| Laelia lundii | |
Dentre as
orquídeas
do gênero
Laelia
que já cultivei aqui no apartamento, a espécie Laelia lundii é a que apresenta o menor porte, tanto em relação à parte vegetativa
quanto no que diz respeito às suas flores. Ainda assim, ela não costuma ser
considerada uma
micro orquídea. Estas dimensões provavelmente enquadram a Laelia lundii em uma
categoria informal que costumamos chamar de
mini orquídeas. Trata-se de uma belíssima espécie, de tamanho e delicadeza únicos.
A orquídea Laelia lundii é outra vítima da avalanche de mudanças de nomenclatura, muitas vezes controversas e desencontradas. Neste contexto, há quem considere que sua classificação atual seja Microlaelia lundii. Outros, no entanto, defendem sua inclusão em outro gênero, Cattleya, de modo que o nome da espécie seria Cattleya lundii.
Confusões à parte, a Laelia lundii foi assim nomeada em homenagem ao naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, cujos estudos em território brasileiro, durante o século XIX, conferindo-lhe grande prestígio científico.
A Laelia lundii é uma típica habitante do território brasileiro,
podendo também ser encontrada na Argentina, Bolívia e Paraguai. Sua
distribuição em terras tupiniquins é bastante ampla, ocorrendo em estados das
regiões centro-oeste, sudeste e sul do país. O pequeno porte da planta, bem
como suas delicadas flores brancas, com nuances em púrpura, fazem desta
pequena orquídea presença obrigatória nas coleções dos apaixonados pelas
miniaturas. Há quem afirme que a Laelia lundii assemelha-se à
Laelia purpurata. Eu a considero mais parecida com a Laelia crispa, em versão
liliputiana.
A espécie tipo, que foi a primeira a ser classificada, e é a mais comumente encontrada na natureza, corresponde ao exemplar apresentado nas fotos ao longo deste artigo. As pétalas e sépalas são brancas e o labelo apresenta delicadas venações em púrpura, com as bordas fortemente onduladas. Existem algumas outras variedades de Laelia lundii, que consistem em diferentes padrões de colorações do labelo, a pétala modificada responsável pela atração dos agentes polinizadores da orquídea.
A orquídea Laelia lundii é outra vítima da avalanche de mudanças de nomenclatura, muitas vezes controversas e desencontradas. Neste contexto, há quem considere que sua classificação atual seja Microlaelia lundii. Outros, no entanto, defendem sua inclusão em outro gênero, Cattleya, de modo que o nome da espécie seria Cattleya lundii.
Confusões à parte, a Laelia lundii foi assim nomeada em homenagem ao naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, cujos estudos em território brasileiro, durante o século XIX, conferindo-lhe grande prestígio científico.
Laelia lundii |
A espécie tipo, que foi a primeira a ser classificada, e é a mais comumente encontrada na natureza, corresponde ao exemplar apresentado nas fotos ao longo deste artigo. As pétalas e sépalas são brancas e o labelo apresenta delicadas venações em púrpura, com as bordas fortemente onduladas. Existem algumas outras variedades de Laelia lundii, que consistem em diferentes padrões de colorações do labelo, a pétala modificada responsável pela atração dos agentes polinizadores da orquídea.
Os pseudobulbos da Laelia lundii são pequenos e roliços, afunilados nos
topos, apresentando duas folhas em seus ápices. Esta é a única espécie de
Laelia bifoliada, já que todas as outras caracterizam-se por apresentar
apenas uma folha por pseudobulbo. No caso da Laelia lundii, o curioso é
que as folhas não são planas, como acontece com as demais espécies do gênero.
Elas se apresentam como longos filamentos, cilíndricos, de natureza mais
consistente. Esta é uma orquídea tipicamente epífita, vegetando aderida aos
troncos das árvores, com as raízes aéreas. Ocasionalmente, a Laelia lundii pode ser
encontrada como uma
orquídea rupícola, crescendo sobre pedras. Convém salientar, no entanto, que esta não é uma
clássica Laelia rupestre, como a
Laelia lucasiana, que já foi apresentada aqui no blog.
Por este motivo, aqui no apartamento, minha Laelia lundii vem sendo cultivada afixada em uma casca de peroba, que é um material bastante rugoso, ideal para a fixação das raízes deste tipo de orquídea. Seu porte vegetativo reduzido também facilita o cultivo em pedaços de madeira, troncos ou cascas de árvore, já que há bastante espaço para o seu desenvolvimento. A desvantagem deste tipo de cultivo é que as regas devem ser frequentes, já que as raízes secam rapidamente. Além disso, o local deve apresentar elevados níveis de umidade relativa do ar. Umidificadores de ambiente, fontes de água, tanques com peixes, ou mesmo bandejas umidificadoras, são todos aparatos que ajudam a formar um ambiente mais propício ao cultivo de orquídeas mantidas desta forma, mimetizando seu hábito epífito de vida.
Alternativamente, a Laelia lundii pode ser cultivada em vasos, que
podem ser de plástico ou de barro. É mais fácil encontrar vasos de plástico
compatíveis como o tamanho da orquídea, que é muito pequeno. Vasos de barro
secam muito rapidamente, sendo pouco práticos, principalmente quando são de
tamanho reduzido e exigem regas mais frequentes.
Em ambos os casos, o ideal é que o vaso com a Laelia lundii seja preenchido com um material propício para o cultivo de orquídeas epífitas. De modo geral, substratos para este fim são compostos por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. É mais prático comprar misturas prontas, à venda em lojas especializadas, que já passaram por um tratamento que visa retirar o excesso de tanino da madeira. Alternativamente, há quem obtenha sucesso no cultivo de orquídeas epífitas utilizando brita pura, casca de macadâmia ou musgo sphagnum. Neste último caso, é importante que as regas sejam bem espaçadas, já que o material é capaz de reter grandes volumes de água, por bastante tempo.
As regas da orquídea Laelia lundii devem ser moderadas, já que suas raízes não podem ficar úmidas por um período muito prolongado. O ideal é que as irrigações ocorram na parte da manhã, para que o substrato tenha tempo para secar, ao longo do dia. Durante o inverno, é importante reduzir a frequência das regas. No entanto, como este é o período típico de floração da Laelia lundii, o substrato não pode ficar completamente seco, sob o risco de a orquídea abortar os botões florais, por falta de água.
A Laelia lundii deve ser cultivada em um local que receba bastante luminosidade, podendo inclusive tolerar o sol direto das primeiras horas da manhã e no final da tarde. Durante as horas mais quentes do dia, o sol deve ser filtrado por uma tela de sombreamento, idealmente aquela capaz de reter 50%. dos raios solares. Para que uma boa floração ocorra, a luz deve ser intensa, porém filtrada. Os níveis são semelhantes aos requeridos no cultivo das Laelias e Cattleyas, de modo geral.
Também importante para a obtenção de uma boa floração da Laelia lundii é a adubação. Embora muitos cultivadores defendam o uso de adubos orgânicos, aqui no apartamento, eu costumo dar preferência aos fertilizantes químicos, do tipo NPK, contendo macro e micronutrientes. De modo geral, alterno aplicações semanais de formulações específicas para manutenção (níveis equilibrados de NPK) e floração (mais ricas em fósforo). Costumo utilizar metade da dose recomendada pelos fabricantes, para evitar o excesso de sais minerais nas raízes da orquídea.
Em resumo, a Laelia lundii é perfeita para quem tem pouco espaço e não pode apreciar o esplendor de orquídeas como a Laelia purpurata ou Laelia crispa. Trata-se de uma belíssima miniatura de orquídea, delicada e bastante resistente, desde que seus requisitos mínimos de luminosidade, ventilação e umidade relativa do ar sejam atendidos. A Laelia lundii é uma excelente opção para dar mais vida ao inverno, época em que floresce, caracterizada pelo período de dormência de grande parte das outras orquídeas.
Por este motivo, aqui no apartamento, minha Laelia lundii vem sendo cultivada afixada em uma casca de peroba, que é um material bastante rugoso, ideal para a fixação das raízes deste tipo de orquídea. Seu porte vegetativo reduzido também facilita o cultivo em pedaços de madeira, troncos ou cascas de árvore, já que há bastante espaço para o seu desenvolvimento. A desvantagem deste tipo de cultivo é que as regas devem ser frequentes, já que as raízes secam rapidamente. Além disso, o local deve apresentar elevados níveis de umidade relativa do ar. Umidificadores de ambiente, fontes de água, tanques com peixes, ou mesmo bandejas umidificadoras, são todos aparatos que ajudam a formar um ambiente mais propício ao cultivo de orquídeas mantidas desta forma, mimetizando seu hábito epífito de vida.
Laelia lundii |
Em ambos os casos, o ideal é que o vaso com a Laelia lundii seja preenchido com um material propício para o cultivo de orquídeas epífitas. De modo geral, substratos para este fim são compostos por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. É mais prático comprar misturas prontas, à venda em lojas especializadas, que já passaram por um tratamento que visa retirar o excesso de tanino da madeira. Alternativamente, há quem obtenha sucesso no cultivo de orquídeas epífitas utilizando brita pura, casca de macadâmia ou musgo sphagnum. Neste último caso, é importante que as regas sejam bem espaçadas, já que o material é capaz de reter grandes volumes de água, por bastante tempo.
As regas da orquídea Laelia lundii devem ser moderadas, já que suas raízes não podem ficar úmidas por um período muito prolongado. O ideal é que as irrigações ocorram na parte da manhã, para que o substrato tenha tempo para secar, ao longo do dia. Durante o inverno, é importante reduzir a frequência das regas. No entanto, como este é o período típico de floração da Laelia lundii, o substrato não pode ficar completamente seco, sob o risco de a orquídea abortar os botões florais, por falta de água.
A Laelia lundii deve ser cultivada em um local que receba bastante luminosidade, podendo inclusive tolerar o sol direto das primeiras horas da manhã e no final da tarde. Durante as horas mais quentes do dia, o sol deve ser filtrado por uma tela de sombreamento, idealmente aquela capaz de reter 50%. dos raios solares. Para que uma boa floração ocorra, a luz deve ser intensa, porém filtrada. Os níveis são semelhantes aos requeridos no cultivo das Laelias e Cattleyas, de modo geral.
Também importante para a obtenção de uma boa floração da Laelia lundii é a adubação. Embora muitos cultivadores defendam o uso de adubos orgânicos, aqui no apartamento, eu costumo dar preferência aos fertilizantes químicos, do tipo NPK, contendo macro e micronutrientes. De modo geral, alterno aplicações semanais de formulações específicas para manutenção (níveis equilibrados de NPK) e floração (mais ricas em fósforo). Costumo utilizar metade da dose recomendada pelos fabricantes, para evitar o excesso de sais minerais nas raízes da orquídea.
Em resumo, a Laelia lundii é perfeita para quem tem pouco espaço e não pode apreciar o esplendor de orquídeas como a Laelia purpurata ou Laelia crispa. Trata-se de uma belíssima miniatura de orquídea, delicada e bastante resistente, desde que seus requisitos mínimos de luminosidade, ventilação e umidade relativa do ar sejam atendidos. A Laelia lundii é uma excelente opção para dar mais vida ao inverno, época em que floresce, caracterizada pelo período de dormência de grande parte das outras orquídeas.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil