| Sophrolaelia Marriotiana | |
São muitos e belíssimos os exemplos de
orquídeas
na coloração alaranjada, desde espécies puras até híbridos complexos,
resultantes do cruzamento entre diversos gêneros. A orquídea laranja sempre se
destaca em uma coleção, seja qual for sua procedência. Existem diferentes tons
desta coloração, assim como nuances e padrões mesclados, envolvendo outras
tonalidades. Algumas variedades de orquídea laranja são bastante raras, outras
comumente encontradas, até mesmo na praia. A seguir, uma seleção de
orquídeas
alaranjadas que já passaram aqui pelo apartamento.
A orquídea laranja representada na foto de abertura deste artigo é um
híbrido primário, fruto do cruzamento entre a
orquídea vermelha
Sophronitis coccinea
e a
orquídea amarela
Laelia flava. Seu nome científico é Sophrolaelia Marriotiana.
Trata-se de um exemplo de híbrido intergenérico, resultado da mistura de
orquídeas pertencentes a gêneros diferentes. O interessante é que cada
indivíduo é diferente, podendo variar bastante nas tonalidades de laranja. O
meu exemplar, por exemplo, apresenta discretas venações tendendo ao
vermelho, em suas pétalas, sépalas e labelo. Esta é uma belíssima orquídea
laranja, que não costumo encontrar nas coleções. Procurei por bastante tempo
até conseguir adquirir este exemplar.
Devido à presença da Sophronitis coccinea em sua genealogia, esta
orquídea laranja é de difícil cultivo, pelo menos sob as condições
climáticas aqui no apartamento. Ela não é muito exigente quanto à
luminosidade, podendo florescer em ambientes mais sombreados. No entanto,
requer bastante umidade no ar, sem que suas raízes fiquem encharcadas. Por
este motivo, costumo cultivá-la em pequenos vasos de plástico, que possuem a
capacidade de reter a umidade do substrato por mais tempo. Neste caso, dou
preferência ao musgo sphagnum, pelo mesmo motivo.
Outro exemplo clássico de orquídea laranja, que faz bastante sucesso, é a Sophronitis cernua, uma miniatura com um intenso colorido e floração abundante. Neste caso, ironicamente, a variedade amarela é mais rara e pode atingir elevados valores no mercado. Trata-se de uma mini orquídea de fácil cultivo, bastante resistente, mas que requer elevados níveis de umidade relativa do ar.
Outro exemplo clássico de orquídea laranja, que faz bastante sucesso, é a Sophronitis cernua, uma miniatura com um intenso colorido e floração abundante. Neste caso, ironicamente, a variedade amarela é mais rara e pode atingir elevados valores no mercado. Trata-se de uma mini orquídea de fácil cultivo, bastante resistente, mas que requer elevados níveis de umidade relativa do ar.
Sophronitis cernua |
A Sophronitis cernua é uma orquídea epífita por natureza. Ela se
desenvolve muito bem aderida aos
troncos das árvores. Alternativamente, pode ser cultivada em placas de madeira ou pedaços de
troncos cortados. A casca de peroba também é um excelente material para a
adesão das raízes desta orquídea laranja. Aqui no apartamento, obtive bons
resultados utilizando um cone de barro, que funciona como um vaso invertido,
onde a orquídea fica aderida por fora, como uma epífita, e a água vai dentro
do cone, que, por sua vez, libera a água para as raízes de forma gradativa,
através da capilaridade.
Os níveis de luminosidade para que esta orquídea laranja floresça são um
pouco mais altos, em relação à mini orquídea Marriotiana, apresentada
anteriormente. No entanto, convém evitar o sol direto, principalmente nas
horas mais quentes do dia, que pode causar sérias queimaduras em suas
folhas.
Outra orquídea laranja que destaco é o híbrido Potinara Love Dressy 'Apple Pie'. Neste caso, a hibridação é mais complexa, e envolve quatro gêneros diferentes: Sophronitis, Brassavola, Laelia e Cattleya. Esta é uma orquídea laranja de porte um pouco mais avantajado, em comparação às anteriormente citadas. Ainda assim, trata-se de uma planta compacta, com pseudobulbos bem comportados, que não se espalham demasiadamente pelo vaso. As flores também são relativamente pequenas, conferindo a esta Potinara o status de mini Cattleya.
Outra orquídea laranja que destaco é o híbrido Potinara Love Dressy 'Apple Pie'. Neste caso, a hibridação é mais complexa, e envolve quatro gêneros diferentes: Sophronitis, Brassavola, Laelia e Cattleya. Esta é uma orquídea laranja de porte um pouco mais avantajado, em comparação às anteriormente citadas. Ainda assim, trata-se de uma planta compacta, com pseudobulbos bem comportados, que não se espalham demasiadamente pelo vaso. As flores também são relativamente pequenas, conferindo a esta Potinara o status de mini Cattleya.
Potinara Love Dressy 'Apple Pie' |
Trata-se de uma orquídea laranja perfeita para quem cultiva plantas em
apartamento, já que não ocupa muito espaço e não requer elevados níveis de
luminosidade para florescer. Um local próximo a uma janela bem ensolarada,
ou uma varanda que receba algumas horas de sol por dia, são excelentes
opções para o cultivo desta Potinara Love Dressy. Seu colorido é
espetacular. Destaca-se o tom de laranja que lembra o mamão, com leves
sopros amarelados, contrastando com o labelo em um belíssimo vermelho
aveludado.
Outra clássica orquídea laranja, bastante resistente e de muito fácil cultivo,
é o
Epidendrum fulgens. Trata-se de uma
orquídea terrestre, também conhecida como orquídea da praia, por ocorrer nativamente em regiões
litorâneas do sul e sudeste brasileiros. Suas flores alaranjadas possuem o
fulgor de um pássaro de fogo. Devido ao fato de o labelo ficar virado para
cima, o gênero Epidendrum costuma ser apelidado de orquídea
crucifixo.
Epidendrum fulgens |
Embora seja terrestre, esta orquídea laranja pode ser plantada como epífita,
em substrato composto por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco.
Alternativamente, pode ser cultivada como uma planta de jardim, sob sol
pleno, com as raízes assentadas diretamente na terra. De tão rústica,
sobrevive aos solos arenosos do litoral, suportando também a maresia.
Sua única exigência é a luminosidade, que precisa ser intensa. Dificilmente
esta orquídea laranja florescerá, caso seja cultivada em ambientes
sombreados. Quanto mais horas de sol por dia ela puder receber, melhores e
mais frequentes serão suas florações.
Outra orquídea laranja digna de nota é o Dendrobium Stardust
'Firebird'. Trata-se de uma orquídea híbrida, bastante popular.
Infelizmente, ainda não adquiri um exemplar desta cor. O meu clone
corresponde à versão amarela, nomeada
Dendrobium Stardust 'Chiyomi', conforme vemos na foto abaixo. A versão alaranjada possui flores no mesmo
formato, mudando apenas a tonalidade da cor.
Dendrobium Stardust 'Chiyomi' |
Como já comentei aqui no blog, em outras ocasiões, não acho ético eu ficar
roubando fotos de orquídeas de outros cultivadores, apenas para ilustrar
os artigos que publico neste espaço. Portanto, apenas apresento fotos
autorais, de orquídeas por mim cultivadas aqui no apartamento.
Apenas frisando, o Dendrobium Stardust 'Firebird' possui flores
alaranjadas, ao passo que o Dendrobium Stardust 'Chiyomi' é
amarelo. Ambos são belíssimos e vale a pena ter um de cada na coleção. São
orquídeas resistentes, mas que necessitam de um período de
stress hídrico, em que as regas são drasticamente reduzidas, no
outono e inverno, para que suas flores surjam em abundância na primavera.
Este é um procedimento comumente aplicado a várias espécies e híbridos do
gênero
Dendrobium. Caso sejam regadas demais, durante este período de temperaturas mais
baixas, estas orquídeas tendem a produzir vários
keikis, que são brotos aderidos aos pseudobulbos em forma de cana.
Evidentemente, a lista de orquídeas laranja é muito mais extensa. No entanto, estes foram os exemplares que já tive o prazer de cultivar, aqui no apartamento. Considero uma das minhas cores preferidas, juntamente com a vermelha. Sempre vale a pena aquecer a temperatura do orquidário com estas belas florações ensolaradas.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil