| Rodriguezia venusta | |
A Rodriguezia venusta é uma
orquídea
de pequeno porte, conhecida por produzir uma delicada haste floral repleta de
diminutas flores brancas. Não existe uma norma rígida para a classificação das
micro orquídeas, mas geralmente são colocadas neste grupo aquelas cujas flores não
ultrapassam um centímetro. No caso da Rodriguezia venusta, cujas flores
medem em torno de três centímetros, poderíamos chamá-la de mini orquídea. É
uma denominação informal. Este detalhe não ofusca o brilho que esta planta
possui junto aos apreciadores das miniaturas de
orquídeas.
Popularmente, a orquídea Rodriguezia venusta é conhecida como véu de
noiva. Na foto acima, em close up de uma flor individual, é possível
ver que as pétalas e sépalas envolvem toda a coluna e labelo, de cima a baixo,
como um véu. Na inflorescência em forma de uma densa cascata branca, nem
sempre é possível atentar para estes detalhes que se revelam na
macrofotografia.
A Rodriguezia venusta é conhecida no exterior como the lovely Rodriguezia, a Rodriguezia adorável. Isso porque venusta vem do latim venustus, que significa belo, elegante, encantador. Com certeza, uma nomenclatura que faz jus à beleza desta mini orquídea branca, famosa por produzir inúmeras hastes florais, formando um belo conjunto com aspecto de bouquet de noiva.
Existe uma controvérsia quanto ao nome desta orquídea, para variar. Alguns
orquidófilos referem-se a ela como Rodriguezia fragrans. De fato, as
flores exalam um
perfume
acentuado. Outros afirmam que a venusta não possui perfume e a
fragrans, sim. Até faz sentido, mas o fato é que ambas as denominações,
Rodriguezia venusta e Rodriguezia fragrans são consideradas
sinonímias para a mesma orquídea, não se tratam de espécies diferentes.
O gênero Rodriguezia foi oficialmente descrito por Ruiz & Pavón, ainda no século XVIII, em 1794. O nome é uma homenagem ao botânico espanhol Manuel Rodriguez.
O gênero Rodriguezia foi oficialmente descrito por Ruiz & Pavón, ainda no século XVIII, em 1794. O nome é uma homenagem ao botânico espanhol Manuel Rodriguez.
A Rodriguezia venusta faz parte da subtribo Oncidiinae, onde
também se encontram os gêneros Oncidium,
Gomesa
e
Capanemia. São orquídeas aparentadas, que geralmente apresentam este padrão de
abundantes cachos de pequenas flores perfumadas, distribuídas ao longo de
múltiplas hastes. Existe ainda uma espécie semelhante à orquídea véu de noiva,
mas que apresenta flores avermelhadas, a Rodriguezia lanceolata, que
também é belíssima.
Tanto a Rodriguezia venusta como as demais orquídeas deste gênero
costumam ocorrer por todo o continente sul americano. Pode ser encontrada no
Brasil, Colômbia, Equador e Peru.
Rodriguezia venusta |
Trata-se de uma orquídea cujo
cultivo
é considerado difícil, principalmente devido às suas delicadas raízes aéreas.
A Rodriguezia venusta é uma planta de hábito epífito e, como as
orquídeas do gênero Oncidium, não tolera raízes úmidas por muito tempo.
Também não costuma se adaptar ao cultivo em vasos com substrato. De modo
geral, aconselha-se cultivá-la em troncos ou pedaços de madeira, bem como em
cachepots feitos com o mesmo material.
Sob estas condições de cultivo, é importante que os níveis de umidade relativa do ar sejam elevados. As regas podem ser mais frequentes, já que as raízes estão livres e podem secar rapidamente. Para tanto, é importante que a Rodriguezia venusta esteja em um local bem ventilado.
Sob estas condições de cultivo, é importante que os níveis de umidade relativa do ar sejam elevados. As regas podem ser mais frequentes, já que as raízes estão livres e podem secar rapidamente. Para tanto, é importante que a Rodriguezia venusta esteja em um local bem ventilado.
Aqui no apartamento, devido ao clima seco e aos ventos constantes, cultivo meu
exemplar de Rodriguezia venusta em uma mistura de casca de pinus,
carvão vegetal e musgo sphagnum, em vaso plástico, condição que não é a
mais recomendável para a espécie, mas que minha situação climática impõe. O
vaso de plástico possui a característica de conservar a umidade do substrato
por mais tempo. Além disso, é um material leve, apropriado para quem tem
muitos vasos, principalmente em apartamentos. Neste caso, é importante não
regar a orquídea
véu de noiva em excesso. Independentemente da periodicidade, uma nova
irrigação só ocorre quando o substrato estiver completamente seco. Também é
bom evitar o uso de pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e
favorecer o apodrecimento das raízes.
Os vasos de barro são bastante recomendados para o cultivo de orquídeas, já que são mais porosos e permitem que as raízes fiquem mais ventiladas, secando rapidamente. Existem modelos específicos para orquídeas, que são mais baixos e largos, com furos nas laterais. O importante é que cada cultivador escolha o material que melhor se adapte ao clima local. Da mesma forma, existem substratos próprios para o cultivo de orquídeas epífitas, à venda em lojas especializadas. De modo geral, são misturas prontas que contêm casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Alternativamente, há quem cultive a orquídea véu de noiva apenas em brita. A casca de macadâmia também tem sido bastante recomendada, principalmente no caso de orquídeas como a Rodriguezia venusta, que precisam de um substrato bem arejado e facilmente drenável.
O ideal é que a Rodriguezia venusta seja cultivada como uma mini Vanda, com as raízes aéreas e altos níveis de umidade relativa do ar. Vale usar uma fonte de água próxima ou uma bandeja umidificadora. Este aparato consiste simplesmente em um recipiente largo e raso, que pode até mesmo ser um pratinho ou uma bandeja, preenchido com uma camada de areia, brita ou argila expandida. Uma fina lâmina de água fica no fundo, sem entrar em contato direto com a orquídea. Este sistema permite uma umidade maior em torno da orquídea véu de noiva, sem prejudicar suas raízes.
Os vasos de barro são bastante recomendados para o cultivo de orquídeas, já que são mais porosos e permitem que as raízes fiquem mais ventiladas, secando rapidamente. Existem modelos específicos para orquídeas, que são mais baixos e largos, com furos nas laterais. O importante é que cada cultivador escolha o material que melhor se adapte ao clima local. Da mesma forma, existem substratos próprios para o cultivo de orquídeas epífitas, à venda em lojas especializadas. De modo geral, são misturas prontas que contêm casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Alternativamente, há quem cultive a orquídea véu de noiva apenas em brita. A casca de macadâmia também tem sido bastante recomendada, principalmente no caso de orquídeas como a Rodriguezia venusta, que precisam de um substrato bem arejado e facilmente drenável.
O ideal é que a Rodriguezia venusta seja cultivada como uma mini Vanda, com as raízes aéreas e altos níveis de umidade relativa do ar. Vale usar uma fonte de água próxima ou uma bandeja umidificadora. Este aparato consiste simplesmente em um recipiente largo e raso, que pode até mesmo ser um pratinho ou uma bandeja, preenchido com uma camada de areia, brita ou argila expandida. Uma fina lâmina de água fica no fundo, sem entrar em contato direto com a orquídea. Este sistema permite uma umidade maior em torno da orquídea véu de noiva, sem prejudicar suas raízes.
O pico de floração da Rodriguezia venusta ocorre no início do verão.
Quando bem cuidadas, as flores chegam a durar duas semanas. Uma mesma planta
pode emitir mais de uma haste floral. Quando bem entouceirada, a orquídea véu
de noiva dá um show, repleta de cascatas de flores brancas e sutilmente
perfumadas. Para que isto aconteça, a iluminação é um fator essencial. A
Rodriguezia venusta precisa ser cultivada em um ambiente com bastante
luminosidade, porém sem sol direto. Ela até tolera o sol da manhã e do final da tarde,
mas precisa ser protegida por uma tela de sombreamento, preferencialmente que
filtre 50% dos raios solares, para que suas folhas não fiquem queimadas, nas
horas mais quentes do dia. Quanto mais luz filtrada ou indireta a orquídea véu
de noiva receber, mais hastes florais produzirá.
A adubação da orquídea Rodriguezia venusta é outro fator crucial para uma boa floração. Eu costumo alternar fórmulas do tipo NPK para manutenção e floração, semanalmente. Existem diversas marcas comerciais com linhas desenvolvidas especificamente para a nutrição de orquídeas. As formulações de manutenção apresentam níveis equilibrados de nitrogênio, fósforo e potássio. Já aquelas destinadas a induzir a floração das orquídeas possuem um teor mais elevado de fósforo, a letra P do NPK. Aqui no apartamento, evito a adubação orgânica porque ela tende a exalar odores desagradáveis, durante sua decomposição, além de atrair insetos indesejáveis.
Em suma, a orquídea véu de noiva, Rodriguezia venusta, apesar de ser exigente quanto ao cultivo e apresentar um temperamento mais difícil, recompensa o cultivador com exuberantes e fragrantes florações, valendo a pena ser incluída na coleção de todo orquidófilo apaixonado pelas miniaturas.
A adubação da orquídea Rodriguezia venusta é outro fator crucial para uma boa floração. Eu costumo alternar fórmulas do tipo NPK para manutenção e floração, semanalmente. Existem diversas marcas comerciais com linhas desenvolvidas especificamente para a nutrição de orquídeas. As formulações de manutenção apresentam níveis equilibrados de nitrogênio, fósforo e potássio. Já aquelas destinadas a induzir a floração das orquídeas possuem um teor mais elevado de fósforo, a letra P do NPK. Aqui no apartamento, evito a adubação orgânica porque ela tende a exalar odores desagradáveis, durante sua decomposição, além de atrair insetos indesejáveis.
Em suma, a orquídea véu de noiva, Rodriguezia venusta, apesar de ser exigente quanto ao cultivo e apresentar um temperamento mais difícil, recompensa o cultivador com exuberantes e fragrantes florações, valendo a pena ser incluída na coleção de todo orquidófilo apaixonado pelas miniaturas.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil