| Cattleya labiata f. purpureo-lineata | |
Se você gosta de orquídeas e costuma navegar pela net à procura delas, com
certeza já viu várias fotos das plantas dele. Agora, se você gosta
mesmo de orquídeas, provavelmente é fã de carteirinha dele. Estou
falando de Mauro Rosim, paulista de nascimento, formado em Economia pela USP,
orquidófilo e diretor técnico da SOSA - Associação Orquidófila de Santo André.
Acostumado a sambar na cara da humanidade com suas orquídeas raras e
espetaculares, o Mauro gentilmente encontrou tempo para conceder esta
entrevista exclusiva ao blog.
O.A. Quantas são as suas orquídeas e onde as cultiva?
M.R. Estou envolvido com orquídeas há 30 anos, então minha coleção é razoável,
mas não tão grande quanto a de muitos amigos. Comecei a cultivar orquídeas no
ano de 1982, por conta de uma Cattleya intermedia que ganhei de um
amigo. De lá para cá, já cultivei no quintal da casa da sogra, depois no
apartamento (cheguei a ter umas 200 plantas na varanda por uns bons anos!) e
atualmente cultivo minhas plantas na região de Itatiba. Minha coleção tem por
volta de 1.500 plantas, centrada nas
Cattleyas
e Laelias, mas tenho tentado diminuir para poder cuidar melhor.
Mauro Rosim |
M.R. Indubitavelmente, saber escolher. Descobrir o que vai bem e o que não vai
bem em seu orquidário e montar sua coleção com base nisso. Depois das boas
escolhas, o fator mais importante, essencial mesmo, num bom cultivo, é o
controle da água. O resto vem por acréscimo.
O.A. Como é feita a sua adubação? E o controle de pragas?
M.R. A maioria absoluta das minhas plantas é adubada com o adubo da
AOSP, portanto é uma adubação orgânica. Três a quatro vezes por ano,
uma quantidade proporcional ao tamanho da planta e do vaso. Já para
as poucas vandaceas que cultivo, a adubação é química (Peters),
pesada, duas vezes por semana. O ideal seria todo dia, mas a rotina
diária não me permite.
Das pragas ninguém se livra, infelizmente! Procuro utilizar
uma combinação de métodos naturais e pouco agressivos com
tratamento químico, quando necessário. Nesse sentido, utilizo plantas
carnívoras, papel-colante, ácido pirolenhoso (vinagre de madeira), óleo
de neem e coisas do gênero para um tratamento mais preventivo e quando
não há alternativa lanço mão do tratamento químico, na maioria das
vezes feito de forma individualizada, planta por planta.
O.A. Existe um gênero ou espécie preferidos em sua coleção?
M.R. Esta pergunta é interessante porque o orquidófilo
verdadeiramente apaixonado pelas orquídeas gosta de todas elas, não
importando muito estas divisões por gênero, ou espécies. Então, na minha
coleção eu gosto de todas e todas são minhas preferidas. Porém, se eu
tivesse que escolher, seria a aliança Cattleya-Laelia.
O.A. Além do cultivo propriamente dito, de que outras atividades ligadas
à orquidofilia você participa?
M.R. Venho exercendo nos últimos 6 anos a Diretoria Técnica da SOSA -
Associação Orquidófila de Santo André, cujas reuniões acontecem todas as
terças-feiras, às 20h. Tenho artigos publicados na AOS Magazine, revista da
American Orchid Society, na Brasil Orquídeas e em revistas
especializadas em orquídeas da Europa. Tenho um álbum de fotografias de
orquídeas no Flickr cujo link é:
http://www.flickr.com/photos/rosim. Também participo de alguns fóruns de discussão.
O.A. Esta foi uma das poucas ocasiões em que aprendi tanto em tão pouco
tempo. Muito obrigado pela entrevista e pela disponibilidade em compartilhar
um pouco do seu vasto conhecimento sobre o assunto!