| Suculentas Echeveria | |
As ornamentais folhas
suculentas
organizadas em forma de compactas rosetas, cuja aparência nos remete a
rosas de pedra, constituem a marca registrada dos representantes do gênero
Echeveria. Plantas típicas de regiões áridas, com importantes adaptações à vida em
ambientes quentes e ensolarados, as Echeverias são onipresentes nas
coleções dos admiradores de plantas suculentas. Sua resistência, rápido
crescimento e multiplicação, além da facilidade de cultivo, justificam esta
popularidade. A seguir, vamos conhecer com mais detalhes as características
deste belo gênero botânico, destacando algumas das espécies presentes em minha
coleção.
As Echeverias foram formalmente descritas em 1828, tendo sido assim
nomeadas em homenagem ao artista botânico mexicano Atanasio Echeverría y
Godoy. Existem aproximadamente 150 espécies reunidas no gênero
Echeveria, que se distribuem em várias regiões de clima semiárido da
América Central, havendo uma grande concentração de suculentas ornamentais
originárias do México.
As suculentas do gênero Echeveria pertencem à família
Crassulaceae, da qual fazem parte muitas plantas frequentemente
cultivadas com fins ornamentais. É o caso da
planta jade, nome popular dado à espécie
Crassula ovata, assim como a suculenta
orelha de Shrek, que surgiu a partir de uma mutação desta mesma espécie. Também são
crassuláceas as diferentes espécies de
Kalanchoe. Aqui no blog, já falamos sobre a
flor da fortuna,
Kalanchoe blossfeldiana, suculenta
orelha de gato,
Kalanchoe tomentosa, e aranto ou mãe de milhares,
Kalanchoe daigremontiana.
Dentro da família Crassulaceae, a suculenta Echeveria tem maior proximidade genética com representantes dos gêneros Graptopetalum (Graptopetalum paraguayense ou planta fantasma), Pachyphytum (Pachyphytum compactum ou suculenta diamante) e Sedum (Sedum moranense e Sedum makinoi).
Por esta razão, existe a possibilidade de serem produzidas suculentas híbridas resultantes do cruzamento entre representantes destes quatro gêneros botânicos. São os chamados híbridos intergenéricos, conforme a nomenclatura a seguir:
Echeveria x Graptopetalum = Graptoveria
Echeveria x Sedum = Sedeveria
Echeveria x Pachyphytum = Pachyveria
Graptopetalum x Sedum = Graptosedum
Dentro da família Crassulaceae, a suculenta Echeveria tem maior proximidade genética com representantes dos gêneros Graptopetalum (Graptopetalum paraguayense ou planta fantasma), Pachyphytum (Pachyphytum compactum ou suculenta diamante) e Sedum (Sedum moranense e Sedum makinoi).
Por esta razão, existe a possibilidade de serem produzidas suculentas híbridas resultantes do cruzamento entre representantes destes quatro gêneros botânicos. São os chamados híbridos intergenéricos, conforme a nomenclatura a seguir:
Echeveria x Graptopetalum = Graptoveria
Echeveria x Sedum = Sedeveria
Echeveria x Pachyphytum = Pachyveria
Graptopetalum x Sedum = Graptosedum
Apenas como exemplo do resultado de um destes cruzamentos, já apresentamos
aqui no blog a
Graptoveria 'Fantome', híbrido intergenérico entre Graptopetalum paraguayense e
Echeveria elegans. Sua aparência é de fato um tanto quanto
fantasmagórica, como o próprio nome sugere, uma vez que apresenta uma
coloração pálida acinzentada, meio azulada, recoberta por uma fina camada de
poeira, substância cerosa denominada pruína. É o mesmo material que recobre os
cachos de uva.
Graptoveria 'Fantome' |
Embora sejam todas muito parecidas, cada espécie, variedade ou híbrido de
Echeveria tem suas características particulares e únicas. Há suculentas
tão belas que foram inclusive premiadas pela
Royal Horticultural Society, com sede em Londres. Duas
Echeverias cultivadas aqui no apartamento estão entre as que já
receberam o Award of Garden Merit desta prestigiada entidade
britânica.
A Echeveria runyonii 'Topsy Turvy' é uma delas. Trata-se de uma suculenta mutante, originária a partir da espécie tipo, que foi encontrada por acaso em uma estufa na Califórnia. A Echeveria runyonii é originária do México e homenageia o fotógrafo americano Robert Runyon.
A Echeveria runyonii 'Topsy Turvy' é uma delas. Trata-se de uma suculenta mutante, originária a partir da espécie tipo, que foi encontrada por acaso em uma estufa na Califórnia. A Echeveria runyonii é originária do México e homenageia o fotógrafo americano Robert Runyon.
Echeveria runyonii 'Topsy Turvy' |
Já a
Echeveria 'Perle von Nürnberg'
homenageia a cidade alemã de Nuremberg (pérola de Nuremberg), situada no norte
da Baviera. Também premiado, este híbrido é resultado do cruzamento
entre Echeveria gibbiflora e Echeveria elegans.
Além das belíssimas colorações em tons pastel de suas rosetas, estas duas suculentas representantes do gênero Echeveria têm em comum o delicado acabamento com aparência de pó translúcido conferido pela pruína.
Além das belíssimas colorações em tons pastel de suas rosetas, estas duas suculentas representantes do gênero Echeveria têm em comum o delicado acabamento com aparência de pó translúcido conferido pela pruína.
Echeveria 'Perle von Nürnberg' |
Este material sai muito facilmente, quando entra em contato com qualquer outra
superfície. Infelizmente, a pruína não é reposta pela Echeveria, de
modo que o menor descuido no manuseio destas suculentas acaba deixando suas
folhas marcadas com nossas digitais, o que arruína sua aparência delicadamente
empoeirada. Eu evito encostas nas minhas plantas, por este motivo.
Outro notável exemplo de suculenta recoberta por pruína é dado pela
Echeveria pulidonis. Neste caso, o charme fica por conta das bordas das folhas delicadamente
delineadas por um traço púrpura, tendendo ao vinho, bastante ornamental.
Echeveria pulidonis |
Além disso, outros hábitos podem prejudicar a aparência das folhas das
Echeverias. Um deles é borrifar defensivos químicos sobre elas. De modo
geral, estas substâncias provocam queimaduras nas folhas, além de destruírem a
camada de pruína, deixando a superfície toda marcada. Por este motivo, costumo
evitar o uso de inseticidas, e acabo dando preferência à retirada manual de
eventuais pragas. Por serem densamente imbricadas, as folhas suculentas da
Echeveria são um abrigo perfeito para parasitas, principalmente
cochonilhas. Elas costumam se esconder na parte de baixo das folhas, junto ao
caule, onde nossa vista dificilmente as alcança.
Este é um problema que acomete, frequentemente, as suculentas que apresentam rosetas muito compactas, como é o caso da Echeveria 'Imbricata'.
Este é um problema que acomete, frequentemente, as suculentas que apresentam rosetas muito compactas, como é o caso da Echeveria 'Imbricata'.
Echeveria 'Imbricata' |
Outro procedimento que ajuda bastante no combate às pragas é a retirada
periódica das folhas enrugadas ou secas, que também podem servir de
esconderijo das cochonilhas. Além delas, ácaros e pulgões também podem atacar
a suculenta Echeveria. O melhor método de combate é a vigilância e a
retirada manual durante as fases iniciais do ataque.
Voltando à relação de suculentas do gênero Echeveria que já passaram aqui pelo apartamento, destaco a Echeveria 'Black Prince'. Ela é famosa pelo tom escuro de suas folhas, que podem se aproximar de uma tonalidade quase negra. Inicialmente apresentando uma cor verde jade bem fechada, esta Echeveria vai se tornando cada vez mais escura, à medida que é exposta à luz solar. Quanto mais luminosidade esta suculenta receber, mais próxima ao negro sua coloração se tornará.
Voltando à relação de suculentas do gênero Echeveria que já passaram aqui pelo apartamento, destaco a Echeveria 'Black Prince'. Ela é famosa pelo tom escuro de suas folhas, que podem se aproximar de uma tonalidade quase negra. Inicialmente apresentando uma cor verde jade bem fechada, esta Echeveria vai se tornando cada vez mais escura, à medida que é exposta à luz solar. Quanto mais luminosidade esta suculenta receber, mais próxima ao negro sua coloração se tornará.
Echeveria 'Black Prince' |
Ao contrário das Echeverias mostradas anteriormente, este híbrido
'Black Prince' não apresenta a camada de pruína sobre suas folhas. Elas são
brilhantes, com um belíssimo aspecto coriáceo. Neste caso, o problema acontece
se gotículas de água, principalmente se for rica em sais minerais, permanecem
por muito tempo sobre a superfície das folhas. Ao secarem, deixam manchas que
são esteticamente desagradáveis. A pulverização de adubo ou defensivos
químicos também provoca o mesmo efeito. Esta é uma planta que fica mais bonita
se cultivada sob elevados níveis de luminosidade.
O mesmo ocorre com a Echeveria pulvinata, que apresenta o diferencial de possuir pelos na superfície de suas folhas suculentas. O aspecto aveludado é bastante ornamental, ficando ainda mais realçado com as margens avermelhadas que suas folhas adquirem, quando cultivadas em ambientes com elevados níveis de luminosidade.
O mesmo ocorre com a Echeveria pulvinata, que apresenta o diferencial de possuir pelos na superfície de suas folhas suculentas. O aspecto aveludado é bastante ornamental, ficando ainda mais realçado com as margens avermelhadas que suas folhas adquirem, quando cultivadas em ambientes com elevados níveis de luminosidade.
Echeveria pulvinata |
Aliás, a necessidade de bastante luz é uma característica comum à maioria das
espécies e híbridos de Echeveria. Quando cultivadas em ambientes mais
sombreados, principalmente no interior de casas e apartamentos, as suculentas
deste gênero Echeveria tendem a ficar mais altas, finas e compridas. O
jargão popular para esta condição é 'pescoçuda'. Tecnicamente, o fenômeno é
denominado estiolamento, condição em que a suculenta cresce aceleradamente, em
busca de mais luminosidade.
Uma vez que tenha acontecido, no entanto, este estiolamento tem conserto. Pode-se fazer, a qualquer momento, uma poda drástica, popularmente conhecida como decapitação da suculenta. Para tanto, basta utilizar um instrumento afiado e esterilizado, no fogo, por exemplo, e cortar a parte superior da roseta. As superfícies cortadas podem ser polvilhadas com canela em pó, para evitar a contaminação por fungos ou bactérias. A 'cabeça' deve ficar descansando por algumas horas, ou um dia, até que o corte cicatrize. Após este período, pode ser plantada em um vaso separado. A parte decapitada continua a se desenvolver normalmente, emitindo vários novos brotos. Além de ser benéfico à Echeveria, do ponto de vista estético, este procedimento é bastante útil para fazer sua propagação.
Uma vez que tenha acontecido, no entanto, este estiolamento tem conserto. Pode-se fazer, a qualquer momento, uma poda drástica, popularmente conhecida como decapitação da suculenta. Para tanto, basta utilizar um instrumento afiado e esterilizado, no fogo, por exemplo, e cortar a parte superior da roseta. As superfícies cortadas podem ser polvilhadas com canela em pó, para evitar a contaminação por fungos ou bactérias. A 'cabeça' deve ficar descansando por algumas horas, ou um dia, até que o corte cicatrize. Após este período, pode ser plantada em um vaso separado. A parte decapitada continua a se desenvolver normalmente, emitindo vários novos brotos. Além de ser benéfico à Echeveria, do ponto de vista estético, este procedimento é bastante útil para fazer sua propagação.
As folhas que sobrarem do processo de poda radical podem ser reaproveitadas no
berçário de suculentas. Basta assentá-las em um recipiente com substrato próprio, mais arenoso, e
regá-las com parcimônia, até que novas raízes e brotos surjam a partir das
extremidades das folhas.
Ainda sobre o tema luminosidade, existe uma espécie que é mais tolerante a ambientes de cultivo mais sombreados. Trata-se da Echeveria shaviana, suculenta de belíssimas folhas delicadas e que parecem rendadas. Suas folhas também têm aquele fino acabamento de pruína, que lhes confere um aspecto mais fosco. A cor é de um pálido azul pastel, com nuances em lilás, principalmente nas bordas serrilhadas.
Ainda sobre o tema luminosidade, existe uma espécie que é mais tolerante a ambientes de cultivo mais sombreados. Trata-se da Echeveria shaviana, suculenta de belíssimas folhas delicadas e que parecem rendadas. Suas folhas também têm aquele fino acabamento de pruína, que lhes confere um aspecto mais fosco. A cor é de um pálido azul pastel, com nuances em lilás, principalmente nas bordas serrilhadas.
Echeveria shaviana |
Ao contrário das demais espécies do gênero, que sofrem um estiolamento caso
não recebam a quantidade adequada de luz, a Echeveria shaviana pode
ser cultivada no interior de casas e apartamentos, sem maiores problemas.
Basta que ela fique posicionada próxima a uma janela bem iluminada, ainda
que receba apenas luz indireta. Caso ela possa receber algumas horas de sol
por dia, no início da manhã ou no final da tarde, esta Echeveria pode
inclusive florescer em interiores, situação que é mais difícil de ocorrer
com as outras espécies.
De modo geral, as suculentas produzem flores em dois formatos básicos,
variando apenas na coloração. Alguns gêneros caracterizam-se por suas flores
em forma de estrela. Outros apresentam florações típicas em forma de sino,
em que as pétalas não se abrem completamente. Este último é o caso das
flores produzidas pelas suculentas representantes do gênero
Echeveria.
Floração da Echeveria shaviana |
Elas surgem ao longo de compridas hastes florais, que crescem a partir das
axilas das folhas. Apesar de durarem meses, as hastes das
Echeverias vão produzindo flores de forma sequencial. À medida que os
botões mais novos desabrocham, na ponta da haste, os mais antigo já vão se
fechando e secando, caso não sejam polinizados. Após o término da floração,
há quem aproveite a haste floral para tentar produzir novas
mudas. Eu nunca consegui, não é um fenômeno que acontece em 100% dos casos.
Ainda que floresçam, é muito difícil que as suculentas produzam sementes capazes de germinar e produzir novas mudas. Por este motivo, é sempre bom ficar atento aos falsos anúncios de sementes de suculentas disseminados na internet. Particularmente, nunca vi um anúncio de semente de Echeveria, por exemplo. O plantio e germinação deste material é um processo mais difícil de ser obtido em nossas condições domésticas de cultivo. Além disso, leva bastante tempo até que uma plântula originária a partir de semente atinja a idade adulta.
Ainda que floresçam, é muito difícil que as suculentas produzam sementes capazes de germinar e produzir novas mudas. Por este motivo, é sempre bom ficar atento aos falsos anúncios de sementes de suculentas disseminados na internet. Particularmente, nunca vi um anúncio de semente de Echeveria, por exemplo. O plantio e germinação deste material é um processo mais difícil de ser obtido em nossas condições domésticas de cultivo. Além disso, leva bastante tempo até que uma plântula originária a partir de semente atinja a idade adulta.
O principal inimigo da suculenta Echeveria, seja ela espécie ou
híbrido, é o excesso de regas. Independentemente da periodicidade, a rega só
deve acontecer após o substrato ter secado completamente. Para fazer a
aferição, basta colocar o dedo sobre a superfície e afundar levemente. Para
que a água das regas não fique acumulada no fundo do vaso, é bom evitar o
uso do pratinho embaixo dele.
A Echeveria pode ser cultivada em vasos de barro ou de plástico. O
importante é que eles tenham furos no fundo e contenham uma camada de
drenagem, que pode ser composta por brita, pedrisco ou argila expandida.
Pode-se colocar uma manta geotêxtil por cima desta camada, antes do
substrato, para evitar que ele escape com a água das regas. Caso o material
escolhido seja o vaso de plástico, é bom espaçar mais as regas, já que ele
tem a capacidade de reter a umidade por mais tempo.
O substrato precisa ter uma natureza mais arenosa, para mimetizar o solo dos ambientes áridos nos quais as suculentas do gênero Echeveria são encontradas naturalmente. Existem misturas próprias para o cultivo de cactos e suculentas, disponíveis comercialmente em lojas especializadas e garden centers. Alternativamente, pode-se preparar uma mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. O importante é que o material fique bem drenável e seque rapidamente, após as regas. Existem cultivadores que acrescentam húmus de minhoca ou esterco curtido à mistura.
Eu, particularmente, prefiro evitar, uma vez que cultivo as suculentas dentro do quarto. Compostos orgânicos precisam sofrer um processo de decomposição, para que os nutrientes possam ser liberados e absorvidos pelas raízes das plantas. Sendo assim, há a inevitável liberação de odores desagradáveis, além da atração de insetos indesejáveis. Além disso, a suculenta Echeveria está habituada a solos pobres em matéria orgânica, de modo que não há necessidade de uma adubação muito elaborada.
Nem todos os cultivadores de suculentas gostam que suas plantas floresçam. Como as flores têm importância ornamental secundária, e raramente produzem sementes viáveis, é comum que as hastes florais sejam podadas, tão logo surjam. Desta forma, a suculenta não gasta energia com a floração, continuando seu crescimento vegetativo. Além disso, em muitos casos, como ocorre com a Orostachys boehmeri, a popular rosinha de pedra, a planta morre após a floração. Em outros casos, como no gênero Echeveria, a planta tende a ficar mais estiolada, durante este processo.
Também evito aquela clássica finalização de pedrisco branco nos vasos das suculentas, sejam Echeveria ou não. Isso porque este material fica encardido muito rapidamente, adquirindo uma coloração amarelada ou amarronzada. Além disso, esta camada adicional dificulta a aferição do nível de umidade do substrato, entre uma rega e outra. Aqui no apartamento, cultivando as suculentas dentro do quarto, percebo quando é hora de regar apenas olhando a coloração da terra, que fica mais clara e ressecada. Além disso, nesta situação, o vaso fica mais leve. Acho bem prático.
Resumindo, as diversas espécies, variedades e híbridos da suculenta Echeveria são plantas bastante ornamentais e resistentes, sendo ideais para quem está iniciando o cultivo de suculentas. Deve-se apenas tomar o cuidado de não regar em excesso e fornecer bastante luminosidade. A manutenção é bastante tranquila e o crescimento e multiplicação da Echeveria é bem acelerado. Vale a pena colecioná-las, dada a imensa variedade de formas e colorações disponíveis no mercado.
O substrato precisa ter uma natureza mais arenosa, para mimetizar o solo dos ambientes áridos nos quais as suculentas do gênero Echeveria são encontradas naturalmente. Existem misturas próprias para o cultivo de cactos e suculentas, disponíveis comercialmente em lojas especializadas e garden centers. Alternativamente, pode-se preparar uma mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. O importante é que o material fique bem drenável e seque rapidamente, após as regas. Existem cultivadores que acrescentam húmus de minhoca ou esterco curtido à mistura.
Eu, particularmente, prefiro evitar, uma vez que cultivo as suculentas dentro do quarto. Compostos orgânicos precisam sofrer um processo de decomposição, para que os nutrientes possam ser liberados e absorvidos pelas raízes das plantas. Sendo assim, há a inevitável liberação de odores desagradáveis, além da atração de insetos indesejáveis. Além disso, a suculenta Echeveria está habituada a solos pobres em matéria orgânica, de modo que não há necessidade de uma adubação muito elaborada.
Nem todos os cultivadores de suculentas gostam que suas plantas floresçam. Como as flores têm importância ornamental secundária, e raramente produzem sementes viáveis, é comum que as hastes florais sejam podadas, tão logo surjam. Desta forma, a suculenta não gasta energia com a floração, continuando seu crescimento vegetativo. Além disso, em muitos casos, como ocorre com a Orostachys boehmeri, a popular rosinha de pedra, a planta morre após a floração. Em outros casos, como no gênero Echeveria, a planta tende a ficar mais estiolada, durante este processo.
Também evito aquela clássica finalização de pedrisco branco nos vasos das suculentas, sejam Echeveria ou não. Isso porque este material fica encardido muito rapidamente, adquirindo uma coloração amarelada ou amarronzada. Além disso, esta camada adicional dificulta a aferição do nível de umidade do substrato, entre uma rega e outra. Aqui no apartamento, cultivando as suculentas dentro do quarto, percebo quando é hora de regar apenas olhando a coloração da terra, que fica mais clara e ressecada. Além disso, nesta situação, o vaso fica mais leve. Acho bem prático.
Resumindo, as diversas espécies, variedades e híbridos da suculenta Echeveria são plantas bastante ornamentais e resistentes, sendo ideais para quem está iniciando o cultivo de suculentas. Deve-se apenas tomar o cuidado de não regar em excesso e fornecer bastante luminosidade. A manutenção é bastante tranquila e o crescimento e multiplicação da Echeveria é bem acelerado. Vale a pena colecioná-las, dada a imensa variedade de formas e colorações disponíveis no mercado.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil