| Cattleya walkeriana 'Feiticeira' | |
A
orquídea rara da foto de abertura deste artigo, uma
Cattleya
walkeriana única, foi descoberta na década de 1960, por José Dias de Castro, no
estado de Minas Gerais, e logo tornou-se uma das mais cobiçadas e valiosas
flores do país. Trata-se de uma Cattleya walkeriana especial, batizada
de 'Feiticeira'. Além da forma e simetria perfeitas, o que a torna tão
almejada é o fato de que, até os dias de hoje, as mais modernas técnicas de
laboratório não conseguiram reproduzi-la em série. Tanto a clonagem através de
meristemas como a reprodução por sementes têm fracassado no intuito de
produzir exemplares tão perfeitos quanto a orquídea originalmente encontrada
na natureza.
O Brasil é um país de flora e fauna riquíssimos. Quando se tratam de orquídeas, a situação não poderia ser diferente. Tanto que, na falta de uma, há várias representantes desta família botânica que são consideradas rainhas. Temos a Cattleya labiata, popularmente conhecida como rainha do nordeste, por exemplo. Representante da região sul, também com sangue real, está a Laelia purpurata. A Cattleya nobilior, por sua vez, é conhecida como rainha do cerrado. Finalmente, a orquídea encontrada no sudeste e centro-oeste brasileiros, Cattleya walkeriana, também tem status de rainha.
Colecionadores do mundo todo vêm ao Brasil em busca de novas e mais perfeitas variedades de plantas. Isso vem ocorrendo deste o descobrimento. As orquídeas começaram a ser mais intensamente coletadas a partir do século XIX. No caso da Cattleya walkeriana, esta espécie foi encontrada pela primeira vez em Minas Gerais, em 1839, por George Gardner, médico britânico conhecido por sua paixão pelas plantas. Seu assistente, Edward Walker, teve seu sobrenome latinizado e eternizado no batismo desta orquídea especial. Por este motivo histórico, um dos sinônimos da Cattleya walkeriana é Cattleya gardneriana.
A Cattleya walkeriana é originalmente encontrada em diferentes habitats no estado de Minas Gerais, a partir do qual se deu sua dispersão, ocorrendo também em São Paulo, Goiás e Mato Grosso. Nestes ambientes de características muito diversificadas, a rainha das orquídeas pode vegetar sobre outras plantas, como epífita, ou sobre rochas, situação que caracteriza o hábito rupícola.
Dentre as milhares de espécies de orquídeas existentes no mundo, a Cattleya walkeriana talvez seja aquela que tenha o maior número de admiradores, especialmente no Brasil. Muitos orquidófilos dedicam-se exclusivamente ao cultivo desta orquídea, sendo que existem associações específicas para reunir seus admiradores. No mercado especializado, que conta inclusive com leilões disputadíssimos, uma rara orquídea Cattleya walkeriana pode atingir cifras próximas a 40 mil reais.
Além da cor excepcionalmente bela, da grande simetria e harmonia de suas pétalas e sépalas, a Cattleya walkeriana é conhecida pelo perfume único de suas flores. O porte da orquídea é compacto, parecendo pequeno em comparação ao tamanho avantajado de suas florações, que costumam surgir tipicamente durante os meses do outono.
Muitos leitores me escrevem afirmando que possuem esta orquídea. O mais provável é que haja uma certa confusão. A Cattleya walkeriana é comumente encontrada nas coleções, havendo uma imensa variedade de formas e cores. Há, inclusive, inúmeros híbridos, naturais ou produzidos pelo ser humano, no mercado. Sem dúvida, é uma orquídea bastante popular e apreciada pelo público.
Já a variedade 'Feiticeira' da Cattleya walkeriana é única. Apenas um exemplar desta planta foi encontrado na natureza, por acaso. Diz a lenda que José Dias de Castro comprou um lote de orquídeas de um coletor (atividade que hoje em dia é proibida) e ficou surpreso com a floração excepcional de uma delas. Era a Cattleya walkeriana 'Feiticeira'. Como, até hoje, não se conseguiu propagar esta orquídea em grande escala, todos os exemplares de 'Feiticeira' existentes na atualidade são resultantes da divisão da planta original da década de 1960.
Há basicamente duas formas de produção de orquídeas em grande escala, através de sementes ou meristema. Estes métodos de propagação são muito importantes do ponto de vista comercial, já que a coleta de orquídeas da natureza é proibida por lei. Claro que, ainda hoje, é muito frequente encontrarmos plantas sendo vendidas ilegalmente, inclusive nas calçadas em frente às exposições de orquídeas por todo o país. Mas o correto é comprarmos orquídeas com procedência conhecida, produzidas em laboratório e cultivadas em estufas, de modo a evitar a extinção desta bela família botânica em seus habitats originais.
Inicialmente, houve várias tentativas de reproduzir a Cattleya walkeriana 'Feiticeira' através de cruzamentos. O primeiro problema é que, se a planta encontrada foi uma só, ela teria que ser cruzada com ela mesma. O que já é um desafio, do ponto de vista genético. O auto cruzamento não gera variabilidade genética e produz descendentes potencialmente defeituosos. É o mesmo caso do casamento consanguíneo.
Como esperado, os cruzamentos de Cattleya walkeriana 'Feiticeira' geraram frutos com sementes estéreis, inviabilizando esta opção de propagação da orquídea em grande escala. Também vêm sendo tentadas técnicas de multiplicação através de meristemas. Neste procedimento, pequenos pedaços da planta original, geralmente provenientes de um novo broto, são colocados em meio de cultura e cultivados in vitro. É um longo processo que visa a clonagem da planta.
No entanto, a reprodução através de meristemas não garante que os clones serão idênticos à planta original. Particularmente, a 'Feiticeira' tem uma instabilidade genética que produz deformações na prole. Esta dificuldade de reprodução em larga escala é o principal fator que torna esta orquídea tão rara. O único meio possível de multiplicação da Cattleya walkeriana 'Feiticeira' consiste na divisão da planta original, processo demorado que vem sendo efetuado ao longo dos últimos 50 anos.
O Brasil é um país de flora e fauna riquíssimos. Quando se tratam de orquídeas, a situação não poderia ser diferente. Tanto que, na falta de uma, há várias representantes desta família botânica que são consideradas rainhas. Temos a Cattleya labiata, popularmente conhecida como rainha do nordeste, por exemplo. Representante da região sul, também com sangue real, está a Laelia purpurata. A Cattleya nobilior, por sua vez, é conhecida como rainha do cerrado. Finalmente, a orquídea encontrada no sudeste e centro-oeste brasileiros, Cattleya walkeriana, também tem status de rainha.
Origem da Cattleya walkeriana
Colecionadores do mundo todo vêm ao Brasil em busca de novas e mais perfeitas variedades de plantas. Isso vem ocorrendo deste o descobrimento. As orquídeas começaram a ser mais intensamente coletadas a partir do século XIX. No caso da Cattleya walkeriana, esta espécie foi encontrada pela primeira vez em Minas Gerais, em 1839, por George Gardner, médico britânico conhecido por sua paixão pelas plantas. Seu assistente, Edward Walker, teve seu sobrenome latinizado e eternizado no batismo desta orquídea especial. Por este motivo histórico, um dos sinônimos da Cattleya walkeriana é Cattleya gardneriana.
A Cattleya walkeriana é originalmente encontrada em diferentes habitats no estado de Minas Gerais, a partir do qual se deu sua dispersão, ocorrendo também em São Paulo, Goiás e Mato Grosso. Nestes ambientes de características muito diversificadas, a rainha das orquídeas pode vegetar sobre outras plantas, como epífita, ou sobre rochas, situação que caracteriza o hábito rupícola.
Dentre as milhares de espécies de orquídeas existentes no mundo, a Cattleya walkeriana talvez seja aquela que tenha o maior número de admiradores, especialmente no Brasil. Muitos orquidófilos dedicam-se exclusivamente ao cultivo desta orquídea, sendo que existem associações específicas para reunir seus admiradores. No mercado especializado, que conta inclusive com leilões disputadíssimos, uma rara orquídea Cattleya walkeriana pode atingir cifras próximas a 40 mil reais.
Além da cor excepcionalmente bela, da grande simetria e harmonia de suas pétalas e sépalas, a Cattleya walkeriana é conhecida pelo perfume único de suas flores. O porte da orquídea é compacto, parecendo pequeno em comparação ao tamanho avantajado de suas florações, que costumam surgir tipicamente durante os meses do outono.
Origem da Cattleya walkeriana 'Feiticeira'
Muitos leitores me escrevem afirmando que possuem esta orquídea. O mais provável é que haja uma certa confusão. A Cattleya walkeriana é comumente encontrada nas coleções, havendo uma imensa variedade de formas e cores. Há, inclusive, inúmeros híbridos, naturais ou produzidos pelo ser humano, no mercado. Sem dúvida, é uma orquídea bastante popular e apreciada pelo público.
Já a variedade 'Feiticeira' da Cattleya walkeriana é única. Apenas um exemplar desta planta foi encontrado na natureza, por acaso. Diz a lenda que José Dias de Castro comprou um lote de orquídeas de um coletor (atividade que hoje em dia é proibida) e ficou surpreso com a floração excepcional de uma delas. Era a Cattleya walkeriana 'Feiticeira'. Como, até hoje, não se conseguiu propagar esta orquídea em grande escala, todos os exemplares de 'Feiticeira' existentes na atualidade são resultantes da divisão da planta original da década de 1960.
Há basicamente duas formas de produção de orquídeas em grande escala, através de sementes ou meristema. Estes métodos de propagação são muito importantes do ponto de vista comercial, já que a coleta de orquídeas da natureza é proibida por lei. Claro que, ainda hoje, é muito frequente encontrarmos plantas sendo vendidas ilegalmente, inclusive nas calçadas em frente às exposições de orquídeas por todo o país. Mas o correto é comprarmos orquídeas com procedência conhecida, produzidas em laboratório e cultivadas em estufas, de modo a evitar a extinção desta bela família botânica em seus habitats originais.
Inicialmente, houve várias tentativas de reproduzir a Cattleya walkeriana 'Feiticeira' através de cruzamentos. O primeiro problema é que, se a planta encontrada foi uma só, ela teria que ser cruzada com ela mesma. O que já é um desafio, do ponto de vista genético. O auto cruzamento não gera variabilidade genética e produz descendentes potencialmente defeituosos. É o mesmo caso do casamento consanguíneo.
Como esperado, os cruzamentos de Cattleya walkeriana 'Feiticeira' geraram frutos com sementes estéreis, inviabilizando esta opção de propagação da orquídea em grande escala. Também vêm sendo tentadas técnicas de multiplicação através de meristemas. Neste procedimento, pequenos pedaços da planta original, geralmente provenientes de um novo broto, são colocados em meio de cultura e cultivados in vitro. É um longo processo que visa a clonagem da planta.
No entanto, a reprodução através de meristemas não garante que os clones serão idênticos à planta original. Particularmente, a 'Feiticeira' tem uma instabilidade genética que produz deformações na prole. Esta dificuldade de reprodução em larga escala é o principal fator que torna esta orquídea tão rara. O único meio possível de multiplicação da Cattleya walkeriana 'Feiticeira' consiste na divisão da planta original, processo demorado que vem sendo efetuado ao longo dos últimos 50 anos.
O exemplar da foto, evidente e infelizmente, não é meu. Tive a oportunidade de
fotografá-lo durante uma exposição de orquídeas.
Como meu olho é maior do que meu bolso, logo aprendi a reconhecer uma
Cattleya walkeriana 'Feiticeira'. Dentre todas, ela é a única que forma
o desenho de uma gota, bem ao centro, na junção entre as duas pétalas. Segundo
o que pude apurar, cada pseudobulbo desta orquídea está cotado em torno de mil
reais. Considerando que uma divisão de orquídea deve ter ao menos três
pseudobulbos para se desenvolver bem, vocês já podem calcular o valor do
estrago.
O conhecimento sobre a origem da Cattleya walkeriana, 'Feiticeira' ou não, é essencial para sabermos como cultivar esta orquídea. Observando seu modo de vida nos diferentes habitats em que a espécie é encontrada, aprendemos que trata-se de uma planta habituada a enfrentar uma grande variabilidade de condições climáticas, muitas delas desafiadoras.
De modo geral, a Cattleya walkeriana está exposta a elevados níveis de luminosidade, recebendo inclusive sol direto, na natureza. Além disso, está adaptada a suportar temperaturas elevadas e períodos de seca. Há, inclusive, walkerianas que vivem diretamente sobre as pedras, sob sol pleno.
Estas condições desafiadoras em seu habitat fazem da Cattleya walkeriana uma orquídea bastante resistente e de fácil cultivo. Muitos cultivadores buscam mimetizar seu hábito epífito ou rupícola, mantendo a planta em troncos de árvores, pedaços de casca de árvore, ripas de madeira e substratos similares. Alternativamente, a Cattleya walkeriana pode ser cultivada em brita de diferentes granulações.
O cultivo em vasos, geralmente de barro, baixo e com furos nas laterais, é bastante popular. O substrato é incrivelmente variado. Cada orquidófilo acaba aderindo a uma composição de sua preferência. Para iniciantes, uma opção segura é a mistura clássica para epífitas, composta por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Há quem cultive a Cattleya walkeriana em musgo sphagnum, com sucesso. Como sempre, a escolha vai depender das condições climáticas de cada local de cultivo, bem como das preferências de cada cultivador.
Intimamente associada ao tipo de substrato, está a frequência de regas. Caso a Cattleya walkeriana esteja aderida o tronco de árvores vivas, nada precisa ser feito. A própria natureza encarrega-se de fornecer-lhe água e nutrientes. Caso o cultivo seja em fragmentos de madeira, as regas precisam ser mais frequentes. Em vasos, o ideal é que sejam mais espaçadas. O excesso de água em torno das raízes é o principal inimigo das orquídeas, sendo particularmente crítico no caso da Cattleya walkeriana, habituada a períodos de seca em seu habitat de origem.
Como cuidar da Cattleya walkeriana
O conhecimento sobre a origem da Cattleya walkeriana, 'Feiticeira' ou não, é essencial para sabermos como cultivar esta orquídea. Observando seu modo de vida nos diferentes habitats em que a espécie é encontrada, aprendemos que trata-se de uma planta habituada a enfrentar uma grande variabilidade de condições climáticas, muitas delas desafiadoras.
De modo geral, a Cattleya walkeriana está exposta a elevados níveis de luminosidade, recebendo inclusive sol direto, na natureza. Além disso, está adaptada a suportar temperaturas elevadas e períodos de seca. Há, inclusive, walkerianas que vivem diretamente sobre as pedras, sob sol pleno.
Estas condições desafiadoras em seu habitat fazem da Cattleya walkeriana uma orquídea bastante resistente e de fácil cultivo. Muitos cultivadores buscam mimetizar seu hábito epífito ou rupícola, mantendo a planta em troncos de árvores, pedaços de casca de árvore, ripas de madeira e substratos similares. Alternativamente, a Cattleya walkeriana pode ser cultivada em brita de diferentes granulações.
O cultivo em vasos, geralmente de barro, baixo e com furos nas laterais, é bastante popular. O substrato é incrivelmente variado. Cada orquidófilo acaba aderindo a uma composição de sua preferência. Para iniciantes, uma opção segura é a mistura clássica para epífitas, composta por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Há quem cultive a Cattleya walkeriana em musgo sphagnum, com sucesso. Como sempre, a escolha vai depender das condições climáticas de cada local de cultivo, bem como das preferências de cada cultivador.
Intimamente associada ao tipo de substrato, está a frequência de regas. Caso a Cattleya walkeriana esteja aderida o tronco de árvores vivas, nada precisa ser feito. A própria natureza encarrega-se de fornecer-lhe água e nutrientes. Caso o cultivo seja em fragmentos de madeira, as regas precisam ser mais frequentes. Em vasos, o ideal é que sejam mais espaçadas. O excesso de água em torno das raízes é o principal inimigo das orquídeas, sendo particularmente crítico no caso da Cattleya walkeriana, habituada a períodos de seca em seu habitat de origem.
Do mesmo modo, a adubação é um capítulo à parte. Dificilmente, encontraremos
dois orquidófilos com o mesmo esquema de fertilização de suas plantas. No meio
dos colecionadores de Cattleya walkeriana, percebo que o adubo orgânico
é o mais popular. De modo geral, são variações das clássicas misturas de
farinha de osso e torta de mamona. O bokashi também é uma mistura orgânica
bastante popular. No entanto, nada impede que adubos do tipo NPK, com micro e
macronutrientes sejam utilizados. Há formulações complexas, específicas para
cada fase do desenvolvimento das orquídeas. Particularmente, costumo fazer
adubações semanais, alternando fórmulas de manutenção e floração. Mais
informações sobre adubação podem ser encontradas no artigo abaixo:
Apesar do título, o artigo traz informações úteis sobre como adubar orquídeas
em qualquer ambiente, não somente apartamentos. Nele são explicadas as
principais características dos diferentes tipos de adubo utilizados pelos
orquidófilos, orgânicos, químicos ou mistos.
O período de floração da Cattleya walkeriana é ansiosamente aguardado pelos orquidófilos apaixonados por esta planta. Ele se inicia no começo do outono, tendo o ápice no mês de maio. Por este motivo, esta é uma orquídea ideal para se presentear no dia das mães. Do mesmo modo, deveria ser mais utilizada pelas noivas, em seus casamentos. Há quem chame a Cattleya walkeriana de flor das mães ou flor das noivas.
Além da beleza excepcional e do colorido diversificado de suas flores, a espécie walkeriana é conhecida por apresentar um perfume único, bastante agradável. Há quem diga que o aroma lembra a canela. Outros citam um odor semelhante ao das rosas ou de natureza cítrica. O fato é que a fragrância é bem típica da Cattleya walkeriana, praticamente uma marca registrada, que não encontra paralelo em nenhum outro perfume conhecido.
Uma característica interessante e única da Cattleya walkeriana é que esta orquídea costuma produzir pseudobulbos atrofiados, especificamente destinados à floração. Eles não possuem folhas e são denominados pseudobulbos florais. No entanto, também há casos em que as florações surgem a partir do ápice de pseudobulbos convencionais. A variedade princeps é conhecida por florescer desta forma.
As flores da Cattleya walkeriana são grandes e vistosas, quando comparadas ao porte vegetativo da orquídea. Em condições adequadas de cultivo, podem durar até um mês. Os padrões de cores mais frequentemente encontrados são o magenta, característico da variedade tipo, o branco puro, da forma alba, e o branco com labelo magenta, variedade semi-alba, entre outras, como caerulea e vinicolor. Tantas características positivas fazem desta espécie uma das principais progenitoras de diferentes híbridos, naturais ou não, bastante famosos e apreciados pelos colecionadores.
Alguns fatores são cruciais para que a Cattleya walkeriana floresça. Esta orquídea necessita de um nível de luminosidade elevado, superior ao requerido por outras orquídeas comumente encontradas no mercado, como a Phalaenopsis, por exemplo. Conforme já vimos anteriormente, é normal encontrarmos exemplares de Cattleya walkeriana vegetando sob sol pleno, na natureza. No cultivo doméstico, ou em estufas, este procedimento costuma ser desaconselhável. Existe o risco de ocorrerem queimaduras das folhas sob os raios solares diretos, principalmente em regiões de clima quente.
De qualquer forma, esta é uma orquídea que dificilmente florescerá dentro de casas e apartamentos. O ideal é que ela seja cultivada em locais bem iluminados, protegidos por uma tela de sombreamento 50%. Mais informações sobre a influência da luz na floração de orquídeas podem ser encontradas no artigo abaixo:
Outro ponto fundamental para que belas flores surjam, na época apropriada, é um correto esquema de adubação. No período que antecede a floração, os níveis de nitrogênio nos fertilizantes devem ser reduzidos. Eles devem conter predominantemente fósforo, a letra P do NPK. Este balanceamento de pouco nitrogênio e muito fósforo ajudará a induzir a floração da Cattleya walkeriana. O mesmo princípio aplica-se às orquídeas e flores, de maneira geral.
Embora seja um exemplo clássico de orquídea rara e cara, a Cattleya walkeriana 'Feiticeira' não é a única representante valiosa desta espécie. Também não é a que atinge as mais altas cotações. Devido ao aumento expressivo da procura dos colecionadores por formas perfeitas de Cattleya walkeriana, existe um mercado robusto e, talvez, inflado de exemplares valiosíssimos. Os leilões disputados e as altas cifras negociadas lembram um pouco a febre das tulipas, que ocorreu na Holanda durante o século XVII, e terminou no trágico estouro da primeira bolha especulativa conhecida do mercado financeiro.
Dentro do diversificado gênero de orquídeas Cattleya, temos a igualmente bela e perfumada Cattleya labiata, também considerada por muitos a rainha das orquídeas. Esta não costuma atingir cifras tão estratosféricas no mercado, como acontece com a Cattleya walkeriana. Outra belíssima representante do gênero, a Cattleya bicolor, é uma das minhas preferidas no quesito das contrastantes cores que suas flores apresentam. Apesar disso, é uma espécie que não tem um séquito tão numeroso de admiradores.
Cobiça e vaidade à parte, a Cattleya walkeriana é uma orquídea belíssima, de perfume único, que merece todo o protagonismo que lhe é conferido ao longo dos séculos, desde o seu descobrimento. Felizmente, é cada vez maior o número de pessoas que se dedicam a questões que realmente importam. Alheias aos preços de mercado, elas lutam pela preservação das florestas tropicais que são a moradia das orquídeas, bem como combatem a sua extração indiscriminada da natureza, colaborando para evitar a extinção destas perfeitas obras de arte vivas.
Floração da Cattleya walkeriana
O período de floração da Cattleya walkeriana é ansiosamente aguardado pelos orquidófilos apaixonados por esta planta. Ele se inicia no começo do outono, tendo o ápice no mês de maio. Por este motivo, esta é uma orquídea ideal para se presentear no dia das mães. Do mesmo modo, deveria ser mais utilizada pelas noivas, em seus casamentos. Há quem chame a Cattleya walkeriana de flor das mães ou flor das noivas.
Além da beleza excepcional e do colorido diversificado de suas flores, a espécie walkeriana é conhecida por apresentar um perfume único, bastante agradável. Há quem diga que o aroma lembra a canela. Outros citam um odor semelhante ao das rosas ou de natureza cítrica. O fato é que a fragrância é bem típica da Cattleya walkeriana, praticamente uma marca registrada, que não encontra paralelo em nenhum outro perfume conhecido.
Uma característica interessante e única da Cattleya walkeriana é que esta orquídea costuma produzir pseudobulbos atrofiados, especificamente destinados à floração. Eles não possuem folhas e são denominados pseudobulbos florais. No entanto, também há casos em que as florações surgem a partir do ápice de pseudobulbos convencionais. A variedade princeps é conhecida por florescer desta forma.
As flores da Cattleya walkeriana são grandes e vistosas, quando comparadas ao porte vegetativo da orquídea. Em condições adequadas de cultivo, podem durar até um mês. Os padrões de cores mais frequentemente encontrados são o magenta, característico da variedade tipo, o branco puro, da forma alba, e o branco com labelo magenta, variedade semi-alba, entre outras, como caerulea e vinicolor. Tantas características positivas fazem desta espécie uma das principais progenitoras de diferentes híbridos, naturais ou não, bastante famosos e apreciados pelos colecionadores.
Alguns fatores são cruciais para que a Cattleya walkeriana floresça. Esta orquídea necessita de um nível de luminosidade elevado, superior ao requerido por outras orquídeas comumente encontradas no mercado, como a Phalaenopsis, por exemplo. Conforme já vimos anteriormente, é normal encontrarmos exemplares de Cattleya walkeriana vegetando sob sol pleno, na natureza. No cultivo doméstico, ou em estufas, este procedimento costuma ser desaconselhável. Existe o risco de ocorrerem queimaduras das folhas sob os raios solares diretos, principalmente em regiões de clima quente.
De qualquer forma, esta é uma orquídea que dificilmente florescerá dentro de casas e apartamentos. O ideal é que ela seja cultivada em locais bem iluminados, protegidos por uma tela de sombreamento 50%. Mais informações sobre a influência da luz na floração de orquídeas podem ser encontradas no artigo abaixo:
Outro ponto fundamental para que belas flores surjam, na época apropriada, é um correto esquema de adubação. No período que antecede a floração, os níveis de nitrogênio nos fertilizantes devem ser reduzidos. Eles devem conter predominantemente fósforo, a letra P do NPK. Este balanceamento de pouco nitrogênio e muito fósforo ajudará a induzir a floração da Cattleya walkeriana. O mesmo princípio aplica-se às orquídeas e flores, de maneira geral.
Considerações finais
Embora seja um exemplo clássico de orquídea rara e cara, a Cattleya walkeriana 'Feiticeira' não é a única representante valiosa desta espécie. Também não é a que atinge as mais altas cotações. Devido ao aumento expressivo da procura dos colecionadores por formas perfeitas de Cattleya walkeriana, existe um mercado robusto e, talvez, inflado de exemplares valiosíssimos. Os leilões disputados e as altas cifras negociadas lembram um pouco a febre das tulipas, que ocorreu na Holanda durante o século XVII, e terminou no trágico estouro da primeira bolha especulativa conhecida do mercado financeiro.
Dentro do diversificado gênero de orquídeas Cattleya, temos a igualmente bela e perfumada Cattleya labiata, também considerada por muitos a rainha das orquídeas. Esta não costuma atingir cifras tão estratosféricas no mercado, como acontece com a Cattleya walkeriana. Outra belíssima representante do gênero, a Cattleya bicolor, é uma das minhas preferidas no quesito das contrastantes cores que suas flores apresentam. Apesar disso, é uma espécie que não tem um séquito tão numeroso de admiradores.
Cobiça e vaidade à parte, a Cattleya walkeriana é uma orquídea belíssima, de perfume único, que merece todo o protagonismo que lhe é conferido ao longo dos séculos, desde o seu descobrimento. Felizmente, é cada vez maior o número de pessoas que se dedicam a questões que realmente importam. Alheias aos preços de mercado, elas lutam pela preservação das florestas tropicais que são a moradia das orquídeas, bem como combatem a sua extração indiscriminada da natureza, colaborando para evitar a extinção destas perfeitas obras de arte vivas.
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Por Sergio Oyama Junior
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil
Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.
São Paulo, SP, Brasil