| Orostachys boehmeri | |
Diversas
plantas suculentas, pertencentes a diferentes gêneros e espécies da família
Crassulaceae, são popularmente conhecidas como flores ou
rosas de pedra, devido ao formato característico de sua parte vegetativa, onde as folhas
espessas organizam-se sob a forma de compactas rosetas, em estruturas que
lembram flores petrificadas. Neste contexto, as rosas de pedra formadas pelas
suculentas já roubam o espaço outrora dominado pelas flores de verdade, em
bouquets de noivas, decorações de festas e lembrancinhas. Atualmente,
as plantas suculentas são as estrelas da decoração.
No entanto, não existe uma planta
suculenta
única que responde pelo apelido de rosa de pedra. Várias espécies dos gêneros
Echeveria
e
Graptopetalum, entre outros, podem ser confundidas, em decorrência desta nomenclatura
informal. Embora cada uma tenha sua característica própria, todas acabam nos
remetendo à aparência de uma rosa de pedra.
Já quando o termo é usado no diminutivo, apenas uma planta suculenta nos vem à
mente. A rosinha de pedra é quase sempre associada a esta delicada espécie,
Orostachys boehmeri, destacada na foto que ilustra a abertura deste
artigo. A parte vegetativa desta rosinha de pedra mantém-se pequena e compacta
durante toda a vida da suculenta, multiplicando-se com grande rapidez através
da emissão de inúmeros novos brotos. Quando bem cultivada, a
Orostachys boehmeri forma densas e intrincadas touceiras, chegando
inclusive a ficar pendente. Sua coloração pastel, indefinida, em um verde meio
acinzentado, por vezes azulado, com uma cobertura fosca, confere à suculenta
sua característica aparência petrificada.
O gênero Orostachys é relativamente pouco conhecido fora do mundo dos
apreciadores de plantas suculentas. Trata-se de um grupo pequeno, que conta
com apenas 14 espécies, todas nativas de países asiáticos, tais como China,
Japão, Coreia e Mongólia, podendo também ocorrer na Rússia e Cazaquistão. Por
este motivo, a Orostachys boehmeri, rosinha de pedra, é conhecida no
exterior como chinese dunce cap. Em inglês, o termo
dunce cap refere-se àquele 'chapéu de burro', em forma de cone, que
costumava ser colocado em alunos, como castigo. Obviamente, hoje isto seria
inadmissível.
O apelido esdrúxulo tem explicação no formato da floração da rosinha de pedra. A espécie Orostachys boehmeri, assim como outras do gênero, produzem uma haste floral imensa, uma inflorescência em forma de cone, repleta de minúsculas flores brancas ou amareladas. Foi esta estrutura que gerou o apelido infeliz, em inglês. Por aqui, felizmente, ficamos com rosinha de pedra, que é muito mais simpático.
O apelido esdrúxulo tem explicação no formato da floração da rosinha de pedra. A espécie Orostachys boehmeri, assim como outras do gênero, produzem uma haste floral imensa, uma inflorescência em forma de cone, repleta de minúsculas flores brancas ou amareladas. Foi esta estrutura que gerou o apelido infeliz, em inglês. Por aqui, felizmente, ficamos com rosinha de pedra, que é muito mais simpático.
A prosaica rosinha de pedra pode responder por nomes científicos
complicadíssimos, tais como Orostachys boehmeri,
Orostachys iwarenge ou Orostachys furusei, entre outros, todos
sinônimos.
O charme principal desta suculenta é a capacidade de emitir estolões, caules
aéreos que produzem novas mudas quando tocam o solo.
O problema, por outro lado, é que estes estolões vão se tornando cada vez mais
compridos, chegando a ficar
pendentes. Com o tempo, os brotos e caules vão se emaranhando, formando uma rede
complexa e desordenada, até um ponto em que se torna impossível desembaraçar
estas estruturas. Com o tempo, dependendo das condições de cultivo, muitos
destes novos brotos acabam morrendo, perdidos no meio da confusão.
Há quem opte por manter a touceira da rosinha de pedra intacta, com todos os seus estolões pendentes. Outros cultivadores preferem manter a Orostachys boehmeri mais limpa, removendo os caules muito emaranhados e plantando os brotos separadamente. Esta é a forma mais tranquila de se multiplicar a rosinha de pedra. Ao contrário da maioria das plantas suculentas, ela não emite novos brotos a partir das folhas destacadas e colocadas em um berçário. Ao menos aqui no apartamento, nunca observei esta forma de propagação.
A rosinha de pedra faz parte do grupo de plantas suculentas conhecidas no exterior como stonecrop, pela sua resistência, facilidade de cultivo e capacidade de crescer em ambientes áridos. É o mesmo caso do Sedum makinoi e Sedum moranense, que já foram temas de artigos aqui no blog. Por esta razão, é bastante comum que a Orostachys boehmeri seja utilizada como forração em vasos e jardineiras. É importante não misturá-la com plantas tropicais, que necessitem de um solo com maior frequência de regas. Como toda suculenta, a rosinha de pedra não tolera excesso de umidade.
Há quem opte por manter a touceira da rosinha de pedra intacta, com todos os seus estolões pendentes. Outros cultivadores preferem manter a Orostachys boehmeri mais limpa, removendo os caules muito emaranhados e plantando os brotos separadamente. Esta é a forma mais tranquila de se multiplicar a rosinha de pedra. Ao contrário da maioria das plantas suculentas, ela não emite novos brotos a partir das folhas destacadas e colocadas em um berçário. Ao menos aqui no apartamento, nunca observei esta forma de propagação.
A rosinha de pedra faz parte do grupo de plantas suculentas conhecidas no exterior como stonecrop, pela sua resistência, facilidade de cultivo e capacidade de crescer em ambientes áridos. É o mesmo caso do Sedum makinoi e Sedum moranense, que já foram temas de artigos aqui no blog. Por esta razão, é bastante comum que a Orostachys boehmeri seja utilizada como forração em vasos e jardineiras. É importante não misturá-la com plantas tropicais, que necessitem de um solo com maior frequência de regas. Como toda suculenta, a rosinha de pedra não tolera excesso de umidade.
Esta é uma planta que vai bem em casas e apartamentos, desde que cultivada em
local com bastante luminosidade. Pode tolerar sol direto, mas deve ser
protegida por uma cortina fina ou tela de sombreamento, nas horas mais quentes
do dia, durante o verão. Caso a Orostachys boehmeri seja mantida em um
local muito sombreado, as rosinhas de pedra começam a estiolar. Isto significa
que seus tecidos vegetais começam a crescer em demasia, esticando em busca de
mais luminosidade. Quanto mais luz a rosinha de pedra receber, mais compacta e
uniforme será sua aparência.
O vaso pode ser de plástico, que é o material no qual a planta vem acondicionada do produtor, ou de barro. Este último, por ser mais poroso, permite uma secagem mais rápida do substrato, diminuindo o risco de apodrecimento das raízes por excesso de água. Caso a rosinha de pedra seja mantida no vaso de plástico, a frequência das regas deve ser diminuída. É muito simples saber quando regar novamente. Basta colocar o dedo na terra e afundar levemente. Se sentirmos que o material está úmido, deixamos como está e verificamos no dia seguinte. Apenas efetuaremos a rega quando o substrato estiver seco ao toque.
Por este motivo, eu costumo evitar colocar aquela camada de pedrisco branco sobre a terra. Ela me atrapalha nesta verificação diária da umidade do substrato. Além disso, o acabamento tem propósitos apenas decorativos. Outro item a ser evitado, no cultivo da Orostachys boehmeri, é o pratinho sob o vaso. Além de causar problemas com o mosquito da dengue, o acúmulo de água das regas pode levar ao apodrecimento das raízes e da rosinha de pedra como um todo.
O vaso pode ser de plástico, que é o material no qual a planta vem acondicionada do produtor, ou de barro. Este último, por ser mais poroso, permite uma secagem mais rápida do substrato, diminuindo o risco de apodrecimento das raízes por excesso de água. Caso a rosinha de pedra seja mantida no vaso de plástico, a frequência das regas deve ser diminuída. É muito simples saber quando regar novamente. Basta colocar o dedo na terra e afundar levemente. Se sentirmos que o material está úmido, deixamos como está e verificamos no dia seguinte. Apenas efetuaremos a rega quando o substrato estiver seco ao toque.
Por este motivo, eu costumo evitar colocar aquela camada de pedrisco branco sobre a terra. Ela me atrapalha nesta verificação diária da umidade do substrato. Além disso, o acabamento tem propósitos apenas decorativos. Outro item a ser evitado, no cultivo da Orostachys boehmeri, é o pratinho sob o vaso. Além de causar problemas com o mosquito da dengue, o acúmulo de água das regas pode levar ao apodrecimento das raízes e da rosinha de pedra como um todo.
O vaso ideal para o cultivo da Orostachys boehmeri, seja ele de
plástico ou de barro, é aquele que contém furos no fundo e uma boa camada de
drenagem, composta por pedrisco, cacos de telha, brita ou argila expandida.
Por cima deste material, uma manta geotêxtil ajuda a evitar que a terra escoe
pelo fundo do vaso. O substrato ideal é aquele mais arenoso, podendo ser
obtido a partir de uma mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes
iguais. Não é necessário adicionar grandes quantidades de material orgânico,
como esterco curtido ou húmus de minhoca, porque a rosinha de pedra está
habituada a solos mais pobres em nutrientes, em seu ambiente de origem.
Existem substratos prontos à venda no mercado, que são misturas próprias para
o cultivo de cactos e suculentas.
Sempre que vejo vasos de rosinhas de pedra, lembro-me daqueles antigos adereços, delicados ornamentos de inspiração vintage. Na foto que ilustra este artigo, as três pequenas rosas centrais parecem envoltas por finos arabescos prateados.
Sempre que vejo vasos de rosinhas de pedra, lembro-me daqueles antigos adereços, delicados ornamentos de inspiração vintage. Na foto que ilustra este artigo, as três pequenas rosas centrais parecem envoltas por finos arabescos prateados.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil