| Calandiva | |
A Calandiva é tão conhecida por sua profusão de flores repletas de pétalas,
que muitos acabam se esquecendo do fato de que ela também é um exemplo de
planta suculenta. Devido ao seu pequeno porte e facilidade de cultivo, esta planta vem
tomando o lugar das famigeradas
violetas, em termos de popularidade junto aos consumidores. Atualmente, existem
Calandivas em uma grande variedade de cores, formas e tamanhos. As flores
desta suculenta podem ser encontradas em todos os lugares, tanto em jardins
como em interiores, decorando casas, apartamentos e escritórios. Esta
versatilidade, aliada à baixa manutenção exigida, faz da Calandiva a escolha
ideal para quem quer cultivar suculentas que deem flores vistosas. A seguir,
daremos mais informações e dicas de cultivo desta planta.
Origem da Calandiva
Surpreendentemente, as exuberantes flores da suculenta Calandiva fazem parte
da grande família botânica Crassulaceae. Seus membros são mais
conhecidos por sua aparência que lembra
rosas de pedra. Os exemplos mais clássicos de crassuláceas são as espécies e híbridos do
gênero
Echeveria. Também faz parte desta família a
planta fantasma, apelido popular da suculenta
Graptopetalum paraguayense.
Já a Calandiva é uma variedade comercial da espécie botânica Kalanchoe blossfeldiana, popularmente conhecida como flor da fortuna, originária da ilha de Madagascar. Aqui no blog, já apresentamos outros membros do gênero Kalanchoe, tais como o famoso aranto, também chamado de mãe de milhares, Kalanchoe daigremontiana. Outro exemplo curioso deste gênero é a suculenta orelha de gato, cujo nome científico é Kalanchoe tomentosa.
Embora muitos utilizem a grafia Kalandiva, induzidos pelo nome do gênero, Kalanchoe, a nomenclatura correta para a Calandiva é Kalanchoe blossfeldiana 'Calandiva'. Isso porque temos o nome do gênero (Kalanchoe), seguido pelo nome da espécie (blossfeldiana), terminando com o cultivar ou variedade, que sempre vem entre aspas ('Calandiva'). Apenas os dois primeiros termos são escritos em itálico, por serem originados do latim.
A variedade Calandiva surgiu por acaso, em 1998, quando um cultivador sueco notou uma flor da suculenta Kalanchoe blossfeldiana que fugia do padrão simples característico da espécie, com quatro pétalas. O mutante encontrado possuía 32 pétalas, correspondendo a 8 camadas de 4 pétalas. Esta é uma característica das chamadas flores dobradas, que apresentam duas camadas ou mais de pétalas sobrepostas. Através de sucessivos cruzamentos visando o melhoramento genético desta variedade mutante, ao longo de vários anos, chegou-se à Calandiva que conhecemos atualmente, variedade oficialmente registrada em 2002.
Já a Calandiva é uma variedade comercial da espécie botânica Kalanchoe blossfeldiana, popularmente conhecida como flor da fortuna, originária da ilha de Madagascar. Aqui no blog, já apresentamos outros membros do gênero Kalanchoe, tais como o famoso aranto, também chamado de mãe de milhares, Kalanchoe daigremontiana. Outro exemplo curioso deste gênero é a suculenta orelha de gato, cujo nome científico é Kalanchoe tomentosa.
Embora muitos utilizem a grafia Kalandiva, induzidos pelo nome do gênero, Kalanchoe, a nomenclatura correta para a Calandiva é Kalanchoe blossfeldiana 'Calandiva'. Isso porque temos o nome do gênero (Kalanchoe), seguido pelo nome da espécie (blossfeldiana), terminando com o cultivar ou variedade, que sempre vem entre aspas ('Calandiva'). Apenas os dois primeiros termos são escritos em itálico, por serem originados do latim.
A variedade Calandiva surgiu por acaso, em 1998, quando um cultivador sueco notou uma flor da suculenta Kalanchoe blossfeldiana que fugia do padrão simples característico da espécie, com quatro pétalas. O mutante encontrado possuía 32 pétalas, correspondendo a 8 camadas de 4 pétalas. Esta é uma característica das chamadas flores dobradas, que apresentam duas camadas ou mais de pétalas sobrepostas. Através de sucessivos cruzamentos visando o melhoramento genético desta variedade mutante, ao longo de vários anos, chegou-se à Calandiva que conhecemos atualmente, variedade oficialmente registrada em 2002.
Uma suculenta de flores exuberantes
Não é raro encontrarmos cultivadores de suculentas que cortam as hastes florais de seus exemplares, tão logo notem que estas estruturas começam a despontar. Isto acontece porque, na maioria das espécies, as suculentas produzem florações de importância ornamental secundária. Como se trata de um processo que consome bastante energia da planta, há quem prefira interromper a floração, dando prioridade ao crescimento vegetativo da suculenta.
No entanto, não podemos generalizar. Alguns cactos, por exemplo, são conhecidos por produzirem flores belíssimas. Também temos as flores da suculenta conhecida como rosa do deserto, Adenium obesum, que está bastante em voga, atualmente.
No caso dos membros da família Crassulaceae, à qual pertence a Calandiva, as flores costumam ser mais discretas, podendo apresentar a forma de estrelas ou de sinos, mais fechadas. A própria Kalanchoe blossfeldiana original apresenta flores mais simples, portando apenas quatro pétalas.
Neste contexto, a Calandiva de flores dobradas destaca-se entre sua parentada. Graças ao aprimoramento da variedade, esta suculenta tornou-se capaz de produzir flores em grande quantidade, com um número tão notável de camadas de pétalas que chegam a se assemelhar a mini rosas. Existem Calandivas em diferentes tamanhos, incluindo versões em miniatura, como a que ilustra a abertura deste artigo. As cores são as mais diversificadas, sendo a branca, amarela, pink e vermelha algumas das mais comuns.
Calandiva como flor de corte
Como se não bastasse tanta beleza e variedade, os produtores lançaram
recentemente uma novidade, a Calandiva de corte. Originalmente, esta
Kalanchoe era comercializada apenas em vasos, de diferentes tamanhos.
Seu porte era bastante compacto e atarracado, característico da espécie
blossfeldiana. Agora, a versão comercializada como flor de corte possui
um caule muito mais alto, que chega a 50 cm. Sendo assim, é possível compor
belíssimos arranjos, em vasos e bouquets, com Calandivas e outras
flores de corte.
Mantidas desta maneira, com os caules cortados, dentro de vasos com água ou espetadas em espuma floral, as flores da Calandiva podem durar até três semanas. Quando cultivadas plantadas, em vasos, as florações da Calandiva podem ficar bonitas por mais de cinco semanas, sendo que inúmeros botões florais desabrocham consecutivamente.
Mantidas desta maneira, com os caules cortados, dentro de vasos com água ou espetadas em espuma floral, as flores da Calandiva podem durar até três semanas. Quando cultivadas plantadas, em vasos, as florações da Calandiva podem ficar bonitas por mais de cinco semanas, sendo que inúmeros botões florais desabrocham consecutivamente.
Calandiva |
Como cuidar da Calandiva
Os cuidados com a suculenta Calandiva são os mesmos que se aplicam à flor da fortuna, Kalanchoe blossfeldiana. Como já era de se esperar, o fator que mais requer atenção por parte do cultivador é quanto às regas. Elas devem ser espaçadas, de modo que o solo nunca fique encharcado. Além disso, deve-se molhar apenas o substrato, evitando o contato da água com as folhas e flores. Se permanecerem úmidas por muito tempo, estas estruturas vegetais podem ser atacadas por fungos, que vão causar manchas que comprometerão sua aparência.
Como o excesso de umidade pode matar a Calandiva, o ideal é evitar usar o pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas. Para garantir que o substrato seque rapidamente, o vaso precisa ter uma camada de drenagem no fundo, que pode ser composta por brita, argila expandida ou pedrisco. Por cima, pode-se posicionar uma manta geotêxtil, que vai segurar o substrato. Existem misturas próprias para o cultivo de cactos e suculentas, à venda no mercado, que são adequadas para o cultivo da Calandiva. Alternativamente, pode-se preparar um substrato caseiro, composto por terra vegetal, areia e material orgânico, em partes iguais.
A luminosidade é um fator essencial para que a Calandiva venha a se desenvolver de forma adequada, bem como voltar a florescer sob nosso cultivo. Nem todos sabem que esta suculenta pode florescer novamente. Muitos descartam a planta após o término da floração. É bem verdade que, sob as condições de cultivo doméstico, dificilmente a Calandiva irá produzir aquelas maciças e uniformes florações obtidas pelo produtor, em estufas climatizadas, com todos os parâmetros finamente controlados. Ainda assim, se a planta for cultivada em um local bem iluminado, preferencialmente que receba algumas horas de sol direto por dia, as chances de vermos novas floradas são grandes.
Para ajudar no processo, podemos aplicar um adubo mais rico em fósforo, a letra P do NPK. Existem formulações próprias para estimular a floração de plantas, à venda no mercado. A Calandiva pode florescer em qualquer época do ano, embora haja uma pequena pausa durante o inverno.
Significado da Calandiva
Muito embora a espécie original da Calandiva seja conhecida como flor da
fortuna, não significa que as flores desta suculenta irão trazer dinheiro a
quem a possuir. Este apelido popular está mais relacionado à crença de que a
planta transmita votos de felicidade e boa sorte. A fortuna, no caso, teria a
conotação de afortunado. Trata-se de um presente simpático, que traz consigo
uma simbologia positiva e uma mensagem auspiciosa. Para saber mais sobre o
significado das flores, recomendo a leitura deste
artigo.
Considerações finais
Em resumo, tanto a versão mais simples da Kalanchoe blossfeldiana, com flores portando quatro pétalas, como as variedades dobradas, com múltiplas camadas destas estruturas, são excelentes opções de flores para a decoração de ambientes, tanto internos como externos. Para quem gosta, ainda há a possibilidade de compor arranjos com a Calandiva de corte. Trata-se de uma suculenta bastante florífera, resistente e de fácil cultivo, ideal para quem dispõe de pouco espaço.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil