| Dendrobium victoria-reginae | |
Esta
orquídea
de rara coloração carrega a realeza em seu nome, bem como em suas exóticas
flores quase azuladas. O Dendrobium victoria-reginae foi assim batizado
em homenagem à Rainha Vitória, que ocupou o trono do Reino Unido de 1837 até a
sua morte, em 1901. Foi justamente durante a Era Vitoriana que o
cultivo de orquídeas
viveu seu alvorecer, em solo europeu. Carregamentos de orquídeas provenientes
de regiões tropicais e exóticas de todo o mundo chegavam de navio, abastecendo
as estufas londrinas com raros e cobiçados exemplares.
Orquídea típica das densas florestas filipinas, o
Dendrobium victoria-reginae foi descoberto por um coletor de orquídeas
inglês, de nome Loher, em 1897, poucos anos antes do falecimento da monarca
por ele homenageada. A Rainha Victoria era uma conhecida admiradora das
orquidáceas. O mesmo ocorria em terras tupiniquins, com a grande devoção da
Princesa Isabel à botânica, tendo sido ela também homenageada ao nomear uma
belíssima micro orquídea púrpura, Isabelia pulchella.
Além de suas flores exóticas, de colorido único, raro entre as orquidáceas, o
Dendrobium victoria-reginae tem um aspecto vegetativo bem curioso. Seus
pseudobulbos são bastante afilados na base, aumentado de calibre à medida que
se desenvolvem. Quando completamente maduros, perdem todas as folhas,
assemelhando-se a estruturas sem vida. A surpresa vem com a floração, que
surge nas pontas destes caules pendentes, em forma de delicados
bouquets de flores azuladas, cuja aparição pode ocorrer em
qualquer estação. É comum, inclusive, que o
Dendrobium victoria-reginae floresça várias vezes no mesmo ano, a
partir de diferentes pseudobulbos, ou em vários, simultaneamente.
Dependendo da fase de desenvolvimento dos botões florais, bem como das
condições climáticas e da intensidade de luz fornecida, a coloração das
pétalas e sépalas desta orquídea pode variar entre o lilás, passando pelo
púrpura, e culminando em um belo e raro tom azulado.
Dendrobium victoria-reginae |
As orquídeas do gênero
Dendrobium
são conhecidas pela sua incrível variedade de formas e cores. Trata-se de um
dos gêneros com maior número de espécies, dentro da família
Orchidaceae. Aqui no blog, já apresentamos espécies curiosas, tais como
o
Dendrobium purpureum album,
Dendrobium loddigesii,
Dendrobium kingianum e Dendrobium lindleyi. Também fazem parte deste gênero representantes híbridos bastante populares,
tais como a famosa
orquídea olhos de boneca, descendente do Dendrobium nobile. A orquídea
Denphal
também é um exemplo de Dendrobium, assim como o híbrido
Dendrobium Stardust. Estes foram os representantes do gênero que já cultivei, aqui no
apartamento. São todas orquídeas epífitas, originárias de países do sudeste
asiático.
O Dendrobium victoria-reginae é endêmico das Filipinas, o que significa que ele somente é encontrado nativamente neste país, e em nenhum outro lugar do mundo. Trata-se de uma orquídea típica de florestas localizadas em regiões de elevadas altitudes, onde o clima é ameno e a luminosidade é filtrada pelas densas copas das árvores.
Esta é uma orquídea que aprecia ser cultivada em vasos bem pequenos, apertados, cujo substrato é mantido úmido durante a maior parte do ano. Aqui no apartamento, como de costume, cultivo em vaso de plástico, com musgo sphagnum. À medida que crescem, os pseudobulbos do Dendrobium victoria-reginae começam a pender e precisam ser tutorados, uma vez que sua base é bastante fina e delicada, com a porção mediana mais encorpada. Apesar do suporte, a parte distal do pseudobulbo acaba pendendo naturalmente. Muitos iniciantes se assustam com o amarelamento das folhas, que secam e caem. Neste gênero de orquídeas, no entanto, trata-se de um processo natural, que ocorre com a maturação dos pseudobulbos e costuma anteceder a floração.
Há cultivadores que costumam manter o Dendrobium victoria-reginae em placas de madeira ou pedaços de troncos, com suas raízes protegidas apenas por um pequeno chumaço de musgo sphagnum. Sob estas condições de cultivo, no entanto, as regas devem ser mais frequentes. Além disso, a umidade relativa do ar precisa ser elevada, para que a orquídea não se desidrate. O cultivo em vasos visa facilitar a manutenção, de modo que o substrato retenha a umidade por mais tempo. No entanto, deve-se tomar o cuidado de não regar em excesso. O importante é que o material seque bem, entre uma irrigação e outra. Como sempre, o uso do pratinho sob o vaso é dispensável, uma vez que pode causar um acúmulo da água das regas e favorecer o apodrecimento das raízes.
O Dendrobium victoria-reginae é endêmico das Filipinas, o que significa que ele somente é encontrado nativamente neste país, e em nenhum outro lugar do mundo. Trata-se de uma orquídea típica de florestas localizadas em regiões de elevadas altitudes, onde o clima é ameno e a luminosidade é filtrada pelas densas copas das árvores.
Esta é uma orquídea que aprecia ser cultivada em vasos bem pequenos, apertados, cujo substrato é mantido úmido durante a maior parte do ano. Aqui no apartamento, como de costume, cultivo em vaso de plástico, com musgo sphagnum. À medida que crescem, os pseudobulbos do Dendrobium victoria-reginae começam a pender e precisam ser tutorados, uma vez que sua base é bastante fina e delicada, com a porção mediana mais encorpada. Apesar do suporte, a parte distal do pseudobulbo acaba pendendo naturalmente. Muitos iniciantes se assustam com o amarelamento das folhas, que secam e caem. Neste gênero de orquídeas, no entanto, trata-se de um processo natural, que ocorre com a maturação dos pseudobulbos e costuma anteceder a floração.
Há cultivadores que costumam manter o Dendrobium victoria-reginae em placas de madeira ou pedaços de troncos, com suas raízes protegidas apenas por um pequeno chumaço de musgo sphagnum. Sob estas condições de cultivo, no entanto, as regas devem ser mais frequentes. Além disso, a umidade relativa do ar precisa ser elevada, para que a orquídea não se desidrate. O cultivo em vasos visa facilitar a manutenção, de modo que o substrato retenha a umidade por mais tempo. No entanto, deve-se tomar o cuidado de não regar em excesso. O importante é que o material seque bem, entre uma irrigação e outra. Como sempre, o uso do pratinho sob o vaso é dispensável, uma vez que pode causar um acúmulo da água das regas e favorecer o apodrecimento das raízes.
O Dendrobium victoria-reginae não precisa de
luminosidade
intensa para se desenvolver e florescer, uma vez que seu habitat de origem é
bastante sombreado. No entanto, ele precisa de altos níveis de umidade
relativa do ar. Também é importante que haja uma boa ventilação no local, para
evitar o surgimento de doenças fúngicas. Aqui no apartamento, venho obtendo
boas florações com uma tela de sombreamento capaz de reter 50% dos raios
solares. A orientação da varanda é face oeste, de modo que o local recebe todo
o sol da tarde.
Para que o Dendrobium victoria-reginae floresça de forma mais contínua,
uma
adubação
mais rica em fósforo é recomendada. Existem formulações específicas para
induzir a floração de orquídeas. Eu costumo alternar a aplicação deste adubo
com um de manutenção, contendo níveis proporcionais de NPK, com macro e
micronutrientes. De modo geral, as aplicações são semanais, com metade da dose
recomendada pelo fabricante. É sempre importante lavar bem o substrato,
periodicamente, para evitar o acúmulo de sais minerais provenientes da
adubação.
Apaixonei-me por este Dendrobium victoria-reginae há muitos anos, quando o fotografei em uma exposição. Fiquei fascinado pela coloração azulada de suas flores. Na época, quando o blog estava no início e era bem obscuro, publiquei uma matéria em que manifestava meu interesse pela orquídea. Duvidei que alguém fosse ler seu conteúdo com mais atenção. Para minha surpresa, durante muito tempo, recebi mensagens de amigos e leitores que se dispuseram a ajudar-me a encontrar esta planta. Foram diversas indicações de orquidários, físicos e virtuais, bem como exposições e produtores.
Apaixonei-me por este Dendrobium victoria-reginae há muitos anos, quando o fotografei em uma exposição. Fiquei fascinado pela coloração azulada de suas flores. Na época, quando o blog estava no início e era bem obscuro, publiquei uma matéria em que manifestava meu interesse pela orquídea. Duvidei que alguém fosse ler seu conteúdo com mais atenção. Para minha surpresa, durante muito tempo, recebi mensagens de amigos e leitores que se dispuseram a ajudar-me a encontrar esta planta. Foram diversas indicações de orquidários, físicos e virtuais, bem como exposições e produtores.
Apesar de toda a ajuda, sempre achei este
Dendrobium victoria-reginae bem delicado e coloquei na cabeça que seu
cultivo seria complicado aqui no apartamento. Passei muitos anos com receio de
comprá-lo até que, no ano passado, recebi um exemplar adulto e muito bem
cultivado, inesperadamente. Os orquidófilos Guto Barbosa e Paco Zimmermann Jr.
trouxeram-me esta orquídea de presente, durante uma visita, já sabendo desta
minha paixão platônica pela orquídea da Rainha Vitória.
Para minha surpresa, e against all odds, esta orquídea adaptou-se
bem à varanda e floresceu pouco tempo depois de sua chegada. Já encontra-se na
terceira floração consecutiva, o que me deixa de boca aberta, considerando-se
a dificuldade que tenho em me relacionar com orquídeas do gênero
Dendrobium.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil