| Haworthia retusa | |
As pequenas e delicadas
plantas suculentas
do gênero Haworthia são originárias de países mais ao sul do continente
africano, tais como Moçambique, Namíbia, Lesoto e África do Sul. Elas foram
assim nomeadas em homenagem ao entomologista britânico Adrian Hardy Haworth,
que teve seu sobrenome latinizado. São plantas que apresentam um crescimento
em forma de roseta, formada por belíssimas folhas suculentas, triangulares
quando vistas de cima, que compõem esculturas abstratas com interessantes
padrões geométricos.
A espécie Haworthia retusa, protagonista deste artigo, é comumente confundida com as espécies mutica e pygmaea, podendo ainda ocorrer variedades e híbridos entre elas, graças à grande proximidade genética. Para variar, a classificação botânica destas plantas é bem controversa. Em comum, todas apresentam as características folhas suculentas, bastante rígidas, dispostas em rosetas esculturais, em forma de estrelas. Uma belíssima espécie deste gênero, que já foi apresentada aqui no blog, é a Haworthia limifolia. Atualmente, contudo, há quem classifique esta última em outro gênero, Haworthiopsis. Também já mostramos aqui a Haworthia coarctata, bastante resistente e escultural.
A espécie Haworthia retusa, protagonista deste artigo, é comumente confundida com as espécies mutica e pygmaea, podendo ainda ocorrer variedades e híbridos entre elas, graças à grande proximidade genética. Para variar, a classificação botânica destas plantas é bem controversa. Em comum, todas apresentam as características folhas suculentas, bastante rígidas, dispostas em rosetas esculturais, em forma de estrelas. Uma belíssima espécie deste gênero, que já foi apresentada aqui no blog, é a Haworthia limifolia. Atualmente, contudo, há quem classifique esta última em outro gênero, Haworthiopsis. Também já mostramos aqui a Haworthia coarctata, bastante resistente e escultural.
A Haworthia retusa possui uma aparência bastante compacta e geométrica,
com linhas retas raras de serem vistas na natureza, formadas por suas folhas
triangulares espessas, quase translúcidas, repletas de água. O aspecto exótico
desta planta suculenta torna-se ainda mais interessante devido ao intenso
brotamento a partir da base, que forma densos clusters de blocos
tridimensionais encaixados, como em um lego.
Outro diferencial bastante interessante, encontrado nas folhas da Haworthia retusa, está nas janelas translúcidas nas extremidades da face superior de cada estrutura. Como esta planta suculenta, em seu habitat de origem, vive parcialmente enterrada no solo, estas janelas permitem que a luz solar atinja os tecidos clorofilados, localizados no interior das folhas, para que possam realizar a fotossíntese. Este fenômeno é particularmente interessante porque é possível ver o conteúdo de cada folha, repleto de água armazenada. Uma visão fascinante para quem aprecia os pequenos detalhes da natureza.
Outro diferencial bastante interessante, encontrado nas folhas da Haworthia retusa, está nas janelas translúcidas nas extremidades da face superior de cada estrutura. Como esta planta suculenta, em seu habitat de origem, vive parcialmente enterrada no solo, estas janelas permitem que a luz solar atinja os tecidos clorofilados, localizados no interior das folhas, para que possam realizar a fotossíntese. Este fenômeno é particularmente interessante porque é possível ver o conteúdo de cada folha, repleto de água armazenada. Uma visão fascinante para quem aprecia os pequenos detalhes da natureza.
Haworthia retusa |
Embora a Haworthia retusa seja típica de ambientes áridos, vegetando
entre pedras, é uma das poucas plantas suculentas que podem ser cultivadas em
locais mais sombreados. Ela não necessita de sol pleno para se desenvolver e
florescer. Esta característica a torna ideal para o cultivo doméstico, dentro
de casas e apartamentos. De modo geral, a maioria das plantas suculentas tende
a ficar estiolada, caso não receba a quantidade correta de luminosidade. Não é
o caso da Haworthia retusa, que se contenta com uma luz difusa, não
muito intensa. A superfície translúcida de suas folhas é responsável pela
otimização da captação de luz solar.
Introduzida durante o século XVIII no cultivo como planta ornamental, pelos
ingleses, a Haworthia retusa é uma suculenta que faz sucesso em todo o
mundo por requerer uma baixa manutenção, ocupar pouco espaço, contentar-se com
um parapeito de janela e precisar de poucas regas. Além disso, como cresce
pouco, é ideal para quem dispõe de pouco espaço para cultivar plantas.
Como acontece com todos os cactos e suculentas, a Haworthia retusa só
não tolera o excesso de água. O solo precisa ter uma boa drenagem e secar
completamente entre as irrigações. Para que isto ocorra, o substrato deve ter
uma natureza mais arenosa. Uma boa combinação é a mistura de terra vegetal e
areia grossa, em partes iguais. Além disso, há compostos próprios para o
cultivo de cactos e suculentas, que já são vendidos prontos em lojas
especializadas. Há quem misture perlita ou acrescente casca de pinus, sempre
visando uma maior aeração do substrato, para que sua secagem seja
acelerada.
O vaso pode ser de plástico ou de barro. Este último, por ser mais poroso, permite que o substrato seque mais rapidamente. A frequência das regas deve ser ajustada de acordo com o material utilizado. Vasos de plástico, nos quais a Haworthia retusa costuma vir do produtor, tendem a reter a umidade por um período mais prolongado. Embora suculentas fiquem muito charmosas em xícaras, bules e cachepots de cerâmica, sem furos no fundo, esta é uma prática que deve ser evitada. A ausência de drenagem impede que a água das regas escoe, aumentando a umidade em torno das raízes e favorecendo seu apodrecimento. Pelo mesmo motivo, o uso de pratinhos sob os vasos deve ser evitado.
Além destes cuidados, e novamente visando evitar o acúmulo de água, o vaso precisa conter uma boa camada de drenagem no fundo, composta por pedrisco, brita ou argila expandida. Por cima, convém posicionar uma manta geotêxtil, para evitar que a terra escoe com as regas.
No inverno, a frequência de regas da Haworthia retusa deve ser reduzida. Devido à anatomia das folhas, imbricadas em forma de roseta, é recomendável evitar molhar a planta por cima, para que a água não se acumule nas fendas. Caso isso ocorra, de forma repetida, as folhas podem ser atacadas por fungos e bactérias, apodrecendo rapidamente.
A Haworthia retusa não requer um esquema muito complexo de adubação. Até porque, em seu habitat natural, esta suculenta sobrevive em um solo pobre em matéria orgânica. Um adubo do tipo NPK, de manutenção, é mais do que suficiente para suprir as necessidades da planta. Há, inclusive, formulações para a nutrição de cactos e suculentas à venda nos garden centers.
Se cultivada em interiores, em ambientes sombreados, dificilmente a Haworthia retusa produzirá flores. De modo geral, os cultivadores de suculentas priorizam a aparência das folhas, considerando as flores como um item de importância ornamental secundária. A propagação desta suculenta ocorre de forma muito tranquila e bastante rápida, através da emissão de inúmeros novos brotos a partir da base da planta mãe. Em pouco tempo, um grande cluster de brotos é formado. Quando atingem a maturidade, podem ser separados, gerando novas plantas.
No entanto, as folhas da Haworthia retusa não podem ser destacadas e colocadas em um berçário, para que novos brotos surjam, como ocorre com grande parte das suculentas. Para quem aprecia plantas compactas, que se adaptam bem em ambientes sombreados, e que requerem poucas regas, a Haworthia retusa é uma excelente opção. Sou completamente fascinado por estes cubinhos imbricados, diligentemente organizados em forma de uma escultural e geométrica roseta. Trata-se de uma suculenta original, que foge ao padrão mais comum das rosas de pedra que encontramos no mercado.
O vaso pode ser de plástico ou de barro. Este último, por ser mais poroso, permite que o substrato seque mais rapidamente. A frequência das regas deve ser ajustada de acordo com o material utilizado. Vasos de plástico, nos quais a Haworthia retusa costuma vir do produtor, tendem a reter a umidade por um período mais prolongado. Embora suculentas fiquem muito charmosas em xícaras, bules e cachepots de cerâmica, sem furos no fundo, esta é uma prática que deve ser evitada. A ausência de drenagem impede que a água das regas escoe, aumentando a umidade em torno das raízes e favorecendo seu apodrecimento. Pelo mesmo motivo, o uso de pratinhos sob os vasos deve ser evitado.
Além destes cuidados, e novamente visando evitar o acúmulo de água, o vaso precisa conter uma boa camada de drenagem no fundo, composta por pedrisco, brita ou argila expandida. Por cima, convém posicionar uma manta geotêxtil, para evitar que a terra escoe com as regas.
No inverno, a frequência de regas da Haworthia retusa deve ser reduzida. Devido à anatomia das folhas, imbricadas em forma de roseta, é recomendável evitar molhar a planta por cima, para que a água não se acumule nas fendas. Caso isso ocorra, de forma repetida, as folhas podem ser atacadas por fungos e bactérias, apodrecendo rapidamente.
A Haworthia retusa não requer um esquema muito complexo de adubação. Até porque, em seu habitat natural, esta suculenta sobrevive em um solo pobre em matéria orgânica. Um adubo do tipo NPK, de manutenção, é mais do que suficiente para suprir as necessidades da planta. Há, inclusive, formulações para a nutrição de cactos e suculentas à venda nos garden centers.
Se cultivada em interiores, em ambientes sombreados, dificilmente a Haworthia retusa produzirá flores. De modo geral, os cultivadores de suculentas priorizam a aparência das folhas, considerando as flores como um item de importância ornamental secundária. A propagação desta suculenta ocorre de forma muito tranquila e bastante rápida, através da emissão de inúmeros novos brotos a partir da base da planta mãe. Em pouco tempo, um grande cluster de brotos é formado. Quando atingem a maturidade, podem ser separados, gerando novas plantas.
No entanto, as folhas da Haworthia retusa não podem ser destacadas e colocadas em um berçário, para que novos brotos surjam, como ocorre com grande parte das suculentas. Para quem aprecia plantas compactas, que se adaptam bem em ambientes sombreados, e que requerem poucas regas, a Haworthia retusa é uma excelente opção. Sou completamente fascinado por estes cubinhos imbricados, diligentemente organizados em forma de uma escultural e geométrica roseta. Trata-se de uma suculenta original, que foge ao padrão mais comum das rosas de pedra que encontramos no mercado.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil