| Hypoestes phyllostachya | |
Ao montarmos nossas florestas urbanas, dentro de casas e apartamentos, é comum
que nos deparemos com uma enorme e uniforme massa verde. Sem que nos
apercebamos, vamos comprando cada vez mais plantas em tons muito parecidos. É
para quebrar esta monotonia que costumo sugerir a planta confete, também
conhecida como face sardenta. Seu nome científico é
Hypoestes phyllostachya. Trata-se de uma excelente opção para quem
cultiva plantas em interiores.
Além de apresentarem estampas belíssimas, responsáveis pelos apelidos que a
Hypoestes costuma receber, as folhas do confete podem ser encontradas
em diferentes cores. As pintas ou sardas podem ser brancas, rosadas ou
avermelhadas. Aliás, a versão pink da Hypoestes phyllostachya é
ideal para aderir à famosa tag do Instagram,
on wednesdays, we plant pink, às quartas-feiras, nós plantamos rosa.
Outra excelente planta para este movimento é a
fitônia,
Fitonnia albivenis, que também tem belas variedades em pink. É comum, inclusive, que as
pessoas confundam o confete com a fitônia. No entanto, esta última tem uma
padronagem muito mais simétrica em suas folhas, marcada pelas venações da
planta. Não por acaso, a fitônia também é conhecida como planta mosaico.
A frase acima é uma paródia de on wednesdays, we wear pink, às
quartas-feiras, nós vestimos rosa, do filme Meninas Malvadas,
Mean Girls, de 2004. E, por falar em tendências de moda, a planta
confete é justamente conhecida como the polka dot plant, entre os
americanos, que significa a planta de bolinhas, antecipando a volta da estampa
petit-pois às passarelas.
Hypoestes phyllostachya |
Sempre que vou a um lugar que vende plantas, fico em dúvida sobre qual cor
de Hypoestes escolher. Na dúvida, sempre trago mais de uma variedade.
Afirmo que sempre trago novos confetes porque tenho o péssimo hábito de
matar estas plantas. Quando não o faço, meu cultivo é tão precário que deixa
a Hypoestes phyllostachya irreconhecível, toda estiolada e
desfolhada.
O confete, ou face sardenta, é uma folhagem pertencente à família
Acanthaceae, a mesma da planta mosaico, além das tumbérgias e
afelandras, entre outros gêneros botânicos comumente utilizados no
paisagismo. A Hypoestes phyllostachya, particularmente, é encontrada
originalmente ao sul do continente africano e na ilha de Madagascar.
Em seu habitat de origem, no entanto, a Hypoestes não é encontrada
com uma variedade tão grande de cores em suas folhas. Esta é uma
característica das plantas híbridas, produzidas ao longo de décadas de
cruzamentos seletivos, que resultaram em um melhoramento genético da
espécie. São estes os exemplares de confete que encontramos no mercado, hoje
em dia. Trata-se de uma planta tão comum e difundida que, geralmente, eu
encontro o confete sendo vendido sem vasos, apenas acondicionado naqueles
torrões de terra argilosa, envoltos em um simples invólucro plástico.
O ideal, neste caso, é sempre trocar parte deste solo, quando formos plantar a Hypoestes phyllostachya em seu vaso definitivo. Devido à sua origem africana, o ideal é proporcionar um substrato mais arenoso à planta confete. A argila apresenta a característica de reter a umidade por mais tempo, além de ser bastante compactada, o que não é ideal, neste caso.
O vaso para o cultivo do confete pode ser de plástico ou barro, sem maiores problemas. No entanto, como o vaso de plástico retém a umidade do solo por mais tempo, as regas devem ser mais espaçadas, neste caso. É importante que ele tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, que pode ser construída com qualquer material particulado, como brita, argila expandida ou pedrisco.
A espécie Hypoestes phyllostachya não é muito exigente quanto ao substrato. Uma boa receita é a mistura daquela terra já vendida pronta, em lojas especializadas e garden centers, para o cultivo de plantas ornamentais em geral, com areia grossa e matéria orgânica, em partes iguais. Desta forma, teremos um substrato leve, drenável e fértil. Bem melhor do que aquele torrão de barro no qual a planta confete costuma vir plantada.
O ideal, neste caso, é sempre trocar parte deste solo, quando formos plantar a Hypoestes phyllostachya em seu vaso definitivo. Devido à sua origem africana, o ideal é proporcionar um substrato mais arenoso à planta confete. A argila apresenta a característica de reter a umidade por mais tempo, além de ser bastante compactada, o que não é ideal, neste caso.
O vaso para o cultivo do confete pode ser de plástico ou barro, sem maiores problemas. No entanto, como o vaso de plástico retém a umidade do solo por mais tempo, as regas devem ser mais espaçadas, neste caso. É importante que ele tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, que pode ser construída com qualquer material particulado, como brita, argila expandida ou pedrisco.
A espécie Hypoestes phyllostachya não é muito exigente quanto ao substrato. Uma boa receita é a mistura daquela terra já vendida pronta, em lojas especializadas e garden centers, para o cultivo de plantas ornamentais em geral, com areia grossa e matéria orgânica, em partes iguais. Desta forma, teremos um substrato leve, drenável e fértil. Bem melhor do que aquele torrão de barro no qual a planta confete costuma vir plantada.
Ao contrário do recomendado no cultivo de
cactos
e
suculentas, o solo do confete não pode secar completamente, entre uma rega e outra.
Deve-se manter a terra sempre levemente úmida, sem que fique encharcada.
Ainda assim, é sempre recomendável evitar o uso do pratinho sob o vaso, que
pode acumular a água das regas e facilitar a proliferação do mosquito da
dengue.
A planta confete ou face sardenta é ideal para o cultivo em interiores. Ela não necessita de sol pleno e desenvolve-se bem em ambientes de sombra e meia sombra. No entanto, caso a luminosidade seja muito baixa, a planta pode ficar estiolada, crescendo aceleradamente em busca de luz. Sua aparência, neste caso, é de uma planta fina e comprida, o que não é lá muito ornamental. Para corrigir esta situação, pode-se podar as extremidades do confete e colocá-las em um substrato mais úmido, como musgo sphagnum, ou simplesmente em água, para que enraízem e gerem novas plantas. A Hypoestes remanescente, no vaso original, irá brotar novamente, ficando com uma aparência mais densa.
Outro sinal de que o confete não está recebendo níveis adequados de luminosidade é quando suas folhas começam a nascer sem pintas. Vão se tornando cada vez mais verdes e escuras, em uma tentativa de produzir mais material fotossintético, para compensar a falta de luz. Neste caso, basta transferir a planta gradualmente para um ambiente mais iluminado. Não se deve colocar repentinamente sob sol pleno uma planta acostumada à vida na sombra.
A planta confete ou face sardenta é ideal para o cultivo em interiores. Ela não necessita de sol pleno e desenvolve-se bem em ambientes de sombra e meia sombra. No entanto, caso a luminosidade seja muito baixa, a planta pode ficar estiolada, crescendo aceleradamente em busca de luz. Sua aparência, neste caso, é de uma planta fina e comprida, o que não é lá muito ornamental. Para corrigir esta situação, pode-se podar as extremidades do confete e colocá-las em um substrato mais úmido, como musgo sphagnum, ou simplesmente em água, para que enraízem e gerem novas plantas. A Hypoestes remanescente, no vaso original, irá brotar novamente, ficando com uma aparência mais densa.
Outro sinal de que o confete não está recebendo níveis adequados de luminosidade é quando suas folhas começam a nascer sem pintas. Vão se tornando cada vez mais verdes e escuras, em uma tentativa de produzir mais material fotossintético, para compensar a falta de luz. Neste caso, basta transferir a planta gradualmente para um ambiente mais iluminado. Não se deve colocar repentinamente sob sol pleno uma planta acostumada à vida na sombra.
Mesmo quando cultivado dentro de casas e apartamentos, o confete pode
florescer. No entanto, suas flores são bem pequenas e discretas, quase que
passando despercebidas, quando surgem. Apresentam uma intensa coloração
púrpura ou magenta e desabrocham ao longo dos caules. Quando a floração do
confete ocorre, no entanto, a planta cumpriu seu papel e, geralmente, morre
em seguida. Neste caso, ela se comporta como as plantas anuais, que nascem,
crescem e florescem, produzindo frutos e sementes, caso as flores sejam
polinizadas. Ao término do processo, que costuma ocorrer dentro do período
de um ano, a planta morre de causas naturais.
Sendo assim, fico mais aliviado e descubro que não é somente culpa minha, quando vejo que estou sempre perdendo confetes, aqui no apartamento. Oficialmente, no entanto, a espécie Hypoestes phyllostachya é considerada perene, o que significa que ela, em teoria, vive e floresce indefinidamente. No ambiente de cultivo doméstico, no entanto, o mais provável é que a planta entre em dormência ou morra, após a floração. Para prolongar sua vida útil, pode-se impedir que o confete floresça, cortando precocemente os ramos que começam a desenvolver botões florais.
Ainda que tenhamos que comprá-la periodicamente, a planta confete é extremamente acessível. Costumo encontrar estes torrões em garden centers por menos de um real. Com sua folhagem exuberante e de colorido variado, fica impossível resistir a esta pequena face sardenta.
Sendo assim, fico mais aliviado e descubro que não é somente culpa minha, quando vejo que estou sempre perdendo confetes, aqui no apartamento. Oficialmente, no entanto, a espécie Hypoestes phyllostachya é considerada perene, o que significa que ela, em teoria, vive e floresce indefinidamente. No ambiente de cultivo doméstico, no entanto, o mais provável é que a planta entre em dormência ou morra, após a floração. Para prolongar sua vida útil, pode-se impedir que o confete floresça, cortando precocemente os ramos que começam a desenvolver botões florais.
Ainda que tenhamos que comprá-la periodicamente, a planta confete é extremamente acessível. Costumo encontrar estes torrões em garden centers por menos de um real. Com sua folhagem exuberante e de colorido variado, fica impossível resistir a esta pequena face sardenta.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil