| Dendrobium loddigesii | |
As
orquídeas
do gênero
Dendrobium
são conhecidas por sua incrível variedade de espécies e híbridos. Existem
representantes de vários portes, desde as mini orquídeas até aquelas capazes
de formar touceiras gigantescas, passando por diversos exemplares pendentes.
São orquídeas de florações generosas, mas que requerem fatores específicos
para que sejam desencadeadas. Este Dendrobium loddigesii, tema do
artigo de hoje, é um bom exemplo destas
orquídeas
belíssimas, mas geniosas.
Embora seja uma orquídea de crescimento rápido, pouco exigente em relação ao cultivo, e capaz de formar grandes touceiras emaranhadas, sua floração é sempre um desafio. Tudo depende bastante das condições climáticas de cada local. Geralmente, regiões ao nível do mar, ou que apresentem temperaturas elevadas, são mais críticas para o cultivo de orquídeas do gênero Dendrobium, de um modo geral, e particularmente o Dendrobium loddigesii.
Esta é uma orquídea originária de florestas úmidas, compostas predominantemente por coníferas, localizadas em países como Laos, China e Vietnam. O clima típico destas localidades oferece estações bem definidas, com verões e primaveras bastante úmidos e um inverno mais seco e, obviamente, frio. Aqui no Brasil, por outro lado, temos uma menor amplitude de diferenças climáticas, ao longo das quatro estações do ano. Por este motivo, o Dendrobium loddigesii costuma ficar um pouco confuso, precisando que ajustemos algumas condições de cultivo artificialmente.
A orquídea Dendrobium loddigesii floresce entre o final do inverno e começo da primavera. É aconselhável que a planta seja submetida a um período frio e seco para que floresça melhor.
Este é um procedimento conhecido como stress hídrico. Já durante o outono, com
a queda das temperaturas, devemos reduzir drasticamente as
regas
do Dendrobium loddigesii. Desta forma, estamos sinalizando
artificialmente que a estação mais fria do ano se aproxima, o que desencadeará
eventos fisiológicos na orquídea que culminarão na sua floração, na primavera.
Durante este período, também devemos suspender a
adubação, principalmente aquela mais rica em nitrogênio.
Pode parecer uma tortura, mas é justamente este jejum de água e nutrientes que fará com que o Dendrobium loddigesii produza flores, com a chegada da primavera. Quando os primeiros sinais de botões florais surgirem, as regas podem ser retomadas.
A orquídea Dendrobium loddigesii é conhecida por produzir keikis em grande quantidade. Trata-se de uma palavra havaiana que significa bebê. Os keikis são brotos que surgem a partir de gemas adormecidas ao longo dos pseudobulbos, principalmente após eles perderem todas as folhas. Cada brotação pode ser separada da planta mãe, após desenvolver um bom número de raízes, e ser plantada separadamente, gerando uma nova muda de orquídea. Caso o Dendrobium loddigesii seja regado normalmente, durante o período em que o stress hídrico deveria ser aplicado, no outono e inverno, a orquídea irá produzir keikis em maior quantidade, no lugar de flores.
Além do stress hídrico, outro fator essencial para que o
Dendrobium loddigesii floresça é a
luminosidade. Quanto mais intensa for, melhor e mais abundante será sua floração. Esta é
uma orquídea que tolera inclusive algum sol direto. No entanto, é preciso
protegê-la durante as horas mais quentes do dia, durante o verão. O sol da
manhã e do final da tarde é excelente para esta espécie. Nos demais horários,
o ideal é que a luz seja filtrada por uma tela de sombreamento, capaz de reter
50% dos raios solares.
Um outro elemento crucial para que o Dendrobium loddigesii floresça é a adubação. Durante a fase de crescimento e maturação dos pseudobulbos, a orquídea pode ser adubada com uma fórmula de manutenção, contendo níveis proporcionais de NPK, com macro e micronutrientes. Qualquer marca própria para o cultivo de orquídeas pode ser utilizada, neste caso. Já para que a floração seja estimulada, é importante utilizar um adubo mais rico em fósforo. Aqui no apartamento, costumo alternar as fórmulas de manutenção e floração, semanalmente, utilizando a metade da dose recomendada pelo fabricante. Já durante o outono e inverno, a adubação é completamente suspensa.
Como uma orquídea epífita por excelência, o
Dendrobium loddigesii aprecia ter suas raízes expostas, de modo que
sejam capazes de secar rapidamente, entre uma rega e outra. É comum ver esta
orquídea sendo cultivada em placas de madeira, troncos cortados ou cascas de
árvore. Alternativamente, o uso de leques e cachepots vazados, também
de madeira, é bastante frequente. Em todas estas situações, um pequeno punhado
de musgo sphagnum ajuda a manter a umidade em torno das raízes,
principalmente durante a fase inicial de desenvolvimento, até que sejam
capazes de fixar o Dendrobium loddigesii em seu suporte.
Todas estas são técnicas para mimetizar o modo como a orquídea se desenvolve em seu habitat de origem. Idealmente, o Dendrobium loddigesii deveria ser cultivado nos troncos de árvores vivas, de modo que nenhum outro cuidado seria necessário. Neste situação, a própria natureza se encarrega de prover água e nutrientes à planta. As copas das árvores se responsabilizam por filtrar os raios solares, fornecendo a luminosidade ideal para seu desenvolvimento e floração.
Felizmente, para nós, cultivadores de orquídeas em casas e apartamentos, temos o recurso de utilizar vasos para a manutenção do Dendrobium loddigesii. Embora não ideal, esta condição permite que as raízes encontrem suporte e umidade, ficando protegidas do ambiente geralmente mais seco que encontramos neste tipo de ambiente doméstico. Neste caso, a escolha dos materiais deve ser feita com cuidado. Vasos de barro são geralmente recomendados para o cultivo de orquídeas epífitas, por serem mais porosos e permitirem que o substrato seque mais rapidamente. Os vasos de plástico, por outro lado, apresentam a vantagem de serem mais leves, podendo ser pendurados. No entanto, este material retém a umidade por um período mais prolongado, de modo que as regas devem ser ajustadas de acordo. De modo geral, só se rega quando o substrato estiver completamente seco.
A composição do substrato também varia bastante. No caso do Dendrobium loddigesii, pode-se optar pela clássica mistura para orquídeas epífitas, composta por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Alternativamente, há quem utilize outros materiais com sucesso, como casca de macadâmia, brita ou musgo sphagnum. Aqui no apartamento, tenho obtido bons resultados com a combinação de vaso de plástico e musgo sphagnum.
A coloração do Dendrobium loddigesii é um espetáculo à parte. Suas
flores apresentam pétalas e sépalas delicadas, com variações entre o
pink claro e o lilás, contrastando com um labelo franjeado, mais claro,
com o seu interior colorido de um amarelo gema bem intenso, quase alaranjado.
Embora apresente lá suas exigências, ficando ressentido e recusando-se a
florescer, vez ou outra, sempre vale a pena tentar persuadi-lo. Quando bem
cultivado e florido, o Dendrobium loddigesii torna-se uma orquídea
notável.
Embora seja uma orquídea de crescimento rápido, pouco exigente em relação ao cultivo, e capaz de formar grandes touceiras emaranhadas, sua floração é sempre um desafio. Tudo depende bastante das condições climáticas de cada local. Geralmente, regiões ao nível do mar, ou que apresentem temperaturas elevadas, são mais críticas para o cultivo de orquídeas do gênero Dendrobium, de um modo geral, e particularmente o Dendrobium loddigesii.
Esta é uma orquídea originária de florestas úmidas, compostas predominantemente por coníferas, localizadas em países como Laos, China e Vietnam. O clima típico destas localidades oferece estações bem definidas, com verões e primaveras bastante úmidos e um inverno mais seco e, obviamente, frio. Aqui no Brasil, por outro lado, temos uma menor amplitude de diferenças climáticas, ao longo das quatro estações do ano. Por este motivo, o Dendrobium loddigesii costuma ficar um pouco confuso, precisando que ajustemos algumas condições de cultivo artificialmente.
A orquídea Dendrobium loddigesii floresce entre o final do inverno e começo da primavera. É aconselhável que a planta seja submetida a um período frio e seco para que floresça melhor.
Dendrobium loddigesii |
Pode parecer uma tortura, mas é justamente este jejum de água e nutrientes que fará com que o Dendrobium loddigesii produza flores, com a chegada da primavera. Quando os primeiros sinais de botões florais surgirem, as regas podem ser retomadas.
A orquídea Dendrobium loddigesii é conhecida por produzir keikis em grande quantidade. Trata-se de uma palavra havaiana que significa bebê. Os keikis são brotos que surgem a partir de gemas adormecidas ao longo dos pseudobulbos, principalmente após eles perderem todas as folhas. Cada brotação pode ser separada da planta mãe, após desenvolver um bom número de raízes, e ser plantada separadamente, gerando uma nova muda de orquídea. Caso o Dendrobium loddigesii seja regado normalmente, durante o período em que o stress hídrico deveria ser aplicado, no outono e inverno, a orquídea irá produzir keikis em maior quantidade, no lugar de flores.
Dendrobium loddigesii |
Um outro elemento crucial para que o Dendrobium loddigesii floresça é a adubação. Durante a fase de crescimento e maturação dos pseudobulbos, a orquídea pode ser adubada com uma fórmula de manutenção, contendo níveis proporcionais de NPK, com macro e micronutrientes. Qualquer marca própria para o cultivo de orquídeas pode ser utilizada, neste caso. Já para que a floração seja estimulada, é importante utilizar um adubo mais rico em fósforo. Aqui no apartamento, costumo alternar as fórmulas de manutenção e floração, semanalmente, utilizando a metade da dose recomendada pelo fabricante. Já durante o outono e inverno, a adubação é completamente suspensa.
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Todas estas são técnicas para mimetizar o modo como a orquídea se desenvolve em seu habitat de origem. Idealmente, o Dendrobium loddigesii deveria ser cultivado nos troncos de árvores vivas, de modo que nenhum outro cuidado seria necessário. Neste situação, a própria natureza se encarrega de prover água e nutrientes à planta. As copas das árvores se responsabilizam por filtrar os raios solares, fornecendo a luminosidade ideal para seu desenvolvimento e floração.
Felizmente, para nós, cultivadores de orquídeas em casas e apartamentos, temos o recurso de utilizar vasos para a manutenção do Dendrobium loddigesii. Embora não ideal, esta condição permite que as raízes encontrem suporte e umidade, ficando protegidas do ambiente geralmente mais seco que encontramos neste tipo de ambiente doméstico. Neste caso, a escolha dos materiais deve ser feita com cuidado. Vasos de barro são geralmente recomendados para o cultivo de orquídeas epífitas, por serem mais porosos e permitirem que o substrato seque mais rapidamente. Os vasos de plástico, por outro lado, apresentam a vantagem de serem mais leves, podendo ser pendurados. No entanto, este material retém a umidade por um período mais prolongado, de modo que as regas devem ser ajustadas de acordo. De modo geral, só se rega quando o substrato estiver completamente seco.
A composição do substrato também varia bastante. No caso do Dendrobium loddigesii, pode-se optar pela clássica mistura para orquídeas epífitas, composta por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Alternativamente, há quem utilize outros materiais com sucesso, como casca de macadâmia, brita ou musgo sphagnum. Aqui no apartamento, tenho obtido bons resultados com a combinação de vaso de plástico e musgo sphagnum.
Dendrobium loddigesii |
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil