte vegetativa da orquídea. O formato exótico, o tom amarelo vivo e a superfície aveludada das pétalas são os diferenciais deste híbrido.
Também bastante encontrada nas coleções, a espécie Masdevallia infracta pode apresentar flores em diversas cores, que vão do branco ao castanho, passando por várias nuances intermediárias. A variedade amarela, apresentada na foto abaixo, é a que mais me chama a atenção. Em comparação à Masdevallia Angel Frost, esta espécie apresenta flores menores e mais delgadas. A parte vegetativa é idêntica, ficando impossível diferenciá-las quando não estão floridas.
Masdevallia infracta |
Trata-se de uma planta típica do continente americano, ocorrendo na Mata
Atlântica brasileira, além de Peru e Bolívia. A Masdevallia infracta é
uma orquídea de hábitos epífitos, vegetando em ambientes com altos índices de
umidade relativa do ar. Sua distribuição está restrita às regiões mais
sombreadas no interior das florestas, sob as densas copas das árvores.
Estas características do habitat natural da Masdevallia infracta são
importantes para que possamos adequar nossas condições de cultivo. De modo
geral, esta orquídea não aprecia localidades de clima muito quente e seco. O
ideal é que possamos oferecer um ambiente com boa luminosidade indireta,
sombreado, com bastante umidade e temperaturas amenas.
Apesar do tamanho diminuto da planta, e do seu aspecto delicado, trata-se de
uma orquídea bastante resistente, considerada de fácil cultivo. Aqui na sacada
do apartamento, já obtive generosas florações desta orquídea
Masdevallia, muito embora este gênero possa ser desafiador para quem
mora em regiões muito quentes, secas, ou ao nível do mar.
Outra interessante micro orquídea do gênero Masdevallia, cujas flores
lembram pequenas esculturas abstratas, de colorido contrastante, é a
Masdevallia discoidea. Esta espécie é bem menos conhecida, sendo que
dificilmente eu a encontro nas coleções. Se ampliadas, suas flores poderiam
ser exibidas no Guggenheim de Nova Iorque. Mas trata-se de uma orquídea
brasileiríssima, que ocorre exclusivamente no estado do Espírito Santo. Embora
o habitat da Masdevallia discoidea esteja oficialmente preservado,
graças à criação da Estação Biológica de Santa Lúcia, esta pequena orquídea de
forma e colorido exóticos encontra-se, infelizmente, sob risco de extinção em
seu habitat de origem.
Masdevallia discoidea |
Graças ao trabalho de cultivadores, que se dedicam à sua reprodução em
laboratório, esta orquídea está presente em coleções de orquidófilos
espalhados pelo mundo. Existem exemplares disponíveis no mercado, produzidos
com fins comerciais, que não foram coletados da natureza. No momento da
aquisição de uma orquídea, é muito importante sabermos sua procedência, para
que não estimulemos a coleta ilegal destas plantas.
No caso desta bela espécie de orquídea Masdevallia, o termo
discoidea é o feminino de discoideus, que em latim significa em
forma de disco. Por esta razão, esta orquídea é conhecida no exterior como
the disc-shaped Masdevallia. A partir de sua estrutura circular em tons
de púrpura, a flor emite três delicados filamentos em um amarelo bem
contrastante, como podemos observar em detalhes abaixo.
Masdevallia discoidea |
A Masdevallia discoidea permanece florida por vários meses, emitindo
inúmeras flores de forma sequencial. Um dado interessante é que a flor não
murcha nem seca antes de cair. Quando menos esperamos, lá está a flor intacta,
caída no chão. No começo, levamos um susto, mas depois nos acostumamos.
Felizmente, vários outros botões florais vão se abrindo, um após o outro.
A orquídea Masdevallia tem fama de ser temperamental e muito frágil em
cultivo. A verdade, como já mencionamos, é que sua sobrevivência depende muito
das condições climáticas de cada localidade. Em regiões de temperaturas amenas
e bons índices de umidade do ar, a Masdevallia se desenvolve com
bastante tranquilidade. Basta fornecer uma
luminosidade
indireta, filtrada, e as florações surgirão, sem parcimônia. O ideal é
utilizar uma tela de sombreamento capaz de reter 70% dos raios solares.
Sempre convém lembrar que a exigência da Masdevallia por bastante umidade não significa um aumento na frequência das regas. É preciso que o ambiente tenha níveis elevados de umidade relativa do ar, mas o substrato não pode ficar encharcado por muito tempo. Para tanto, podemos recorrer a umidificadores de ar, fontes de água próximas, ou mesmo bandejas umidificadoras, que são aparatos com areia, pedrisco ou argila expandida, capazes de armazenar uma lâmina de água no fundo. Os vasos com a Masdevallia são colocados sobre estas bandejas, sem que o fundo fique em contato direto com a água.
No caso da orquídea Masdevallia, o vaso ideal é o de plástico, já que este material possui a capacidade de reter a umidade do substrato por mais tempo. Costuma-se recomendar o vaso de barro para a maioria das orquídeas epífitas, mas, neste caso, a terracota acaba permitindo que as raízes da Masdevallia fiquem secas muito rapidamente. O substrato clássico para orquídeas epífitas, composto por casca de pinus, também não é muito recomendado. O ideal é a utilização de musgo sphagnum, que possui a capacidade de armazenar grandes quantidades de água. No entanto, neste caso, as regas devem ser ajustadas de acordo, para evitar o excesso de umidade.
O principal sinal de que a orquídea Masdevallia está em apuros é a rápida queda de suas folhas. Geralmente, esta é uma consequência de um cultivo inadequado, em temperaturas muito altas ou em ambientes muito secos. Além disso, a Masdevallia é bastante suscetível à queima das pontas das folhas, em razão do acúmulo de sais minerais provenientes da adubação. Neste sentido, é necessário adubar de forma homeopática, com metade da dose recomendada pelo fabricante. Também é importante que o substrato seja lavado abundantemente, de tempos em tempos. para que o excesso de sais seja eliminado.
Aqui no apartamento, considero um milagre que meus exemplares deste gênero Masdevallia tenham sobrevivido e florescido em um local tão árido, com sol e vento constantes. Após muitas tentativas, acabei encontrando um nicho mais protegido, no chão, que procuro manter sempre molhado. Neste microclima, elas ficam escondidas atrás de outras orquídeas e vasos mais altos, que as protegem do vento em excesso e do sol direto.
Sempre convém lembrar que a exigência da Masdevallia por bastante umidade não significa um aumento na frequência das regas. É preciso que o ambiente tenha níveis elevados de umidade relativa do ar, mas o substrato não pode ficar encharcado por muito tempo. Para tanto, podemos recorrer a umidificadores de ar, fontes de água próximas, ou mesmo bandejas umidificadoras, que são aparatos com areia, pedrisco ou argila expandida, capazes de armazenar uma lâmina de água no fundo. Os vasos com a Masdevallia são colocados sobre estas bandejas, sem que o fundo fique em contato direto com a água.
No caso da orquídea Masdevallia, o vaso ideal é o de plástico, já que este material possui a capacidade de reter a umidade do substrato por mais tempo. Costuma-se recomendar o vaso de barro para a maioria das orquídeas epífitas, mas, neste caso, a terracota acaba permitindo que as raízes da Masdevallia fiquem secas muito rapidamente. O substrato clássico para orquídeas epífitas, composto por casca de pinus, também não é muito recomendado. O ideal é a utilização de musgo sphagnum, que possui a capacidade de armazenar grandes quantidades de água. No entanto, neste caso, as regas devem ser ajustadas de acordo, para evitar o excesso de umidade.
O principal sinal de que a orquídea Masdevallia está em apuros é a rápida queda de suas folhas. Geralmente, esta é uma consequência de um cultivo inadequado, em temperaturas muito altas ou em ambientes muito secos. Além disso, a Masdevallia é bastante suscetível à queima das pontas das folhas, em razão do acúmulo de sais minerais provenientes da adubação. Neste sentido, é necessário adubar de forma homeopática, com metade da dose recomendada pelo fabricante. Também é importante que o substrato seja lavado abundantemente, de tempos em tempos. para que o excesso de sais seja eliminado.
Aqui no apartamento, considero um milagre que meus exemplares deste gênero Masdevallia tenham sobrevivido e florescido em um local tão árido, com sol e vento constantes. Após muitas tentativas, acabei encontrando um nicho mais protegido, no chão, que procuro manter sempre molhado. Neste microclima, elas ficam escondidas atrás de outras orquídeas e vasos mais altos, que as protegem do vento em excesso e do sol direto.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil