| Oxalis triangularis | |
Sou obcecado por estas vistosas borboletas esvoaçantes em diferentes tons de
púrpura, burgundy e marron. Conhecida como trevo roxo, esta
delicada planta é popular em todo o mundo. Confesso que passei a prestar
mais atenção nos trevos após sua maciça aparição em diversos perfis do
Instagram especializados em plantas de interiores, as famosas
houseplants, tão em voga atualmente entre os millennials. É
muito difícil visitar um destes perfis e não encontrar várias fotos de
trevos roxos, muitos formando magníficas touceiras, inclusive com flores.
Por aqui, infelizmente, o trevo ainda é considerado mato.
O nome científico do trevo roxo é pomposo: Oxalis triangularis atropurpurea, existindo também a variação Oxalis regnellii atropurpurea. Trata-se da mesma espécie, apenas apresentando duas nomenclaturas botânicas que são consideradas sinonímias. Estas denominações remetem ao formato triangular dos três folíolos característicos do trevo roxo, ao passo que o termo atropurpurea faz alusão à bela mancha púrpura mais clara, na região central das folhas. O nome do gênero, Oxalis, faz referência ao elevado conteúdo de ácido oxálico presente nas folhas do trevo roxo e de todas as outras espécies relacionadas. É esta substância que dá o sabor ácido aos trevos, sendo este o motivo de muitos trevos terem o nome popular de azedinha, aqui no Brasil.
O nome científico do trevo roxo é pomposo: Oxalis triangularis atropurpurea, existindo também a variação Oxalis regnellii atropurpurea. Trata-se da mesma espécie, apenas apresentando duas nomenclaturas botânicas que são consideradas sinonímias. Estas denominações remetem ao formato triangular dos três folíolos característicos do trevo roxo, ao passo que o termo atropurpurea faz alusão à bela mancha púrpura mais clara, na região central das folhas. O nome do gênero, Oxalis, faz referência ao elevado conteúdo de ácido oxálico presente nas folhas do trevo roxo e de todas as outras espécies relacionadas. É esta substância que dá o sabor ácido aos trevos, sendo este o motivo de muitos trevos terem o nome popular de azedinha, aqui no Brasil.
Algumas espécies de trevo são consideradas PANCs, plantas alimentícias não
convencionais. Elas são usadas na salada, graças ao seu sabor diferenciado.
Também há quem faça chá de trevo. Além disso, muitos povos antigos já
atribuíam diferentes propriedades medicinais aos trevos, que são consumidos
pela humanidade há milênios. No entanto, é importante salientar que o ácido
oxálico, presente nos tecidos vegetais desta planta, pode causar algum tipo
de intoxicação, se ingerido em grandes quantidades.
Mas é na decoração de ambientes que o trevo roxo vem ganhando destaque, em
todo o mundo. Suas folhas podem apresentar diferentes tons de púrpura, com
nuances variadas em uma mesma planta. Quando bem cultivado, o trevo roxo
forma delicadas touceiras, bastante ornamentais. Quando florescem, produzem
um espetáculo de rara beleza.
O verso dos folíolos do trevo roxo exibe um tom mais claro de violeta, igualmente belíssimo. Dependendo da iluminação ambiente, do ângulo de observação e das condições de cultivo, cada trevo acaba apresentado uma paleta única de cores. Além disso, existem cultivares com diferentes padronagens, formas e tamanhos. Devido a toda esta diversidade, há, inclusive, quem colecione trevos, roxos ou não.
Aqui no Brasil, é comum encontrarmos o trevo roxo até mesmo nas calçadas, em canteiros abandonados e em jardins considerados mal-cuidados. O fato é que o Oxalis triangularis é uma planta ornamental bem mais apreciada nos países do hemisfério norte. É bem verdade que, lá, existem diversas variedades muito mais vistosas, em tamanhos e cores mais exuberantes. Vasos com touceiras bem formadas de trevos roxos gigantes parecem imensos bouquets de flores eternas. Por aqui, nunca vi exemplares deste tamanho. Aliás, é até mesmo difícil encontrar trevos roxos à venda. O trevo mais comumente comercializado é o de quatro folhas, incluindo uma bela variedade verde com o centro púrpura (Oxalis tetraphylla). Neste caso, pode-se optar por comprar a planta adulta ou um kit contendo bulbos do trevo, para serem plantados.
Oxalis triangularis atropurpurea |
O verso dos folíolos do trevo roxo exibe um tom mais claro de violeta, igualmente belíssimo. Dependendo da iluminação ambiente, do ângulo de observação e das condições de cultivo, cada trevo acaba apresentado uma paleta única de cores. Além disso, existem cultivares com diferentes padronagens, formas e tamanhos. Devido a toda esta diversidade, há, inclusive, quem colecione trevos, roxos ou não.
Aqui no Brasil, é comum encontrarmos o trevo roxo até mesmo nas calçadas, em canteiros abandonados e em jardins considerados mal-cuidados. O fato é que o Oxalis triangularis é uma planta ornamental bem mais apreciada nos países do hemisfério norte. É bem verdade que, lá, existem diversas variedades muito mais vistosas, em tamanhos e cores mais exuberantes. Vasos com touceiras bem formadas de trevos roxos gigantes parecem imensos bouquets de flores eternas. Por aqui, nunca vi exemplares deste tamanho. Aliás, é até mesmo difícil encontrar trevos roxos à venda. O trevo mais comumente comercializado é o de quatro folhas, incluindo uma bela variedade verde com o centro púrpura (Oxalis tetraphylla). Neste caso, pode-se optar por comprar a planta adulta ou um kit contendo bulbos do trevo, para serem plantados.
Oxalis triangularis |
É importante salientar que existem variedades verdes de
Oxalis triangularis. Por aqui, é muito comum encontrá-las por toda
parte, até mesmo em calçadas de centros urbanos, parques e jardins. O
trevo roxo já foi mais cultivado no Brasil, como planta ornamental, no
passado. Como mencionamos, atualmente ele é mais visto como uma erva
daninha.
É bem verdade que também são deste gênero, Oxalis, as diversas pragas que infestam vasos e canteiros, os trevos de comportamento invasivo cujo crescimento é difícil de ser contido. O trevo roxo, no entanto, é uma planta muito mais comportada. Ele não se alastra de vaso em vaso, nascendo espontaneamente em qualquer lugar. Muitos cultivadores, inclusive, relatam alguma dificuldade em manter o trevo roxo vivo, em ambientes domésticos, principalmente dentro de casas e apartamentos. Este parece ser o tipo de planta que se desenvolve melhor quando abandonada à própria sorte.
É bem verdade que também são deste gênero, Oxalis, as diversas pragas que infestam vasos e canteiros, os trevos de comportamento invasivo cujo crescimento é difícil de ser contido. O trevo roxo, no entanto, é uma planta muito mais comportada. Ele não se alastra de vaso em vaso, nascendo espontaneamente em qualquer lugar. Muitos cultivadores, inclusive, relatam alguma dificuldade em manter o trevo roxo vivo, em ambientes domésticos, principalmente dentro de casas e apartamentos. Este parece ser o tipo de planta que se desenvolve melhor quando abandonada à própria sorte.
Além do trevo roxo, há ainda diversas outras espécies
de Oxalis que são bastante ornamentais. São plantas menos
conhecidas do público em geral, mais presentes nas mãos dos colecionadores.
Por serem plantas com bulbos, é fácil adquiri-los de outros cultivadores,
inclusive no exterior. Eu já tentei importar bulbos de trevos, provenientes de
diferentes fontes estrangeiras, mas recebi muita coisa falsificada.
Floração - Oxalis triangularis |
As folhas do trevo roxo são tão ornamentais que, ocasionalmente, flagro-me
tratando-as como se fossem flores permanentes. Apenas apercebo-me do
equívoco quando eles, efetivamente, florescem! E o fazem com generosidade,
ao longo de todo o ano. O ápice da floração dos trevos roxos ocorre nos
meses mais quentes do ano, na primavera e verão. As flores lembram pequenas
campânulas brancas, com um leve sopro lilás, formadas por cinco pétalas.
Toda esta beleza não é somente estática. Tanto as folhas como as flores do
trevo roxo performam um delicado ballet ao longo do dia. Estas
estruturas se abrem lentamente com o nascer do sol, voltando a se recolher
ao final do dia. As folhas também podem se fechar durante o dia, quando a
incidência do sol fica intensa demais.
O trevo roxo aprecia locais bem iluminados, mas ressente-se do sol direto em excesso. Em locais muito sombreados, ele não irá se desenvolver bem, além de não florescer. Janelas face leste, que recebem o sol da manhã, são ideais para o cultivo do trevo roxo. Já os apartamentos voltados a oeste, que recebem o sol da tarde, devem ser protegidos por uma cortina fina ou tela de sombreamento.
O trevo roxo aprecia locais bem iluminados, mas ressente-se do sol direto em excesso. Em locais muito sombreados, ele não irá se desenvolver bem, além de não florescer. Janelas face leste, que recebem o sol da manhã, são ideais para o cultivo do trevo roxo. Já os apartamentos voltados a oeste, que recebem o sol da tarde, devem ser protegidos por uma cortina fina ou tela de sombreamento.
O solo para o plantio de trevo roxo deve ser bem drenável. Seus bulbos subterrâneos podem apodrecer, caso sejam mantidos úmidos por muito tempo. O ideal é que as regas ocorram quando a terra já estiver bem seca. Não há necessidade de um esquema muito intenso de adubação, já que esta é uma planta bastante resistente, com reservas, e que cresce em qualquer lugar.
Um dos tristes indícios de que uma folha de trevo roxo está morrendo é que ela para de realizar este ballet diário, não respondendo mais às oscilações circadianas de luminosidade. No entanto, mesmo que a planta desapareça, seus bulbos continuam viáveis sob o solo. Após o término do período de dormência, novas plantas brotam da terra, como que por milagre.
Em suma, o trevo roxo é um companheiro ideal para os jardineiros de
apartamento. Seu cultivo é bastante tranquilo, podendo também ocorrer em
áreas externas. É uma pena que seja um tanto quanto menosprezado em terras
tupiniquins, devido à sua abundância.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil