| Tibouchina mutabilis | |
É quando finda o carnaval e inicia-se a quaresma que podemos ver a cidade
resplandecer em flores brancas, rosadas e roxas, todas em uma mesma árvore.
Não por acaso, o popular manacá da serra também é conhecido como flor de
quaresma. Eu sempre fiquei intrigado com este fenômeno, acreditava que a
planta produzia diferentes cores de flores, ao mesmo tempo, devido a alguma
hibridização ou enxertia. Mas o fato é que as flores do manacá da serra
desabrocham brancas, tornam-se rosadas com o passar do tempo e, no final da
vida, adquirem a coloração mais púrpura.
O nome científico do manacá da serra é Tibouchina mutabilis. Através do
gênero e época de floração, podemos identificar facilmente seu parentesco com
a Tibouchina granulosa, a famosa quaresmeira. Diferentemente do manacá,
a quaresmeira produz uma floração uniformemente roxa, que é a cor litúrgica
utilizada pela igreja católica durante o período da quaresma. Mas também
existe uma variedade de quaresmeira que floresce em tons rosados.
Já o nome desta espécie de manacá, mutabilis, faz referência justamente ao fato de suas flores mudarem de cor com o passar do tempo. Apesar do apelido flor de quaresma, o manacá da serra começa a florescer já em novembro, no início do verão. Após o pico da sua floração, em fevereiro, a Tibouchina mutabilis inicia o processo de frutificação, que se estende até março.
É muito comum encontrarmos o manacá da serra no paisagismo urbano de várias cidades brasileiras. Isto ocorre porque suas raízes são comportadas e não destroem as calçadas. A árvore pode atingir doze metros de altura, muito embora permaneça menor quando plantada em vias públicas. Desta forma, as copas da Tibouchina mutabilis não causam danos à rede elétrica.
Outro poderoso argumento para que plantemos mais manacás da serra, seja nas cidades ou em zonas rurais, é que esta é uma árvore genuinamente brasileira, nativa da Mata Atlântica. Espécies que pertencem à nossa flora nativa ajudam o meio ambiente como um todo, fornecendo alimento e abrigo à fauna local. O mesmo pode não ocorrer quando plantamos espécies exóticas, que dominam o paisagismo das grandes cidades.
A espécie Tibouchina mutabilis ocorre naturalmente nos estados do sul e sudeste brasileiros. O manacá da serra é considerado uma árvore pioneira, assim como a quaresmeira. Espécies pioneiras são as primeiras a surgirem em um ambiente, preparando o terreno para o desenvolvimento de outras árvores de maior porte no ecossistema da floresta.
Já o nome desta espécie de manacá, mutabilis, faz referência justamente ao fato de suas flores mudarem de cor com o passar do tempo. Apesar do apelido flor de quaresma, o manacá da serra começa a florescer já em novembro, no início do verão. Após o pico da sua floração, em fevereiro, a Tibouchina mutabilis inicia o processo de frutificação, que se estende até março.
É muito comum encontrarmos o manacá da serra no paisagismo urbano de várias cidades brasileiras. Isto ocorre porque suas raízes são comportadas e não destroem as calçadas. A árvore pode atingir doze metros de altura, muito embora permaneça menor quando plantada em vias públicas. Desta forma, as copas da Tibouchina mutabilis não causam danos à rede elétrica.
Outro poderoso argumento para que plantemos mais manacás da serra, seja nas cidades ou em zonas rurais, é que esta é uma árvore genuinamente brasileira, nativa da Mata Atlântica. Espécies que pertencem à nossa flora nativa ajudam o meio ambiente como um todo, fornecendo alimento e abrigo à fauna local. O mesmo pode não ocorrer quando plantamos espécies exóticas, que dominam o paisagismo das grandes cidades.
A espécie Tibouchina mutabilis ocorre naturalmente nos estados do sul e sudeste brasileiros. O manacá da serra é considerado uma árvore pioneira, assim como a quaresmeira. Espécies pioneiras são as primeiras a surgirem em um ambiente, preparando o terreno para o desenvolvimento de outras árvores de maior porte no ecossistema da floresta.
Tibouchina mutabilis |
Já o manacá de cheiro, também conhecido como manacá de jardim, pertence a um
outro gênero botânico. Trata-se da espécie Brunfelsia uniflora,
que também é nativa da Mata Atlântica brasileira. Trata-se de uma árvore de
menor porte, atingindo no máximo três metros de altura. Curiosamente, suas
flores fazem o caminho cromático inverso, em relação ao manacá da serra. Elas
nascem em um tom púrpura e vão embranquecendo conforme o tempo passa. De
qualquer forma, a árvore acaba exibindo o mesmo efeito, passando a impressão
de ter flores de diferentes cores ao mesmo tempo. Como o nome popular já
indica, o manacá de cheiro possui flores bastante perfumadas, o que não ocorre
no caso do manacá da serra.
Para quem dispõe de pouco espaço, uma excelente opção é o manacá da serra anão. Esta variedade é arbustiva, de porte compacto, não ultrapassando os três metros de altura. Ela pode ser cultivada em canteiros, no jardim, ou em vasos. O principal diferencial é que a forma anã do manacá da serra floresce predominantemente durante o inverno. Mas suas flores apresentam o mesmo espetáculo de cores variadas na mesma planta.
Outra possibilidade, para quem tem menos espaço ainda, é cultivar o manacá da serra anão ao estilo bonsai. Através de podas sucessivas e controladas da copa e das raízes, é possível manter a Tibouchina mutabilis com um porte pequeno, para sempre. Desta forma, é possível ter um manacá da serra até mesmo em apartamentos, desde que se disponha de uma varanda bem ensolarada. O ideal é que ela seja face norte, por ser uma orientação que recebe o maior número de horas de sol por dia.
Como toda árvore, o manacá da serra, anão ou não, necessita de sol pleno para seu correto desenvolvimento. Infelizmente, esta não é uma planta que se adapte muito bem ao cultivo em interiores. Caso o manacá da serra anão seja mantido em vasos pequenos, ou em bandejas próprias para bonsai, as regas devem ser diárias. O solo para o cultivo do manacá da serra deve ser bem drenável, rico em matéria orgânica. É importante garantir que o pH do substrato seja levemente ácido, para mimetizar a condição em que a Tibouchina mutabilis se encontra em seu habitat de origem, na Mata Atlântica.
Infelizmente, esta belíssima árvore nativa, de efeito ornamental e importância paisagística inquestionáveis, também é cortada para fornecer a madeira utilizada na construção civil. No entanto, este não é considerado um material nobre ou de alta qualidade, limitando-se à produção de vigas. O que é um grande alento, pois desta forma sobram mais árvores vivas e floridas.
Embora o manacá da serra possa ser plantado a partir de sementes, o processo é muito difícil e complicado, sob condições artificiais de cultivo. O mais comum é que se realize a multiplicação assexuada, através de estacas retiradas da planta mãe. Este material pode ser aproveitado das podas que ocasionalmente sejam realizadas no manacá. Além disso, é muito fácil encontrar mudas de Tibouchina mutabilis à venda em lojas especializadas, viveiros de mudas e garden centers.
A forma de propagação do manacá da serra vai determinar as características morfológicas de seus descendentes. No caso do manacá da serra anão, é importante que ele seja multiplicado somente através de estaquia ou alporquia, de forma assexuada. Caso sejam utilizadas sementes para a sua reprodução, há o risco de se perder a característica miniaturizada do arbusto.
Seja no campo ou nas cidades, nas calçadas ou em vasos, o manacá da serra, Tibouchina mutabilis, oferece um espetáculo de cores com suas generosas florações. Trata-se de uma planta versátil, de fácil cultivo e muito ornamental. Sua beleza é ainda mais realçada na companhia de outras árvores e arbustos de beleza complementar, tais como as quaresmeiras (Tibouchina granulosa), que é do mesmo gênero, ou de outros manacás, como o de cheiro ou de jardim (Brunfelsia uniflora). Suas paletas de cores se complementam perfeitamente, além de adicionarem diferentes aromas e texturas ao conjunto.
Para quem dispõe de pouco espaço, uma excelente opção é o manacá da serra anão. Esta variedade é arbustiva, de porte compacto, não ultrapassando os três metros de altura. Ela pode ser cultivada em canteiros, no jardim, ou em vasos. O principal diferencial é que a forma anã do manacá da serra floresce predominantemente durante o inverno. Mas suas flores apresentam o mesmo espetáculo de cores variadas na mesma planta.
Outra possibilidade, para quem tem menos espaço ainda, é cultivar o manacá da serra anão ao estilo bonsai. Através de podas sucessivas e controladas da copa e das raízes, é possível manter a Tibouchina mutabilis com um porte pequeno, para sempre. Desta forma, é possível ter um manacá da serra até mesmo em apartamentos, desde que se disponha de uma varanda bem ensolarada. O ideal é que ela seja face norte, por ser uma orientação que recebe o maior número de horas de sol por dia.
Como toda árvore, o manacá da serra, anão ou não, necessita de sol pleno para seu correto desenvolvimento. Infelizmente, esta não é uma planta que se adapte muito bem ao cultivo em interiores. Caso o manacá da serra anão seja mantido em vasos pequenos, ou em bandejas próprias para bonsai, as regas devem ser diárias. O solo para o cultivo do manacá da serra deve ser bem drenável, rico em matéria orgânica. É importante garantir que o pH do substrato seja levemente ácido, para mimetizar a condição em que a Tibouchina mutabilis se encontra em seu habitat de origem, na Mata Atlântica.
Infelizmente, esta belíssima árvore nativa, de efeito ornamental e importância paisagística inquestionáveis, também é cortada para fornecer a madeira utilizada na construção civil. No entanto, este não é considerado um material nobre ou de alta qualidade, limitando-se à produção de vigas. O que é um grande alento, pois desta forma sobram mais árvores vivas e floridas.
Embora o manacá da serra possa ser plantado a partir de sementes, o processo é muito difícil e complicado, sob condições artificiais de cultivo. O mais comum é que se realize a multiplicação assexuada, através de estacas retiradas da planta mãe. Este material pode ser aproveitado das podas que ocasionalmente sejam realizadas no manacá. Além disso, é muito fácil encontrar mudas de Tibouchina mutabilis à venda em lojas especializadas, viveiros de mudas e garden centers.
A forma de propagação do manacá da serra vai determinar as características morfológicas de seus descendentes. No caso do manacá da serra anão, é importante que ele seja multiplicado somente através de estaquia ou alporquia, de forma assexuada. Caso sejam utilizadas sementes para a sua reprodução, há o risco de se perder a característica miniaturizada do arbusto.
Seja no campo ou nas cidades, nas calçadas ou em vasos, o manacá da serra, Tibouchina mutabilis, oferece um espetáculo de cores com suas generosas florações. Trata-se de uma planta versátil, de fácil cultivo e muito ornamental. Sua beleza é ainda mais realçada na companhia de outras árvores e arbustos de beleza complementar, tais como as quaresmeiras (Tibouchina granulosa), que é do mesmo gênero, ou de outros manacás, como o de cheiro ou de jardim (Brunfelsia uniflora). Suas paletas de cores se complementam perfeitamente, além de adicionarem diferentes aromas e texturas ao conjunto.
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Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil