| Laelia alaorii | |
Esta é uma
orquídea
bastante discreta, de porte vegetativo compacto e florações relativamente
pequenas. Apesar de ter um próximo parentesco com as orquídeas do gênero
Cattleya, frequentemente lembradas por seus grandes híbridos repolhudos, a
Laelia alaorii é uma versão minimalista de orquidácea, sendo comumente
inserida na categoria informal das
mini orquídeas. Por ocupar pouco espaço, esta é uma excelente opção para quem
cultiva orquídeas
dentro de casas e apartamentos, desde que alguns cuidados sejam tomados, como
veremos a seguir.
Dentre a orquídeas em miniatura que coleciono aqui no apartamento, esta
alvíssima Laelia alaorii certamente mereceria o título de rainha, ainda
que extra oficialmente. Pertencente à família Orchidaceae, cujos
primeiros representantes foram descobertos há mais de 200 anos, esta mini
orquídea somente foi descrita recentemente, em 1976, por Brieger e Bicalho.
Tipicamente brasileira, a Laelia alaorii habita uma pequena região de
Mata Atlântica, no litoral da Bahia. Sendo assim, a espécie é considerada
endêmica, o que significa que ela não é encontrada nativamente em nenhum outro
lugar do mundo.
A espécie botânica Laelia alaorii é uma latinização do nome
de Alaor Oliveira, o primeiro a coletar a planta, na cidade de Itabuna, Bahia.
Aqui no blog, já publicamos artigos sobre outras espécies do gênero
Laelia, tais como a
Laelia lucasiana
e
Laelia lundii. Devido às frenéticas e intermináveis mudanças de opiniões dos taxonomistas,
cada uma destas orquídeas pode ser considerada como pertencente a outros
gêneros botânicos, que não Laelia.
Tanto a planta quanto as flores da Laelia alaorii são de pequeno porte. Uma característica interessante desta orquídea é que a flor não se abre totalmente, o que lhe confere uma aparência de botão de rosa. Este exemplar da foto, na abertura deste artigo, ficou bem fechado. Há variedades em que as flores ficam mais abertas. Outro charme desta minha Laelia alaorii é a cor, excepcionalmente branca. Há alguns traços em lilás nas pontas das sépalas. O perfume é agradabilíssimo, embora bastante tênue.
Laelia alaorii |
Tanto a planta quanto as flores da Laelia alaorii são de pequeno porte. Uma característica interessante desta orquídea é que a flor não se abre totalmente, o que lhe confere uma aparência de botão de rosa. Este exemplar da foto, na abertura deste artigo, ficou bem fechado. Há variedades em que as flores ficam mais abertas. Outro charme desta minha Laelia alaorii é a cor, excepcionalmente branca. Há alguns traços em lilás nas pontas das sépalas. O perfume é agradabilíssimo, embora bastante tênue.
Outra característica interessante, nas flores da Laelia alaorii, é a
sua textura. Apesar da aparência pequena e delicada, as pétalas e sépalas
desta orquídea são bastante firmes, mais rígidas do que as encontradas em
outras orquidáceas. Elas podem apresentar diferentes nuances de um rosa
antigo, em tom pastel, bem suave. Além disso, as variedades completamente
brancas, denominadas albas, são um espetáculo à parte, consideradas mais
raras.
Aqui no apartamento, já obtive florações de cores diferentes, produzidas por
uma mesma planta. No entanto, embora eu tenha orquídeas que descendem de
variedades albinas de Laelia alaorii, todos os meus exemplares possuem
alguma nuance de cor em suas pétalas e sépalas, de forma que eles podem ser
ser considerados albescens, formas quase albas, como podemos
observar no exemplo abaixo.
A Laelia alaorii é uma orquídea que necessita de uma alta umidade
relativa do ar em seu ambiente de cultivo. Neste sentido, mantenho-a plantada
em vaso de plástico, em substrato misto contendo sphagnum e casca de
pinus, assim como veio do produtor. Muito embora seja comum encontrarmos
recomendações para se cultivar orquídeas em vasos de barro, o plástico
apresenta a vantagem de reter a umidade por mais tempo, o que é benéfico em
ambientes muito secos. Aqui no apartamento, tenho bons resultados com a
combinação de vaso de plástico e musgo sphagnum. Neste caso, as regas
devem ser efetuadas com cuidado, para que o material não fique encharcado por
muito tempo.
Como uma regra geral, somente devemos regar a Laelia alaorii quando seu substrato estiver seco. Pode-se perceber esta situação com o toque do dedo, mas o peso do vaso também é uma excelente indicação. Quanto mais leve o vaso estiver, mais seco estará o substrato em seu interior. Devemos lembrar, no entanto, que a exigência da Laelia alaorii é quanto à umidade relativa do ar, que não é obtida com uma frequência maior de regas. Para aumentarmos a umidade no ambiente de cultivo, podemos recorrer a umidificadores de ar ou bandejas umidificadoras.
No caso das bandejas, o vaso com a Laelia alaorii apoia-se sobre uma camada de argila expandida, areia ou brita, que fica por cima de uma fina lâmina de água. Desta forma, a água não entra em contato direto com as raízes da orquídea. A umidade sobe por evaporação, sem encharcar o substrato. Esta é uma solução muito mais adequada do que o simples uso do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e favorecer o apodrecimento das raízes.
Outros quesitos importantes para um bom cultivo da Laelia alaorii são
uma boa circulação do ar e elevados níveis de
luminosidade. Para que esta orquídea cresça e floresça frequentemente, a iluminação
precisa ser intensa, porém sem sol direto. O ideal é que a luz seja filtrada
por uma tela de sombreamento, capaz de reter 50% dos raios solares.
Laelia alaorii |
Laelia alaorii |
Como uma regra geral, somente devemos regar a Laelia alaorii quando seu substrato estiver seco. Pode-se perceber esta situação com o toque do dedo, mas o peso do vaso também é uma excelente indicação. Quanto mais leve o vaso estiver, mais seco estará o substrato em seu interior. Devemos lembrar, no entanto, que a exigência da Laelia alaorii é quanto à umidade relativa do ar, que não é obtida com uma frequência maior de regas. Para aumentarmos a umidade no ambiente de cultivo, podemos recorrer a umidificadores de ar ou bandejas umidificadoras.
No caso das bandejas, o vaso com a Laelia alaorii apoia-se sobre uma camada de argila expandida, areia ou brita, que fica por cima de uma fina lâmina de água. Desta forma, a água não entra em contato direto com as raízes da orquídea. A umidade sobe por evaporação, sem encharcar o substrato. Esta é uma solução muito mais adequada do que o simples uso do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e favorecer o apodrecimento das raízes.
Laelia alaorii |
A adubação também desempenha um papel fundamental, principalmente para que a floração da Laelia alaorii seja abundante e frequente. Esta é uma espécie que pode florescer duas vezes por ano, quando bem cultivada. Aqui no apartamento, costumo alternar fórmulas de manutenção e floração, semanalmente. Embora os adubos orgânicos sejam os preferidos pelos cultivadores, dou preferência aos inorgânicos, do tipo NPK, com macro e micronutrientes. Particularmente, costumo utilizar metade da dose indicada pelos fabricantes, para evitar que o substrato fique saturado com sais minerais, que podem causar danos ás raízes. Por este motivo, é sempre importante regar o vaso em abundância, de modo que a água escoe bem pelos furos, eliminando o excesso de adubação.
Em resumo, a Laelia alaorii é uma belíssima e delicada adição às coleções de todos os admiradores desta família botânica. Com seu porte compacto, cabe nos ambientes mais apertados, desde que os corretos níveis de luminosidade e umidade relativa do ar possam ser fornecidos. Aqui no apartamento, tenho obtido florações frequentes, em uma varanda face oeste. As principais adaptações, que no meu caso fizeram toda a diferença, foram o uso de tela de sombreamento e bandeja umidificadora. Diante de tanta delicadeza, vale a pena fazer alguns esforços para que consigamos manter esta pequena joia da Mata Atlântica brasileira em nossos lares.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil