| Colmanara híbrida | |
No universo repleto de flores grandes, fartas e vistosas das
orquídeas
híbridas, a Colmanara é, provavelmente, a mais antenada com a tendência
animal print. Existe uma quase infinita variedade de estampas e
combinações de cores apresentada pelas flores dos diferentes cruzamentos que
resultam neste gênero altamente miscigenado. Não por acaso, os vários
cultivares de Colmanara frequentemente contêm cat ou
tiger em seus nomes de registro. São
orquídeas
bastante populares entre o público consumidor, muito presenteadas, e que
requerem um cultivo bastante simplificado, graças à sua resistência e
adaptabilidade a diversos ambientes, inclusive dentro de casas e apartamentos,
como veremos a seguir, em detalhes.
A orquídea Colmanara é considerada um híbrido complexo. Isto porque
trata-se do resultado de vários cruzamentos, entre diferentes espécies de
orquídeas, pertencentes a gêneros diversificados. Por esta razão, orquídeas
desta natureza são chamadas de híbridos intergenéricos.
Há pouco tempo, falamos aqui no blog sobre a orquídea Beallara, também bastante popular e de uma incrível variedade de cores e formas em suas flores. Neste caso, os gêneros envolvidos nos cruzamentos que a produzem são Brassia, Cochlioda, Miltonia e Odontoglossum. Já a orquídea Colmanara é descendente dos gêneros Oncidium, Miltonia e Odontoglossum. Apenas como registro, recentemente decidiram que algumas Colmanaras viraram Odontocidium. Particularmente, prefiro ignorar estas idas e vindas de nomenclatura.
Todos estes gêneros acima citados são bastante próximos entre si, do ponto de vista genético, o que permite a realização de infinitas combinações de cruzamentos entre eles. São todos pertencentes à subtribo Oncidiinae, da família Orchidaceae. Também são membros desta subtribo as orquídeas dos gêneros Brassia, Gomesa e Rodriguezia, entre outros.
Estes detalhes de família, tribo, subtribo, gênero e espécie podem parecer maçantes, em um primeiro momento, mas são importantes para que saibamos como cultivar cada orquídea, principalmente aquelas pertencentes à categoria de híbridos intergenéricos, como a Colmanara. Sabendo a sua genealogia, aprendemos que ela pode ser cultivada como a maioria das orquídeas do gênero Oncidium, por exemplo.
Esta é uma informação importante porque podemos estabelecer um parentesco da orquídea Colmanara com outros híbridos bastante populares, de fácil cultivo, como a orquídea chuva de ouro e a orquídea chocolate, representantes do gênero Oncidium.
Outro ensinamento valioso, advindo desta miscelânea de cruzamentos, é que a Colmara apresenta o vigor do híbrido, também chamado de heterose. O processo de obtenção destes híbridos intergenéricos não é aleatório, o que significa que o cultivador não sai cruzando x com y, randomicamente, para ver no que vai dar. As miscigenações obedecem a um planejamento lógico, que visa extrair as melhores características de cada gênero e espécie envolvidos nos cruzamentos. Como resultado, temos um melhoramento genético, que acaba por produzir exemplares mais resistentes, de crescimento mais rápido e vigoroso, capaz de se adaptar ao cultivo em interiores, enfim, uma planta aprimorada de modo a atender às demandas do mercado consumidor.
Trata-se do mesmo processo que tem resultado no surgimento de diferentes mini Phalaenopsis e das mini Cattleyas híbridas, réplicas perfeitas das orquídeas em tamanho natural frequentemente encontradas no mercado.
Na contramão desta tendência das mini orquídeas, cada vez mais procuradas por quem mora em apartamentos, a orquídea Colmanara segue incólume, portando imensas hastes florais, repletas de grandes e exóticas flores, de colorido sempre vistoso, às vezes espalhafatoso.
As diferentes variedades de Colmanara são bastante semelhantes entre si, da mesma forma que acontece com as orquídeas do gênero Beallara. No entanto, o cruzamento mais famoso e vendido no Brasil é a Colmanara Wildcat. A partir dele, vários clones foram separados e produzidos em grande escala, através de propagação via tecido meristemático. Alguns dos mais famosos são a Colmanara Wildcat 'Bobcat' e 'Leopard'.
Devido aos gêneros presentes em sua genealogia, a orquídea Colmanara aprecia bastante luminosidade, mas não tolera o sol direto. A quantidade correta de luz é um dos fatores primordiais para que esta orquídea floresça adequadamente. De preferência, deve-se utilizar uma tela de sombreamento, capaz de reter 50% dos raios solares. Alternativamente, a Colmanara pode ser cultivada em uma varanda ou parapeito de janela, desde que o local receba bastante luz indireta ou filtrada por uma cortina fina.
Trata-se de um híbrido complexo que herdou o hábito epífito de vida, ou seja, suas raízes estão adaptadas à vida em troncos de árvores. O ideal seria que ela fosse cultivada assim, mas nem sempre isso é possível. Eu prefiro manter a orquídea Colmanara no mesmo vaso de plástico no qual ela vem do produtor. Isto evita o stress do transplante, que é ainda mais prejudicial quando a orquídea está florida. Apenas quando os pseudobulbos já estiverem saindo do vaso, com a touceira grande demais, um replante será necessário.
Outra situação em que é necessário trocar a orquídea de vaso é quando o substrato torna-se velho demais, decompondo-se e tornando-se demasiadamente ácido, o que é prejudicial às raízes da planta. Geralmente, esta situação ocorre a cada dois anos, aproximadamente. O material utilizado como substrato para orquídeas epífitas varia bastante. De modo geral, podem ser encontradas misturas prontas, em lojas especializadas, compostas por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Para orquídeas como a Colmanara, esta composição é bastante apropriada.
Além da luminosidade, a adubação também desempenha um fator decisivo na floração da Colmanara. Ela deve ser mais rica em fósforo, para que este processo seja estimulado. Aqui no apartamento, costumo utilizar adubos do tipo NPK, especialmente desenvolvidos para o cultivo de orquídeas. Contudo, não me prendo a uma marca específica. Compro o que acho com mais facilidade nas lojas e garden centers que frequento. Existem formulações próprias para cada fase do desenvolvimento das orquídeas. Eu alterno adubos de manutenção e floração, semanalmente. Como sempre digo e repito aqui, em todos os artigos, evito utilizar adubos orgânicos devido ao odor desagradável e a presença de insetos, fatores que incomodam mais quando se cultiva plantas dentro de casas e apartamentos.
Devido à sua natureza híbrida, a orquídea Colmanara pode florescer em diferentes épocas do ano. Trata-se de uma planta de crescimento rápido e vigoroso, que emite novos pseudobulbos em várias frentes, formando grandes touceiras. Talvez seu único defeito seja justamente este, o fato de ficar grande demais. Ainda assim, é uma orquídea belíssima, que vale a pena ter na coleção.
Há pouco tempo, falamos aqui no blog sobre a orquídea Beallara, também bastante popular e de uma incrível variedade de cores e formas em suas flores. Neste caso, os gêneros envolvidos nos cruzamentos que a produzem são Brassia, Cochlioda, Miltonia e Odontoglossum. Já a orquídea Colmanara é descendente dos gêneros Oncidium, Miltonia e Odontoglossum. Apenas como registro, recentemente decidiram que algumas Colmanaras viraram Odontocidium. Particularmente, prefiro ignorar estas idas e vindas de nomenclatura.
Todos estes gêneros acima citados são bastante próximos entre si, do ponto de vista genético, o que permite a realização de infinitas combinações de cruzamentos entre eles. São todos pertencentes à subtribo Oncidiinae, da família Orchidaceae. Também são membros desta subtribo as orquídeas dos gêneros Brassia, Gomesa e Rodriguezia, entre outros.
Estes detalhes de família, tribo, subtribo, gênero e espécie podem parecer maçantes, em um primeiro momento, mas são importantes para que saibamos como cultivar cada orquídea, principalmente aquelas pertencentes à categoria de híbridos intergenéricos, como a Colmanara. Sabendo a sua genealogia, aprendemos que ela pode ser cultivada como a maioria das orquídeas do gênero Oncidium, por exemplo.
Esta é uma informação importante porque podemos estabelecer um parentesco da orquídea Colmanara com outros híbridos bastante populares, de fácil cultivo, como a orquídea chuva de ouro e a orquídea chocolate, representantes do gênero Oncidium.
Outro ensinamento valioso, advindo desta miscelânea de cruzamentos, é que a Colmara apresenta o vigor do híbrido, também chamado de heterose. O processo de obtenção destes híbridos intergenéricos não é aleatório, o que significa que o cultivador não sai cruzando x com y, randomicamente, para ver no que vai dar. As miscigenações obedecem a um planejamento lógico, que visa extrair as melhores características de cada gênero e espécie envolvidos nos cruzamentos. Como resultado, temos um melhoramento genético, que acaba por produzir exemplares mais resistentes, de crescimento mais rápido e vigoroso, capaz de se adaptar ao cultivo em interiores, enfim, uma planta aprimorada de modo a atender às demandas do mercado consumidor.
Trata-se do mesmo processo que tem resultado no surgimento de diferentes mini Phalaenopsis e das mini Cattleyas híbridas, réplicas perfeitas das orquídeas em tamanho natural frequentemente encontradas no mercado.
Na contramão desta tendência das mini orquídeas, cada vez mais procuradas por quem mora em apartamentos, a orquídea Colmanara segue incólume, portando imensas hastes florais, repletas de grandes e exóticas flores, de colorido sempre vistoso, às vezes espalhafatoso.
As diferentes variedades de Colmanara são bastante semelhantes entre si, da mesma forma que acontece com as orquídeas do gênero Beallara. No entanto, o cruzamento mais famoso e vendido no Brasil é a Colmanara Wildcat. A partir dele, vários clones foram separados e produzidos em grande escala, através de propagação via tecido meristemático. Alguns dos mais famosos são a Colmanara Wildcat 'Bobcat' e 'Leopard'.
Devido aos gêneros presentes em sua genealogia, a orquídea Colmanara aprecia bastante luminosidade, mas não tolera o sol direto. A quantidade correta de luz é um dos fatores primordiais para que esta orquídea floresça adequadamente. De preferência, deve-se utilizar uma tela de sombreamento, capaz de reter 50% dos raios solares. Alternativamente, a Colmanara pode ser cultivada em uma varanda ou parapeito de janela, desde que o local receba bastante luz indireta ou filtrada por uma cortina fina.
Trata-se de um híbrido complexo que herdou o hábito epífito de vida, ou seja, suas raízes estão adaptadas à vida em troncos de árvores. O ideal seria que ela fosse cultivada assim, mas nem sempre isso é possível. Eu prefiro manter a orquídea Colmanara no mesmo vaso de plástico no qual ela vem do produtor. Isto evita o stress do transplante, que é ainda mais prejudicial quando a orquídea está florida. Apenas quando os pseudobulbos já estiverem saindo do vaso, com a touceira grande demais, um replante será necessário.
Outra situação em que é necessário trocar a orquídea de vaso é quando o substrato torna-se velho demais, decompondo-se e tornando-se demasiadamente ácido, o que é prejudicial às raízes da planta. Geralmente, esta situação ocorre a cada dois anos, aproximadamente. O material utilizado como substrato para orquídeas epífitas varia bastante. De modo geral, podem ser encontradas misturas prontas, em lojas especializadas, compostas por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Para orquídeas como a Colmanara, esta composição é bastante apropriada.
Além da luminosidade, a adubação também desempenha um fator decisivo na floração da Colmanara. Ela deve ser mais rica em fósforo, para que este processo seja estimulado. Aqui no apartamento, costumo utilizar adubos do tipo NPK, especialmente desenvolvidos para o cultivo de orquídeas. Contudo, não me prendo a uma marca específica. Compro o que acho com mais facilidade nas lojas e garden centers que frequento. Existem formulações próprias para cada fase do desenvolvimento das orquídeas. Eu alterno adubos de manutenção e floração, semanalmente. Como sempre digo e repito aqui, em todos os artigos, evito utilizar adubos orgânicos devido ao odor desagradável e a presença de insetos, fatores que incomodam mais quando se cultiva plantas dentro de casas e apartamentos.
Devido à sua natureza híbrida, a orquídea Colmanara pode florescer em diferentes épocas do ano. Trata-se de uma planta de crescimento rápido e vigoroso, que emite novos pseudobulbos em várias frentes, formando grandes touceiras. Talvez seu único defeito seja justamente este, o fato de ficar grande demais. Ainda assim, é uma orquídea belíssima, que vale a pena ter na coleção.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil