| Schlumbergera truncata | |
Embora seja uma planta presente em todos os lugares, desde o tempo das nossas
avós, a flor de maio ainda carrega consigo algumas surpresas. A primeira delas
refere-se ao fato de a flor de seda, como também é conhecida, ser, ao mesmo
tempo, uma
suculenta
e um
cacto. Ainda que não apresente espinhos, a flor de maio pertence à família
botânica das cactáceas. E, como possui a capacidade de armazenar água em seus
tecidos vegetais, também é considerada uma planta suculenta.
A segunda surpresa é que este cacto insuspeito pode ser cultivado à meia
sombra, no interior de casas e apartamentos. Ao contrário de seus parentes de
regiões desérticas, a flor de maio nem aprecia muito o sol pleno, podendo
ficar queimada sob condições muito severas. Por fim, diferentemente de muitos
cactos e
suculentas
que custam a dar flores, esta planta é conhecida por suas generosas florações,
que costumam surgir nas proximidades do dia das mães, aqui no Brasil.
Já nos países do hemisfério norte, a flor de maio é conhecida como
Christmas cactus, cacto de Natal, uma vez que, nesta região do planeta,
ela costuma florescer ao redor desta época do ano. No hemisfério sul, a flor
de maio também é chamada de cacto da Páscoa. O nome científico desta espécie
botânica é Schlumbergera truncata.
É importante distingui-la de outro cacto famoso por suas belas florações, da espécie Hatiora rosea. Conhecida no hemisfério sul como flor de outubro, esta cactácea tem um aspecto muito semelhante ao da flor de maio, em relação à sua parte vegetativa. As flores ajudam na diferenciação entre as duas espécies. No sentido inverso, no hemisfério norte a flor de outubro é conhecida como Easter cactus, cacto da Páscoa.
Claro que todos estes nomes são populares e não retratam fielmente a época de floração de cada espécie. A flor de maio, por exemplo, pode ser vista florida em abril, junho ou julho. O surgimento das flores é induzido pela queda de temperatura que ocorre na transição do verão para o outono. Outro fator sinalizador para que a flor de maio floresça é a ocorrência de dias mais curtos e noites mais longas, fenômeno que começa no outono e atinge seu ápice durante o inverno.
Outro fato que nem todos conhecem acerca da flor de maio é que trata-se de uma planta tipicamente brasileira, nativa da Mata Atlântica, ocorrendo predominantemente nos estados do sudeste do Brasil. Neste contexto, apesar de ser um cacto, a flor de seda não está acostumada a torrar sob o sol pleno, como seus parentes. A flor de maio é uma planta epífita, que vive agarrada aos troncos das árvores, protegida sob a sombra proporcionada pelas copas das árvores.
No cultivo doméstico, é importante tentarmos mimetizar esta situação climática encontrada em seu habitat natural. A luz para o cultivo da Schlumbergera truncata deve ser filtrada ou indireta. Dentro de casas e apartamentos, é importante posicionar a planta nas proximidades de uma janela bem iluminada, ou em uma varanda que receba algumas horas de sol por dia. Caso a incidência seja muito intensa, convém proteger a flor de maio com uma tela de sombreamento ou cortina fina.
Locais muito sombreados, como em apartamentos com janelas face sul, infelizmente não são adequados para induzir a floração desta planta. A flor de maio até pode se desenvolver, tal qual uma suculenta, mas dificilmente produzirá flores. Esta é uma planta que vai melhor em áreas externas, ainda que sombreadas.
Embora seja uma planta epífita, a flor de maio pode ser cultivada em substratos com terra. Por ser uma suculenta, a planta precisa de um solo bem drenável. O vaso precisa ter furos no fundo e uma camada de pedrisco, brita ou argila expandida, para auxiliar a drenagem da água. O pratinho sob o vaso deve ser evitado, uma vez que o acúmulo de água pode levar ao apodrecimento das raízes.
Diferentemente da maioria dos cactos, que apreciam solos arenosos, a flor de maio adapta-se melhor a uma terra mais adubada, rica em matéria orgânica. O ideal é comprar misturas de terra vegetal já prontas para o cultivo de plantas ornamentais, em lojas especializadas. Alternativamente, podemos preparar substratos com a mistura de esterco curtido, húmus de minhoca e outros adubos orgânicos. Para quem cultiva a flor de maio em interiores, no entanto, o ideal é evitar este tipo de material, que vai exalar odores durante sua decomposição, atraindo também insetos indesejáveis. Dentro de casas e apartamentos, o mais apropriado é recorrer aos adubos inorgânicos, do tipo NPK, de manutenção. Existem formulações mais ricas em fósforo, a letra do meio do NPK, que visam estimular a floração.
Um cuidado importante, no cultivo da flor de maio, é que ela não pode ser regada como um cacto ou uma suculenta. Ou seja, o solo não pode ficar completamente seco, esturricado, entre uma rega e outra. O ideal é manter a terra sempre levemente úmida, nunca encharcada. Esta verificação pode ser diária, pressionando levemente a ponta do dedo sobre o substrato. Se começar a ficar seco, é hora de regar.
É comum observarmos que a flor de maio fica feia após o término da floração. Devido ao elevado gasto energético durante este processo, as reservas de nutrientes da planta são consumidas. É comum recebermos relatos de pessoas que perdem suas plantas após a floração, tamanho o stress decorrente da produção de muitas flores simultaneamente. Por isto, neste período, o importante é proteger a flor de maio de condições adversas, tais como correntes de vento, frio ou chuva em excesso, além de caprichar na adubação, para que a planta se recupere e adquira reservas para a próxima floração, no ano seguinte.
A Schlumbergera truncata não é uma planta que requeira podas regulares. Algumas flores ou folhas secas podem ser removidas, para evitar o surgimento de pragas escondidas. Os segmentos de caule, chamados de artículos, que se desprendem facilmente, podem ser utilizados na propagação da flor de maio. Alternativamente, alguns gomos podem ser cortados, bastando fazer a separação no local exato de união entre os segmentos. Eles podem ser plantados separadamente e logo enraizarão, desenvolvendo novas mudas.
Ainda que seja considerada por muitos uma planta comum demais, a flor de maio, Schlumbergera truncata, é uma planta de beleza ímpar, bastante generosa nas florações e pouco exigente quanto ao seu cultivo. A grande variedade de cores disponíveis no mercado, fruto de diversos processos de hibridização e melhoramento genético, fazem desta cactácea uma importante adição à coleção dos que apreciam plantas de interiores. Em companhia da flor de outono, Hatiora rosea, a flor de maio garantirá flores e beleza ao longo de boa parte do ano.
É importante distingui-la de outro cacto famoso por suas belas florações, da espécie Hatiora rosea. Conhecida no hemisfério sul como flor de outubro, esta cactácea tem um aspecto muito semelhante ao da flor de maio, em relação à sua parte vegetativa. As flores ajudam na diferenciação entre as duas espécies. No sentido inverso, no hemisfério norte a flor de outubro é conhecida como Easter cactus, cacto da Páscoa.
Claro que todos estes nomes são populares e não retratam fielmente a época de floração de cada espécie. A flor de maio, por exemplo, pode ser vista florida em abril, junho ou julho. O surgimento das flores é induzido pela queda de temperatura que ocorre na transição do verão para o outono. Outro fator sinalizador para que a flor de maio floresça é a ocorrência de dias mais curtos e noites mais longas, fenômeno que começa no outono e atinge seu ápice durante o inverno.
Outro fato que nem todos conhecem acerca da flor de maio é que trata-se de uma planta tipicamente brasileira, nativa da Mata Atlântica, ocorrendo predominantemente nos estados do sudeste do Brasil. Neste contexto, apesar de ser um cacto, a flor de seda não está acostumada a torrar sob o sol pleno, como seus parentes. A flor de maio é uma planta epífita, que vive agarrada aos troncos das árvores, protegida sob a sombra proporcionada pelas copas das árvores.
No cultivo doméstico, é importante tentarmos mimetizar esta situação climática encontrada em seu habitat natural. A luz para o cultivo da Schlumbergera truncata deve ser filtrada ou indireta. Dentro de casas e apartamentos, é importante posicionar a planta nas proximidades de uma janela bem iluminada, ou em uma varanda que receba algumas horas de sol por dia. Caso a incidência seja muito intensa, convém proteger a flor de maio com uma tela de sombreamento ou cortina fina.
Locais muito sombreados, como em apartamentos com janelas face sul, infelizmente não são adequados para induzir a floração desta planta. A flor de maio até pode se desenvolver, tal qual uma suculenta, mas dificilmente produzirá flores. Esta é uma planta que vai melhor em áreas externas, ainda que sombreadas.
Embora seja uma planta epífita, a flor de maio pode ser cultivada em substratos com terra. Por ser uma suculenta, a planta precisa de um solo bem drenável. O vaso precisa ter furos no fundo e uma camada de pedrisco, brita ou argila expandida, para auxiliar a drenagem da água. O pratinho sob o vaso deve ser evitado, uma vez que o acúmulo de água pode levar ao apodrecimento das raízes.
Diferentemente da maioria dos cactos, que apreciam solos arenosos, a flor de maio adapta-se melhor a uma terra mais adubada, rica em matéria orgânica. O ideal é comprar misturas de terra vegetal já prontas para o cultivo de plantas ornamentais, em lojas especializadas. Alternativamente, podemos preparar substratos com a mistura de esterco curtido, húmus de minhoca e outros adubos orgânicos. Para quem cultiva a flor de maio em interiores, no entanto, o ideal é evitar este tipo de material, que vai exalar odores durante sua decomposição, atraindo também insetos indesejáveis. Dentro de casas e apartamentos, o mais apropriado é recorrer aos adubos inorgânicos, do tipo NPK, de manutenção. Existem formulações mais ricas em fósforo, a letra do meio do NPK, que visam estimular a floração.
Um cuidado importante, no cultivo da flor de maio, é que ela não pode ser regada como um cacto ou uma suculenta. Ou seja, o solo não pode ficar completamente seco, esturricado, entre uma rega e outra. O ideal é manter a terra sempre levemente úmida, nunca encharcada. Esta verificação pode ser diária, pressionando levemente a ponta do dedo sobre o substrato. Se começar a ficar seco, é hora de regar.
É comum observarmos que a flor de maio fica feia após o término da floração. Devido ao elevado gasto energético durante este processo, as reservas de nutrientes da planta são consumidas. É comum recebermos relatos de pessoas que perdem suas plantas após a floração, tamanho o stress decorrente da produção de muitas flores simultaneamente. Por isto, neste período, o importante é proteger a flor de maio de condições adversas, tais como correntes de vento, frio ou chuva em excesso, além de caprichar na adubação, para que a planta se recupere e adquira reservas para a próxima floração, no ano seguinte.
A Schlumbergera truncata não é uma planta que requeira podas regulares. Algumas flores ou folhas secas podem ser removidas, para evitar o surgimento de pragas escondidas. Os segmentos de caule, chamados de artículos, que se desprendem facilmente, podem ser utilizados na propagação da flor de maio. Alternativamente, alguns gomos podem ser cortados, bastando fazer a separação no local exato de união entre os segmentos. Eles podem ser plantados separadamente e logo enraizarão, desenvolvendo novas mudas.
Ainda que seja considerada por muitos uma planta comum demais, a flor de maio, Schlumbergera truncata, é uma planta de beleza ímpar, bastante generosa nas florações e pouco exigente quanto ao seu cultivo. A grande variedade de cores disponíveis no mercado, fruto de diversos processos de hibridização e melhoramento genético, fazem desta cactácea uma importante adição à coleção dos que apreciam plantas de interiores. Em companhia da flor de outono, Hatiora rosea, a flor de maio garantirá flores e beleza ao longo de boa parte do ano.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil