| Oncidium pumilum | |
As
orquídeas
do gênero
Oncidium
são conhecidas por suas longas hastes florais, repletas de minúsculas flores
em generosos cachos, com as mais diferentes cores, formas e perfumes. Muitas
espécies e híbridos acabam recebendo apelidos curiosos, tais como
orquídea chuva de ouro,
orquídea chocolate, ou ainda orquídea bailarina. O Oncidium pumilum, também conhecido
como Lophiaris pumila, em destaque no artigo de hoje, é uma
orquídea
tipicamente brasileira, que produz uma graciosa e perfumada cascata dourada,
composta por minúsculas flores repletas de detalhes, quase imperceptíveis à
primeira vista. Além disso, são docemente perfumadas.
Aproximando um pouco mais, temos uma noção da textura, que é
surpreendentemente firme, para uma flor deste tamanho. Também podemos notar as
discretas pintas avermelhadas, que passam completamente despercebidas no meio
da chuva de ouro. Em destaque, a típica cabeça de pássaro, tão frequentemente
presente nas flores de diversas espécies de Oncidium.
O Oncidium pumilum é considerado uma orquídea de cultivo difícil, com
raízes finas e delicadas, que se ressentem muito facilmente com o excesso de
umidade, por períodos prolongados. Por esta razão, o meio de cultivo ideal
para esta orquídea é em troncos de
árvores
vivas, sob a sombra de suas copas. Sob estas condições, não há necessidade de
regá-la ou adubá-la. A natureza se encarrega de suprir todas as suas
necessidades, ainda que a árvore esteja em uma calçada, no meio de uma cidade
poluída. Trata-se de um verdadeiro milagre.
Já em nossas casas e apartamentos, precisamos recorrer a artifícios que procuram mimetizar, da melhor forma possível, este hábito epífito que o Oncidium pumilum apresenta em seu habitat de origem. Uma solução é afixá-lo em pedaços de madeira, troncos cortados ou cascas de árvore. Pode-se utilizar um chumaço de musgo sphagnum, junto às raízes, para mantê-las úmidas enquanto se desenvolvem e se fixam ao suporte de madeira. O mesmo vale para a eventualidade de fixarmos a orquídea na árvore.
O principal problema desta forma de cultivo é que o ambiente precisa ter elevados níveis de umidade relativa do ar. Além disso, as regas precisam ser constantes, uma vez que as raízes ficam muito expostas e secam rapidamente. Para contornar esta situação, muitos cultivadores recorrem aos vasos, que podem ser de plástico ou de barro, e aos substratos, que visam manter a umidade em torno das raízes por um período mais prolongado. Contudo, esta alternativa precisa ser utilizada com cautela, já que as orquídeas epífitas, e particularmente as representantes do gênero Oncidium, não suportam ficar com as raízes muito abafadas ou compactadas.
O ideal é que o substrato seja bem arejado e drenável. Existem misturas próprias para o cultivo de orquídeas epífitas, à venda no mercado, geralmente constituídas por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Cultivadores mais experientes conseguem manter o Oncidium pumilum em brita pura ou em casca de macadâmia. O importante é adequar a frequência das regas ao tipo de vaso e substrato. Como regra geral, as irrigações somente devem ocorrer quando o material estiver completamente seco. Para evitar o acúmulo da água das regas, convém não colocar o pratinho sob o vaso.
De modo geral, o Oncidium pumilum necessita de um ambiente sombreado, mas com boa luminosidade, para que possa florescer adequadamente. Caso seja cultivado dentro de casas e apartamentos, é importante que ele seja posicionado próximo a uma janela bem iluminada. Em ambientes externos, convém protegê-lo do sol direto com telas de sombreamento, de preferência que tenham a trama a 50%, o que significa que o material é capaz de filtrar metade dos raios solares que incidem sobre a planta.
Outro fator fundamental para que o Oncidium pumilum floresça é a adubação. Existem formulações mais ricas em fósforo, desenhadas especialmente para estimularem o surgimento de flores em orquídeas. Além disso, um bom adubo de manutenção, do tipo NPK, com macro e micronutrientes, pode ser aplicado, semanalmente. Eu costumo utilizar metade da dose recomendada pelo fabricante.
A floração do Oncidium pumilum ocorre tipicamente durante os meses do verão. As flores costumam durar cerca de 15 dias e exalam um pronunciado perfume adocicado, que a alguns lembra o aroma do mel. Há quem ache o cheiro um pouco enjoativo. De fato, se uma pequena touceira com várias hastes florais for mantida em um ambiente fechado, irá preenchê-lo com seu perfume de mel, de forma bastante pronunciada. Eu gosto bastante.
Esta micro orquídea
é mais conhecida como Oncidium pumilum, muito embora tenha sido
recentemente rebatizada como Lophiaris pumila. Trata-se de uma
orquídea que ocorre em vários estados do sul e sudeste do Brasil, podendo
também ser encontrada na Argentina e no Paraguai. Suas hastes florais são
bastante ramificadas, e as flores amarelas são tão pequenas que torna-se
difícil visualizá-las individualmente. Já a parte vegetativa do
Oncidium pumilum é compacta, porém muito maior do que aquelas
apresentadas pela maioria das
micro orquídeas.
A descoberta desta pequena preciosidade data do início do século XIX, mais
precisamente 1825, quando foi formalmente descrita por John Lindley. O nome
da espécie, pumilum, significa anão em latim, fazendo referência ao
tamanho minúsculo das flores.
Vistas de longe, as hastes florais do Oncidium pumilum, ou Lophiaris pumila, lembram bastante as da orquídea Oncidium Twinkle 'Yellow Fantasy'. A diferença é que este Oncidium Twinkle é um híbrido primário, o que significa que ele descende de duas espécies diferentes, Oncidium ornithorhynchum e Oncidium cheirophorum. Além disso, suas flores são um pouco maiores do que as do Oncidium pumilum, muito embora também sejam perfumadas e organizem-se em hastes florais repletas de cachos dourados.
Sempre que vejo estas inflorescências fartas, típicas do gênero Oncidium, tenho curiosidade para saber como é cada flor isoladamente, em seus mínimos detalhes. Na foto abaixo, aproveitando um momento de distração de uma flor relativamente solitária, no ápice de uma haste já em final de floração, consegui capturar uma macrofotografia desta micro orquídea.
Oncidium pumilum |
Vistas de longe, as hastes florais do Oncidium pumilum, ou Lophiaris pumila, lembram bastante as da orquídea Oncidium Twinkle 'Yellow Fantasy'. A diferença é que este Oncidium Twinkle é um híbrido primário, o que significa que ele descende de duas espécies diferentes, Oncidium ornithorhynchum e Oncidium cheirophorum. Além disso, suas flores são um pouco maiores do que as do Oncidium pumilum, muito embora também sejam perfumadas e organizem-se em hastes florais repletas de cachos dourados.
Sempre que vejo estas inflorescências fartas, típicas do gênero Oncidium, tenho curiosidade para saber como é cada flor isoladamente, em seus mínimos detalhes. Na foto abaixo, aproveitando um momento de distração de uma flor relativamente solitária, no ápice de uma haste já em final de floração, consegui capturar uma macrofotografia desta micro orquídea.
Oncidium pumilum |
Oncidium pumilum |
Já em nossas casas e apartamentos, precisamos recorrer a artifícios que procuram mimetizar, da melhor forma possível, este hábito epífito que o Oncidium pumilum apresenta em seu habitat de origem. Uma solução é afixá-lo em pedaços de madeira, troncos cortados ou cascas de árvore. Pode-se utilizar um chumaço de musgo sphagnum, junto às raízes, para mantê-las úmidas enquanto se desenvolvem e se fixam ao suporte de madeira. O mesmo vale para a eventualidade de fixarmos a orquídea na árvore.
O principal problema desta forma de cultivo é que o ambiente precisa ter elevados níveis de umidade relativa do ar. Além disso, as regas precisam ser constantes, uma vez que as raízes ficam muito expostas e secam rapidamente. Para contornar esta situação, muitos cultivadores recorrem aos vasos, que podem ser de plástico ou de barro, e aos substratos, que visam manter a umidade em torno das raízes por um período mais prolongado. Contudo, esta alternativa precisa ser utilizada com cautela, já que as orquídeas epífitas, e particularmente as representantes do gênero Oncidium, não suportam ficar com as raízes muito abafadas ou compactadas.
O ideal é que o substrato seja bem arejado e drenável. Existem misturas próprias para o cultivo de orquídeas epífitas, à venda no mercado, geralmente constituídas por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Cultivadores mais experientes conseguem manter o Oncidium pumilum em brita pura ou em casca de macadâmia. O importante é adequar a frequência das regas ao tipo de vaso e substrato. Como regra geral, as irrigações somente devem ocorrer quando o material estiver completamente seco. Para evitar o acúmulo da água das regas, convém não colocar o pratinho sob o vaso.
De modo geral, o Oncidium pumilum necessita de um ambiente sombreado, mas com boa luminosidade, para que possa florescer adequadamente. Caso seja cultivado dentro de casas e apartamentos, é importante que ele seja posicionado próximo a uma janela bem iluminada. Em ambientes externos, convém protegê-lo do sol direto com telas de sombreamento, de preferência que tenham a trama a 50%, o que significa que o material é capaz de filtrar metade dos raios solares que incidem sobre a planta.
Outro fator fundamental para que o Oncidium pumilum floresça é a adubação. Existem formulações mais ricas em fósforo, desenhadas especialmente para estimularem o surgimento de flores em orquídeas. Além disso, um bom adubo de manutenção, do tipo NPK, com macro e micronutrientes, pode ser aplicado, semanalmente. Eu costumo utilizar metade da dose recomendada pelo fabricante.
A floração do Oncidium pumilum ocorre tipicamente durante os meses do verão. As flores costumam durar cerca de 15 dias e exalam um pronunciado perfume adocicado, que a alguns lembra o aroma do mel. Há quem ache o cheiro um pouco enjoativo. De fato, se uma pequena touceira com várias hastes florais for mantida em um ambiente fechado, irá preenchê-lo com seu perfume de mel, de forma bastante pronunciada. Eu gosto bastante.
Como toda orquídea do gênero, o Oncidium pumilum (Lophiaris pumila), apresenta algumas exigências de cultivo, principalmente no que se refere à
saúde de suas raízes, que são bem frágeis. No entanto, trata-se de uma
orquídea de uma beleza única, talvez a menor e mais delicada entre as
populares chuvas de ouro. Some-se a isso o seu perfume inconfundível, e temos
uma pequena joia dourada da natureza, que vale a pena constar na coleção de
todo amante de orquídeas.
Publicado em: | Última atualização:
Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil