| Tolumnia híbrida | |
As flores da
orquídea Oncidium equitante, hoje classificada como Tolumnia,
parecem terem sido pintadas à mão, uma por uma. Caso o observador tenha
paciência, chegará à conclusão de que existem diferenças perceptíveis nos
desenhos de cada flor, ainda que pertençam à mesma haste floral. Elas lembram
em muito as orquídeas bailarinas, apelido frequentemente dado a diferentes
espécies e híbridos do gênero
Oncidium. No artigo de hoje, saberemos mais sobre a orquídea Tolumnia, com
dicas para seu cultivo da forma apropriada.
No passado, a denominação Oncidium equitante correspondia a um
grupo de espécies originárias das ilhas do Caribe, cujo aspecto curioso de sua
parte vegetativa inspirou a criação do apelido equitante, que se refere
àquele que monta a cavalo, em latim. Suas folhas são finas e compridas,
crescendo uma por cima da outra, formando uma espécie de leque. Lembram
vagamente o modo como as
orquídeas
do gênero
Vanda
crescem. Atualmente, o Oncidium equitante passou a ser denominado
Tolumnia.
As orquídeas Tolumnia que encontramos atualmente no mercado são exemplares híbridos, obtidos através de cruzamentos de várias espécies caribenhas, ao longo dos últimos 50 anos. É graças a este intenso trabalho de seleção e melhoramento genético que dispomos desta imensa variedade de cores e estampas, na atualidade.
Diferentemente da maioria das orquídeas, a Tolumnia possui um ciclo de
amadurecimento e floração relativamente mais curto. Desde a polinização da
flor, com a consequente formação da cápsula de
sementes, seu plantio, desenvolvimento e a obtenção de flores, existe um período de
aproximadamente dois anos e meio, o que é considerado um processo rápido,
quando comparado a outras orquídeas, que costumam levar entre cinco a nove
anos para completarem o ciclo.
É esta rapidez na obtenção do resultado de um cruzamento que levou à obtenção de inúmeros híbridos da orquídea Tolumnia, que puderam ser selecionados e aprimorados ao longo dos anos. Além da beleza e variedade de cores, as orquídeas híbridas de Oncidium equitante apresentam a vantagem de serem mais resistentes. Trata-se do vigor híbrido, ou heterose. Quanto mais cruzamentos são feitos, entre diferentes espécies, mais resistentes e vigorosos são os descendentes. É o que ocorre no caso dos cachorros e gatos sem raça definida, por exemplo.
Ainda assim, não é tão tranquilo cultivar a orquídea Tolumnia, principalmente em regiões de climas muito frios ou secos. Isto porque sua origem caribenha torna o Oncidium equitante dependente de um ambiente de cultivo com altas temperaturas e elevados níveis de umidade relativa do ar. Suas raízes são finas e frágeis, sendo bastante suscetíveis ao apodrecimento quando mantidas úmidas por muito tempo.
As orquídeas Tolumnia que encontramos atualmente no mercado são exemplares híbridos, obtidos através de cruzamentos de várias espécies caribenhas, ao longo dos últimos 50 anos. É graças a este intenso trabalho de seleção e melhoramento genético que dispomos desta imensa variedade de cores e estampas, na atualidade.
Orquídeas Tolumnia híbridas |
É esta rapidez na obtenção do resultado de um cruzamento que levou à obtenção de inúmeros híbridos da orquídea Tolumnia, que puderam ser selecionados e aprimorados ao longo dos anos. Além da beleza e variedade de cores, as orquídeas híbridas de Oncidium equitante apresentam a vantagem de serem mais resistentes. Trata-se do vigor híbrido, ou heterose. Quanto mais cruzamentos são feitos, entre diferentes espécies, mais resistentes e vigorosos são os descendentes. É o que ocorre no caso dos cachorros e gatos sem raça definida, por exemplo.
Ainda assim, não é tão tranquilo cultivar a orquídea Tolumnia, principalmente em regiões de climas muito frios ou secos. Isto porque sua origem caribenha torna o Oncidium equitante dependente de um ambiente de cultivo com altas temperaturas e elevados níveis de umidade relativa do ar. Suas raízes são finas e frágeis, sendo bastante suscetíveis ao apodrecimento quando mantidas úmidas por muito tempo.
Tolumnia híbrida |
Como nem sempre isso é possível, no nosso cultivo doméstico, procuramos formas de mimetizar esta condição. A melhor maneira é cultivar a Tolumnia em pedaços de madeira, pequenos leques ou cachepots vazados do mesmo material, ou ainda em troncos cortados ou cascas de árvores.
Neste tipo de cultivo, a principal exigência é que o ambiente tenha elevados níveis de umidade relativa do ar, além de boa ventilação. Também é preciso considerar que as regas precisam ser diárias, para evitar que as raízes fiquem ressecadas. Para quem não dispõe de muito tempo, acaba sendo um cultivo bastante exigente.
Tolumnia híbrida |
Por este motivo, o substrato precisa ser bem arejado e drenável. Misturas próprias para orquídeas epífitas, compostas por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco, à venda em casas especializadas, costumam ser bastante apropriadas para o cultivo da Tolumnia. Um método alternativo de cultivo é utilizar apenas brita pura, como substrato. Este material apresenta a vantagem de ser bastante aerado e secar rapidamente. Por outro lado, é importante ressaltar que há muitos relatos de pessoas que fracassaram ao tentar manter o Ondicium equitante em semi-hidroponia.
Muito embora a orquídea Tolumnia possa ser cultivada em interiores, é
recomendável prestar atenção à umidade do local. Se for muito seco, pode ser
necessário colocar um umidificador de ar ou uma bandeja umidificadora. Este
aparato consiste em um recipiente raso e largo, preenchido com areia, brita ou
argila expandida. No fundo, uma lâmina de água confere umidade ao ambiente,
sem entrar em contato direto com as raízes no vaso, que é posicionado sobre
esta bandeja.
Outro fator essencial para que a Tolumnia não só se desenvolva bem, mas também floresça a contento, é a luminosidade. Ela precisa ser difusa, porém intensa. Caso o Oncidium equitante seja cultivado em um ambiente sombreado demais, não irá produzir flores. A condição ideal é a luz solar filtrada por uma tela de sombreamento, capaz de reter 50% da luminosidade incidente.
A adubação também é crucial para que a orquídea Tolumnia floresça. Ela deve fornecer os principais macro e micronutrientes à planta, em proporções que variam conforme o seu estágio de vida. Existem fórmulas do tipo NPK desenvolvidas para o cultivo de orquídeas. De modo geral, os adubos de crescimento possuem um teor maior de nitrogênio, enquanto os de manutenção apresentam os três elementos, NPK, em proporções similares. Os adubos que visam estimular a floração, por sua vez, são mais ricos em fósforo, a letra P do NPK. No cultivo do Ondicium equitante, costumo alternar os adubos de manutenção e floração, semanalmente, utilizando metade da dose recomendada pelo fabricante.
Um último e muito importante detalhe é sobre o que fazer com a haste floral, após o término da floração. Assim como acontece com a orquídea Phalaenopsis, a Tolumnia possui a capacidade de emitir uma floração secundária, após o fenecer das flores pioneiras. Portanto, caso o cultivador queira ter flores por mais tempo, basta não cortar a haste floral antiga, e aguardar por uma nova floração. Ela não é garantida, muitas vezes a haste simplesmente seca. Mas existe esta possibilidade. Alternativamente, há quem prefira poupar a planta e cortar a haste imediatamente após o fim da floração. Desta forma, a Tolumnia economiza energia e se prepara para a próxima floração, emitindo novas raízes e folhas.
Com sua imensa variedade de cores e padrões, as orquídeas híbridas do gênero Tolumnia são um alento para os olhos e a alma, ainda que sejam um pouco exigentes quanto ao cultivo. Além de belas, são plantas generosas, que florescem durante o ano todo, inclusive mais de uma vez por ano. Vale a pena colecionar algumas destas figurinhas raras.
Outro fator essencial para que a Tolumnia não só se desenvolva bem, mas também floresça a contento, é a luminosidade. Ela precisa ser difusa, porém intensa. Caso o Oncidium equitante seja cultivado em um ambiente sombreado demais, não irá produzir flores. A condição ideal é a luz solar filtrada por uma tela de sombreamento, capaz de reter 50% da luminosidade incidente.
A adubação também é crucial para que a orquídea Tolumnia floresça. Ela deve fornecer os principais macro e micronutrientes à planta, em proporções que variam conforme o seu estágio de vida. Existem fórmulas do tipo NPK desenvolvidas para o cultivo de orquídeas. De modo geral, os adubos de crescimento possuem um teor maior de nitrogênio, enquanto os de manutenção apresentam os três elementos, NPK, em proporções similares. Os adubos que visam estimular a floração, por sua vez, são mais ricos em fósforo, a letra P do NPK. No cultivo do Ondicium equitante, costumo alternar os adubos de manutenção e floração, semanalmente, utilizando metade da dose recomendada pelo fabricante.
Um último e muito importante detalhe é sobre o que fazer com a haste floral, após o término da floração. Assim como acontece com a orquídea Phalaenopsis, a Tolumnia possui a capacidade de emitir uma floração secundária, após o fenecer das flores pioneiras. Portanto, caso o cultivador queira ter flores por mais tempo, basta não cortar a haste floral antiga, e aguardar por uma nova floração. Ela não é garantida, muitas vezes a haste simplesmente seca. Mas existe esta possibilidade. Alternativamente, há quem prefira poupar a planta e cortar a haste imediatamente após o fim da floração. Desta forma, a Tolumnia economiza energia e se prepara para a próxima floração, emitindo novas raízes e folhas.
Com sua imensa variedade de cores e padrões, as orquídeas híbridas do gênero Tolumnia são um alento para os olhos e a alma, ainda que sejam um pouco exigentes quanto ao cultivo. Além de belas, são plantas generosas, que florescem durante o ano todo, inclusive mais de uma vez por ano. Vale a pena colecionar algumas destas figurinhas raras.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil