| Gomesa crispa | |
Sou fascinado por
orquídeas
que apresentam
flores perfumadas
e com formatos exóticos. Curiosamente, a estrela do artigo de hoje,
Gomesa crispa, possui estas duas características. Ela é popularmente
conhecida como a orquídea com cheiro de limão. De fato, o perfume de suas
flores é cítrico, mas me lembra muito mais aqueles aromas colocados em
produtos de limpeza. Ressalto que, com esta observação, não estou desmerecendo
o perfume desta orquídea, que eu adoro. Suas flores amarelas, com um leve
sopro esverdeado, são uma atração à parte, devido ao curioso formato que
lembra pequenos bonecos. A seguir, mais informações e dicas de cultivo desta
simpática miniatura de orquídea.
O gênero Gomesa de orquídeas foi assim batizado em homenagem ao médico
e botânico português Bernardino Antonio Gomes. As diferentes espécies que o
compõem são tipicamente brasileiras, ocorrendo em regiões úmidas das florestas
tropicais encontradas nos estados do sul e sudeste do país. Embora sejam
muitas, as espécies de Gomesa costumam ser muito parecidas entre si.
Frequentemente, nem mesmo com a observação cuidadosa de suas florações, é
possível distingui-las. Já falamos aqui no blog sobre a
Gomesa recurva. Hoje, trataremos sobre a orquídea Gomesa crispa. Ambas são as
representantes do gênero mais comumente vistas nas coleções.
A mini orquídea Gomesa crispa é tipicamente encontrada na região sudeste do Brasil, presa às úmidas e sombreadas árvores da Mata Atlântica. A sua época de floração é um dos fatores que pode auxiliar na tarefa de distingui-la de outras espécies. No caso da Gomesa crispa, este evento costuma ocorrer durante os meses do inverno. A Gomesa recurva, por sua vez, floresce no verão.
Embora aprecie ambientes mais sombreados, como os encontrados em seu habitat
de origem, a Gomesa crispa não irá produzir flores, caso não receba uma
luminosidade
suficiente. O segredo para uma boa floração é que a orquídea seja cultivada
sob luz filtrada ou indireta. Também podemos recorrer a telas de sombreamento,
capazes de reter 50% da luminosidade. Dentro de casas e apartamentos, é
importante que a Gomesa crispa seja posicionada bem próxima a uma
janela com bastante luz filtrada.
A adubação também é bastante importante para que a Gomesa crispa se desenvolva satisfatoriamente e produza flores na época apropriada. Aqui no apartamento, costumo evitar os adubos orgânicos, que precisam sofrer um processo de decomposição para que liberem os nutrientes às raízes das orquídeas. Procuro priorizar os adubos industriais, do tipo NPK, que já contêm todos os macro e micronutrientes necessários ao desenvolvimento das orquídeas. Existem formulações específicas para cada fase da vida destas plantas, tais como crescimento, manutenção e floração. Eu costumo alternar adubos para manutenção e floração, semanalmente. As fórmulas destinadas a estimular a floração contém um teor maior de fósforo, a letra P do NPK. Já as de manutenção costumam exibir níveis proporcionais de cada nutriente.
Sempre achei que estas flores das orquídeas Gomesa lembravam pequenos bonecos. Hoje, pesquisando sobre esta simpática mini orquídea, descobri que ela é popularmente conhecida como the little man orchid, no exterior, algo como a orquídea do homenzinho. Trata-se de uma orquídea de fácil cultivo, um tanto quanto subestimada pelos colecionadores, que exibe generosas florações suavemente perfumadas, em uma coloração que não é comum de ser encontrada nas orquidáceas.
A mini orquídea Gomesa crispa é tipicamente encontrada na região sudeste do Brasil, presa às úmidas e sombreadas árvores da Mata Atlântica. A sua época de floração é um dos fatores que pode auxiliar na tarefa de distingui-la de outras espécies. No caso da Gomesa crispa, este evento costuma ocorrer durante os meses do inverno. A Gomesa recurva, por sua vez, floresce no verão.
A
orquídea Gomesa é considerada uma planta de fácil cultivo, desde que
seja mantida em ambientes sombreados, com boa luminosidade e alta umidade
relativa do ar. As raízes gostam de ficar expostas, aderidas aos
troncos das árvores. Neste situação, não é preciso tomar nenhum cuidado adicional para
cultivar a Gomesa crispa, já que tudo o que ela necessita é fornecido
pela natureza. Trata-se da forma ideal de cultivo, já que não é preciso se
preocupar com o excesso de regas ou a falta de adubação.
Já no nosso ambiente artificial de cultivo, podemos tentar mimetizar este hábito epífito da Gomesa crispa colocando-a em placas de madeira, pedaços de troncos ou cascas de árvores. É importante colocar um pequeno tufo de musgo sphagnum junto às raízes, para proporcionar uma maior umidade até que elas se desenvolvam e fiquem aderidas aos suportes de madeira. Sob esta condição de cultivo, a umidade no ambiente deve ser elevada, preferencialmente acima de 60%. Além disso, as regas precisam ser mais constantes. Aqui na varanda do apartamento, chego a regar orquídeas montadas em madeira por até duas vezes ao dia.
Como meu ambiente de cultivo é muito seco, a Gomesa crispa sofreu bastante, inicialmente. Os pseudobulbos enrugaram e algumas folhas amarelaram. Um dos sinais de que as coisas não vão bem no cultivo da orquídea é quando as pontas das folhas começam a secar. Depois que transferi a minha Gomesa crispa para um vaso de plástico com sphagnum, a orquídea parece ter se estabilizado. Vamos ver se consegue se adaptar à nossa varanda de clima desértico. O vaso de plástico possui a capacidade de reter a umidade por mais tempo. O musgo também tem esta característica. Quando associamos os dois materiais, devemos tomar um cuidado redobrado com a frequência das regas. Elas devem ser bem espaçadas, ocorrendo somente quando o substrato estiver completamente seco. Devido ao fato de as raízes da orquídea Gomesa crispa não tolerarem o excesso de umidade, por muito tempo, é importante evitar o uso do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e facilitar o apodrecimento destas estruturas.
Caso o ambiente de cultivo seja mais úmido, pode-se optar pelo cultivo da Gomesa crispa em vaso de barro, próprio para o cultivo de orquídeas. Trata-se de um material mais poroso, que permite uma melhor ventilação às raízes. Além disso, o substrato tem a oportunidade de secar mais rapidamente. Existem modelos mais baixos e largos, com furos nas laterais, frequentemente utilizados para abrigar orquídeas epífitas. Neste caso, o substrato pode ser composto por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Existem misturas prontas à venda em lojas especializadas e garden centers. Basta procurar por substrato para orquídeas epífitas. Alternativamente, há quem cultive orquídeas Gomesa em brita pura ou em casca de macadâmia. Cada cultivador acaba encontrando uma combinação de materiais que melhor atendem às suas necessidades e hábitos de rega.
Já no nosso ambiente artificial de cultivo, podemos tentar mimetizar este hábito epífito da Gomesa crispa colocando-a em placas de madeira, pedaços de troncos ou cascas de árvores. É importante colocar um pequeno tufo de musgo sphagnum junto às raízes, para proporcionar uma maior umidade até que elas se desenvolvam e fiquem aderidas aos suportes de madeira. Sob esta condição de cultivo, a umidade no ambiente deve ser elevada, preferencialmente acima de 60%. Além disso, as regas precisam ser mais constantes. Aqui na varanda do apartamento, chego a regar orquídeas montadas em madeira por até duas vezes ao dia.
Como meu ambiente de cultivo é muito seco, a Gomesa crispa sofreu bastante, inicialmente. Os pseudobulbos enrugaram e algumas folhas amarelaram. Um dos sinais de que as coisas não vão bem no cultivo da orquídea é quando as pontas das folhas começam a secar. Depois que transferi a minha Gomesa crispa para um vaso de plástico com sphagnum, a orquídea parece ter se estabilizado. Vamos ver se consegue se adaptar à nossa varanda de clima desértico. O vaso de plástico possui a capacidade de reter a umidade por mais tempo. O musgo também tem esta característica. Quando associamos os dois materiais, devemos tomar um cuidado redobrado com a frequência das regas. Elas devem ser bem espaçadas, ocorrendo somente quando o substrato estiver completamente seco. Devido ao fato de as raízes da orquídea Gomesa crispa não tolerarem o excesso de umidade, por muito tempo, é importante evitar o uso do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e facilitar o apodrecimento destas estruturas.
Caso o ambiente de cultivo seja mais úmido, pode-se optar pelo cultivo da Gomesa crispa em vaso de barro, próprio para o cultivo de orquídeas. Trata-se de um material mais poroso, que permite uma melhor ventilação às raízes. Além disso, o substrato tem a oportunidade de secar mais rapidamente. Existem modelos mais baixos e largos, com furos nas laterais, frequentemente utilizados para abrigar orquídeas epífitas. Neste caso, o substrato pode ser composto por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Existem misturas prontas à venda em lojas especializadas e garden centers. Basta procurar por substrato para orquídeas epífitas. Alternativamente, há quem cultive orquídeas Gomesa em brita pura ou em casca de macadâmia. Cada cultivador acaba encontrando uma combinação de materiais que melhor atendem às suas necessidades e hábitos de rega.
Gomesa crispa |
A adubação também é bastante importante para que a Gomesa crispa se desenvolva satisfatoriamente e produza flores na época apropriada. Aqui no apartamento, costumo evitar os adubos orgânicos, que precisam sofrer um processo de decomposição para que liberem os nutrientes às raízes das orquídeas. Procuro priorizar os adubos industriais, do tipo NPK, que já contêm todos os macro e micronutrientes necessários ao desenvolvimento das orquídeas. Existem formulações específicas para cada fase da vida destas plantas, tais como crescimento, manutenção e floração. Eu costumo alternar adubos para manutenção e floração, semanalmente. As fórmulas destinadas a estimular a floração contém um teor maior de fósforo, a letra P do NPK. Já as de manutenção costumam exibir níveis proporcionais de cada nutriente.
Sempre achei que estas flores das orquídeas Gomesa lembravam pequenos bonecos. Hoje, pesquisando sobre esta simpática mini orquídea, descobri que ela é popularmente conhecida como the little man orchid, no exterior, algo como a orquídea do homenzinho. Trata-se de uma orquídea de fácil cultivo, um tanto quanto subestimada pelos colecionadores, que exibe generosas florações suavemente perfumadas, em uma coloração que não é comum de ser encontrada nas orquidáceas.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil